Mensagem do dia (25/10/2010)

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama.

Mensagem do dia (30/01/2010)

Quem de todos os homens sabia o que é Deus, antes que ele próprio viesse? Quererás aceitar os discursos vazios e estúpidos dos filósofos, que por certo são dignos de toda a fé? […] Nenhum homem viu, nem conheceu a Deus, mas ele próprio se revelou a nós. Revelou-se mediante a fé, unicamente pela qual é concedido ver a Deus.

Carta a Diogneto.

Um exemplar entre os discípulos de Dawkins está grunhindo! Que gracinha!

Parabéns Richard Dawkins! O inimigo mortal dos babacas, trouxas e covardes teístas! Babam de raiva porque ele demonstra de forma racional e culta o absurdo na crença dessa farsa chamada Deus!

Por absoluta falta de tempo, eu ainda não havia escrito por aqui sobre ateísmo militante. Claro, há que se fazer uma diferenciação entre ateus e o ateísmo militante. A fé é um mistério; a ausência de fé, também o é. Tenho enorme respeito pela experiência individual de cada pessoa, e acredito que todos devemos ser compreensivos a esse respeito. Ninguém pode se considerar superior ou inferior a outrem em virtude de sua crença… ou da ausência dela. Não acreditar em Deus não é sinônimo, necessariamente, de indiferença para com o próximo ou de desinteresse para com as questões metafísicas. Isso pode acontecer em virtude de uma série de fatores.

Mas o ateísmo militante é uma aberração que tenta “sistematizar” um sistema de “não-crenças”, que por si só não possuem uma fundamentação comum. E é impressionante como o discurso é o mesmo, o da arrogância, prepotência, empáfia, que no fundo revelam um claro, óbvio, evidente complexo de inferioridade. Afinal de contas, se fossem tão superiores assim àqueles que acreditam em Deus, não precisariam de tanta publicidade para convencerem os outros… da própria inteligência e racionalidade: provariam isso refutando e debatendo. Na realidade, estão inconscientemente querendo convencer a si mesmos de sua pretensa superioridade intelectual, por se autoproclamarem “racionais” e “cultos”, como se todos os crentes do mundo fossem automaticamente “irracionais” e “incultos”.

É claro que o ridículo dessa gente ultrapassa todos os limites do bom senso e a atenção desmedida que recebem por parte da mídia só pode ser explicada pela total irracionalidade que tomou conta da cultura ocidental nas últimas décadas. Uma coisa é um ateu questionar a existência de Deus, tecer críticas, exigir esclarecimentos. Outra coisa, bastante diferente, é logo de saída rebaixar seus oponentes na discussão – coisa que Dawkins e sua laia fazem com bastante freqüência.

O comentário acima ilustra muito bem como funciona (ou não funciona…) o cérebro de um miltante ateísta. Como já dizia Chesterton, quando a pessoa deixa de acreditar em Deus, passa a acreditar em qualquer tolice. O mané aí apenas trocou a adoração a Deus pela adoração a um idiota como Dawkins.

A partir daí, rebaixa aqueles que pensam de outra forma: taxa-os de “babacas, trouxas e covardes teístas”. O nível de indigência intelectual do sujeito é tão alarmante, que coloca num mesmo balaio todos aqueles que crêem na existência de Deus ou do transcendente, como se tudo fosse a mesma coisa. Pode até ser sim, mas para pessoas completamente tomadas pelo ateísmo fanático.

O mais patético é o raivoso aí dizer que os “teístas” (???) é que “babam de raiva”. Ora, insultar de forma gratuita o adversário com tais termos utilizados no comentário é o quê? Para uma mentalidade tão inculta e primitiva, deve fazer parte de suas regras de etiqueta. Claro, claro, os outros é que babam de raiva. Esse aí é um gentleman. Bem, quem sabe lá na pocilga de onde veio ele realmente o seja…

Dawkins é uma farsa. Ele não demonstra nada, não sabe e nem quer saber o que seja a diferença entre imanência e transcendência. Obviamente, também não dá para esperar isso de alguém que lambe seus sapatos. Dawkins não tem cultura nenhuma para analisar e refutar argumentos filosóficos. Pode ser que no seu campo de conhecimento, Dawkins tenha sua relevância e méritos; mas nesse debate, sobre a existência ou não de Deus, o que faz é apenas aparecer e seduzir tietes descerebradas, pois seus conhecimentos a respeito são ridículos.

