É claramente errado encarar os não-católicos com amargura ou tratá-los com descortesia. Pois isso nada mais é do que o inverso do exemplo de Cristo, porque quebra a cana ferida e apaga o pavio fumegante. Devemos instruir com mansidão aqueles a quem a heresia tornou amargos e suspeitos, e afastou dos católicos ortodoxos […]. Assim, pela caridade e pela boa vontade de todo o coração, podemos conquistá-los para nós no Senhor.
São Pedro Canísio.
catolicismo
Mensagem do dia (27/04/2017)
Como protestante, a minha religião parecia-me miserável, mas não a minha vida. E agora, como católico, a minha vida é miserável, mas não a minha religião.
Beato John Henry Newman.
Mensagem do dia (13/12/2016)
Já que temos a felicidade de ser católicos, sejamo-lo em nossa vida privada, em nossa existência política, e confirmemos a sinceridade de nossos sentimentos e palavras pelo público testemunho de nossas obras.
Gabriel García Moreno.
Mensagem do dia (22/06/2016)
Esta é a Fé Católica: a não ser que o homem acredite, não poderá salvar-se.
São Tomás Morus.
Mensagem do dia (09/09/2015)
Honrar o catolicismo em tempos de paz e defendê-lo em tempos de guerra.
Beato Frederico Ozanam.
Mensagem do dia (03/08/2015)
Deus é misericordioso com os que o seguem; brandamente justiceiro com os que o ignoram; desapiedado com os que, conhecendo-o, o desprezam. Por isso, colocou nas nações católicas (que o seguem), os tabernáculos de sua glória. Por isso, condenou as nações pagãs (que o ignoram), à sua vária fortuna. Por isso, reserva o Socialismo, a maior das catástrofes sociais, para as nações apóstatas que o desprezam.
Donoso Cortés.
Mensagem do dia (29/06/2014)
Note, meu amigo, como é belo ser católico: guardamos a mesmíssima fé, professada sem interrupção desde os primórdios: a nossa é a fé de Pedro e de Paulo, de Inácio de Antioquia, de Policarpo de Esmirna, de Irineu de Lião, de Lourenço, de Ambrósio, de Atanásio de Alexandria e de Agostinho de Hipona. É a fé que vem dos Apóstolos e subsistirá, pela assistência do Santo Espírito, até o fim dos tempos!
Dom Henrique Soares da Costa.
Mensagem do dia (26/06/2014)
Cristo. Maria. O Papa. Não indicamos, em três palavras, os amores que resumem toda a fé católica?
São Josemaría Escrivá.
Mensagem do dia (24/05/2014)
Não duvidemos nem por um instante que é o diabo quem fala pela boca daqueles que citam contra a fé católica passagens dos Apóstolos e dos Profetas.
São Vicente de Lerins.
Uma médica “católica”, mas nem tanto, em um curso de noivos: Igreja católica ou hospício?
Curso de noivos em uma paróquia da Igreja Católica. Médica fazendo palestra… A profissional se apresenta e se identifica: “vou falar aqui não como ‘católica’, mas como ‘médica'” (hein, hein, hein?). Tudo o que a Igreja Católica condena a respeito de métodos anticoncepcionais é desmentido, na medida em que tais métodos são recomendados pela doutora com ampla publicidade. Pílula anticoncepcional, DIU (que a médica GARANTE não ser abortivo), camisinhas… E tudo mostrado aos alunos do curso, sem a menor cerimônia, com dicas e instruções sobre como utilizá-los. Daí, uma das alunas pergunta à médica sobre o método Billings… Aceito e recomendado pela Igreja. A médica desconversa, sem disfarçar a ignorância no assunto.
Um católico deve ser católico em primeiro lugar, sem vergonha, sem medos, sem constrangimentos. O católico deve estar convencido daquilo que a instituição que ele diz seguir ensina. Ele deve crer e externar essa crença publicamente. Uma católica que se apresenta como médica, não católica, está querendo dizer: tenho vergonha da fé que digo professar! Uma médica católica antes de tudo deve ser católica, tendo como modelo Santa Gianna Beretta Molla, médica católica. Uma médica que fala como médica, não como católica, negando a Igreja a qual diz, com a maior cara de pau, pertencer, não é católica e não deveria estar fazendo palestras em um curso católico. Será que é tão complicado assim? Um católico que finge ser católico é alguém que mina a idoneidade da Igreja!
O mais deprimente disso tudo é que esse curso, neste exemplo citado, não é exceção, mas é regra. Os cursos de noivos das paróquias da Igreja Católica no Brasil são tudo, menos… católicos. Não há exposição sobre a doutrina da Igreja em relação ao matrimônio (espiritualidade? Santidade no lar e na família? O que é isso?), não há explicação sobre o magistério católico a respeito de anticoncepcionais, explicando o porquê da posição tão “radical” da Igreja no que diz respeito a este assunto, não há a menor intenção de mostrar aos noivos a importância do sacramento para a manutenção da sociedade e da própria Igreja, na medida em que os pais católicos têm a obrigação de ensinarem aos filhos a fé católica. A Igreja começa na própria família, através dos exemplos dados pelos pais.
E ainda tem gente falando pelos cotovelos que a Igreja precisa se modernizar para não mais perder adeptos… Pensem um pouco: uma médica dessas fazendo palestra num curso de noivos católico fere a credibilidade da instituição como um todo. Quem vai querer ser realmente católico em uma Igreja que não respeita seus próprios princípios?… Quem vai querer ser católico, ao perceber que o que a Igreja Católica ensina é mostrado com uma balela dentro da própria instituição, em um curso promovido pela própria Igreja Católica?… Ou seja: na Igreja Católica, se ensina que não é necessário seguir os ensinamentos da própria Igreja Católica! Repetindo: quem é que vai ter respeito para uma instituição que mais se parece com um hospício?????
Modernizar-se? Não, não. Como podemos ver, já estão modernos, e até demais! O que os católicos precisam é criar um pingo de vergonha na cara!
Mensagem do dia (05/08/2012)
A Virgem Maria deu Jesus Cristo à luz, aqueceu-O nos seus braços, envolveu-O em panos e rodeou-O dos seus cuidados maternais. E é o corpo desse mesmo Jesus que hoje recebemos, é o Seu sangue redentor que bebemos no sacramento do altar. É isso que a fé católica tem por verdadeiro, é isso que a Igreja ensina com fidelidade.
São Pedro Damião.
Mensagem do dia (05/05/2012)
Abdicar da Fé Católica tendo nascido dela é como rejeitar a herança de uma coroa, de um cetro e de um castelo.
Luiz Fernando Vaz.
Mensagem do dia (26/03/2011)
O catolicismo não é um solo, mas uma sinfonia… Se tenho fé no catolicismo é por nele encontrar, mais do que em qualquer outra religião, possibilidades maiores de alcançar a sinfonia completa da humanidade. As outras religiões quase não têm plenitude; há nelas apenas trechos a solo. Só o catolicismo se apresenta como uma sinfonia completa.
Shusaku Endo.
Mensagem do dia (21/12/2010)
Desejo despertar nos outros e em mim mesmo um fervor maior, a fim de que o depósito católico da fé, que o Apóstolo não nos confiou sem motivo e que é preferível a todos os tesouros deste mundo, seja conservado preciosamente intacto e autêntico, pois dele dependem a sabedoria cristã, a paz em geral e a santidade do homem.
São Pedro Canísio.
A caridade que movia Zilda Arns: fazer o bem e dizer a verdade
No trágico terremoto acontecido no Haiti, no dia 12 de janeiro próximo passado, faleceu a fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Trabalhando principalmente em prol das crianças mais necessitadas, aqueles a quem Jesus chamou os “pequeninos”, Zilda pereceu no cumprimento do dever, entre os pobres, os desvalidos, aqueles que mais precisam de apoio material. Aos 75 anos de idade, poderia ter se recolhido a uma justa aposentadoria e passar mais tempo com familiares, cuidando de netos e tratando apenas de assuntos particulares: já teria feito muito durante sua vida. Entretanto, abriu mão do conforto que lhe era acessível em prol de outras pessoas, justamente aquelas que jamais lhe poderiam recompensar.
Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos (Lucas 14, 12-14).
É interessante que, nesta hora, tantos políticos e tantas autoridades se manifestem sobre seu falecimento, todos expressando condolências e pesares, ressaltando seu trabalho assistencial e de promoção da saúde entre os mais desvalidos. Uma grande perda, são unânimes em afirmar. Mas entre todas as notas, chamou-me a atenção o fato de nenhuma mencionar a firme e sempre reiterada oposição de Zilda Arns à liberação do aborto.
Comportando-se sempre em coerência com os princípios católicos, Zilda Arns não fazia concessões neste assunto. Poderia ter sido politicamente correta, calando-se sobre o tema ou repetindo slogans evasivos, tais como “temos que combater o ‘pecado social’ (seja lá o que isso signifique…), o que faz com que mulheres recorram ao aborto, essa sociedade injusta, a desigualdade social, a pobreza, bla bla bla bla…”
NÃO! POBREZA NÃO É JUSTIFICATIVA PARA ASSASSINATO! E temos que enfrentar a questão de frente: aborto é homicídio. Simples assim. Zilda Arns defendia enfaticamente esses pontos de vista “polêmicos” e, convenientemente, a grande mídia se “esqueceu” de mencioná-los nos diversos epitáfios que exaltavam a coragem e a determinação da médica pediatra. Vocês aí, leitores, acreditam que tal silêncio seja uma mera coincidência?
Comprometida que está até o último fio de cabelo com a causa abortista, seja por dinheiro, por safadeza ou estupidez mesmo, a grande mídia não poderia dar destaque a esse aspecto importantíssimo da atividade de Zilda Arns: a luta contra o aborto. A verdade é que em nossos dias é muito fácil fazer “boas ações”, principalmente com dinheiro alheio obtido através de fundações internacionais, isenções de impostos, doações de filantropos ou repasses do governo. “Fazer o bem” tornou-se profissão para muitos ongueiros oportunistas, que enchem a barriga vazia de alguns, além dos próprios bolsos, sem esquecer de encher o próprio ego quando o público em geral vê suas “ações sociais” divulgadas na imprensa e os parabeniza, como uma platéia que bate palmas em um show de auditório. “Boas ações”, como todos sabemos, dá bastante ibope.
Mas “fazer o bem” e “falar a verdade”, ah isso meu caro… São coisas bastante diferentes e que, infelizmente, hoje em dia nem sempre andam de mãos dadas. Entretanto, São Paulo nos recorda:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! (I Coríntios 13,1-3).
Esta passagem bíblica, que até virou musiquinha melosa de banda pop, é bastante eloqüente: “boas ações” não significam o mesmo que caridade. E sem caridade, não há salvação. Diz o Catecismo da Igreja Católica a respeito do tema:
1822. A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
1824. Fruto do Espírito e plenitude da Lei, a caridade guarda os mandamentos de Deus e do seu Cristo: “Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (Jo 15, 9-10).
1828. A prática da vida moral animada pela caridade dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. O cristão já não está diante de Deus como um escravo, com temor servil, nem como o mercenário à espera do salário, mas como um filho que corresponde ao amor “d’Aquele que nos amou primeiro” (1 Jo 4, 19):
“Nós, ou nos desviamos do mal por temor do castigo e estamos na atitude do escravo, ou vivemos à espera da recompensa e parecemo-nos com os mercenários; ou, finalmente, é pelo bem em si e por amor d’Aquele que manda, que obedecemos […], e então estamos na atitude própria dos filhos” (São Basílio Magno). (Terceira Parte do Catecismo da Igreja Católica, íntegra aqui).
Só há caridade, portanto, quando se ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo neste amor; quando surge o desinteresse de si mesmo em favor do próximo, fruto deste amor; quando o bem é realizado por si mesmo, sem a espera de recompensas, bajulações e elogios de outrem; e, especialmente: a caridade guarda os mandamentos de Deus.
Zilda Arns afirmava sem medo de parecer politicamente incorreta seu posicionamento pró-vida, defendendo com firmeza o cumprimento do quinto mandamento “Não matarás”. E semeou vida por onde trabalhou, por amor a Deus e ao próximo, sem se esquivar em dizer o que deveria ser dito. Fez o bem e disse a verdade. Exaltam os feitos de Zilda Arns, ao mesmo tempo que falam muito pouco sobre o que movia suas ações – a caridade: gratuidade, amor ao próximo e, principalmente, fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo e seus mandamentos.
