O homem – cada um dos homens – é este filho pródigo: fascinado pela tentação de se separar do Pai para viver de modo independente a própria existência; caído na tentação; desiludido do nada que, como miragem, o tinha deslumbrado; sozinho, desonrado e explorado no momento em que tenta construir um mundo só para si; atormentado, mesmo no mais profundo da própria miséria, pelo desejo de voltar à comunhão com o Pai. Como o pai da parábola, Deus fica à espreita do regresso do filho, abraça-o à sua chegada e põe a mesa para o banquete do novo encontro, com que se festeja a reconciliação.
São João Paulo II (Papa).
exploração
Ocidente não tem direito de impor preservativo a africanos – dizem os próprios africanos!
Carta aberta de um grupo de estudantes camaroneses
ROMA, quarta-feira, 6 de maio de 2009 (ZENIT.org).- «Dizemos com firmeza nosso ‘não’ a este modelo cultural totalmente estranho a nossos valores e tradições, que nos está sendo imposto como determinante da melhoria de nossa vida.» Com estas palavras, um grupo de estudantes dos Camarões divulgou na Europa uma carta aberta, recebida pela Zenit, contra os ataques ao Papa por suas palavras sobre o preservativo, durante a viagem apostólica a Camarões e Angola no mês de março passado.
Nela, exige-se ao Diretor executivo do Fundo Mundial para a luta contra a AIDS, aos deputados belgas e aos ministros de Saúde espanhol, alemão e de Exterior francês, que «peçam perdão ao Papa e aos africanos».
Este grupo denuncia que a imprensa ocidental «instrumentalizou injustamente, em uma violenta campanha sabidamente orquestrada» as palavras do Papa, e que os ataques recebidos por este constituem «uma vergonhosa ingerência na realidade africana».
Os assinantes afirmam que os autores das críticas «identificaram o continente africano como um dos principais mercados de chegada dos preservativos para fazer crescer suas economias sociais. O jogo está claro: as indústrias do preservativo estão no Ocidente».
«O Santo Padre tocou na chave do problema, alarmando os agentes deste florescente negócio na África», acusam.
Para estes estudantes, utilizou-se o Papa como «bode expiatório» para «defender seus interesses econômicos ocultos após a exportação de suas práticas contraconceptivas a países com forte crescimento demográfico».
«Que promovam e defendam o uso do preservativo em sua casa, já que esta escolha corresponde às suas concepções antropológicas sobre o ser humano, mas não têm direito a impor suas escolhas aos africanos», acrescentam.
Especialmente, exigem ao Ocidente que «peça perdão aos africanos» por «enganá-los, apresentando-se como os verdadeiros benfeitores, quando na realidade não o são».
«De que serve proteger os africanos com o preservativo se depois os matam com tantos mecanismos de exploração ou com as armas pela guerra de interesses políticos e econômicos desses mesmos benfeitores?»
As pessoas na África «não morrem apenas de AIDS, e por isso é mentira dizer que o preservativo salva vidas humanas», acrescentam.
«Pedimos, portanto, a estes supostos benfeitores da África que deixem, de uma vez por todas, de especular com ela. É necessário inverter a tendência: a pobreza da África não deve fazer mais a riqueza dos países já desenvolvidos.»
Por último, os autores exigem ao Fundo para a luta contra a AIDS que destine os fundos com os quais conta «ao envio massivo de recursos para escavar poços de água e para construir implantes fotovoltaicos para a produção de energia solar, com o qual se favoreça uma distribuição massiva de água e luz».
«Estes são os bens essenciais e decisivos para a África, e todos os agentes da cooperação internacional ao desenvolvimento são muito conscientes disso. Esta é a ajuda humanitária que a África precisa para desenvolver-se, e não o preservativo», concluem.
Fonte: Zenit.