O grau de incultura de Dawkins pode ser medido em artigo publicado na Folha de São Paulo (sempre ela…) de 25/08/2007. Vejam como se inicia o texto:

A América, fundada em meio ao secularismo como farol do iluminismo do século 18, está se tornando vítima da política religiosa –uma circunstância que teria chocado seus fundadores.

Não pretendo analisar o artigo em sua totalidade aqui neste post, mas apenas sua frase inicial, que já é suficiente para demoli-lo por inteiro. E por quê? Ora, Dawkins está partindo do pressuposto que os Estados Unidos foram fundados como nação “laica” e que isso quer dizer que a religião não teve papel relevante na origem do estado americano. E a partir desta “constatação”, profere absurdos tais como os religiosos atribuírem “mais valor a células embrionárias que a pessoas adultas” ou então comparar a direita religiosa norte-americana ao Talebã – quantos atentados os militantes conservadores praticaram, mesmo? Para a mentalidade “pogreçista” de Dawkins, estado laico é aquele que exclui a religião dos debates públicos, ou seja, todos os pontos de vista são lícitos, menos os que tenham alguma fundamentação religiosa. Os Estados Unidos, garante Dawkins, foram fundados “em meio ao secularismo”, portanto sempre mantiveram a religião afastada dos debates políticos, e isso expresso pelos próprios “Founding fathers”. E aí está seu erro abismal.

Dawkins não sabe a diferença entre a tradição iluminista inglesa, inspiração para a independência norte-americana e para a fundação do país, e a tradição iluminista francesa, de onde brotou a revolução francesa. A primeira jamais negou as raízes cristãs da civilização ocidental e da própria Inglaterra. O iluminismo francês, de Voltaire, Diderot e companhia, é que é anticlerical e “secularista” no sentido de excluir a religião da política até o último fio de cabelo. A fundamentação da declaração de independência e da constituição dos Estados Unidos é claramente bíblica, conforme demonstrado por Benjamin F. Morris no livro The Christian Life and Character of the Civil Institutions of the United States. Claro que Dawkins não leu esse livro para refutá-lo, porque ele é o tipo do sujeito que só lê o que lhe convém.

Este, portanto, é um pequeno mas significativo exemplo da má fé do cara, que parte de um pressuposto completamente equivocado para, a partir disso, desenvolver seu “raciocínio”. Este é o ídolo cultuado pelo comentarista aí de cima, que chama a Deus de “farsa”. Deve ser efeito de alguma coisa que botaram na lavagem dele, coitadinho.

Para encerrar este post, uma citação de Chesterton…

Doutrinas espirituais na verdade não limitam a mente como fazem as negações materialistas. Mesmo que eu creia em imortalidade eu posso não pensar sobre isso. Mas se eu descreio na imortalidade eu devo não pensar nisso.

No primeiro caso, a estrada está aberta e eu sigo por ela até onde eu desejar; no segundo caso, a estrada está fechada.

… e link para textos de Olavo de Carvalho a respeito:

“Anjos e demônios” demonstra interesse pela Igreja

Entrevista com o Pe. John Wauck

Por Jesús Colina

ROMA, quinta-feira, 14 de maio de 2009 (ZENIT.org).- O filme Anjos e Demônios, apesar de seus incríveis erros baseados na novela de Dan Brown, mostra o enorme interesse que a Igreja Católica suscita, considera um sacerdote que possui um dos blogs mais populares sobre “O Código Da Vinci”.

O Pe. John Wauck, da prelazia pessoal do Opus Dei, nascido em Chicago, professor de literatura e comunicação da fé na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, estudou história da literatura na Universidade de Harvard.

Nesta entrevista concedida a Zenit, ele constata um dado irrefutável sobre este interesse pela Igreja: nunca houve tantos peregrinos em Roma como nos últimos anos.

– Você acha que Dan Brown tem alguma espécie de fixação com a Igreja?