“Não basta a gente ser a favor da vida. A gente tem que proteger a vida”.
Zilda Arns.
Vamos todos ler e divulgar os seguintes textos:
- Zilda Arns: “O povo não quer ampliação na lei do aborto!” – Post importantíssimo do blog O Possível e o Extraordinário, quando a Dra. Zilda Arns demonstrou a falácia dos dados da Organização Mundial de Saúde sobre abortos no Brasil.
- Zilda Arns: a mártir em defesa da vida quanto estão em evidência os mensageiros da morte – Post de Reinaldo Azevedo. Trecho: “Zilda celebrava a vida no Haiti. Os contrastes são ainda mais evidentes: enquanto ela morreu para dar a vida — e se opunha ao aborto —, outros viveram para matar, consideram o aborto uma redenção e tentam impô-lo à sociedade como medida de mero bom senso.”
- Entrevista: Zilda Arns: Médica sanitarista e pediatra – Site Popular Catarinense. Declaração de Zilda Arns: “O aborto é um crime, não apenas contra a criança, que tem direito à vida, mas contra a própria saúde da mulher. Estudos feitos em países que liberam o aborto – e ele é feito em hospitais, com auxílio médico – mostram que as mulheres que passaram por este procedimento têm muito mais chance de desenvolver câncer de mama.”
- Liberação do aborto volta ao debate na Câmara – Jornal O Estado de São Paulo, 28/06/2007. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Zilda Arns afirma: “Aborto é um crime covarde e trágico porque implica em matar. Aborto legal não é o mesmo que aborto seguro”. Segundo o jornal, “Zilda Arns disse que os defensores da interrupção voluntária da gravidez (nota: eufemismo politicamente correto para aborto) usam ‘números mentirosos’ quando falam em mais de 1 milhão de abortos clandestinos por ano no País”.
- Relator quer estatísticas mais precisas sobre o aborto – Agência Câmara, 27/06/2007. Sobre a discussão em torno do Projeto de Lei 1135/91, que legaliza o assassinato de bebês ainda no ventre materno no Brasil, outra declaração de Zilda Arns: “A Pastoral da Criança visita mais de 1,5 milhão de famílias por mês e verifica que as mulheres não querem a legalização do aborto, e sim assistência de qualidade e humanizada no pré-natal, no parto e no pós-parto”, disse.
- “Sou absolutamente contra o aborto” – Entrevista com Zilda Arns na Revista IHU online.
- Mortalidade materna não é motivo para legalizar aborto, diz Zilda Arns – matéria da Agência Brasil. Zilda Arns fala sobre as orientações da Pastoral da Criança: “Eu aconselho às mulheres que estão grávidas, e se for uma gravidez indesejada por estupro ou por qualquer outra maneira, que levem adiante essa gravidez, procurem a Pastoral da Criança, que é realmente forte em ensinar as mulheres a como levar a gravidez para a frente”.
- Zilda Arns e o falso pesar de Lula – blog Contra o Aborto. Trecho: “Só o Senhor Deus sabe quem é digno ou não de vê-Lo face a face, mas eu, em minha ótica demasiadamente humana, gosto de pensar que há um bocado de festa no Céu com a chegada de Zilda Arns por lá, e que entre os que lhe acolherão estarão muitos não-nascidos que ela infelizmente não pôde salvar. Os mesmos não-nascidos que Lula e sua turma querem que suas mortes devam ser encaradas como “direito humano”.
- Íntegra da alestra de Zilda Arns no Haiti, publicada no blog do Grupo de Estudos Veritas. Trecho significativo: “Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa Igreja, a ser como ela, mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de outras religiões em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente.” (Destaques meus)
A legítima interpretação da Bíblia
Meu xará Matheus me manda um comentário com uma pergunta bastante pertinente, a qual faço questão de responder por aqui, por ser um ponto bastante importante:
“Do ponto de vista cristão, homossexualismo é considerado erro. E a Bíblia é a Palavra de Deus, infalível quando ensina doutrina religiosa, cuja interpretação correta para os católicos é de responsabilidade do Magistério da Igreja Católica.”
Isso pode soar retórico, mas, realmente, desconheço o assunto. Recentemente, comecei a ler a bíblia. Vai minha pergunta: não é possível o indivíduo católico seguir sua própria interpretação da bíblia? abraço!
Resposta objetiva: não, isso não é possível.
Para ficar mais claro, transcrevo um comentário a respeito deste assunto, escrito pelo Pe. Antônio das Mercês Gomes e embasado pela própria Bíblia:
Nós, católicos, afirmamos que só a Igreja, através dos legítimos sucessores dos Apóstolos [os bispos], pode dar a interpretação certa e verdadeira dos textos da Bíblia. O Espírito Santo está em todos nós, nos move e ilumina para entender, pôr em nossa vida a Palavra de Deus. Mas, quando se trata de ver o sentido exato de um texto, não cabe ao cristão em particular, mas à Autoridade da Igreja, por seus legítimos pastores, sucessores dos apóstolos, que formam o Magistério da Igreja (seu ensinamento oficial), nos dar a verdadeira interpretação.
Lutero criou a chamada interpretação particular da Bíblia, dizendo que o Espírito Santo ilumina a todos e a cada um. Resultado disto é esta divisão entre eles [protestantes], que se torna cada vez maior, pois perderam o centro, o eixo de tudo.
Vejamos o que diz a própria Bíblia a este respeito. Diz Pedro, na sua Segunda carta, capítulo I, versículo 20: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal”.
Falando sobre as cartas de Paulo, na mesma carta, cap. 3, vers. 16, Pedro diz: “Nelas ha algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como fazem também com as demais escrituras”.
Conversando com o eunuco da rainha da Etiópia, o diácono Felipe lhe pergunta, depois de vê-lo lendo o livro do profeta Isaías:
– Porventura entendes o que estás lendo?
Responde o eunuco:
– Como posso entender se não há alguém que me explique?
E Felipe, escolhido pelos apóstolos, explica ao eunuco. (Atos 8, 26-31).
Muito bem, Matheus. Você desconhece o assunto e procura aprender a respeito, evitando cometer injustiças. Esta é uma atitude sensata. Que o Espírito Santo o ilumine em sua busca pela Verdade.
São Paulo ou “Seu” Paulo?
Por Carlos Ramalhete.
O Ministério Público Federal (MPF) mandou tirar os crucifixos das repartições do estado de São Paulo, alegando que a sua presença ofenderia os não católicos. Mas… será que não deveríamos, então, falar do estado de “Seu” Paulo? Mais ainda, do estado do inominável, na medida em que São Paulo, em homenagem a quem o estado foi batizado, ops, nomeado, só recebeu esta homenagem por ter sido apóstolo cristão?
Os judeus ortodoxos dão graças a Deus todos os dias por não terem nascido não judeus (“gói”). São Paulo, ou “Seu” Paulo, escreveu que “não há mais judeu nem grego”. A julgar pelo pensamento do MPF do estado Tal, deve haver um monte de suscetibilidades feridas nesta história. Melhor mudar o nome do estado. Ah, Santa Catarina também dança, assim como todas as cidades com nome de santos. O Estado do Amazonas, que recebeu este nome em homenagem a um povo da mitologia grega, também pode ofender quem não acredita nele. O Rio de Janeiro, por trazer no nome do mês (que também teria que mudar) uma referência à divindade romana Janus, o deus de duas caras, também deve provocar comichões e abespinhar suscetibilidades. Ih, qual será o dano ao turismo provocado pela retirada, à moda Talibã, da imensa estátua do Cristo Redentor que ofende os não católicos que olhem para cima na antiga capital do país?
Creio ser bastante evidente, para quem não faz parte de uma minoria ínfima de gente cuja sensibilidade à flor da pele torna a convivência cotidiana um exercício de masoquismo e suscetibilidades feridas, que o MPF pisou na bola. Epa, eu não gosto de futebol. Devo proibir esta expressão? Não. Se eu não gosto de futebol, o problema é meu. Não posso me ofender com a onipresença do jogo e de suas metáforas.
Ainda mais que futebolista, contudo, a nação brasileira é culturalmente católica. Os nomes de santos são os nomes das pessoas, e a própria noção de bem e de mal é definida em moldes católicos; podemos mesmo dizer que o padrão da sociedade é católico.
Para a imensa maior parte dos brasileiros, católicos ou não, um crucifixo é um símbolo da Justiça, do Bem. Ver uma ofensa a outras crenças na presença de um crucifixo implica necessariamente em vê-la nos nomes de estados e cidades, nos nomes próprios das pessoas, na organização social do país, nos dias da semana, nos meses, no preâmbulo da Constituição Federal…
Querer proibir a presença do crucifixo implica em querer proibir um dado constitutivo da própria nacionalidade brasileira, importar uma noção a nós estranha do que seja a Justiça, o Bem, o certo e o errado. O Brasil não surgiu nem subsiste em um vácuo; temos uma cultura própria, com base lusitana e católica, que independe até mesmo da própria religião seguida por cada brasileiro.
O brasileiro protestante, o brasileiro espírita, o brasileiro judeu, muçulmano ou ateu é em grande medida culturalmente católico. Cada um deles passou a vida dentro de uma sociedade que define seus padrões de comportamento dentro de uma matriz católica e que não pode ser explicada ou compreendida sem constante referência à catolicidade de sua origem, bem como à língua portuguesa, a costumes africanos e indígenas etc.
Ofender-se com símbolos católicos significa, em última instância, ofender-se com o Brasil, significa negar as origens e a presença da cultura brasileira, com todos os seus matizes. Mais ainda: para desgosto dos católicos mais ortodoxos, a percepção brasileira típica destes símbolos católicos frequentemente é operada em chave sincrética, vendo nos santos orixás africanos ou entidades espíritas.
O que neles não se vê, o que apenas o MPF vê, é um instrumento de proselitismo católico. Um crucifixo não faz de um lugar ou de uma pessoa algo católico, tal como o Rio Amazonas não leva ninguém a tomar como verdade a mitologia grega. As imagens sacras, no Brasil, são percebidas como símbolos do Bem e do Justo, não como afirmações de uma dada fé. Melhor seria se o MPF deixasse de lado esta estranha “cruzada” contra os crucifixos e procurasse fazer o bem e promover a justiça.
Fonte: Gazeta do Povo.
O que é “patrulhamento ideológico”?
Boa Noite Sr. Mateus
Lendo o seu blog, relato as minhas considerações:
1) O que está acontecendo com nossas Universidades Católicas? Será que elas se tornaram máquinas anti-cristãs? Pelo visto, isto nao está acontecendo somente com a PUC/MG!
2) Por outro lado, a quem interessa um blog católico para militantes gays? Será que os militantes gays estão interessados a aprenderam a Doutrina Cristã, ou estão interessados a realizar aquilo que o filósofo Gramsci chama de PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO? Será que o ensinamento cristão sobre o homossexualismo foi superado por uma ideologia melhor?
3) Lendo o ocorrido, retirei do opúsculo CADERNOS DA LIBERDADE, a definição de PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO, que é muito interessante, do Autor: Sérgio Augusto de Avellar Coutinho – Belo Horizonte – 2003, que conhece muito bem a mentalidade gramscista. Eis a definição extraída desse opúsculo:
[Patrulhamento Ideológico é um processo político de intimidação que é usado contra os adversários para os calar ou impedir que exponham os seus pensamentos ou opiniões ou que se manifestem contra as idéias do “patrulhador” intolerante ou intoxicado pela sua ideologia radical. É um instrumento revolucionário leninista que, atualmente, tem também grande importância para a atualização da reforma intelectual e moral da sociedade como parte da luta pela hegemonia. Com este processo se faz a neutralização dos intelectuais adversários ou mesmo indiferentes, por meio da crítica tendenciosa ou mesmo pela desqualificação pessoal do adversário visado. Não se trata de contradizê-lo pelo debate, pela discordância ou crítica racional, mas pela anulação do oponente sem discussão, o que significaria não aceitar democraticamente a opinião contrária ou discordância.
A desqualificação do opositor é o processo ostensivo mais usado no patrulhamento. Não se as idéias e nem se critica o pensamento expresso pelo intelectual democrata. O que busca é desprestigiar o autor, retirar-lhe a autoridade e idoneidade, para invalidar a obra. O adversário geralmente é estigmatizado como um ser “reacionário”, ou ser de “direita”, “fascista”, “autoritário”, por ser dos “banqueiros internacionais”, da globalização, etc, etc, etc. Infeliz do opositor que tiver “telhado de vidro”, com certeza será crucificado publicamente.
