E é isto que nosso trepidante mundo está preparando até nos lugares que nos pareciam mais abrigados. As diferenças se apagam, as arestas se embotam, as cores desaparecem, e a mulher parece homem, o homem parece mulher, a velha parece menina e a menina parece velha. Todo mundo parece todo mundo, e então aparece uma legião de idiotas para aplaudir o cinzento: as freiras parecem não-freiras, os padres parecem rapazes como outros quaisquer, e até não se distingue bem entre um bispo e um aposentado proprietário de botequim. Tudo parece tudo. Tudo é tudo. E uma multidão de imbecis chama este fenômeno de progresso!
Gustavo Corção.