– Pe. Wauck: Às vezes eu me pergunto o que faria Dan Brown sem a Igreja Católica. Quase tudo o que existe de interesse em suas novelas tem relação com o catolicismo. Certamente, não são os seus personagens fictícios nem os diálogos ortopédicos que atraem as pessoas. Isso explica que o principal efeito do “Código Da Vinci” não tenha sido uma diminuição da prática ou das crenças religiosas, e sim um claro aumento do turismo a Roma… e ao Louvre.

A fórmula de Dan Brown para vender livros é oferecer um coquetel de história, arte, religião e mistério; e parece que há um único lugar no mundo atual onde é capaz de encontrar todas essas coisas juntas: em Roma, na Igreja Católica.

Se a história, a beleza e os mistérios sagrados o atraem, também deve atraí-lo a Igreja. Se você se coloca na Praça de São Pedro, em Roma, a poucos metros verá uma necrópole romana, um obelisco egípcio trazido a Roma por Calígula, o túmulo de São Pedro, o lugar do atentado ao seu sucessor João Paulo II, a abóbada da Capela Sistina e a Pietà de Miguelangelo, as Estâncias de Rafael, o baldaquino de Bernini, a maior basílica do mundo e peregrinos procedentes do mundo inteiro. E não se trata de um museu; é uma realidade viva que nos coloca em contato direto com 20 séculos de história, desde a antiguidade até nossos dias. Que mais pode pedir um novelista como Dan Brown? Certamente, é difícil encontrar algo semelhante na América suburbana, onde a maioria dos seus leitores mora.

Isto é, se Dan Brown parece fascinado pela Igreja, é preciso reconhecer que não é o único: em Roma existe agora mais peregrinos que nunca. Eles vêm para ver a cidade e para ouvir Bento XVI. E seu interesse não é mera coincidência. Este ano, na Páscoa, 150 mil adultos foram recebidos na Igreja Católica no meu país, Estados Unidos.

– Você acha que a decisão do Vaticano de não permitir filmagens nas igrejas de Roma representa um trato desfavorável com relação aos produtores?

– Pe. Wauck: Moro em Roma desde os 14 anos e nunca vi uma equipe de filmagens de Hollywood em uma igreja. Como regra geral, não se fazem filmes comerciais, sejam ou não piedosos, nas igrejas de Roma. Não se poderia filmar nem sequer “Os 10 mandamentos”. Naturalmente, não haveria por que fazer uma exceção com “Anjos e Demônios”. O trato que este filme recebeu foi o mesmo que se dá a qualquer outro. O resto são historietas do departamento de marketing do filme.

– “Anjos e demônios” pressupõe uma hostilidade natural entre a fé cristã e a ciência moderna. O que você opina sobre isso?

– Pe. Wauck: É relativamente fácil advertir que grande parte da melhor arte do mundo ocidental – música, pintura, literatura, arquitetura –é produto de uma cultura cristã: foi inspirada frequentemente pela fé, quando não diretamente solicitada pela Igreja. Isso parece óbvio. Pois bem, algo similar acontece com a ciência, só que é mais difícil perceber isso.

Pense, por exemplo, nas universidades, que são uma invenção da Igreja. Pense em Copérnico, que era um clérigo católico e que dedicou seu livro sobre o heliocentrismo ao Papa. O calendário que usamos é chamado de calendário gregoriano, pois foi promulgado por um Papa, Gregório XIII, que fez os astrônomos e matemáticos mais destacados da sua época trabalharem nisso. O próprio Galileu sempre foi um católico devoto e suas duas filhas foram freiras. Um dos maiores astrônomos italianos do século XIX foi um sacerdote jesuíta, Ângelo Secchi. O pai da genética moderna, Gregor Mendel, era um monge católico. O autor da teoria do “Big Bang” foi um sacerdote belga, Georges Lemaitre.

Em definitivo, a ideia de que há certa tensão natural entre a ciência e a Igreja,entre a razão e a fé, não tem sentido. Hoje, as pessoas, quando ouvem falar de “ciência” e “Igreja”, pensam imediatamente no processo de Galileu no século XVII. Mas uma percepção mais ampla das coisas obriga a ver este caso tão complicado – frequentemente distorcido por certa propaganda anticatólica – como uma manifesta exceção. Se os críticos da Igreja sempre o trazem à tona, é por um motivo: porque é a única coisa à qual podem se referir. Ou seja, quando ouvimos falar de “ciência” e “Igreja”, deveríamos pensar em Copérnico, Secchi, Mendel e Lemaitre: são estes os casos representativos. Não o é, no entanto, o processo de Galileu.