A extrafiltração do intelectual democrata é outra forma de patrulhamento, dissimulado e invisível. Importa em tirar espaço de sua atividade e ao alcance de sua influência. Em primeiro lugar, isolando-o e constrangendo-o em seu lugar de trabalho ou no seu campo de atividade, nos órgãos de comunicação social, nas universidades, nas escolas, nas editoras, na área artística, nas repartições publicas, nas empresas estatais e até mesmo em certas empresas privadas onde os intelectuais de peso tem apreço e já conquistaram a hegemonia. Se o intelectual democrata se acomodar no silencio defensivo e se submeter à opressão deste tipo oculto de patrulhamento, poderá eventualmente conservar seu emprego, caso contrário, acabará despedido ou levado a demitir sob pressão, artimanha ou esvaziamento funcional. Muitas vezes o afastamento do reacionário é conseguido por “denúncias” publicas falsas ou manipuladas, sempre de origem oculta, mas amplamente orquestrada nos noticiários. A chamada “fritura” é uma forma de extrafiltração ou defenestração do alvo patrulhado.
O Patrulhamento Ideológico nestas duas formas é uma espécie de terrorismo intelectual e moral, antidemocrático, implacável e inescrupuloso. Estes adjetivos se aplicam geralmente às pessoas que voluntária ou remuneradamente o praticam; algumas, convencidas de estarem cumprindo um “dever ético” revolucionário, outras com certo rancor e sadismo político. O “patrulhador” é uma pessoa má, rancorosa, preconceituosa, intolerante, e freqüentemente, mentirosa e anônima. Cumpre sua função de agente carcereiro da “prisão sem grades”.
O Patrulhamento Ideológico não é apenas um instrumento revolucionário, mas a antecipação de outros métodos que o Estado Totalitário, a estatolatria de Antonio Gramsci, aplicará para realizar as transformações da sociedade civil e do individuo, após a conquista do poder].
4) Continuando, não é somente o seu blog, mas de outros católicos sérios e honrados como o senhor, estão sobre a pressão ideológica desses patrulhadores. Com qual objetivo?
a) Na minha opinião, não se trata simplesmente de um “calar a boca”, mas promover uma contra cultura cristã. De resto, o que escrevestes está de acordo com todo ensinamento da Igreja Católica sobre a temática do homossexualismo.
b) O que mais me admira, é um cidadão que se diz “reverendo” que desconhece os ensinamentos da verdade revelada. Seu site nao tem nada de fundamentalismo homofóbico, pois como Cristo, o que se denúncia é o pecado e não o pecador.
c) Aqui no Brasil a Cultura Cristã ainda é forte. É um país bastante religioso. Estado Laico nao significa Estado Laicista. O Estado Laicista nao quer saber de religiao, e nem está interessado com os ensinamentos de qualquer religião, pois não tolera religião alguma. Já a Laicidade de Estado, respeita a religião e os seus valores, mesmo que discordantes.
d) Em seu blog, em momento algum o sr. desumaniza qualquer pessoa, mas como católico convicto alerta aos demais católicos o que está ocorrendo numa Universidade Católica. Seus questionamentos e argumentações foram bastantes contundentes. Ah, quem dera que muitos fiéis católicos, inclusive meus colegas sacerdotes fosse como o senhor! A Igreja Católica estaria bem representada.
e) Se isso hoje acontece contigo, amanhã acontecerá comigo. Lembro-me que o Emmo. Sr. Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, passou por esse mesmo problema alguns anos atrás. Aconselho que dê por encerrado a discussão com este “reverendo”. Quem sabe um dia ele se converta e passe a conhecer de verdade o Evangelho de Jesus Cristo? Claro que ele pode, basta querer!
f) Seu blog nao é lixo algum, mas assume autenticamente e com toda sinceridade, a verdade da doutrina cristã. Doutrina essa que será sempre odiada por alguns ou amada por outros, em todos os tempos e lugares.
Conclusão: Parabenizo pelo seu blog, que sabe apresentar aos que acessam, um grande testemunho de amor a Cristo e a sua Igreja, nos ajudando com o seu intelecto a compreender melhor as realidades da fé cristã. Saiba, se Cristo foi incompreendido em seu tempo, hoje com todo avanço da modernidade, Ele parece ser ignorado por muitos; mas mesmo assim Ele continua a nos falar, até mesmo neste excelente blog, Sr. Mateus!
Conte com minhas orações e solidariedade!
Pe. Eduardo C. Pereira.
Recebi o comentário acima, o qual publico na íntegra e sem correções de digitação ou redação. Agradeço ao Padre Eduardo, a quem não conheço pessoalmente, a cortesia de me enviar esta mensagem, salientando que fico sinceramente envaidecido com os elogios, os quais diga-se de passagem não mereço, e rogo-lhe por sua bênção.
Em defesa de Pio XII – As razões da história
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por uma gentil concessão do Autor, publicamos a introdução do livro “Em defesa de Pio XII – As razões da história” de Giovanni Maria Vian, edições Marsilio.
Pio XII? Um papa distante, pelos traços tão embaçados a ponto de não serem reconhecidos ou, caso contrário, de contornos muito carregados, mas porque foram deformados por uma representação polêmica de tal forma áspera e persistente a ponto de obscurecer a realidade histórica. É esta a imagem que hoje prevalece de Eugenio Pacelli, eleito para a sede de Pedro na véspera da última guerra mundial. Destino singular para o primeiro romano pontífice que, no caminho aberto pelo antecessor, torna-se popular e realmente visível em todo o mundo. Devido à incipiente e tumultuada modernidade, também da comunicação, que o papa de Roma quis e soube utilizar: das seguidas viagens – que o levaram à Europa e a América como diplomata e secretário de Estado – do novo tipo de mensagens de rádio, das grandes manifestações públicas nas capas das revistas, do cinema a um meio recém-surgido e destinado a grandes feitos como a televisão. Destino ainda mais singular quando se pensa no prestígio geralmente reconhecido nele em vida e nos juízos positivos quase unânimes que em 1958, há meio século, acompanharam o seu desaparecimento.
Como foi possível, então, uma destruição semelhante da imagem, ocorrida em poucos anos, mais ou menos a partir de 1963? Os motivos são principalmente dois. O primeiro está nas difíceis escolhas políticas realizadas por Pio XII desde o início do pontificado, depois durante a tragédia bélica e, enfim, na época da guerra fria. A linha assumida nos anos do conflito pelo papa e pela Santa Sé, contrária aos totalitarismos, mas tradicionalmente neutra, foi concretamente favorável à aliança anti-hitlerista e caracterizou-se por um esforço humanitário sem precedentes, que salvou muitíssimas vidas humanas. Essa linha era anticomunista e, por isso, já durante a guerra, o papa começou a ser mostrado pela propaganda soviética como cúmplice do nazismo e dos seus horrores. A segunda razão foi o advento do sucessor, Angelo Giuseppe Roncalli. Este último, descrito já muito tempo antes do conclave como candidato (e depois eleito papa) «de transição», em razão principalmente da idade avançada, logo foi saudado como «o papa bom », e nitidamente cada vez mais oposto ao antecessor: pelo caráter e o estilo radicalmente diferente, mas também pela decisão inesperada e clamorosa de convocar um concílio.
Os elementos principais que explicam a mudança da imagem do papa Pacelli são, portanto, a escolha anticomunista de Pio XII e a contraposição a João XXIII. Contraposição que ficou acentuada principalmente depois da morte desse último e a eleição de Giovanni Battista Montini (Paulo VI), que foi favorecida pela polarização dos contrastes, na época do Vaticano II, entre conservadores e progressistas, que transformaram em símbolos contrapostos os dois papas falecidos. Enquanto isso, em meio às acusações soviéticas e comunistas, repetidas com insistência durante a guerra fria, teve papel decisivo o drama Der Stellvertreter («O vigário») de Rolf Hochhuth, representado pela primeira vez em Berlim em 20 de fevereiro de 1963 e centrado no silêncio de um papa pintado como indiferente diante da perseguição e do extermínio dos judeus.
Diante da extensão da polêmica na Inglaterra, para defender Pio XII veio o cardeal Montini – já um estreito colaborador de Pacelli – com uma carta à revista católica «The Tablet» que chegou na redação no dia da sua eleição ao pontificado, 21 de junho, e foi publicada também no «L’Osservatore Romano» de 29 junho: «Uma atitude de condenação e protesto, como a que critica o Papa por não ter agido, teria sido, além de inútil, danoso; isso é tudo». Severa, e marcada por palavras escolhidas atentamente, a conclusão de Montini: «Não se brinca com esses assuntos e com os personagens históricos que conhecemos com a fantasia criativa de artistas de teatro, não suficientemente dotados de discernimento histórico e, que Deus não queira, de honestidade humana. Porque, de outra forma, neste caso, o verdadeiro drama seria outro: o daquele que tenta descarregar sobre um Papa, extremamente consciencioso de seu próprio dever e da realidade histórica, e um Amigo, imparcial, sim, mas fidelíssimo ao povo germânico, os horríveis crimes do Nazismo alemão. Pio XII tem igualmente o mérito de ter sido um “Vigário” de Cristo, que procurou cumprir corajosamente e integralmente, como podia, a sua missão; mas poder-se-á atribuir à cultura e a arte uma injustiça teatral como essa?».
Como papa, muitas vezes, Montini voltou a falar de Pacelli, de quem quis defender a obra de paz e a «venerável memória» em 5 de janeiro de 1964, despedindo-se em Jerusalém do presidente israelita, enquanto que no sacrário dedicado às vítimas da perseguição nazista o cardeal decano Eugène Tisserant acendia seis tochas em memória dos milhões de judeus exterminados. Quando «Paulo pisou em terra israelita, naquela que foi a etapa mais significativa e “revolucionária” da sua missão palestina, todos alertaram» – recordou Giovanni Spadolini sobre «o Resto do Carlino» de 18 de fevereiro de 1965, depois das primeiras representações em Roma do drama de Hochhuth e as consequentes polêmicas suscitadas – «que o Pontífice pretendia responder, no próprio coração do calor nacional judaico, aos sistemáticos ataques do mundo comunista que não deixavam de encontrar alguma cumplicidade ou condescendência também nos corações católicos». Para o histórico leigo era muito claro o papel da propaganda comunista na mitificação negativa de Pacelli, com uma consciência de que na representação pública das décadas seguintes quase desapareceu, para dar lugar a uma instrumental e denigritória associação da figura de Pio XII à tragédia da Shoah, diante da qual teria se calado ou até mesmo teria sido cúmplice.
A questão do silêncio do papa tornou-se preponderante, muitas vezes transformando-se em polêmica furiosa, provocando reações defensivas, com frequência somente apologéticas, e tornando mais difícil a solução de um problema histórico real. Questionamentos e acusações para os silêncios e a aparente indiferença de Pio XII diante das incipientes tragédias e dos horrores da guerra vinham, com efeito, de católicos: como de Emmanuel Mounier, já em 1939, nas primeiras semanas do pontificado, e mais tarde de personalidades polonesas no exílio. O próprio Pacelli muitas vezes se questionou sobre a sua atitude, que foi então uma escolha consciente e sofrida de tentar a salvação do maior número possível de vidas humanas mais que denunciar continuamente o mal com o risco real de horrores ainda maiores. Como destacou ainda Paulo VI, segundo quem Pio XII agiu «de acordo com o que as circunstâncias, avaliadas por ele com intensa e conscienciosa reflexão, lhe permitiram», de forma que não se pode «apontar a vilania, o desinteresse, o egoísmo do Papa, se desgraças numerosas e desmedidas devastaram a humanidade. Quem defendesse o contrário, ofenderia a verdade e a justiça » (12 de março de 1964); Pacelli foi, de fato, «alheio a atitudes de consciente omissão de alguma possível intervenção sua sempre que estivessem em perigo os valores supremos da vida e da liberdade do homem; mais do que isso, ele ousou sempre tentar, em circunstâncias concretas e difíceis, na medida de seu poder, evitar qualquer gesto desumano e injusto» (10 de março de 1974).
