Venezuela: chavismo converteu-se em «religião»

Declarações de Xavier Legorreta, de Ajuda à Igreja que Sofre

ROMA, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O «chavismo», ideologia promovida pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está se convertendo em uma espécie de religião: Xavier Legorreta, chefe da Seção da América Latina da associação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre, comenta com estas palavras o resultado do referendum de reforma da Constituição realizado neste domingo no país.

O referendum propunha a modificação de cinco artigos, todos eles relacionados ao poder político. Entre outros, propunha a supressão de toda limitação temporal ao mandato dos representantes eleitos, o que tornaria possível a reeleição do atual presidente, Hugo Chávez, inclusive uma vez finalizado seu mandato em 2012.

Já em dezembro de 2007, os venezuelanos haviam rejeitado essa mesma reforma constitucional em um referendum. Neste segundo intento, a proposta de Hugo Chávez obteve a maioria.

No período prévio ao referendum, houve manifestações violentas – organizadas tanto por simpatizantes como detratores – nas grandes cidades, sobretudo na capital, Caracas. Em 19 e 31 de janeiro, desconhecidos assaltaram a Nunciatura Apostólica de Caracas. No total, registraram-se sete ataques contra a representação do Papa no país nos últimos meses.

Legorreta, cujo trabalho consiste em oferecer apoio às comunidades católicas mais necessitadas no país, explica a promulgação de um segundo referendum sobre um mesmo tema com estas palavras: «O povo sabe que vai contra a lei, mas Chavez mascarou a votação com seu carisma, sua política e, sobretudo, sua ideologização».

«Cabe afirmar que, entretanto, o ‘chavismo’ se converteu em uma espécie de religião na Venezuela. A linguagem, a forma de apresentar-se, as conversas e discussões, tudo gira em torno da sua pessoa, sua ideologia e sua estratégia tática. Assim ele consegue o êxito, chamado também de ‘revolução bolivariana’», declara.

Esta «revolução», declara, busca «criar um modelo similar ao sistema político que esteve implantado na Europa do Leste, e que hoje ainda subsiste em Cuba: uma ditadura socialista encabeçada por uma forte personalidade, um líder. Em Cuba, esse líder é Fidel Castro, e na Venezuela, Hugo Chávez».

Ao fazer um balanço dos dez anos de Chávez como presidente, Legorreta explica sua chegada ao poder com estas palavras: «Eu diria que se procurou sair de um buraco para se cair em outro».

«Quando Chávez iniciou sua revolução, o povo sofria muito. Para as pessoas, a oferta de Chávez parecia algo atrativo e eficaz. Contudo, na realidade quase nem são visíveis os resultados esperados. Ainda que também haja coisas muito boas, como a possibilidade que os venezuelanos têm de ir a Cuba para receber tratamento médico – e de continuar indo aos médicos cubanos na Venezuela uma vez que regressam ao seu país.»

Diante do anúncio de Chávez de apresentar sua candidatura para um terceiro mandato, Legorreta recorda uma das máximas de Simón Bolívar, líder do movimento independente sul-americano que enfrentou o poder colonial espanhol, em quem o presidente venezuelano diz inspirar-se: «É doloso que alguém se perpetue no poder».

A relação da Igreja com o governo de Chávez nunca foi fácil. Já em 2001 houve uma onda de terror contra as instituições eclesiais: 28 bombas explodiram em uma só semana.

«Nestes tempos difíceis, os crentes são conscientes da necessidade de apoiar a Igreja e também seus pastores. O país atravessa uma grande crise e, sobretudo, sofre insegurança no âmbito social, econômico e político», explica Legorreta.

«Há pouco tempo, em uma carta pastoral, os bispos da Venezuela pediram ao governo que tome medidas para melhorar a segurança no país. Nota-se que as pessoas desejam aproximar-se da Igreja, por exemplo, pelo grande número de pessoas que vão à missa dominical e, em geral, a todas as celebrações litúrgicas.»

«Em 14 de janeiro, mais de 2,5 milhões de venezuelanos assistiram à celebração anual em honra da Virgem da Divina Pastora na Diocese de Barquisimeto. Nas paróquias que não foram objeto de ideologização, permanece uma fé profunda e devota», explica.

No começo, Hugo Chávez concebeu a idéia de fundar uma igreja venezuelana própria. Em várias ocasiões, atacou os bispos acusando-os de manipular as pessoas e intrometer-se na política.

Deste modo, indica o especialista, «Chávez tenta desunir a Igreja polarizando-a: elogia o trabalho de alguns sacerdotes, ao mesmo tempo em que critica ferozmente o trabalho e os esforços de outros. Seu objetivo é criar desunião para semear a confusão. Esta é uma boa estratégia para alguém que quer oprimir a Igreja».

Segundo Legorreta, «neste momento, o país precisa, antes de tudo, das nossas orações. Por outro lado, a Igreja precisa que a ajudem na catequese e na formação de futuros seminaristas».

«Em geral – conclui -, as religiosas e o clero em seu conjunto devem dispor de uma boa formação para estar à altura dos desafios dos anos vindouros. Muitas paróquias são pobres demais e estão muito necessitadas, pois têm de organizar-se com menos de 80 euros mensais.»

Fonte: Zenit. Para acompanhar a situação desastrosa da América Latina, recomenda-se a leitura dos blogs O que está acontecendo na América Latina? e, especialmente, o Notalatina, editado por Graça Salgueiro.

Bombardeio contra o Papa: Bento XVI sofre críticas da imprensa e de clérigos

A pressão sobre o Papa Bento XVI é enorme. Nos últimos dias, ele vem sendo criticado pelos meios de comunicação em geral, pelos Hans Küng da vida e até mesmo por bispos de tendências “pogreçistas”. Os movimentos do Papa para a reconciliação com a Sociedade São Pio X pipocaram uma reação violenta por parte das alas modernistas da Igreja – justamente, aquelas que estão repletas de traidores interessados na sua destruição. Para saber se Bento XVI está correto em seus atos, basta saber o que o Leonardo Boff acha de suas ações; se o teólogo dos holofotes estiver insatisfeito, pode saber que o Papa está no caminho certo.