– Há algum aspecto do livro que tenha lhe parecido interessante?

– Pe. Wauck: Sim. Há uma passagem da novela na qual o heroi, o professor Langdon, da Universidade de Harvard, encontra-se na frente da basílica de São Pedro e os pensamentos que povoam sua mente neste momento – na novela, ele é a voz da autoridade científica – parecem realmente o comercial do catolicismo.

Dá a impressão de que estamos lendo o Catecismo da Igreja Católica, ao invés da novela de Dan Brown. A passagem é esta: “Pedro é a pedra. A fé de Pedro em Deus foi tão firme, que Jesus o chamou de ‘a pedra’, o discípulo incomovível sobre cujos ombros Jesus construiria sua Igreja. Neste lugar, pensou Langdon, na colina do Vaticano, Pedro havia sido crucificado e enterrado. Os primeiros cristãos construíram um pequeno santuário sobre o seu túmulo. À medida que o cristianismo se estendeu, o santuário cresceu, passo a passo, até converter-se nesta basílica colossal. Toda a fé católica havia sido levantada, literalmente, sobre São Pedro. A pedra” (“Anjos e demônios”, cap. 118).

Não daria para fazer um anúncio publicitário gigante no Times Square, mas não está mal.

– Você não acha que com esta entrevista estamos promovendo gratuitamente o filme?

– Pe. Wauck: Quem está promovendo quem? Esta é a questão. Possivelmente, há publicidade nas duas direções, mas se consideramos o tempo, as energias e os milhões de dólares empregados na produção e promoção deste filme, eu diria que nós estamos levando a melhor parte. Isto é, que talvez Deus esteja se servindo de Hollywood para atrair a atenção de alguns sobre as riquezas da fé e da cultura católicas.

Dito isso, devo acrescentar que não tenho a intenção de gastar meu tempo e meu dinheiro vendo este filme, As resenhas do filme “O Código Da Vinci”, feito pela mesma equipe, foram suficientemente sarcásticas como para podermos economizar a visão deste.

Igreja: lugar privilegiado para entender a Bíblia, assegura Papa

Audiência aos participantes da plenária da Pontifícia Comissão Bíblica

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 24 de abril de 2009 (ZENIT.org).- A Igreja de Cristo é o lugar privilegiado para a reta compreensão da Sagrada Escritura, assegurou Bento XVI ao receber nesta quinta-feira os participantes da assembléia plenária da Pontifícia Comissão Bíblica que tratou do tema «Inspiração e verdade da Bíblia».

Em seu discurso, o Papa sublinhou que «só o contexto eclesial permite à Sagrada Escritura ser entendida como autêntica Palavra de Deus, que se converte em guia, norma e regra para a vida da Igreja e em crescimento espiritual dos crentes».

Isso, declarou, «não impede de nenhuma maneira uma interpretação séria, científica, mas abre também o acesso às dimensões ulteriores de Cristo, inacessíveis a uma análise só literária, que é incapaz de acolher em si o sentido global que através dos séculos guiou a Tradição de todo o Povo de Deus».

Confirmando que «Deus é o autor da Sagrada Escritura», o Pontífice ofereceu um princípio de reta interpretação «sem o qual os escritos sagrados ficariam como letra morta, só do passado: a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do próprio Espírito mediante o qual foi escrita».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o estudo científico dos textos sagrados é importante, mas não é por si só suficiente, pois levaria em conta só a dimensão humana».

«Para respeitar a coerência da fé da Igreja, o exegeta católico tem que estar atento a perceber a Palavra de Deus nestes textos, dentro da mesma fé da Igreja.»

«Na ausência deste imprescindível ponto de referência, a pesquisa exegética ficaria incompleta, perdendo de vista sua finalidade principal, com o perigo de ficar reduzida a uma letra meramente literária, na qual o verdadeiro autor, Deus, deixa de aparecer.»