Assim, a interminável guerra sobre o silêncio do papa Pacelli acabou por obscurecer a relevância objetiva de um pontificado importante, ou melhor, decisivo na passagem da última tragédia bélica mundial, através do gelo da guerra fria e as dificuldades da reconstrução, para uma época nova, de algum modo sinalizada no anúncio da morte do pontífice, que deu ao cardeal Montini a sua diocese em 10 de outubro de 1958: «Desaparece com Ele uma era, uma história se cumpre. O relógio do mundo marca um tempo que se encerrou». Uma era, que compreende os anos assustadores e dolorosos da guerra e os tempos difíceis do pós-guerra, que se quer esquecer nos seus aspectos reais. Junto com o papa que a enfrentou, inerme. E logo também foi esquecido o seu governo, atento e eficaz, de um catolicismo que se tornava cada vez mais mundial, o seu ensinamento imponente e inovador em muitíssimos âmbitos, que, de fato, preparou o concílio Vaticano II e que por este, em parte, foi retomado, a aproximação da modernidade e a sua compreensão. Além disso, para o nó historiográfico já intricado – ao qual Paulo VI quis contribuir para desfazer com a publicação dos arquivos vaticanos de milhares de Actes et documents du Saint-Siège relatifs à la seconde guerre mondial, em doze volumes a partir de 1965 – juntou-se aquele da causa de canonização. A preparação dela e a de João XXIII foi anunciada justamente naquele ano pelo próprio Montini no concilio, na tentativa de combater a contraposição dos dois antecessores e, assim, o uso instrumental das suas figuras, tornadas quase símbolos e bandeiras de tendências opostas do catolicismo.
Após meio século da morte de Pio XII (9 de outubro de 1958) e passados setenta anos da sua eleição (2 de março de 1939) parece, no entanto, formar-se um novo consenso historiográfico sobre a relevância histórica da figura e do pontificado de Eugenio Pacelli, o último papa romano. A questo reconhecimento quis contribuir «L’Osservatore Romano» publicando uma série de textos e contribuições de históricos e teólogos, judeus e católicos, aqui reelaborados e reunidos junto com as intervenções de Bento XVI e do seu secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone. Raciocinando sobre o caso Pio XII, Paolo Mieli mostrou a inconsistência da «lenda negra» e disse estar convicto de que os próprios historiadores reconhecerão a importância e a grandeza de Pacelli. Andrea Riccardi sintetizou a formação e a carreira do futuro papa e reconstruiu o significado do seu pontificado. A sensibilidade do ensinamento teológico de Pio XII diante da modernidade e a sua incidência no catolicismo seguinte foram ressaltadas por Rino Fisichella. E pelos discursos do papa Gianfranco Ravasi fez aparecer o seu mundo cultural. Póstuma, a comovente evocação de Saul Israel – escrita na época da devastadora tempestade que atingiu o povo judeu, na frágil proteção de um convento romano – exprime a realidade mais profunda da proximidade e da amizade entre judeus e cristãos, mas principalmente a fé no único Senhor que abençoa e protege todos, «sob as asas onde a vida não teve início e não nunca terá fim». (Giovanni Maria Vian) (Agência Fides 9/6/2009).
Fonte: Agência Fides.
“Anjos e demônios” demonstra interesse pela Igreja
Entrevista com o Pe. John Wauck
Por Jesús Colina
ROMA, quinta-feira, 14 de maio de 2009 (ZENIT.org).- O filme Anjos e Demônios, apesar de seus incríveis erros baseados na novela de Dan Brown, mostra o enorme interesse que a Igreja Católica suscita, considera um sacerdote que possui um dos blogs mais populares sobre “O Código Da Vinci”.
O Pe. John Wauck, da prelazia pessoal do Opus Dei, nascido em Chicago, professor de literatura e comunicação da fé na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, estudou história da literatura na Universidade de Harvard.
Nesta entrevista concedida a Zenit, ele constata um dado irrefutável sobre este interesse pela Igreja: nunca houve tantos peregrinos em Roma como nos últimos anos.
– Você acha que Dan Brown tem alguma espécie de fixação com a Igreja?
– Pe. Wauck: Às vezes eu me pergunto o que faria Dan Brown sem a Igreja Católica. Quase tudo o que existe de interesse em suas novelas tem relação com o catolicismo. Certamente, não são os seus personagens fictícios nem os diálogos ortopédicos que atraem as pessoas. Isso explica que o principal efeito do “Código Da Vinci” não tenha sido uma diminuição da prática ou das crenças religiosas, e sim um claro aumento do turismo a Roma… e ao Louvre.
A fórmula de Dan Brown para vender livros é oferecer um coquetel de história, arte, religião e mistério; e parece que há um único lugar no mundo atual onde é capaz de encontrar todas essas coisas juntas: em Roma, na Igreja Católica.
Se a história, a beleza e os mistérios sagrados o atraem, também deve atraí-lo a Igreja. Se você se coloca na Praça de São Pedro, em Roma, a poucos metros verá uma necrópole romana, um obelisco egípcio trazido a Roma por Calígula, o túmulo de São Pedro, o lugar do atentado ao seu sucessor João Paulo II, a abóbada da Capela Sistina e a Pietà de Miguelangelo, as Estâncias de Rafael, o baldaquino de Bernini, a maior basílica do mundo e peregrinos procedentes do mundo inteiro. E não se trata de um museu; é uma realidade viva que nos coloca em contato direto com 20 séculos de história, desde a antiguidade até nossos dias. Que mais pode pedir um novelista como Dan Brown? Certamente, é difícil encontrar algo semelhante na América suburbana, onde a maioria dos seus leitores mora.
Isto é, se Dan Brown parece fascinado pela Igreja, é preciso reconhecer que não é o único: em Roma existe agora mais peregrinos que nunca. Eles vêm para ver a cidade e para ouvir Bento XVI. E seu interesse não é mera coincidência. Este ano, na Páscoa, 150 mil adultos foram recebidos na Igreja Católica no meu país, Estados Unidos.
– Você acha que a decisão do Vaticano de não permitir filmagens nas igrejas de Roma representa um trato desfavorável com relação aos produtores?
– Pe. Wauck: Moro em Roma desde os 14 anos e nunca vi uma equipe de filmagens de Hollywood em uma igreja. Como regra geral, não se fazem filmes comerciais, sejam ou não piedosos, nas igrejas de Roma. Não se poderia filmar nem sequer “Os 10 mandamentos”. Naturalmente, não haveria por que fazer uma exceção com “Anjos e Demônios”. O trato que este filme recebeu foi o mesmo que se dá a qualquer outro. O resto são historietas do departamento de marketing do filme.
– “Anjos e demônios” pressupõe uma hostilidade natural entre a fé cristã e a ciência moderna. O que você opina sobre isso?
– Pe. Wauck: É relativamente fácil advertir que grande parte da melhor arte do mundo ocidental – música, pintura, literatura, arquitetura –é produto de uma cultura cristã: foi inspirada frequentemente pela fé, quando não diretamente solicitada pela Igreja. Isso parece óbvio. Pois bem, algo similar acontece com a ciência, só que é mais difícil perceber isso.
Pense, por exemplo, nas universidades, que são uma invenção da Igreja. Pense em Copérnico, que era um clérigo católico e que dedicou seu livro sobre o heliocentrismo ao Papa. O calendário que usamos é chamado de calendário gregoriano, pois foi promulgado por um Papa, Gregório XIII, que fez os astrônomos e matemáticos mais destacados da sua época trabalharem nisso. O próprio Galileu sempre foi um católico devoto e suas duas filhas foram freiras. Um dos maiores astrônomos italianos do século XIX foi um sacerdote jesuíta, Ângelo Secchi. O pai da genética moderna, Gregor Mendel, era um monge católico. O autor da teoria do “Big Bang” foi um sacerdote belga, Georges Lemaitre.
Em definitivo, a ideia de que há certa tensão natural entre a ciência e a Igreja,entre a razão e a fé, não tem sentido. Hoje, as pessoas, quando ouvem falar de “ciência” e “Igreja”, pensam imediatamente no processo de Galileu no século XVII. Mas uma percepção mais ampla das coisas obriga a ver este caso tão complicado – frequentemente distorcido por certa propaganda anticatólica – como uma manifesta exceção. Se os críticos da Igreja sempre o trazem à tona, é por um motivo: porque é a única coisa à qual podem se referir. Ou seja, quando ouvimos falar de “ciência” e “Igreja”, deveríamos pensar em Copérnico, Secchi, Mendel e Lemaitre: são estes os casos representativos. Não o é, no entanto, o processo de Galileu.
– Há algum aspecto do livro que tenha lhe parecido interessante?
– Pe. Wauck: Sim. Há uma passagem da novela na qual o heroi, o professor Langdon, da Universidade de Harvard, encontra-se na frente da basílica de São Pedro e os pensamentos que povoam sua mente neste momento – na novela, ele é a voz da autoridade científica – parecem realmente o comercial do catolicismo.
Dá a impressão de que estamos lendo o Catecismo da Igreja Católica, ao invés da novela de Dan Brown. A passagem é esta: “Pedro é a pedra. A fé de Pedro em Deus foi tão firme, que Jesus o chamou de ‘a pedra’, o discípulo incomovível sobre cujos ombros Jesus construiria sua Igreja. Neste lugar, pensou Langdon, na colina do Vaticano, Pedro havia sido crucificado e enterrado. Os primeiros cristãos construíram um pequeno santuário sobre o seu túmulo. À medida que o cristianismo se estendeu, o santuário cresceu, passo a passo, até converter-se nesta basílica colossal. Toda a fé católica havia sido levantada, literalmente, sobre São Pedro. A pedra” (“Anjos e demônios”, cap. 118).
Não daria para fazer um anúncio publicitário gigante no Times Square, mas não está mal.
– Você não acha que com esta entrevista estamos promovendo gratuitamente o filme?
– Pe. Wauck: Quem está promovendo quem? Esta é a questão. Possivelmente, há publicidade nas duas direções, mas se consideramos o tempo, as energias e os milhões de dólares empregados na produção e promoção deste filme, eu diria que nós estamos levando a melhor parte. Isto é, que talvez Deus esteja se servindo de Hollywood para atrair a atenção de alguns sobre as riquezas da fé e da cultura católicas.
Dito isso, devo acrescentar que não tenho a intenção de gastar meu tempo e meu dinheiro vendo este filme, As resenhas do filme “O Código Da Vinci”, feito pela mesma equipe, foram suficientemente sarcásticas como para podermos economizar a visão deste.
JORNADA CRISTÃ entrevista Dra. Alice Teixeira: “Aborto em seguida a um estupro é uma segunda violência”
Frente à ofensiva abortista que tomou grande ímpeto com o triste caso da menina de Alagoinha (PE), abusada sexualmente pelo padrasto e, grávida de gêmeos, foi submetida a um aborto, procurei para esclarecimentos a Dra. Alice Teixeira, médica e professora do Departamento de Biofísica na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde ministra aulas de Bioética. Militante pró-vida, com experiência de mais de quarenta anos na medicina, é Doutora em Biologia Molecular pela Escola Paulista de Medicina em 1971, com Pós-Doutorado na Research Division of Cleveland Clinic Foundation, Cleveland, Ohio, Estados Unidos em 1972.
Eu aconselharia a assitir o vídeo “O Grito Silencioso” para ver que mesmo o aborto por aspiração a vácuo é uma ação mais violenta que o próprio estupro. O aborto químico com cytac e RDU pode induzir hemorragias perigosas e difíceis de controlar
Dra. Alice participa ativamente do movimento pela vida em nosso país, tendo publicado artigos a respeito da proposta de legalização do aborto e da pesquisa com células-tronco embrionárias, salientando o momento da concepção como início da vida de um indivíduo humano. Gentilmente, a professora concedeu-me a seguinte entrevista, através de email:
JORNADA CRISTÃ: Nesse episódio de Alagoinha, falou-se muito na interferência da Igreja em um assunto que, em tese, pertenceria apenas ao estado, repetindo-se continuamente o jargão “estado laico”. A imprensa em geral criticou a atitude do bispo Dom José Cardoso, que anunciou publicamente a excomunhão de todos os envolvidos na prática do aborto – exceto a menina. O que a senhora pensa a respeito?