Este carnaval todo em torno das declarações (infelizes) do bispo Williamson, minimizando o holocausto, é ampliado e aumentado, tomando proporções imensas pela campanha de desmoralização promovida pela imprensa em geral contra Bento XVI. Este assunto já estaria pra lá de encerrado se a razão fosse usada em detrimento do patrulhamento ideológico. Isso porquê:

  1. Williamson e os outros três bispos da SSPX foram aceitos na Igreja como seus membros; isso quer dizer que eles agora podem receber sacramentos licitamente. Ainda que Williamson negue o holocausto, isso não é um delito canônico passível de excomunhão. Ser idiota não é motivo para ser expulso da Igreja;
  2. Os quatro bispos que tiveram sua excomunhão levantada não foram imediatamente aceitos na hierarquia da Igreja Católica. Ao contrário: é sabido que eles não estão exercendo nenhuma função reconhecida pela Igreja, inclusive estando impedidos de celebrar sacramentos.
  3. Williamson já pediu desculpas ao Papa pelo estrago que causou e já foi até mesmo demitido de sua função como reitor de um seminário da SSPX na Argentina.
  4. D. Bernard Fellay, Superior Geral da Sociedade São Pio X”, afirmou: “um bispo católico não pode falar com autoridade eclesiástica se não se tratar de uma questão de fé ou moral”. Ou seja: até mesmo a SSPX desautorizou as declarações de Williamson, salientando que ele não fala em nome da Sociedade, muito menos da Igreja.
  5. E por fim: a SSPX ainda não goza, neste momento, de nenhum reconhecimento canônico por parte da Igreja Católica.

Esses pontos já seriam por si só suficientes para encerrar qualquer conversa. Os quatro bispos foram aceitos novamente como católicos, mas não como clérigos. E negar o holocausto não é um pecado passível de excomunhão, portanto o levantamento da excomunhão do bispo Williamson nem remotamente tem relação com suas declarações revisionistas.

Mas, qual o quê! As declarações de Williamson deram munição para os inimigos do Papa e os anti-católicos do mundo inteiro. E eles estão disparando seu veneno. Pior: muitos dos críticos pertencem à hierarquia da própria Igreja Católica…

Padre influente de Chicago diz que a teologia de Bento XVI contribui para a controvérsia do holocausto

(CWNews.com) – O padre John Pawlikoski, diretor do Programa de Estudos Judaico-Católicos da União Teológica Católica, disse que a “eclesiologia ahistórica” do Papa Bento XVI contribuiu para a controvérsia que se seguiu ao levantamento da excomunhão do bispo Williamson.

O texto publicado no site Catholic Culture (original em inglês aqui) prossegue com as falácias do padre Pawlikoski, que culpa a Igreja por omissão diante do holocausto, fazendo coro aos farsantes que repetem as baboseiras de sempre contra Pio XII. A matéria lembra as afirmações públicas contundentes do Papa Bento XVI condenando o antissemitismo.

Na verdade, hoje foi o dia da malhação do Papa. O jornal Los Angeles Times se pergunta em editorial (resumido aqui, em inglês, com link para o original): “como o Papa pôde reabilitar um sujeito como Williamson sem realizar uma investigação completa?” Provavelmente, se o Papa soubesse das declarações de Williamson, não teria levantado as excomunhões – não antes de se certificar sobre o estrago que tais afirmativas do bispo poderiam provocar. O texto afirma que o Papa deveria ser mais prudente em suas ações. E os inimigos da Igreja, eles devem ser prudentes ao criticá-la?

Ainda assim, insisto: esse assunto deveria ser irrelevante. As opiniões de Williamson sobre o holocausto podem ser estúpidas e fantasiosas – e o são, mas não o impedem de ser católico. E Bento XVI, ao levantar sua excomunhão, quis dizer apenas que ele e seus três colegas estavam reintegrados na Igreja Católica. Seu gesto não quis dizer que eles se tornaram parte integrante da hierarquia sacerdotal da Igreja Católica. O assunto já deveria estar devidamente esquecido, mas a verdadeira campanha da mídia não é em favor da verdade, e sim da desmoralização do Sumo Pontífice e o enfraquecimento da sua autoridade moral – o que comprometeria gravemente a própria solidez da Igreja Católica.

Esquerda e direita na Igreja

Por Olavo de Carvalho.

Já faz tempo que a grande mídia no Brasil – refiro-me sobretudo à de São Paulo, Brasília e Rio — deixou de ser meio de informação confiável e se tornou puro instrumento de manipulação ideológica. O uso que ela faz dos termos para descrever situações e personagens não corresponde nunca à realidade objetiva, mas a um enfoque pré-calculado para produzir determinadas reações públicas. A linguagem-padrão do jornalismo brasileiro segue hoje estritamente a técnica soviética da desinformação. Isto não é modo de dizer, mas uma descrição exata do que acontece.

No caso das questões religiosas, a prova mais clara disso é o progressivo deslocamento do sentido dado aos rótulos “conservador” e “fundamentalista”. No começo, “conservadores” eram os católicos que se opunham às mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II. Muitos deles foram expulsos da Igreja, como dom Marcel Lefebvre, e hoje constituem um movimento religioso independente, de enormes proporções, cuja existência a mídia jamais menciona. Amputada essa parcela da realidade, o rótulo de “conservadora” passa a ser aplicado à própria ala da hierarquia católica que implementou as mudanças do Concílio. A margem de conservadorismo admitido, portanto, diminuiu consideravelmente. Antes, homens como João Paulo II ou o então cardeal Ratzinger eram o centro, o fiel da balança. Depois a mídia os deslocou para a direita e até para a extrema-direita enquanto dava sumiço nos conservadores genuínos, transformados em “não-pessoas”, sem direito a voz ou presença pública.

Processo análogo sofre o termo “fundamentalista”. Essa palavra designava os adeptos de uma interpretação literalista e legalista da Bíblia. Pouco a pouco, a classe jornalística passou a empregá-lo para rotular qualquer pessoa que seja fiel a uma religião tradicional. Isto significa que a quota de fidelidade religiosa admitida na sociedade “decente” vai se estreitando cada vez mais. É um estrangulamento progressivo, lento e calculado.

Outro exemplo. Até dez anos atrás, todo mundo na Igreja – esquerda e direita — era contra o aborto. Em 1991 os bispos de Chiapas, México, que estavam entre os mais esquerdistas da América Latina, acusaram de auto-excomunhão as militantes feministas que defendiam o aborto. Hoje, a mídia em peso carimba como “conservador” e até “fundamentalista” qualquer católico que seja anti-abortista.