A interpretação das Sagradas Escrituras também «não pode ser só um esforço científico individual, mas deve confrontar-se sempre, ser integrada e autenticada pela tradição viva da Igreja. Esta norma é decisiva para precisar a relação correta e recíproca entre exegese e magistério da Igreja», declarou.

No início da audiência, o cardeal William Joseph Levada, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica, dirigiu uma breve saudação ao Papa para sublinhar a importância do tema que os reunia, pois a interpretação dos textos bíblicos «tem consequências diretas sobre os crentes e sobre sua relação e pessoal e comunitária com Deus, e está também intimamente ligada à missão da Igreja».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o exegeta católico não se sente só membro da comunidade científica, mas também e sobretudo membro da comunidade dos crentes de todos os tempos».

«Na realidade, estes textos não foram entregues só aos pesquisadores ou à comunidade científica para satisfazer sua curiosidade e ou para oferecer-lhes temas de estudo e de pesquisa. Os textos inspirados por Deus foram confiados em primeiro lugar à comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a vida de fé e para guiar a vida de caridade.»

«Uma hermenêutica da fé corresponde mais à realidade deste texto que uma hermenêutica racionalista, que não conhece Deus», declarou.

Fonte: Zenit.

Human Life International premia Arcebispo de Olinda e Recife

Dom José Cardoso Sobrinho foi premiado pela organização internacional por seu desempenho a favor da vida.

Por Anderson Pontes (texto e imagens).

A noite de 16 de Abril foi marcante para a Igreja de Olinda e Recife. Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo desta arquidiocese, foi condecorado com sua equipe pela Organização Human Life International (HLI – Vida Humana Internacional), uma associação pró-vida. A cerimônia ocorreu no auditório do Colégio Damas entre as 20 e 23 horas e reuniu cerca de 1200 pessoas, vindas de todos os lugares.

Dom José ganhou notoriedade da Igreja no mundo inteiro ao se empenhar e lutar pela vida dos dois gêmeos nascituros da menina grávida de apenas 9 anos de idade, encontrando oposição e crítica tanto dentro como fora da Igreja.

O episódio ocorreu quase um ano depois de Dom José colocar seu cargo de Arcebispo à disposição do Vaticano por ocasião do seu 75º aniversário, conforme exige o código de direito canônico. Desde então, aguarda em exercício o anúncio de um sucessor.A cerimônia de premiação teve início com o hino nacional e, em seguida, a leitura do Evangelho, que concluía com a afirmação de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Este teve o comentário do Pe. Moisés, que enfatizou que “a missão da Igreja é a mesma dos Apóstolos: testemunhar a vitória da vida sobre a morte”. Que “o papel dos pastores é defender a vida e o evangelho da vida”. Concluiu lembrando que “o rei da vida foi morto mas reina glorioso”.

Em seguida, o Pe. José Edson, aquele padre de Alagoinha que recorreu a Dom José em busca de apoio, discursou sobre a realidade vivida pelo povo de seu pequeno município. Falou que mesmo em tempo de Páscoa, o povo luta entre dores e sofrimento. Com gratidão declarou: “Dom José abraçou a causa sem imaginar os desfechos, diante de uma mídia que apedreja quem defende a vida e aplaude quem mata!”

Na sequência, Márcio Miranda – advogado da Arquidiocese – discorreu cronologicamente os dramáticos acontecimentos, do momento em que o Pe. Edson recorreu a Dom José até a descoberta do procedimento do aborto, o que chamou de “assassinato brutal de dois bebês”. Concluiu enfatizando que “não iremos nos subjugar àqueles que defendem a cultura da morte”.

Tomando a palavra, Raymond de Souza – diretor da HLI para os países de língua portuguesa – discorreu sobre a cultura da morte no mundo inteiro e o papel da Igreja frente a esta realidade. Comentou, por exemplo, que enquanto o atentado do 11 de Setembro deixou quase 3000 vítimas, no mundo inteiro realiza-se o aborto 4000 vezes por dia. Constatou ainda que há um esforço político mundial voltado à contracepção e ao incentivo ao aborto e à eutanásia, e que quando conseguirem esse objetivo, nada os impedirá de agirem diretamente pela “desfiguração e destruição da Igreja”.