Dra. Alice: Sociedade laica significa que tem liberdade religiosa, e não que se trata de sociedade ateia, além do mais tem muito ateu que é contra o aborto. Quanto à excomunhão automática, só é excomungado quem se diz católico. Ora, as “católicas pelo direito de decidir”, ao apoiar o aborto, estão todas automaticamente excomungadas, ou seja, são as “excomungadas pelo direito de decidir”, e devem reconhecer isto não usando o nome de católicas em vão. Mas não tem problema, caso se arrependam sinceramente serão acolhidas pela Igreja. Por isto, rezamos e pedimos a Deus que elas se arrependam. Atualmente, não entendo como o termo “excomunhão” causa tal impacto. Afinal, se eu pertencer a uma associação qualquer e desrespeitar alguma de suas normas eu sou desligada da mesma. Parece que há fatos que são proibidos de acontecer. Esta questão da excomunhão católica está parecendo o caso do Adriano, auto-excomungado do futebol.
JORNADA CRISTÃ: São numerosos os casos de gravidez em decorrência de estupro? Os casos têm aumentado ou diminuído nos últimos anos?
Dra. Alice: Estupro: nas favelas ou na miséria de nosso país, a mulher é vista como objeto sexual. Uma mulher deve sempre ter um homem, senão ela é de TODOS. Mesmo que seu amasio seja um pinguço vagabundo, ela tem de mantê-lo. Esses homens, geralmente chamados de “padastros”, usam sexualmente das filhas de suas mulheres com o consentimento das mesmas, pois elas querem manter seus homens. No nordeste é pior, pois as filhas, meninas ainda, são vendidas às “autoridades” que promovem a prostituição infantil.
Humberto Costa, quando ministro da saúde em 2005, facilitou a vida destes exploradores de mulheres ao introduzir a norma técnica de não ser necessário o boletim de ocorrência para se realizar o aborto em caso de estupro. Assim, fica difícil de se fazer uma pesquisa confiável sobre casos de estupro e dizer se aumentaram ou diminuiram. Vale qualquer número.
Sociedade laica significa que tem liberdade religiosa, e não que se trata de sociedade ateia
JORNADA CRISTÃ: É verdade que a maioria das mulheres que sofrem violência sexual e engravidam em decorrência disso imediatamente escolhem abortar?
Dra. Alice: Num levantamento feito em 2004 no nosso serviço de atendimento às mulheres que sofreram tal violência, 80% recusaram o aborto. Muitas delas ficaram satisfeitas com seus filhos e felizes por terem feito tal opção. Afinal, o aborto é uma segunda violência e não existe aborto seguro. Eu aconselharia a assitir o vídeo “O Grito Silencioso” para ver que mesmo o aborto por aspiração a vácuo é uma ação mais violenta que o próprio estupro. O aborto químico com cytac e RDU pode induzir hemorragias perigosas e difíceis de controlar.
JORNADA CRISTÃ: O aborto, em caso de estupro, é realmente um alívio psicológico?
Dra. Alice: Não é, pois neste caso se trata de uma segunda violência. Por outro lado, a mãe pode encaminhar a criança para a adoção, como fez a própria Jane Roe (Norma Mc Corvey, do processo Roe x Wade). Atualmente, ela é ativamente contra o aborto; diz que mentiu no processo, que não havia sido estuprada. Norma diz que “o aborto fere a mulher”. De acordo com ela, está longe de ser um alívio.
JORNADA CRISTÃ: Passado um prazo maior de tempo, como se comportam as mulheres violentadas que decidiram abortar seus bebês e as que decidiram seguir adiante com a gravidez? Existe algum acompanhamento? Existem pesquisas a respeito?
Dra. Alice: Da mesma forma que as feministas que defendem o aborto, temos também DVDs com testemunhos de mulheres que estão realizadas como mães por terem decidido pela vida de seus filhos. Quanto à adoção, no nosso serviço de Amparo Maternal à Mãe Solteira, nem todas dão seu filhos e tem-se uma fila de dois anos de espera.
Humberto Costa, quando ministro da saúde em 2005, facilitou a vida destes exploradores de mulheres ao introduzir a norma técnica de não ser necessário o boletim de ocorrência para se realizar o aborto em caso de estupro
JORNADA CRISTÃ: Uma criança concebida através de um estupro tem um comportamento diferente? Torna-se um trauma para a mãe e para a família? A senhora tem informações a respeito?
Dra. Alice: Não constitui trauma e frequentemente são bem recebidas. Doris Hipólito, diretora da Associação Nacional das Mulheres pela Vida, que trabalha em prol de mulheres pobres da Baixada Fluminense, pode lhe dar testemunho e provas do que afirmo. Estas são as verdadeiras feministas, que exigem do SUS tratamento digno das mulheres e de seus filhos. Em 16 anos, 1920 mulheres foram dissuadidas de praticarem o aborto por esta Associação, que também lhes dá cursos profissionalizantes para melhor poderem cuidar de suas familias. Não tem ajuda de governo e nem dos dólares que as ONGs abortistas recebem para promover o aborto no Brasil.
JORNADA CRISTÃ: A criança de Alagoinha tinha condições físicas de levar sua gravidez adiante ou realmente corria sérios riscos de vida? Ela corria riscos com o procedimento abortivo? Como poderia ser realizado um parto em uma menina de 9 anos grávida de gêmeos?
Dra. Alice: A menina de Alagoinha foi utilizada como engôdo pelas abortistas, que usaram-na para promover o aborto no pais. Os médicos do Instituto da Infância de Pernambuco pretendiam dar seguimento à gestação e também o amparo necessário à menina. Ela acabou sendo seqüestrada pela assistente social e levada para a ONG Curumin para realizar o aborto sob a pressão de que corria risco de vida. Pai e mãe foram pressionados para aceitar tal fato e não permitiram acesso a vozes contrárias, pois se tratava de uma ótima oportunidade de comover o pais e tornar a opinião pública favorável ao aborto.
JORNADA CRISTÃ: Psicologicamente, o aborto foi o melhor para a menina? Por que ela deveria levar a gravidez adiante?
Dra. Alice: Não sabemos. Mas o abortamento foi complicado, pois os gêmeos não saíram em seqüência e se relata grande hemorragia. Correu maior risco de vida do que se fosse a gestação acompanhada pelos médicos do IAMP. Na mesma época, surgiu o caso da menina de 11 anos do Rio Grande do Sul grávida e que se negou a fazer o abortamento. Devidamente acompanhada, a menina de Alagoinha poderia levar a gravidez adiante.
Dra. Elizabeth Cerqueira, de Jacareí, já fez parto em menina de 10 anos. Podemos ficar chocados, mas um nordestino, da estirpe dos “coronéis”, nos disse alguns dias atrás, comentando o fato de Alagoinha: “A menina que já menstruou já é mulher, está pronta para o uso. Afinal a gente já não cruza a cadela em seu primeiro cio, apesar de estar jovenzinha?” Como já disse, isto é da nossa cultura; perversa, mas nossa.
JORNADA CRISTÃ: Quais as conseqüências de um aborto para a mulher, a curto e longo prazos? O estupro serve para justificar um aborto? Dos pontos de vista psicológico e fisiológico: é melhor para a mulher que foi violentada ter o bebê ou abortá-lo?
Dra. Alice: Uma mulher, quando grávida, é fisiologicamente preparada para a maternidade por uma variedade de hormônios. O aborto é uma interrupção abrupta dessas alterações e produz um grande impacto. Costumam comparar com a retirada de um computador ligado da tomada. A reação psicológica também é desastrosa. No Japão, onde já foram realizados milhões de abortos desde 1945, testemunhei em Tokio, num templo cheio de budistas, num dia de festa, centenas de mulheres, muitas em pranto, trocando os babadores vermelhos destas estátuas que representam seus filhos abortados, colocando doces e brinquedos, dizendo: “Perdão, pois não deixei você brincar com este brinquedos. Perdão, pois não deixei você comer estes doces gostosos”. Se isto não for amargo arrependimento, não sei classificá-lo.
Um nordestino, da estirpe dos “coronéis”, nos disse alguns dias atrás, comentando o fato de Alagoinha: “A menina que já menstruou já é mulher, está pronta para o uso. Afinal a gente já não cruza a cadela em seu primeiro cio, apesar de estar jovenzinha?” Como já disse, isto é da nossa cultura; perversa, mas nossa
JORNADA CRISTÃ: Gostaria de pedir a sra. que desse detalhes sobre a pesquisa da UNIFESP, onde segundo a sra. afirmou, “verificou-se que 80% destas mulheres grávidas por estupro se recusaram a abortar, e estão contentes com os filhos, enquanto que as 20% que realizaram o aborto estão arrependidas.”
Dra. Alice: Foi uma pesquisa feita por um dos nossos alunos do Curso Biomédico, em 2004, por iniciativa própria. Ele estava em dúvida se o aborto em caso de estupro era aceitável ou não. Ele foi ao nosso serviço e fez o levantamento por conta própria. Este serviço é controlado por abortistas da nossa universidade, de modo que não permitirão a publicação destes dados nunca. No caso de Perola Byington também se tem o predomínio dos abortistas, começando pelo seu diretor, Dr. Jefferson, que proíbe aos seus residentes, ao fazerem o ultra-som das gestantes de estupro, mostrarem as imagens de seus filhos, tais como o coração batendo, o pezinho, os dedinhos da mão, etc., pois as mães desistem imediatamente do abortamento. De modo que está totalmente distorcido o discurso abortista.
Mais de 100 rabinos darão boas-vindas ao Papa com página de jornal
Por ocasião de sua visita à Terra Santa
JERUSALÉM, domingo, 3 de maio de 2009 (ZENIT.org).- Mais de 100 rabinos das diferentes denominações assinarão uma mensagem que será publicada em uma página do jornal israelense Ha’Arezt para dar as boas-vindas a Bento XVI à Terra Santa e impulsionar o diálogo entre judeus e cristãos.
Trata-se de uma iniciativa que foi promovida pelo rabino Jack Bemporad, diretor do Centro para a Compreensão Inter-religiosa (www.faithindialogue.org), em New Jersey (Estados Unidos) e membro da International Foundation for Interreligious and Intercultural Education (www.ifiie.org), segundo informam a Zenit os presidentes desta instituição, Adalberta e Armando Bernardini.
De 8 a 15 de maio, Bento XVI visitará a Terra Santa, Jordânia, Israel e os Territórios Palestinos, em uma visita qualificada pelo governo de Israel como «ponte para a paz».
A mensagem dos rabinos tem como título «Unidos em nossa era», inspirando-se no título de Nostra Aetate, a declaração do Concílio Vaticano II publicada em 28 de outubro de 1965 que transformou as relações entre judeus e católicos.
Em particular, citam o número 4 do documento, quando diz: «Sendo assim tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos».
Dirigindo-se diretamente ao Papa, a página publicada por Ha’Arezt explicará: «Com este espírito, nós, rabinos e líderes judeus, damos cordialmente as boas-vindas a Sua Santidade e à sua missão de paz em Israel. Com uma só voz, estamos unidos em nosso compromisso a favor do diálogo inter-religioso, da abertura de mais caminhos para aumentar o entendimento e para reconhecer e reforçar continuamente a importante relação que existe no mundo inteiro entre católicos e judeus».
«E onde melhor que na Terra Santa de Israel é possível reafirmar esta relação, um lugar que as duas religiões consideram como uma herança comum?», acrescenta o texto assinado pelos rabinos.
Fonte: Zenit.
Por que se “desbatizar”?
Por Claudio de Cicco.
Li no jornal “O Estado de S.Paulo” do dia 13.04.2009, pág. A-14, que, na Argentina, algumas ONGs estão propondo um “desbatismo” coletivo para as pessoas que foram batizadas quando eram bebês na Igreja Católica e não desejam mais participar oficialmente dela, já que são atéias, agnósticas ou genericamente religiosas, mas indiferentes aos preceitos católicos. O movimento denominado “No em mi nombre”, ou seja, “Não em meu nome”, propõe aos argentinos que não se consideram mais católicos que enviem cartas aos bispos das cidades em que foram batizados para que “conste oficialmente dos registros da Igreja que não integram mais o rebanho”. Informa ainda o referido periódico que os ateus constituem um grupo em rápido crescimento naquele país, congregando 11,3 % da população.
Infelizmente, parece não se tratar de uma brincadeira de mau gosto, mas de um claro desejo de renegar o próprio Batismo. Inúmeras pessoas se proclamam “católicos não-praticantes” ou “católicos sem convicção”, mas, mesmo em tais casos, ninguém clara e abertamente deseja anular o ato que, quando recém-nascidos, as ligou à Igreja Católica. Portanto, trata-se de algo novo e radical, um repúdio público e notório do próprio Batismo.