Tudo isso é manipulação cínica, voluntária e consciente. Quem molda a linguagem popular domina a alma do povo. O uso de categorias políticas para descrever as facções da Igreja não é errado em si, pois o clero é composto de seres humanos, e seres humanos têm o direito e a inclinação de se alinhar politicamente. Mas essas categorias devem ser usadas honestamente como termos descritivos apropriados à realidade objetiva, não como instrumentos de manipulação destinados a criar uma falsa realidade politicamente conveniente a determinada facção. A mídia tem inclusive o direito de acompanhar as mutações semânticas quando vêm de fora, mas não o de produzi-las por iniciativa própria, moldando os acontecimentos em vez de descrevê-los.

Em cada grande redação do país existe hoje um forte grupo de iluminados que se autoconstituem donos do pensamento geral. Confrontados com um padrão normal de honestidade intelectual e jornalística, são na verdade criminosos, estelionatários. Um dos mais notáveis mentores intelectuais da esquerda mundial, o filósofo americano Richard Rorty, teve até o cinismo de enunciar a regra que orienta essa gente: não devemos – dizia ele — tentar convencer as pessoas expondo nossa convicção com franqueza, mas ao contrário, “inculcar nelas gradualmente os nossos modos de falar”. É o maquiavelismo lingüístico em estado puro.

João Paulo II e Bento XVI nunca estiveram efetivamente entre os conservadores. Foram transformados nisso por essa obra de engenharia verbal que, deslocando o eixo da linguagem cada vez mais para a esquerda, deforma as proporções da realidade para ludibriar a opinião pública. Complementarmente, essa manobra impõe o estereótipo de que os conservadores são a classe repressora e os progressistas são os coitadinhos oprimidos e perseguidos. Na verdade, jamais algum esquerdista da Igreja sofreu um milésimo das punições impostas à ala conservadora de dom Lefebvre. Os verdadeiros perseguidos da Igreja nunca são mencionados na mídia, embora constituam em certos países da Europa quase um terço da população fiel. No Brasil, os bispos de Campos foram humilhados, censurados e por fim excomungados sem ter feito mal algum. Leonardo Boff ou Gustavo Gutierrez, ao contrário, nunca sofreram punição nenhuma, apenas o período de silêncio obsequioso por alguns meses, e até hoje vivem da propaganda lacrimosa postiça que os mostra como verdadeiros mártires. Toda a grande mídia é cúmplice dessa mentira. O jornalismo no Brasil tornou-se uma forma de alucinação proposital.

Do mesmo modo, o chavão que divide a Igreja em “Igreja dos ricos” e “Igreja dos pobres”, que inicialmente aparecia só na propaganda comunista explícita, foi absorvido pela mídia e tornou-se de uso geral. A Igreja – toda a Igreja – sempre trabalhou pelos pobres. A ela devem-se a invenção dos hospitais, das maternidades, o ensino universal gratuito, a progressiva abolição da escravatura, etc. A “teologia da libertação”, que se auto-embeleza com o título de “Igreja dos pobres”, nada fez pelo povo pobre além de usá-lo como massa de manobra ou bucha de canhão, como o faz na Colômbia e em Cuba. A adoção daqueles estereótipos pela mídia é uma brutal inversão da realidade. Por outro lado, é a ala esquerda da Igreja – e não os conservadores ou mesmo os centristas — que hoje nada em dinheiro de George Soros, da ONU, da Unesco, das Fundações Ford e Rockefeller, e até de organizações abortistas como a Planned Parenthood Foundation e a Sunnen Foundation. Bela “Igreja dos pobres”, essa!

Fonte: site de Olavo de Carvalho.

História do Estado Vaticano e a Segunda Guerra Mundial

Hoje, Zenit noticia o congresso “Um pequeno território para uma grande missão”, que começou ontem, no Palácio Lateranense de Roma. O evento, organizado pelo governo da Santa Sé, acontece até amanhã e faz parte das comemorações dos 80 anos do nascimento do Estado Vaticano.

A fala do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento XVI, chamou-me a atenção em um ponto específico: o Vaticano e a Segunda Guerra Mundial. Transcrevo aqui o trecho:

O secretário de Estado Vaticano fez um percurso pelos principais fatos históricos que a Santa Sé teve de enfrentar desde seu nascimento como Estado independente.

Recordou assim que apenas dez anos depois de sua fundação, estourou a 2ª Guerra Mundial, período durante o qual a Santa Sé desenvolveu «uma intensa ação de promoção da paz e da caridade, mas com notáveis limitações».

«Pensemos no fato de que os diplomatas acreditados na Santa Sé dos países em guerra com a Itália tiveram de abandonar Roma ou que a própria ação eclesial, diplomática e caritativa da Santa Sé estava condicionada pelo controle do Estado Italiano», assinalou o cardeal.

O purpurado afirmou que, com o reconhecimento da soberania territorial, o Estado Vaticano pôde interagir também com representantes diplomáticos na guerra com a Ásia, que foram acolhidos pela Santa Sé.

Também afirmou as obras de caridade que o Papa Pio XII pôde desenvolver em toda a Europa durante a guerra, «socorrendo materialmente as populações afetadas e permitindo contatos entre aqueles a quem a guerra havia separado».

Roma foi ocupada militarmente desde setembro de 1943 até junho de 1944; «o Estado da Cidade do Vaticano se encontrava rodeado de um poder político-militar, o Reich alemão, com o qual a Santa Sé tinha muitos conflitos abertos», destaca o purpurado.

Recordou também os lugares de refúgio que serviram para albergar muitas vítimas durante a 2ª Guerra Mundial: o Seminário Pontifício Maior de Latrão, a Abadia de São Paulo Fora dos Muros e as Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, assim como mosteiros, conventos, institutos e paróquias de Roma.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

O Papa Pio XII é constantemente criticado por um suposto silêncio diante das atrocidades nazistas. Alguns chegam ao cúmulo de acusá-lo de ser cúmplice de Hitler, dizendo que o Papa não fez nada em prol dos perseguidos pelo regime alemão, especialmente os judeus.

Embora de maneira tímida, o cardeal lembrou das limitações das ações do Papa diante da terrível realidade que a Igreja tinha que encarar. É um primeiro passo para se refletir sobre o que realmente poderia ter sido feito – e o que foi feito pela Igreja para ajudar os refugiados e os ameaçados pela perseguição.

Assim que for possível, prometo publicar aqui em JORNADA CRISTÃ alguns textos muito interessantes sobre o assunto.

