Transcrevo um trechinho do podcast desta semana do sempre polêmico Olavo de Carvalho. Entre palavrões e xingamentos hilários, ele sustenta o “conservadorismo de Deus”.
Ser conservador não é mérito nenhum. Eu acho que é uma obrigação. Por quê? Porque Deus é conservador. Deus não faz revoluções. Você já viu Deus explodir o cosmos? Na única vez em que Deus mudou de idéia, Ele fez uma inundação num planetinha mixo aqui, e deixou o resto todo em ordem: não tirou o sol do lugar, não revogou as galáxias, não apagou o universo, não fez revolução nenhuma! Só mandou uma chuvinha lá e olha, já foi um deus nos acuda. Deus não faz revoluções, Deus é conservador, Deus conserva o universo intacto desde que o criou; conserva a estrutura do ser humano intacta desde não sei quando; a natureza humana; as estruturas fundamentais da linguagem – veja, as regras da aritmética elementar, que expressam algo da Sabedoria eterna, são absolutamente imutáveis. Tudo isso, Deus mantém no lugar; de vez em quando, Ele muda uma coisinha porque é lógico, tudo tem que mudar – nós vivemos dentro do tempo, Deus não muda, mas Ele muda as coisas aqui, porque nós vivemos no tempo, e no tempo as coisas só se conservam se você se esforçar para conservar. Você já reparou que você tem que tomar banho todos os dias, fazer a barba todos os dias? Você faz a barba e, no dia seguinte, ela está lá de novo! De novo! É assim: a manutenção é a raiz da felicidade humana. Goethe dizia: aquele que conservou e cuidou, sempre terminará com a melhor parte. Goethe é um dos grandes expoentes do pensamento conservador. Não é que nem esses micos que tem por aí. Quem é Karl Marx para comparar com Goethe? […] Então, ser conservador é uma obrigação.
Para ouvir o programa, de cerca de uma hora de duração, ou baixar o arquivo mp3, clique aqui. Não se assuste com o vocabulário do locutor!