Passado o primeiro choque, reparamos, no entanto, em algo curioso: se este ato coletivo de “desbatismo” provém do número crescente de ateus e agnósticos na Argentina, por que – supondo-se que o ateu não acredita em Deus, nem em Jesus Cristo, nem na Igreja Católica – formalizar o repúdio de algo que em sua descrença não existiu? Por que anular um ato em que nossos padrinhos, em nosso nome e para nosso benefício, renunciaram ao diabo, a suas pompas e obras? A menos que sejam pessoas que sabem o que significa o sacramento do Batismo e que se sentem incomodadas por terem sido batizadas, quer dizer não atéias propriamente.
Se for este, como parece, o caso, pode-se perguntar por que não querer estar unido a Alguém que passou pela Terra fazendo o bem, não ergueu a mão senão para curar, por que não querer nada com Jesus Cristo? Por que se desligarem oficialmente da Igreja, cujos Bispos são a continuidade histórica dos Apóstolos de Jesus? Quererão por acaso renegar a Cristo e voltar à servidão do Antagonista? Por que se desligarem de algo que não existe, se são ateus e incrédulos? Ou será que se esqueceram de que foi a Igreja Católica que acabou com a escravidão generalizada em todos os países pagãos da Antiguidade, que deu à mulher uma dignidade que as leis não lhe reconheciam, considerando-a mero objeto de prazer do homem? Que foi a Igreja que, cumprindo o mandato de seu Fundador, batizou e civilizou os bárbaros e construiu a Europa que hoje conhecemos? Então, me desculpem, mas não são ateus, nem agnósticos, pois para o ateu como para o agnóstico tudo isso não tem valor algum.
Por que não desejam mais que a Igreja aja em seu nome, “Não em meu nome”? Quando a Igreja faz campanha de agasalho aos pobres, recruta missionários para cuidar dos doentes, jovens para acolherem em creches e abrigos as crianças abandonadas por seus próprios pais? Por que não quererem os adeptos do “desbatismo” ter nenhuma participação nisso?
A que ponto chegamos! O desligamento da Igreja Católica sempre foi considerado uma terrível punição: os maiores potentados da História o temiam. Henrique IV, Imperador da Alemanha, esperou uma noite inteira na neve, rente às muralhas do castelo de Canossa, para que o papa São Gregório VII levantasse a excomunhão que sobre ele pesava. Na Inglaterra, o fato de ter excomungado um barão normando, amigo do rei Henrique II da Inglaterra, pela morte de um padre, levou o Arcebispo de Cantuária, São Tomás Becket a ser martirizado em sua própria catedral…. Então tudo isso é perda de tempo? O que diriam os adeptos do “desbatismo”?
Conta-se do célebre romancista francês J.K. Huysmans que ele passou a acreditar na presença de Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, quando, convidado por conhecidos metidos a esotéricos, assistiu a uma “missa negra”, celebrada por um padre apóstata. Tais foram os insultos e obscenidades que viu, praticadas contra a hóstia que concluiu: “Deve ser mesmo o Corpo de Cristo, senão eles não perderiam tanto tempo com uma simples rodela de pão!” E se converteu ao Catolicismo, escrevendo livros edificantes como “A Catedral”.
De quem virá a ordem “Ide e desbatizai”? Certamente daquele Príncipe deste mundo, seguido por aqueles infelizes que, na dura expressão de São Pedro Apóstolo, “como cães voltaram ao seu vomito.” (II Pedro, 2,22).
Jesus, no entanto, disse a seus discípulos, com infinito amor: “Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” (Mt, 28,19). De Huysmans, podemos tirar uma grande lição: nosso Batismo vale muito, pois nos marca com o sinal do Filho de Deus.
Fonte: Catolicanet.
Sexo sem conseqüências, mundo sem compromisso
Um mundo moldado pela contracepção está longe de ser favorável ao casamento e à família.
A 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou um documento, Humanae Vitae, em que se declarava que a pílula era incompatível com a moral católica. Teria esse fato conduzido a sua Igreja a décadas de irrelevância moral ou feito da Igreja um farol de clareza moral? Nesta entrevista, publicada originalmente no site MercatorNet, o filósofo norte-americano Christopher Tollefsen disseca do ponto de vista moral o movimento em favor dos anticoncepcionais.
MercatorNet: Recentemente, você escreveu sobre a fertilização in vitro (FIV) e outras técnicas similares que separam o sexo da reprodução, sobre os problemas éticos e as profundas implicações para o homem que elas têm. Mas gostaria que voltássemos um pouco no tempo para tratar da primeira tecnologia a separar o sexo da reprodução – os contraceptivos, especialmente a pílula, um produto eficaz e produzido em massa. Esses dois desenvolvimentos tecnológicos do século XX estão relacionados? Podemos dizer que um levou ao outro?
Christopher Tollefsen: São como os dois lados da mesma moeda. A sexualidade e a procriação, quando unidas no casamento, são as duas facetas de um bem grande e realizador, e ambas aperfeiçoam a vida dos cônjuges. Ao mesmo tempo, trazem consigo responsabilidades significativas, como todos os bens: não nos é fácil para praticar a virtude da castidade, dentro e fora do matrimônio, nem estar abertos ao dom de uma nova vida como fruto natural do amor entre os esposos.
A pílula permite que nos livremos da carga que supõe a conexão da sexualidade tanto com o matrimônio como com os filhos. Teremos as crianças de acordo com as nossas regras agora – talvez num casamento, talvez não. E a conseqüência lógica disso é que a FIV nos permite controlar mais e melhor a procriação. Em alguns casos, a FIV constitui uma reposta compreensível, embora eu a julgue errada, à incapacidade de conceber de alguns casais. Acontece que cada vez mais tem sido usada para garantir que teremos os tipos de filhos que quisermos, filhos livres de alguma doença, por exemplo, ou dotados de certos atributos que outros não têm.
Infelizmente, tanto a contracepção como a reprodução assistida são hoje vistas não apenas como coisas aceitáveis, mas como obrigações morais. Em última análise, penso que o assunto tem a ver com a nossa recusa em aceitar qualquer coisa que escape totalmente ao nosso controle – não é atrativo encarar a vida humana e a sexualidade como dons, porque isso revelaria que não somos os autores integrais da nossa própria existência. E, tristemente, a nossa resposta ao sofrimento, mesmo o sofrimento da esterilidade, segue essa mesma linha. O sofrimento é inteiramente um mal e deve ser rejeitado precisamente por estar fora do nosso controle, por ser uma ameaça à nossa “divindade” (a nossa descrição do sofrimento como algo “gratuito” também traz o caráter de algo que não escolhemos). Mas o cristianismo sempre ofereceu uma resposta redentora para os nossos sofrimentos ao ligá-los com os sofrimentos de Alguém que, sendo Deus, assumiu a forma de escravo.
MercatorNet: Houve uma reação negativa generalizada, entre os católicos inclusive, quando o Papa Paulo VI publicou a sua encíclica sobre a vida humana – Humanae Vitae – em que explicava por que a contracepção (diferentemente da abstinência periódica) era inaceitável do ponto de vista teológico e mesmo do ponto de vista meramente humano. A reação foi surpreendente, pois havia então apenas uns dez anos que a pílula estava disponível. Evidentemente, já devia estar em curso há algum tempo uma mudança de atitudes. Quais foram os antecedentes filosóficos dessa típica “revolta de 1968”?
Tollefsen: Com certeza, a aceitação geral de uma mentalidade utilitarista ou conseqüencialista, tanto na filosofia como na cultura política, contribuiu muito para essa revolta. A visão de que conseqüências boas podem tornar corretas ou mesmo obrigatórias algumas ações serviu de desculpa para muitos teólogos que afirmavam não existirem absolutos morais e que a moral sexual e reprodutiva precisava levar em conta o bem integral dos casais, unidos ou não pelo matrimônio. Só que essa é uma visão das coisas pelo avesso. Como disse o Papa João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, os mandamentos estão para proteger os bens e o desenvolvimento do homem, e isso vale também para o ensinamento da Igreja acerca da contracepção.
MercatorNet: Sexo antes do casamento, uniões livres em vez de matrimônio, infidelidade conjugal, aumento nas taxas de divórcio: esses e outros males foram todos atribuídos à contracepção. Não seria simplificar demais as coisas? Seria a chamada mentalidade contraceptiva assim tão fundamental na determinação das tendências da sociedade contemporânea?
Tollefsen: É difícil menosprezar o profundo impacto que a contracepção teve na sociedade, embora não se possa dizer que há sempre uma relação direta de causa e efeito; não queremos dizer, por exemplo, que os casamentos vão fracassar porque as pessoas tomam anticoncepcionais. Mas a contracepção possibilita um mundo em que a castidade pré-conjugal deixa de ser necessária, o que por sua vez cria um mundo em que a castidade conjugal também é mais difícil. Cria-se um mundo em que há uma tremenda pressão em ambos os esposos para que se dediquem ao trabalho e adiem os filhos, o que faz surgir mais tensões na família. Além disso, parece bem plausível que a idéia de que temos o direito de satisfazer irrestritamente os nossos desejos sexuais teve um papel considerável no crescimento da indústria pornográfica, que causou sérios danos à família. Assim, o resultado final de um mundo amplamente moldado pela contracepção é um mundo bem pouco amistoso para com o casamento e a família.
MercatorNet: O conceito de “planejamento familiar” já se tornou popular na sociedade. Você acha esse termo problemático? O termo “paternidade responsável”, que é o empregado pela Igreja Católica, é melhor? Por quê?
Tollefsen: Bem, um dos problemas é que “planejamento familiar” quase sempre é um eufemismo para aborto sob demanda. E sem dúvida a idéia de “planejamento” pode parecer demasiado técnica, como é patente em diversas formas de reprodução assistida. Mas acho que também seria um erro deixar de lado a idéia acima mencionada, que a sexualidade e a procriação implicam responsabilidades; os casais podem ter motivos de peso para espaçar os filhos ou evitar a concepção por um certo tempo. Assim, o termo “paternidade responsável” parece dar uma boa noção daquilo a que um casal está chamado a viver.
MercatorNet: Uma das afirmações mais controversas acerca da contracepção é que ela conduz à difusão do aborto. Muitas pessoas conscienciosas ficam zangadas e estarrecidas diante de tal afirmação, mas será que não se estão enganando a si próprias?
Tollefsen: Receio que sim. A contracepção possibilitou algo que muitos seres humanos sempre desejaram: sexo sem conseqüências. Antes do século XX, as conseqüências do sexo fora do casamento eram geralmente a gravidez, de vez em quando alguma doença e quase sempre uma reputação bastante rebaixada. Mas a tecnologia contraceptiva diminui a ocorrência da primeira e da terceira conseqüências… até certo ponto, claro. Não elimina completamente a possibilidade de gravidez; assim, o sexo sem conseqüências, mesmo com o uso generalizado de contraceptivos, permanece inatingível se não se tem acesso ao aborto. Por isso, parece-me natural que uma pessoa pró-vida que se opõe ao aborto passe a ser uma pessoa pró-vida que propõe a castidade dentro e fora do casamento.
MercatorNet: Algumas pessoas não vêem diferença entre a contracepção e as técnicas naturais para o controle da fertilidade – o chamado planejamento familiar natural -, uma vez que a finalidade desejada é a mesma: “nada de bebês desta vez”. Há diferença moral ou filosófica entre essas duas coisas?
Tollefsen: Contracepção significa: não querer bebês e garantir que a concepção não vai acontecer. Essa decisão de prevenir um eventual bebê parece-me contrária à vida humana. Por outro lado, os esposos claramente não têm a obrigação de ter relações em todas as ocasiões possíveis, e têm vários bons motivos para se absterem algumas vezes. Durante o período fértil, o efeito da abstinência é às vezes desejável, de maneira que a abstinência é permissível. Isso é bem diferente de optar por evitar absolutamente a concepção de um bebê.
MercatorNet: Afirmar que o uso da pílula é antiético é ir contracorrente. Você teria umas palavras bem redondas para fazer as pessoas pensarem no assunto?