África: mortos sem utilidade ideológica

O mundo inteiro acompanhou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, graças à cobertura massiva dos meios de comunicação. E, claro, a opinião pública mundial foi devidamente manipulada para que todos ficassem contra Israel, em favor dos terroristas palestinos do Hamas. Nesse sentido, o resultado foi perfeito.

Mas a maior demonstração de que razões políticas, e não humanitárias, determinam a atenção da imprensa para determinados conflitos em detrimento de outros é o silêncio quase total das agências de notícias internacionais sobre o que está acontecendo atualmente na África, onde duas nações estão à beira da convulsão social.

A revista Veja, em dezembro passado, fez uma matéria sobre Darfur. Agora, pelo menos, seria bom alguém prestar atenção no que está acontecendo no Congo e em Madagascar.

A Igreja Católica está lá, entre tantas tristezas e desgraças, levando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e alertando o resto do mundo para o que está acontecendo.

Transcrevo integralmente o texto da Agência Fides:

ÁFRICA/CONGO RD – Uma notícia que não foi dada: 900 pessoas massacradas em um mês no Congo

Kinshasa (Agência Fides) – Uma notícia que não foi dada: foi atualizado o balanço dos massacres ocorridos no norte da República Democrática do Congo desde o Natal 2008 até hoje: mais de 900 mortos. Mesmo assim o mundo (sobretudo a Europa, sempre prontra a comover-se pelos amores falidos da celebridade do momento) não percebeu, não obstante as publicações da imprensa missionária (entre elas a Fides).

Os massacres foram realizados pela guerrrilha Exército da Resistência do Senhor (LRA) um grupo ugandense (formado por crianças soldado engajados à força depois de serem seqüestrados, e muitas vezes depois de terem visto ao massacre de seus próprios parentes) que age não somente ao norte de Uganda (onde se formou em 1986, sobre as cinzas de um precedente movimento), mas agora também no Congo, sul do Sudão e até mesmo na República Centro-africana.

Para procurar acabar com o LRA no final de dezembro de 2008 foi iniciada uma operação militar conjunta por parte dos exércitos de Uganda, Congo e sul do Sudão, contra o quartel general da guerrilha na floresta de Garamba, no Congo (ver Fides 15/12/2008). Uma operação apoiada pela ONU e pelos Estados Unidos, como foi publicado pela imprensa estadunidense (veja “Hoje na Internet” de 9/2/2009), mas que faliu o objetivo de arrestar a liderança da guerrilha, que é procurada pela Corte Penal Internacinal por crimes contra a humanidade.

Em resposta o LRA fez uma violenta represália contra as inocentes populações congolesas: inteiros povoados foram saqueados e destruídos; inteiras famílias massacradas: mulheres e crianças foram os primeiros a pagar. Os 17 mil Capacetes Azuius da Missão das ONU no Congo (MONUC, outra das tantas siglas que se tornaram sinônimos de impotência da comunidade internacional) parecem ser somente espectadores dos massacres das populações que deveriam defender segundo o mandato da sede da ONU, o Palácio de Vidro, em Nova Iorque, (tanto de vidro que parece inconsistente).

Mas as notícias são outras… nós hoje publicamos uma notícia que não foi dada. (L.M.)

Agora, outro texto, dessa vez sobre Madagascar:

ÁFRICA/MADAGASCAR – “O novo derramamento de sangue inflamou os ânimos da população” dizem as fontes de Fides

Antananarivo (Agência Fides)- “Pelas nossas informações os mortos são mais de 40 e os feridos mais de 200” dizem à Agência Fides fontes da Radio Don Bosco de Antananarivo, capital de Madagascar, onde no sábado, 7 de fevereiro, a Guarda Presidencial disparou contra os manifestantes que se aproximavam da sede dos escritórios do Presidente Marc Ravalomanana.

A manifestação foi organizada pelo prefeito que renunciou ao governo de Antananarivo, Andry Rajoelina, que estabeleceu uma dura disputa com o Presidente Ravalomanana (ver Fides 5/2/2009).

“Recebemos um comunicado em nome da Ministra da Defesa, Cécile Manorohanta, do qual tentamos avaliara a autenticidade, em que é anunciada a sua renúncia, por ser contra ao uso da força contra os manifestantes. Segundo algumas opiniões, a renúncia da Ministra da Defesa seria somente o início e nas próximas horas haveria outras renúncias de Ministros” explicam as nossas fontes. Segundo fontes da imprensa, com efeito, também o Ministro da Justiça, Bakolalao Ramanandraibe Ranaivoharivony, apresentou a sua renúncia.

“Esse novo derramamento de sangue (anteriormente, segundo a polícia pelo menos 44 pessoas foram mortas em outros conflitos com as forças da ordem, e 120 segundo fontes independentes) ha inflamou os ânimos da população: agora, muitos pedem a renúncia do Presidente” continuam as fontes da Fides.

Da manifestação de 7 fevereiro participaram milhares de pessoas. “Quando os manifestantes começaram a se aproximar do palácio presidencial, e não da residência do Chefe de Estado, que não é no centro da cidade, a Guarda Presidencial disparou repentinamente, sem tiros de advertência para o alto ou lançamento de bombas de gás lacrimogêneo. Os mortos são quase todos jovens; entre eles há pessoas provenientes da província, o que demonstra que nesse não é um movimento somente da capital, tem dimensão nacional” explicam as fontes da Fides.

No sábado estava prevista a participação na manifestação do famoso cantor Rossy, que vive no exílio na França (ver Fides 3/2/2009). “Rossy não chegou porque, no dia 7 de fevereiro com uma motivação técnica, foram cancelados diversos vôos de e para Madagascar” contam as nossas fontes.

Em nome do Fórum das igrejas cristãs de Madagascar (FFKM, do qual fazem parte a Igreja católica, a Igreja reformada protestante de Madagascar, os luteranos e os anglicanos), o Presidente, Dom Odon Marie Arsène Razanakolona, Arcebispo de Antananarivo, criticou duramente o derramamento de sangue de sábado, e convidou as duas partes ao diálogo. “Nas próximas horas esperamos uma nova tomada de posição da FFKM e um comunicado da Igreja católica” afirmam as fontes da Fides.