Quanto à realidade da Igreja no Brasil, maravilhou-se ao perceber o compromisso assumido pelos bispos segundo o documento de Taubaté, que pode ser resumido em seus últimos parágrafos. Mas, ao mesmo tempo, com pesar reconheceu que poucos bispos efetivamente têm assumido este compromisso com a seriedade devida, e alguns deles simplesmente ignoram o documento.

Citou o martírio de tantos homens e mulheres da Igreja ao longo dos séculos em fazer valer a lei de Deus sobre a dos homens. E com tristeza constatou que muitos bispos hoje cedem às pressões políticas.

Antes da entrega das condecorações, o Monsenhor Ignacio Barreiro-Carámbula apresentou a HLI em sua origem, desafios e propósitos, concluindo com o conhecimento e a escolha de Dom José para receber o prêmio.

Por fim, Dom José tendo recebido o troféu com sua equipe, dedicou a homenagem às três crianças (os gêmeos abortados e a criança de nove anos ex-gestante). Em seu discurso final, agradeceu a toda a sua equipe e a todos os que, no mundo inteiro, manifestaram seu apoio.

Era o momento de reconhecer que Deus consegue tirar coisas boas dos piores acontecimentos. Dom José Cardoso lembrou que, mesmo não tendo conseguido evitar o aborto dos gêmeos, pôde perceber claramente a imensidão dos católicos que puderam, através deste episódio, aprofundar a sua fé e voltar-se para a vontade de Deus.

No período de quaresma, a semente morreu e, na Páscoa, produziu frutos. Através destes últimos acontecimentos, Deus ofereceu ao Arcebispo de Olinda e Recife, em fim de mandato, a oportunidade de imortalizar-se na História da Igreja pela fidelidade ao Evangelho da Vida. Ao mesmo tempo, concedeu ao povo desta Igreja – sobretudo aos críticos – a oportunidade de reconhecer com que coragem e destemor seu pastor luta pelos valores de sua Igreja.

Dom José, não obstante a incompreensão e a falta de apoio dos membros de sua própria Igreja, permaneceu fiel. Mas e os críticos membros desta Arquidiocese, será que, ainda que tardiamente, foram capazes de render graças a Deus pelo Dom que lhes foi entregue?

Em tempo: também foram condecorados com medalhas o Monsenhor Edvaldo Bezerra (Vigário Geral), o chanceler Pe. Cícero Ferreira, o Pe. Moisés Ferreira (reitor do Seminário Menor), o Pe. José Edson e Márcio Miranda.

Fonte: O Porta-Voz. Os grifos no texto são meus.

A historicidade da ressurreição de Jesus

Por Tibiriçá Ramaglio.

Nicholas Thomas Wright é bispo da Igreja Anglicana, estudioso do Novo Testamento e profundo conhecedor de História Antiga. Na impossibilidade da reconstituição dos fatos históricos, Wright defende a historicidade da ressurreição de Jesus por meio de argumentos interessantíssimos, tão desconhecidos no Brasil quanto o próprio Wright. O assunto é da maior importância, sem dúvida, pois “se Cristo não ressuscitou, ilusória é a vossa fé” (1 Coríntios 15: 17). Segue um resumo das idéias centrais de Wright.

Para começar, o historiador levanta questão da originalidade da idéia de ressurreição tal qual ela é apresentada pelo cristianismo primitivo. A ressurreição corporal de Jesus é uma idéia completamente nova em relação à civilização helenística e também a judaica. As duas civilizações têm idéias que se relacionam à vida após a morte (o Hades, dos gregos, por exemplo, ou a ressurreição de todo o povo no fim dos tempos, dos judeus), mas nenhuma delas traz à tona o fato de um homem, depois de morto, reaparecer aos vivos em carne e osso, corporificado.

Em segundo lugar, Wright ressalta a centralidade que o fato ressurreição tem para o cristianismo primitivo, enquanto as doutrinas da vida após a morte nas seitas judaicas ou inexistem ou têm caráter secundário. Por que essa questão ganharia aspecto central na nova religião, caso não estivesse fundamentada em um fato?