Tollefsen: Acho que as pessoas deveriam perguntar-se se o mundo tornado possível pela pílula – um mundo em que as relações sexuais não implicam compromisso numa união permanente e exclusiva com a esperança de filhos, e em que o casamento é quase sempre visto como uma parceria para o aumento do patrimônio e do status, sendo as crianças um item opcional -, se esse mundo as fez mais felizes, ou fez mais felizes os seus amigos e parentes. Uma resposta honesta a essa pergunta provavelmente as deixaria surpresas.
Fonte: Quadrante. Para ler a entrevista no original em inglês, clique aqui.
Escândalo: PUC Minas promove homossexualismo em curso de extensão
O documento “Presença da Igreja na Universidade e na cultura universitária“, elaborado pela Congregação da Educação Católica, diz logo em sua nota preliminar:
A Universidade e, dum modo geral, a cultura universitária constituem uma realidade de importância decisiva. Estão em causa questões vitais neste campo e as profundas mudanças culturais com consequências desconcertantes suscitam novos desafios. A Igreja deve tê-los em conta na sua missão de anunciar o Evangelho.
Infelizmente, não é isso o que acontece.
Aqui em Belo Horizonte, a PUC Minas, através de sua Pró-reitoria de Extensão, está promovendo o curso “Direito à Diferença” a ser realizado em sábados, nos meses de abril e maio. Um dos objetivos do curso, voltado principalmente para professores de ensino fundamental e médio é o de “Fornecer subsídios teóricos para a elaboração de métodos e técnicas de intervenção voltadas para o reconhecimento do direito à diversidade e diferença“.
Um dos módulos do curso trata do assunto “Representações sobre gênero e orientação sexual: ‘Mitos’ e ‘Verdades’“. É claro que o curso tem como objetivo promover a ideologia gayzista, servindo de fachada para o pleno exercício, em uma universidade católica, do ativismo homossexual. Trata-se de enfiar na cabeça dos professores, à força, para que depois eles enfiem na cabeça das crianças, sob o eufemismo “educação”, a noção de que o comportamento homossexual é natural e deve ser considerado legítimo – pior ainda: que todas as vozes dissonantes em relação a esse ponto de vista devem ser caladas e a oposição ao homossexualismo deve ser criminalizada. Isso está acontecendo em uma instituição universitária católica, que deveria estar promovendo os valores do evangelho, mas contribui para a realização da agenda dos movimentos ativistas homossexuais.
A Igreja acolhe o homossexual com caridade e amor, mas condena veementemente o homossexualismo. Legitimar esse modo de vida, gravíssimo pecado contra a castidade, é algo contrário aos princípios do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, princípios esses que a PUC estará traindo ao promover esse infame curso. A promoção de um suposto “direito à diferença” significa “direito ao pecado”, algo inaceitável para a moral cristã.
O Grão-Chanceler da instituição, Dom Walmor Oliveira, está ciente sobre a realização deste cursto? Sua Excelência Reverendíssima percebe a gravidade do que está para ocorrer? O Reitor Dom Joaquim Giovani não está a par deste descalabro? Nossas insignes autoridades eclesiásticas não podem se omitir!
Então nós, católicos, temos que agüentar calados a doutrinação homossexual até mesmo em uma instituição católica, com a anuência de nossos pastores?
Para entrar em contato com a Arquidiocese de Belo Horizonte e manifestar seu desacordo com a promoção do homossexualismo em plena PUC Minas, envie seu email para o arcebispo Dom Walmor (arcebispobh@arquidiocesebh.org.br), para a PUC Minas (secretariageral@pucminas.br) e o Reitor Dom Joaquim Giovani (dommol@arquidiocesebh.org.br).
Notícias que não saem no jornal: bispos indianos pedem à mídia que respeite Papa
«Um dos maiores intelectuais dos tempos modernos»
NOVA DÉLI, sexta-feira, 27 de março de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos católicos da Índia – de todos os ritos – pediram à mídia do mundo inteiro que respeite o Papa, segundo informou ontem Eglises d’Asie (EDA), a agência das missões Exteriores de Paris (MEP).
Os prelados afirmam que Bento XVI «é um dos maiores intelectuais dos tempos modernos», e destacam sua lucidez nas questões morais e sociais.
Durante a viagem de Bento XVI à África, os meios de comunicação indianos reproduziram amplamente a seus colegas estrangeiros, afirmando que o Papa «está totalmente fora do mundo real», a propósito de suas declarações sobre o preservativo, que segundo ele não é a única resposta à AIDS.
Uma das fontes citadas foi a célebre revista americana Foreign Policy, que incluiu o Papa na lista das «13 piores personalidades do planeta»; a revista cita igualmente a mídia britânica, afirmando que uma pessoa no Vaticano havia qualificado o pontificado de Bento XVI como «catastrófico».
Na quarta-feira, 25 de março, o porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CBCI), Babu Joseph, afirmou que estes fatos são «inqualificáveis».
A CBCI publicou em 24 de março passado um comunicado no qual considera «gravemente irresponsáveis e infames» estas afirmações sobre o chefe da Igreja Católica, «amado e respeitado no mundo inteiro».
No comunicado, assinado pelo secretário-geral da Conferência, Dom Stanislaus Fernandes, arcebispo de Gandhinagar, os bispos recordam que a comunidade internacional havia escutado com respeito suas declarações sobre a recessão econômica e o terrorismo.
Os bispos pedem aos católicos de todo o mundo que respeitem os ensinamentos do Papa. «Ele convida o mundo inteiro a seguir adiante, com o Espírito de Deus, para construir uma sociedade fundada nos valores morais e no respeito à vida».
«Este é o papel moral do Papa, dirigir e guiar as consciências, da humanidade em geral e dos católicos em particular.»
O Papa Bento XVI «é um dos maiores intelectuais dos tempos modernos e está perfeitamente informado sobre as tendências atuais que mostram a degradação moral da humanidade», afirma a declaração.
O texto dos bispos conclui pedindo a católicos e a não católicos que «evitem fazer declarações não pensadas» contra o Papa, que «sempre trabalhou pela paz, a reconciliação, a fraternidade, a unidade e a atenção aos mais pobres e abandonados».
Fonte: Zenit.
Católicos e judeus devem estar juntos diante do islamismo
Por Will Heaven.
Pela primeira vez desde a morte do Papa João Paulo II, as relações entre católicos e judeus se tornaram hostis. O Papa Bento XVI, em um esforço para remediar um cisma de vinte anos na Igreja Católica, permitiu o retorno de um negador do holocausto a seu rebanho. Mas as opiniões de um bispo lunático devem encerrar o diálogo interreligioso? Certamente, não. Agora, mais que em qualquer outra época de nossa turbulenta história, católicos e judeus devem estar juntos contra a ameaça do islamismo.
O negador do holocausto, bispo Williamson, é, de qualquer maneira, um homem desagradável e ignorante. Apesar de ter estudado na Universidade de Cambridge, ele rejeita a existência das câmaras de gás nos campos de concentração nazistas. Fazendo isso, ele nega o holocausto como evento histórico, alegando que “apenas” 300 mil judeus pereceram.
Para os católicos romanos, essas opiniões são intoleráveis. O Papa expressou sua desaprovação com palavras as mais duras, dizendo a uma delegação de judeus norte-americanos: “o ódio que foi manifestado durante o holocausto foi um crime contra Deus e a humanidade. Este capítulo terrível de nossa história jamais poderá ser esquecido”. Ele acrescentou: “a humanidade inteira deve continuar a lamentar a selvagem brutalidade que se abateu sobre o povo judeu”.
Suas palavras foram de extrema importância, e o rabino David Rosen elogiou as condenações do Papa à negação do holocausto como “absolutamente inequívocas”. Mas a lentidão do Vaticano em responder aos protestos não pode escapar às críticas.
A mídia internacional, que mal tinha acabado de atacar a guerra de Israel contra o Hamas, decidiu “reequilibrar a balança”, incitando sentimentos de anti-catolicismo. Mas os patéticos conselheiros do Papa, que estava “desinformado” sobre o antissemitismo público de Williamson (apesar de o fato ter sido relatado na página principal do jornal The Catholic Herald, ano passado) não deram importância ao assunto. Depois de colocarem perigosamente em risco vinte anos de progresso nas relações entre católicos e judeus, eles deveriam ser afastados.
Quando João Paulo II morreu em 2005, sua morte foi lamentada não somente por católicos romanos, mas por judeus em todo o mundo. Durante seu pontificado de 26 anos, o polonês Karol Wojtyla transformou a maneira da Igreja Católica se relacionar com o povo judeu.
Ele foi o primeiro Papa desde os dias da Igreja primitiva a entrar em uma sinagoga, e foi figura chave para o estabelecimento de relações diplomáticas entre o Vaticano e Israel, em 1994. Ele publicamente admitiu a falha de muitos católicos em agir contra os nazistas, e pediu perdão por seu comportamento. Em 2000, durante sua visita a Israel, aos 79 anos, ele pessoalmente prestou homenagens às vítimas do holocausto em Yad Vashem, inclusive se encontrando com sobreviventes.
Mas quando confrontado com problemas internos de sua Igreja, o Papa Wojtyla não foi tão bem sucedido. No fim dos anos 80, ele falhou em conter a ruptura de um movimento tradicionalista com Roma. E apesar da ligação com o fundador da Sociedade São Pio X, quatro bispos foram ordenados em desafio às leis da Igreja, o que lhes colocou em excomunhão automática.
O atual papa – na época, cardeal Ratzinger – foi mandado para restaurar a ordem. Apesar das numerosas dificuldades, ele iniciou o longo processo de reconciliação e esforçou-se para trazer os bispos rebeldes e seus seguidores de volta à Roma. Durante seu mandato como papa, e particularmente desde que restaurou a liturgia católica tradicional, este processo avançou firme rumo a seu objetivo.
O levantamento das excomunhões foi um assunto interno que resultou, para óbvio pesar do papa, em conseqüências externas catastróficas. Embora nenhum dos quatro esteja autorizado a ensinar na Igreja, a cicatrização de uma fratura quase levou ao surgimento de outra. O papa e seus conselheiros incompetentes estiveram perto de causar um desastre nas relações entre católicos e judeus. O resultado disso poderia ser desastroso para os dois lados.
Em 2009, boas relações entre a Igreja Católica e o povo judeu são mais importantes que nunca. A maior ameaça à estabilidade de Israel vem do Irã, na mais rancorosa expressão do Islamismo. O Hamas, em Gaza e na Cisjordânia, e o Hizbullah, no Líbano, estão sob a influência do regime iraniano que não reconhece o direito de existência a Israel. E agora este regime está próximo de ser capaz de fabricar armas nucleares. Para os judeus, a ameça se torna cada vez mais real.
Para os políticos seculares ocidentais, o fundamentalismo religioso é um fenômeno estranho a eles. Quando o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad declarou em 2005 que Israel deveria deixar de existir, a descrença do então primeiro-ministro britânico Tony Blair era evidente: “nunca estive em uma situação de o presidente de um país dizer que quer eliminar outro”. Blair nunca esteve nem mesmo perto de entender as razões do ditador islâmico. Do mesmo modo, a União Européia propôs um manifesto que condenava o Irã por não ser “um membro da comunidade internacional maduro e responsável”.
A Igreja Católica entende muito bem que a ambição mórbida de Ahmadinejad não tem nada a ver com maturidade política. Antes da revolução islâmica de 1979, havia em torno de 250 mil católicos vivendo no Irã. Agora, há menos de 15 mil. A intolerância de um regime fanático provocou a debandada de vasto contingente de católicos do Irã. Trata-se da mesma intolerância que tentaria livrar o Oriente Médio do povo judeu.
Apesar das tentativas do regime iraniano, Bento XVI tem sabiamente se recusado a encontrar com Ahmadinejad. Sobre o desejo do Irã de obter armas nucleares, ele se pronunciou afirmando ser “um assunto de grande preocupação” e chamou insistentemente o regime islâmico a alcançar uma “coexistência pacífica” com outros países do Oriente Médio.
Mais importante, contudo, Bento XVI – a despeito dos recentes acontecimentos – permanece sendo um dos líderes políticos mundiais mais favoráveis a Israel. Da mesma forma que seu conselheiro, o papa anterior, que chamou o povo judeu de “nossos irmãos mais velhos”, Bento XVI tem constantemente tentado demonstrar sua “total e inquestionável solidariedade” a Israel e ao povo judeu, tal como fez quando visitou Auschwitz três anos atrás. Quando visitar Israel em maio, receberá uma recepção provavelmente bem diferente de seu predecessor. Mas suas orações no Muro das Lamentações serão igualmente sinceras e seu gesto igualmente intenso. É este anseio por cooperação diante de novas e terríveis ameaças a Israel que deve permanecer como prioridade.