Andry Rajoelina, que semana passada autoproclamou-se Presidente em oposição ao atual Chefe de Estado Ravalomanana e, em seguida, anunciou a formação de um governo de transição liderado por Zafitsimivalo Monja Roindefo, pediu que seja proclamado um dia de luto nacional. Rajoelina pretende encontrar o enviado especial da ONU para Madagascar, Haile Menkerios, que deverá encontra-se também com o Presidente. A oposição pede a renúncia do presidente, acusado de limitar as liberdades civis e minar a economia para atender aos próprios interesses. (L.M.)

São mortos que ninguém quer saber. O PT lançou nota oficial lamentando ou condenando alguém? Não. A Folha de São Paulo chamou “intelequituais” para debates intermináveis nas suas páginas? Não. Alguém saiu na rua pra protestar em algum lugar contra a ineficiência da ONU? Não. E por que tanta indiferença? Porque esses mortos não têm filiação ideológica. Nenhum político se interessa por eles. Não saem nas manchetes de jornal porque a violência não foi provocada por “cruéis americanos militaristas conservadores, sedentos de petróleo e sangue estrangeiro”, muito menos pelo “agressor sionista”. São “apenas” africanos matando africanos.

E somente os cristãos arriscam a vida e levantam a voz para ouvidos moucos.

Podcast Olavo de Carvalho: declarações do bispo Williamson são um “episódio pequeno”

Trecho do podcast de Olavo de Carvalho desta semana que passou, em que comenta sobre a polêmica decorrida das declarações do bispo Williamson:

Vocês sabem que aquele bispo, Williamson, que foi um dos quatro bispos que foram reintegrados na Igreja agora pelo Papa Bento XVI, o sujeito foi excomungado no tempo do Concílio [nota: na verdade em 1988, 23 anos depois do encerramento do Vaticano II] por ter sido sagrado bispo contra a vontade do Papa, sem autorização do Papa, pelo cardeal Lefebvre. Acontece que, examinando direitinho as leis, Bento XVI chegou à conclusão de que esse negócio era inválido, essa excomunhão era inválida, então ficou sem efeito. Não é que ela foi suspensa, ela foi declarada nula, quer dizer: pelo Código de Direito Canônico, ela não valia no instante em que foi decretada. Foi só isso que o Papa fez.

Acontece que, vinte anos depois desse acontecimento [a excomunhão], esse bispo Williamson andou lendo lá uns negócios do tal do revisionismo e chegou à conclusão de que o holocausto não aconteceu e disse isso. Agora, o mundo inteiro já está protestando: “Não, não pode tirar a excomunhão dele, porque ele falou que o holocausto não existiu”. Mas isso é inteiramente absurdo: você, por conta de um novo delito, e que não é um delito eclesiástico, é um delito civil (…), você vai manter uma penalidade canônica anterior, referente a outro crime, e que é juridicamente inválida? Você querer que o Papa faça isso, ora se um Tribunal Eclesiástico fizesse isso, qualquer primeiroanista de direito iria rir da cara desse tribunal, ele iria se desmoralizar completamente. Vocês querem fazer algo contra o bispo Williamson, vocês metam um processo nele, o Papa não tem absolutamente nada a ver com isso. Agora, fica até esse Hans Küng exigindo a renúncia do Papa… Hans Küng é uma besta quadrada, um vendido, comunistinha, o que o Hans Küng diz só tem importância na Folha de São Paulo. (…) É um Leonardo Boff alemão, entendem?

Veja: o pessoal do Grão Rabinato de Israel rompeu relações com o Vaticano por causa disso. Mas que estupidez, meu saco! Nessa hora, em que o mundo inteiro está descendo o cacete em Israel, Israel precisando de todo o apoio que possa angariar, eles vão arrumar uma briga com o Vaticano por causa disso? Não tem motivo para arrumar briga, porque primeiro: o bispo Williamson já pediu perdão ao Papa por ter dito isso do holocausto; segundo, o Vaticano já emitiu a declaração, dizendo que isso aí é muito errado, que isso é um pecado e ele nunca podia ter feito isso. Se o sujeito cometeu o pecado, foi lá para o Papa e pediu perdão, o Papa é obrigado a perdoar (…), vocês não entendem? Não dá para o cara pedir desculpas, não dá para o cara voltar atrás? (…)

Isso aí é coisa de intrigante, que quer criar problemas, quer criar ruptura entre Israel e os cristãos, por quê? Porque os cristãos são hoje os maiores aliados de Israel, então, tem que quebrar essa aliança (…). Vai um cara, sopra na orelha do rabino, “aqui, o cara negou o holocausto, bla bla bla”, para criar um rolo, o idiota cai e faz uma coisa dessas. Isso aí é o seguinte: o Papa já fez o que tinha que fazer, e o bispo Williamson também já fez, já pediu desculpas em público, e pronto, acabou. O que mais se pode fazer depois disso? Querer criar um caso diplomático internacional por causa de uma coisa que já foi, que o cara já se desculpou… Que maluquice é essa? Isso é querer explorar um episódio pequeno para  criar uma crise que pode prejudicar seriamente não o Vaticano, pode prejudicar Israel. (…) Acontece isso, e os terroristas esfregam as mãos, “oba, agora eles vão brigar com o Vaticano, e todo mundo vai descer o cacete neles”.

Vale a advertência costumeira: não se assustem com os palavrões! Para ouvir o podcast na íntegra, clique aqui.

Haja saco!

E as besteiras ditas pelo bispo Williamson ainda repercutem. E repercutem porquê? Porque os inimigos da Igreja estão sempre vigilantes, esperando acontecer e regojizando-se quando descobrem deslizes de seus membros. Será que a Igreja é responsável como um todo pela declaração infeliz de um católico? “Ah, mas o Williamson teve sua excomunhão levantada, e voltou a fazer parte da hierarquia da Igreja”. Alto lá: o levantamento da excomunhão não significou o retorno de Williamson às suas funções episcopais. Ele agora pode receber os sacramentos, mas não pode celebrá-los licitamente.

Além disso, manifestar-se relativizando o holocausto, por mais estúpido que seja, não é motivo para manter uma excomunhão. É claro que é uma declaração irresponsável, inclusive por suas repercussões, que fizeram estremecer as relações entre judeus e o Vaticano de uma forma descabida. E, não nos esqueçamos, serviram de prato cheio para a imprensa praticar um de seus esportes preferidos: cair de pau na Igreja Católica e no Papa.

E a novela continua. Vejam o que saiu hoje na Zenit:

Papa e chanceler Merkel condenam Holocausto

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, domingo, 8 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI e a chanceler alemã Angela Merkel mantiveram uma conversa telefônica na qual mostraram sua coincidência na visão sobre a Shoá como advertência à humanidade, segundo explicou neste domingo a Santa Sé através de um comunicado.