Em terceiro, a unanimidade existente em torno da idéia de ressurreição entre os cristãos primitivos. Transcrevo um trecho de Wright:

Por que os primeiros cristãos tinham essa muito nova, mas admiravelmente unânime, opinião a respeito da ressurreição? […] É claro, todos os primeiros cristãos diziam que tinham essa opinião por causa do que acreditavam a respeito de Jesus. Agora, se a idéia de que Jesus se ergueu dos mortos só aparecesse depois de vinte ou trinta anos de cristianismo, como muitos estudiosos céticos têm suposto, encontraríamos muitas facções que não aceitariam a ressurreição, e aquelas que aceitassem lhe dariam uma forma diferente daquela específica do cristianismo primitivo. Assim, a ampla e unânime aceitação da crença na ressurreição pelos primeiros cristãos força-nos a dizer que alguma coisa certamente aconteceu para moldar e colorir todo o movimento cristão.

Outro argumento interessante de Wright é o fato de os quatro Evangelhos apresentarem as mulheres como primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus. Ora, mulheres não tinham nenhuma credibilidade naquele contexto histórico, tanto que Celso (século II d.C.) escarnece da ressurreição dizendo: “Essa fé se baseia apenas no testemundo de algumas mulheres histéricas”. Então, se os Evangelhos tivessem sido escritos para persuadir, evitariam usar as mulheres como testemunhas. Se as colocaram nesse papel, foi porque elas efetivamente desempenharam esse papel, isto é, testemunharam o fato da ressurreição.

Wright ressalta ainda que nos, quatro Evangelhos, a narrativa da ressurreição não tem caráter doutrinário e teológico, como vai adquirir nos Atos dos Apóstolos e nas Epístolas de São Paulo. O evento é simplesmente narrado e ponto (particularmente em Marcos, o Evangelho mais antigo). Diga-se também que é narrado sem as tradicionais alusões ao Antigo Testamento, o que aponta para o surgimento de uma tradição oral baseada em efetivos testemunhos de um fato: a ressurreição pessoal e intransferível de Jesus, fato que fundamenta a consolidação do cristianismo entre os primeiros discípulos, após a crucificação do mestre, bem como a expansão dessa crença em grupos de pessoas cada vez numerosos.

Fonte: Observatório de Piratininga.

Aniversário de morte de João Paulo II: jovens, «oásis de esperança»

Bento XVI recorda aos jovens a «herança espiritual» do Papa polonês

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 2 de abril de 2009 (ZENIT.org).- «João Paulo II conseguia comunicar uma forte carga de esperança, fundada na fé em Jesus Cristo». Essa é a «herança espiritual» que ele quis transmitir aos jovens, afirmou hoje o Papa Bento XVI, na Missa celebrada na Basílica de São Pedro por ocasião do quarto aniversário de morte de seu predecessor.

Numa Basílica cheia de jovens, presentes em Roma para a celebração diocesana da Jornada Mundial da Juventude (Domingo de Ramos), o Papa evocou o «entusiasmo que João Paulo II sabia infundir nas novas gerações».

«Queridos amigos, meditando sobre esta página do Evangelho de João surge espontaneamente a consideração de como é difícil verdadeiramente testemunhar Cristo. E o pensamento se dirige ao amado Servo de Deus Karol Wojtyla – João Paulo II, que desde jovem se mostrou intrépido e ousado defensor de Cristo», afirmou.

Destacou a fecundidade espiritual do pontificado de seu predecessor, especialmente com os jovens: «ele gerou na fé muitos filhos e filhas. Disso vós sois sinal visível, queridos jovens presentes esta tarde: vós, jovens de Roma, e vós, jovens vindos de Sydney e de Madri, que representais as multidões de jovens que participaram das já 23 Jornadas Mundiais da Juventude, em diversas partes do mundo».

«Quantas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, quantas jovens famílias decididas a viver o ideal evangélico e a tender à santidade estão unidas ao testemunho e à pregação de meu venerado predecessor! Quantos jovens se converteram ou perseveraram em seu caminho cristão graças a sua oração, a seu ânimo, a seu apoio e a seu exemplo!», acrescentou.

A chave, explicou, é que João Paulo II «conseguia comunicar uma forte carga de esperança, fundada na fé em Jesus Cristo».

Fonte: Zenit. Leia o restante da matéria aqui.