Fonte: The Jerusalem Post. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.
O maior de todos os pecados: negar o pecado
Um dos pontos mais contestados da catequese tradicional da Igreja pela sociedade e pelos próprios católicos é o ensino católico referente à sexualidade. A Igreja proibe tudo: sexo fora do casamento, homossexualismo, pornografia… Em contrapartida, a modernidade oferece uma “libertação” para isso, soprando nos ouvidos de todos uma proposta sedutora: você pode ser católico, bom cristão, basta seguir alguns mandamentos podendo descartar outros.
Infelizmente, a maioria dos que se dizem católicos “escolhe” quais os mandamentos da Igreja quer seguir – e essa atitude é muito mais grave que o pecado em si: é o desprezo pelo próprio conceito de pecado. Esse “self-service” espiritual tem conseqüências muito sérias, tornando o fiel cada vez mais desligado da Igreja e dos preceitos cristãos. O Papa torna-se um cara legal, mas com umas idéias meio ultrapassadas, e eu com meu senso crítico apuradíssimo é que devo decidir o que é melhor para mim. Portanto, se a Igreja diz que isso ou aquilo é pecado, primeiro eu tenho que consultar a minha sabedoria imensa para discernir e comprovar, de acordo com o meu julgamento, se tal coisa é ou não pecado.
Vamos refletir um pouco.
O ataque à moral sexual cristã é uma das frentes de batalha dos militantes anti-cristãos – ou vocês acham que a revolução sexual veio do nada, foi algo espontâneo, que chegou como um vendaval para “acabar com séculos de repressão (sic) da cultura ocidental católica” logo que um bando de malucos resolveu tirar a roupa na França e em Woodstock pra transar adoidado? A revolução sexual prega a absoluta desmoralização do magistério da Igreja no que diz respeito a castidade, casamento, sexo. A cultura ocidental a partir dos anos 60 abraçou o hedonismo sem contestação alguma, tornando-se a principal divulgadora de uma cultura libertária, negacionista, visando a construção de uma “nova sociedade”.
Ora, para construir uma “nova sociedade”, você tem que destruir a velha, certo? E qual o principal fundamento da “velha” e “antiquada” sociedade? O cristianismo, ora bolas, e a Igreja Católica, que tem um Papa para encher o saco de todo mundo, lembrando o que é certo e o que é errado. Uma nova sociedade “libertária” não pode ter “certo” e “errado”, tem que ter cidadãos “conscientes” que vão fazer as próprias escolhas morais, sem parâmetros pré-definidos.
A destruição da Igreja Católica e do Cristianismo tem que acontecer por dentro, como previa o pensador comunista italiano Antonio Gramsci. Você descaracteriza a doutrina católica, cria dúvidas e confusões entre os fiéis, a partir do que dizem leigos e eclesiásticos engajados não com a Igreja, mas com este projeto de “nova sociedade”. E, para a concretização deste admirável mundo novo, a Igreja Católica e o Cristianismo são obstáculos sérios, que devem ser removidos. Para isso, devem ser descaracterizados. As Igrejas devem se tornar um clubinho onde as pessoas vão para não se sentirem entediadas, cantam, lêem alguma coisa para se sentirem edificadas e voltam pra casa. Muito simples. “Mas, na minha moral individual, mando eu!” Manda nada, idiota: você já está sendo manipulado pela revolução pregada por Gramsci e seus sequazes.
O que os iluminados promotores da “nova sociedade” não percebem (ou talvez, ao contrário, percebam muito bem) é que uma escolha moral só pode ser feita de maneira consciente a partir de valores morais, que não são escolhidos por si mesmos! Ou então, a moral torna-se relativa… cada indivíduo tem sua própria moral, daí tudo se torna permitido, como adivinhou Dostoiévski.
O estrago provocado pela relativização do pecado entre os fiéis foi tão grande que, para a maioria dos cristãos hoje (e mesmo entre os que se dizem “praticantes”), o sexto mandamento foi praticamente abolido – ou “modificado” para “não farás sexo sem amor” ou “não colocarás um baita chifre na cabeça do seu namorado”. Ou quem sabe, “não farás sexo com mais de uma pessoa – ao mesmo tempo, pelo menos”. Ou o mais popular de todos, “não farás sexo sem usar a camisinha”. A mentalidade de que a Igreja só aconselha em matéria sexual e seus conselhos não precisam ser seguidos disseminou-se, e o que temos hoje são pais católicos permitindo que o filho leve a namoradinha pra dormir com ele em casa, no sábado à noite, e domingo de manhã todo mundo vai à missa e comunga numa boa.
Não existe escolha: ou você é um católico por inteiro ou não é nada, ou você se reconhece pecador e fica de joelhos todas as noites pedindo perdão a Nosso Senhor Jesus Cristo por todas as besteiras que você fez ao longo do dia, ou você é um farsante. E pecado não é aquilo que você quer que seja, não é uma definição pessoal – já cansei de ouvir católicos vira-latas estufando o peito pra dizer “pecado é aquilo que minha consciência julga como tal”. Não foi a Igreja que inventou que sexo fora do casamento é pecado, não foi o Papa que disse que homossexualismo é pecado, não foi o bispo Dom José das Couve que afirmou que métodos anti-concepcionais artificiais são moralmente inaceitáveis.
Se você realmente é católico, sabe que a Igreja tem a assistência divina do Espírito Santo, o Espírito da Verdade. E o que a Igreja define como pecado é aquilo que o Espírito Santo lhe inspirou – não somente através da Bíblia, mas da Tradição Oral e do Magistério da Igreja (leia sobre o assunto no Curso de Bíblia do Padre Tonico).
O ponto é esse: a mudança de costumes tem como objetivo a desmoralização da autoridade moral do cristianismo, particularmente da Igreja Católica. As pessoas vêem os “avanços” da modernidade e comentam: “o mundo mudou, mas a Igreja é muito atrasada…” Caramba, a Verdade não muda. E quando você começa a duvidar de um ensinamento da Igreja, do Cristianismo, da Bíblia, abre uma caixa de Pandora na sua cabeça. Se um mandamento da Igreja é furado, por que os outros também não estariam sujeitos à falibilidade?
O católico tem que obedecer à Igreja e ser submisso ao Papa. Sem isso, no way: não é católico, é simplesmente um imbecil que acha que é católico e permanece indiferente ao pecado.
Vejam um exemplo maravilhoso, bastante elucidativo. Você vai ao padre para se confessar – essas confissões moderninhas, de frente para o padre, cara a cara, fora do confessionário, parece mais um bate papo, só falta a cervejinha. Você começa falando: “Padre, eu pequei… Transei com minha namorada…” O padre olha pra você com uma cara de benevolência e lhe pergunta: “Você ama sua namorada?” E você responde “Amo, padre… Sou apaixonado por ela, mas foi um momento de fraqueza…” Daí o padre lhe interrompe: “Mas isso não é pecado! É algo maravilhoso, você está expressando seu amor por ela”, e tome blá-blá-blá digno de programa da Ana Maria Braga. “O que não pode é sexo sem amor, mas você não está pecando”. E você, ainda meio confuso, pergunta: “Mas padre, sexo antes do casamento não é pecado?” O padre, com sua sabedoria pai d’égua, responde: “Meu querido, a Igreja aconselha… Mas hoje em dia, as coisas estão muito mudadas…”
Daí você sai aliviado com os conselhos maravilhosos do padre (“Não esqueça a camisinha, hein… Vocês não estão preparados para terem um bebê…) e já planeja a próxima ida ao motel com a queridinha para comemorar – dessa vez, sem neuras, sem culpa, sem nenhum impedimento “divino”.
Vou contar outra, mas peço que não espalhem… Uma vez, um padre (que inclusive tempos depois abandonou a batina para se juntar com uma mulher divorciada, que morava perto da igreja, para escândalo de toda a comunidade…) me contou que um colega de sacerdócio absolveu em uma confissão e permitiu que recebesse a eucaristia um travesti que vivia com outro homem, tendo como justificativa a fidelidade que havia entre o “casal”. O padre não aconselhou que o travesti vivesse a castidade e que evitasse a relação homossexual: ele fez vistas grossas a esse pecado gravíssimo, que afasta a pessoa da Graça de Deus, e orientou o fiel como se essa prática fosse lícita, permitindo-o que comungasse. Provoca escândalo muito maior que essa união, pecado condenado reiteradamente por Deus na Bíblia e pelo Magistério da Igreja, a atitude do padre. Ninguém tem o “poder” de estabelecer pecados ou revogá-los.
Vejam o que diz o Catecismo da Igreja Católica, que está acima da autoridade de qualquer padre moderninho, sobre sexo fora do casamento e homossexualismo:
2353 A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.
2357 A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.
Portanto, sinto muito, mas tenho uma péssima novidade para todos: pecado não é aquilo que você quer que seja pecado, não é aquilo que você acha que seja pecado, não é aquilo definido pela sua consciência, pela sua cabecinha oca. Pecado é um dado objetivo, revelado por Deus à Igreja Católica, através da assistência divina do Espírito Santo a ela. Jesus veio ao mundo para ensinar o que é certo e o que é errado, não para fazer turismo ou distribuir vinho para a galera encher a cara.
E o pecado maior de todos, aquele que Deus não perdoa e nem perdoará nunca, o pecado contra o Espírito Santo é… negar o próprio pecado!!! Colocar-se como Deus, juiz supremo, e negar um pecado é uma ofensa gravíssima a Deus, não somente à Igreja. Repetindo: a desmoralização do Cristianismo em geral e da Igreja Católica, em particular, passa pela relativização do conceito do que seja o pecado, pela disseminação da idéia de que o certo e o errado partem do julgamento de um indivíduo, não de uma ordem superior a que esse indivíduo, conscientemente, deve seguir.
“Ah, mas e agora??? Eu sou pecador!!!” Não brinca!!! Eu também sou. Eu, Raimundo e todo mundo… A misericórdia de Deus é infinita para todos aqueles que pedem perdão. Mas como pedir perdão sem ter a consciência do pecado? Como pedir perdão se o orgulho não permite o reconhecimento da própria infração?
Quem não aceita a existência do pecado, não é capaz de pedir perdão. E por isso, não o receberá. Este é o pecado contra o Espírito Santo: pecar contra a Graça santificadora do Pai e recusar-se a aceitar o seu perdão.
Mais notícias sobre a repercussão do levantamento das excoumunhões
Não é fácil ser católico, um católico fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo e à Sua Igreja – não estou falando de ser católico vira-lata, para isso, basta latir besteiras contra o Magistério da Igreja, o Papa… e ainda ter a cara de pau de dizer “eu sou católico, mas…” Isso é muito fácil. Difícil é ser católico de verdade.
Imaginem então ser padre. Agora, imagine ser bispo… E imagine ser Papa.
Bento XVI levantou as excomunhões aos bispos lefebvrianos e despertou a ira de setores da Igreja Católica e de líderes judaicos. Até o vigarista do Hans Küng abriu sua boca para proferir suas costumeiras imbecilidades.
Posto aqui links para duas matérias jornalísticas de interesse:
O Vaticano, os lefebvrianos e o antissemitismo
Faz parte das obrigações de um católico fiel estar bem informado sobre o que acontece em sua Igreja!
No Kosovo, conversões ao catolicismo crescem velozmente
Esta bela notícia vem do blog Luzes de Esperança, que já está entre os links favoritos de JORNADA CRISTÃ. O território de Kosovo, que pertencia à antiga Iugoslávia e é palco de conflitos intermináveis, parece vivenciar um renascimento da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e em Sua Verdadeira e Única Igreja, Católica.
No centro de Pristina, capital de Kosovo, está se erguendo uma nova catedral católica. Não longe está a estatua do grande herói católico Jorge Castrioto, mais conhecido como Skanderbeg, príncipe medieval que renunciou ao Islã e retornou à fé dos seus pais.
Novos templos católicos estão aparecendo nas aldeias do sofrido território kosovar cuja segurança é garantida ainda por tropas da ONU.
A quase totalidade dos habitantes de Kosovo se dizem maometanos. Porém, durante os séculos de opressão islâmica e, depois, comunista, muitos kosovares continuaram admirando clandestinamente aos católicos e até praticando suas devoções.
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