A conversa aconteceu a pedido da senhora Merkel, cristã protestante, e se desenvolveu «em um clima de grande respeito», no qual tanto o Papa como a chanceler «expressaram seus respectivos pontos de vista», afirma a nota.

Esta conversa, segundo declararam conjuntamente os dois porta-vozes, o senhor Ulrich Wilhelm pela parte alemã e o Pe. Federico Lombardi, S.J. pela parte vaticana, foi «cordial e construtiva» e esteve «marcada pela comum e profunda adesão à advertência sempre válida da Shoá para a humanidade».

Ambos falaram, segundo explica a nota, sobre as declarações realizadas pelo Papa Bento XVI em 28 de janeiro passado, ao término da audiência geral, e sobre as de Ángela Merkel na terça-feira passada.

Nessa ocasião, o Papa havia pronunciado um comunicado, no qual afirmava que a Shoá devia ser para todos» uma advertência contra o esquecimento, contra a negação e o reducionismo».

O Papa afirmava ter «na memória as imagens recolhidas em minhas repetidas visitas a Auschwitz, um dos campos de concentração nos quais se consumou o brutal massacre de milhões de hebreus, vítimas inocentes de um cego ódio racial e religioso».

«Enquanto renovo com afeto a expressão de minha total e indiscutível solidariedade com nossos irmãos destinatários da Primeira Aliança, desejo que a memória da Shoá leve a humanidade a refletir sobre o imprevisível poder do mal quando conquista o coração do homem», acrescentava.

Estas declarações haviam sido consideradas como «insuficientes» segundo declarou na terça-feira passada, 3 de fevereiro, Ángela Merkel.

«Por parte do Vaticano e do Papa tem que ficar definitivamente claro que não se permite o negacionismo e que deve haver um trato positivo com o judaísmo», havia afirmado a chanceler alemã.

Leia o restante da matéria aqui.

É compreensível a preocupação expressada pela chanceler alemã sobre o tema. Mas é inaceitável que ela considere “insuficientes” as declarações do Papa a respeito do assunto. No último dia 29 de janeiro, ele afirmou em audiência:

Vêm-me à memória as imagens recolhidas em minhas repetidas visitas a Auschwitz, um dos lugares nos quais se consumou o brutal massacre de milhões de hebreus, vítimas inocentes de um cego ódio étnico e religioso (…) enquanto renovo com afeto a expressão de minha total e indiscutível solidariedade com nossos irmãos destinatários da Primeira Aliança, auguro que a memória da Shoá induza a humanidade a refletir sobre o imprevisível poder do mal quando conquista o coração do homem.

Essa declaração foi suficiente para satisfazer o diretor geral do Rabinato de Israel, Oded Wiener, que afirmou:

Creio que foi um grande passo adiante e uma importante declaração para resolver esta questão, ainda que devemos discutir junto com os membros da Comissão da Santa Sé e do governo de Israel sobre o que pode ser acrescentado para colocar fim a este problema.

Mais detalhes aqui, nesta ótima e explicativa matéria da Zenit. No mesmo texto, uma declaração do embaixador de Israel na Santa Sé, Mordechay Lewy, afirmando que a declaração do Papa foi de alto nível, “que esclarece e ajuda a superar os equívocos”. O comentário do Pe. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, foi tão contundente que parecia ter encerrado definitivamente a questão.

O que mais querem que o Papa diga a respeito? Mas a imprensa continua repercutindo o caso. Não seria má vontade contra a Igreja e Bento XVI? Será que não estão exagerando as afirmações desastradas de um bispo com o objetivo de atingir a imagem do Papa? Autoridades judaicas já se abriram ao diálogo e a imprensa continua a jogar gasolina na fogueira.

Por falar em imprensa, não percam os ótimos textos do blog Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem, do qual sou fã número 1, sobre este assunto, comentando os erros cometidos por jornalistas ao noticiarem e comentarem esta polêmica.

O maior de todos os pecados: negar o pecado

Um dos pontos mais contestados da catequese tradicional da Igreja pela sociedade e pelos próprios católicos é o ensino católico referente à sexualidade. A Igreja proibe tudo: sexo fora do casamento, homossexualismo, pornografia… Em contrapartida, a modernidade oferece uma “libertação” para isso, soprando nos ouvidos de todos uma proposta sedutora: você pode ser católico, bom cristão, basta seguir alguns mandamentos podendo descartar outros.

Infelizmente, a maioria dos que se dizem católicos “escolhe” quais os mandamentos da Igreja quer seguir – e essa atitude é muito mais grave que o pecado em si: é o desprezo pelo próprio conceito de pecado. Esse “self-service” espiritual tem conseqüências muito sérias, tornando o fiel cada vez mais desligado da Igreja e dos preceitos cristãos. O Papa torna-se um cara legal, mas com umas idéias meio ultrapassadas, e eu com meu senso crítico apuradíssimo é que devo decidir o que é melhor para mim. Portanto, se a Igreja diz que isso ou aquilo é pecado, primeiro eu tenho que consultar a minha sabedoria imensa para discernir e comprovar, de acordo com o meu julgamento, se tal coisa é ou não pecado.

Vamos refletir um pouco.

O ataque à moral sexual cristã é uma das frentes de batalha dos militantes anti-cristãos – ou vocês acham que a revolução sexual veio do nada, foi algo espontâneo, que chegou como um vendaval para “acabar com séculos de repressão (sic) da cultura ocidental católica” logo que um bando de malucos resolveu tirar a roupa na França e em Woodstock pra transar adoidado? A revolução sexual prega a absoluta desmoralização do magistério da Igreja no que diz respeito a castidade, casamento, sexo. A cultura ocidental a partir dos anos 60 abraçou o hedonismo sem contestação alguma, tornando-se a principal divulgadora de uma cultura libertária, negacionista, visando a construção de uma “nova sociedade”.

Ora, para construir uma “nova sociedade”, você tem que destruir a velha, certo? E qual o principal fundamento da “velha” e “antiquada” sociedade? O cristianismo, ora bolas, e a Igreja Católica, que tem um Papa para encher o saco de todo mundo, lembrando o que é certo e o que é errado. Uma nova sociedade “libertária” não pode ter “certo” e “errado”, tem que ter cidadãos “conscientes” que vão fazer as próprias escolhas morais, sem parâmetros pré-definidos.

A destruição da Igreja Católica e do Cristianismo tem que acontecer por dentro, como previa o pensador comunista italiano Antonio Gramsci. Você descaracteriza a doutrina católica, cria dúvidas e confusões entre os fiéis, a partir do que dizem leigos e eclesiásticos engajados não com a Igreja, mas com este projeto de “nova sociedade”. E, para a concretização deste admirável mundo novo, a Igreja Católica e o Cristianismo são obstáculos sérios, que devem ser removidos. Para isso, devem ser descaracterizados. As Igrejas devem se tornar um clubinho onde as pessoas vão para não se sentirem entediadas, cantam, lêem alguma coisa para se sentirem edificadas e voltam pra casa. Muito simples. “Mas, na minha moral individual, mando eu!” Manda nada, idiota: você já está sendo manipulado pela revolução pregada por Gramsci e seus sequazes.

O que os iluminados promotores da “nova sociedade” não percebem (ou talvez, ao contrário, percebam muito bem) é que uma escolha moral só pode ser feita de maneira consciente a partir de valores morais, que não são escolhidos por si mesmos! Ou então, a moral torna-se relativa… cada indivíduo tem sua própria moral, daí tudo se torna permitido, como adivinhou Dostoiévski.

O estrago provocado pela relativização do pecado entre os fiéis foi tão grande que, para a maioria dos cristãos hoje (e mesmo entre os que se dizem “praticantes”), o sexto mandamento foi praticamente abolido – ou “modificado” para “não farás sexo sem amor” ou “não colocarás um baita chifre na cabeça do seu namorado”. Ou quem sabe, “não farás sexo com mais de uma pessoa – ao mesmo tempo, pelo menos”. Ou o mais popular de todos, “não farás sexo sem usar a camisinha”. A mentalidade de que a Igreja só aconselha em matéria sexual e seus conselhos não precisam ser seguidos disseminou-se, e o que temos hoje são pais católicos permitindo que o filho leve a namoradinha pra dormir com ele em casa, no sábado à noite, e domingo de manhã todo mundo vai à missa e comunga numa boa.

Não existe escolha: ou você é um católico por inteiro ou não é nada, ou você se reconhece pecador e fica de joelhos todas as noites pedindo perdão a Nosso Senhor Jesus Cristo por todas as besteiras que você fez ao longo do dia, ou você é um farsante. E pecado não é aquilo que você quer que seja, não é uma definição pessoal – já cansei de ouvir católicos vira-latas estufando o peito pra dizer “pecado é aquilo que minha consciência julga como tal”. Não foi a Igreja que inventou que sexo fora do casamento é pecado, não foi o Papa que disse que homossexualismo é pecado, não foi o bispo Dom José das Couve que afirmou que métodos anti-concepcionais artificiais são moralmente inaceitáveis.

Se você realmente é católico, sabe que a Igreja tem a assistência divina do Espírito Santo, o Espírito da Verdade. E o que a Igreja define como pecado é aquilo que o Espírito Santo lhe inspirou – não somente através da Bíblia, mas da Tradição Oral e do Magistério da Igreja (leia sobre o assunto no Curso de Bíblia do Padre Tonico).

O ponto é esse: a mudança de costumes tem como objetivo a desmoralização da autoridade moral do cristianismo, particularmente da Igreja Católica. As pessoas vêem os “avanços” da modernidade e comentam: “o mundo mudou, mas a Igreja é muito atrasada…” Caramba, a Verdade não muda. E quando você começa a duvidar de um ensinamento da Igreja, do Cristianismo, da Bíblia, abre uma caixa de Pandora na sua cabeça. Se um mandamento da Igreja é furado, por que os outros também não estariam sujeitos à falibilidade?

O católico tem que obedecer à Igreja e ser submisso ao Papa. Sem isso, no way: não é católico, é simplesmente um imbecil que acha que é católico e permanece indiferente ao pecado.

Vejam um exemplo maravilhoso, bastante elucidativo. Você vai ao padre para se confessar – essas confissões moderninhas, de frente para o padre, cara a cara, fora do confessionário, parece mais um bate papo, só falta a cervejinha. Você começa falando: “Padre, eu pequei… Transei com minha namorada…” O padre olha pra você com uma cara de benevolência e lhe pergunta: “Você ama sua namorada?” E você responde “Amo, padre… Sou apaixonado por ela, mas foi um momento de fraqueza…” Daí o padre lhe interrompe: “Mas isso não é pecado! É algo maravilhoso, você está expressando seu amor por ela”, e tome blá-blá-blá digno de programa da Ana Maria Braga. “O que não pode é sexo sem amor, mas você não está pecando”. E você, ainda meio confuso, pergunta: “Mas padre, sexo antes do casamento não é pecado?” O padre, com sua sabedoria pai d’égua, responde: “Meu querido, a Igreja aconselha… Mas hoje em dia, as coisas estão muito mudadas…”

Daí você sai aliviado com os conselhos maravilhosos do padre (“Não esqueça a camisinha, hein… Vocês não estão preparados para terem um bebê…) e já planeja a próxima ida ao motel com a queridinha para comemorar – dessa vez, sem neuras, sem culpa, sem nenhum impedimento “divino”.

Vou contar outra, mas peço que não espalhem… Uma vez, um padre (que inclusive tempos depois abandonou a batina para se juntar com uma mulher divorciada, que morava perto da igreja, para escândalo de toda a comunidade…) me contou que um colega de sacerdócio absolveu em uma confissão e permitiu que recebesse a eucaristia um travesti que vivia com outro homem, tendo como justificativa a fidelidade que havia entre o “casal”. O padre não aconselhou que o travesti vivesse a castidade e que evitasse a relação homossexual: ele fez vistas grossas a esse pecado gravíssimo, que afasta a pessoa da Graça de Deus, e orientou o fiel como se essa prática fosse lícita, permitindo-o que comungasse. Provoca escândalo muito maior que essa união, pecado condenado reiteradamente por Deus na Bíblia e pelo Magistério da Igreja, a atitude do padre. Ninguém tem o “poder” de estabelecer pecados ou revogá-los.

Vejam o que diz o Catecismo da Igreja Católica, que está acima da autoridade de qualquer padre moderninho, sobre sexo fora do casamento e homossexualismo:

2353 A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.

Portanto, sinto muito, mas tenho uma péssima novidade para todos: pecado não é aquilo que você quer que seja pecado, não é aquilo que você acha que seja pecado, não é aquilo definido pela sua consciência, pela sua cabecinha oca. Pecado é um dado objetivo, revelado por Deus à Igreja Católica, através da assistência divina do Espírito Santo a ela. Jesus veio ao mundo para ensinar o que é certo e o que é errado, não para fazer turismo ou distribuir vinho para a galera encher a cara.

E o pecado maior de todos, aquele que Deus não perdoa e nem perdoará nunca, o pecado contra o Espírito Santo é… negar o próprio pecado!!! Colocar-se como Deus, juiz supremo, e negar um pecado é uma ofensa gravíssima a Deus, não somente à Igreja. Repetindo: a desmoralização do Cristianismo em geral e da Igreja Católica, em particular, passa pela relativização do conceito do que seja o pecado, pela disseminação da idéia de que o certo e o errado partem do julgamento de um indivíduo, não de uma ordem superior a que esse indivíduo, conscientemente, deve seguir.

“Ah, mas e agora??? Eu sou pecador!!!” Não brinca!!! Eu também sou. Eu, Raimundo e todo mundo… A misericórdia de Deus é infinita para todos aqueles que pedem perdão. Mas como pedir perdão sem ter a consciência do pecado? Como pedir perdão se o orgulho não permite o reconhecimento da própria infração?

Quem não aceita a existência do pecado, não é capaz de pedir perdão. E por isso, não o receberá. Este é o pecado contra o Espírito Santo: pecar contra a Graça santificadora do Pai e recusar-se a aceitar o seu perdão.

Papa Bento iniciando ano movimentado e histórico

Por Edward Pentin.

Este ano reserva muitas surpresas para o Papa Bento XVI. O líder espiritual dos 1,2 bilhões de católicos do mundo deve embarcar em duas viagens papais históricas, fazer mudanças significativas nas lideranças do Vaticano, e encontrar-se com Barack Obama, no que pode vir a ser um encontro complicado.

O Pontífice, que completará 82 anos de idade no próximo dia 16 de abril, viajará pela primeira vez como Papa à África no mês de março, rumo a Camarões para fazer parte das preparações para um encontro de bispos africanos. Em seguida, partirá para Angola para celebrar os 500 anos da evangelização do país.

O Papa pode esperar uma recepção calorosa num continente onde o catolicismo está crescendo rapidamente e muitos estão a aderir ao sacerdócio católico. Mas a África, continuamente afetada pela pobreza e pelos conflitos, é de grande preocupação para a Igreja, levando o Vaticano a informalmente declarar 2009 como o Ano para a África. Como fez no Natal, o Papa deverá chamar a atenção especificamente para os conflitos e sofrimentos no Zimbabwe, no Congo e na Somália.

Sua visita também deverá reacender a controvérsia sobre a proibição da Igreja do uso de preservativos como método para se evitar o vírus HIV. O Papa não mudará o ensinamento da Igreja nesse assunto, mas ao invés disso provavelmente deverá salientar a razão pela qual a Igreja mantém seus ensinamentos e que organizações católicas assistem aproximadamente um quarto de todas as vítimas da AIDS no mundo.

As atenções então se voltarão para a viagem histórica seguinte de Bento XVI, à Terra Santa. O Vaticano não confirmou oficialmente a visita e, se os conflitos continuarem em Gaza, provavelmente será adiada. De qualquer maneira, o Vaticano diz que o planejamento para a viagem continua, e fontes dizem que está agendada para acontecer entre os dias 8 e 15 de maio. Incluirá paradas em Aman, Tel Aviv, Jerusalém, Nazaré e Belém. O biógrafo papal George Weigel diz que provavelmente será o ponto alto do ano para o Papa.

Sem dúvida, a visita será uma das mais delicadas para Bento XVI. Fontes dizem que o pontífice alemão tem um encontro marcado com membros da Autoridade Palestina (que não inclui o Hamas) em Belém, e visitará o memorial do Holocausto em Jerusalém. Ele fará muitos apelos pela paz na região e em solidariedade com os cristãos da Terra Santa, que enfrentam muitas provações e emigram em número elevado. O Vaticano espera que a viagem do Papa também alivie recentes tensões com israelenses e líderes judeus. A ação do Papa Pio XII para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial mantém-se como uma questão ardentemente controvertida entre alguns líderes do judaísmo.

Além das viagens do Papa, novos escritos papais são aguardados para este ano. A primeira e muito aguardada encíclica social de Bento, “Caritas in Veritate” (“Amor na Verdade”), provavelmente será lançada na primeira metade do ano (pré-vendas já estão sendo feitas online em sites como o Amazon.com). O documento, endereçado a todos os católicos, oferecerá uma crítica moral para a atual crise financeira. É esperada para ser convenientemente “ecológica”, enfatizando a administração responsável da criação, mas sempre com uma visão antropocêntrica que coloca a dignidade humana e o bem-estar, não a natureza, no cerne da questão.

O Papa, um leitor voraz e autor talentoso, deve também publicar o segundo volume de seu livro “Jesus de Nazaré”. O livro, cujo primeiro volume foi publicado em 2007, oferecerá suas próprias análises e compreensões teológicas sobre a Paixão e Ressurreição de Jesus.

Este ano também verá mudanças significativas em muitos altos cargos no Vaticano. Pelo menos três cardeais devem se demitir, já que chegaram ou excederam a idade limite de 75 anos. Em decorrência disso, e da aposentadoria de outros cardeais ao redor do mundo, a necessidade de um consistório (quando o Papa formalmente indica novos cardeais) se tornará premente. Comentaristas acreditam que isso deverá acontecer na primavera (entre setembro e dezembro).

O Papa também estará empenhado em assegurar que continuem os até agora significativos progressos nas relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. Um novo patriarca ortodoxo russo será escolhido em junho, em seguida à morte inesperada do patriarca Alexis II, no final do ano passado. O escolhido poderá renascer as esperanças de que aconteça o primeiro e histórico encontro entre um Papa e um patriarca, desde que as duas igrejas quase mil anos atrás se dividiram.

Quanto aos ilustres visitantes que o Papa deverá receber, a visita de Barack Obama em julho é a mais aguardada. O presidente eleito comparecerá ao encontro do G8 na ilha italiana de Maddalena e espera-se que ele inclua em seu trajeto uma passagem pelo Vaticano. Tendo em vista sua conhecida posição sobre aborto e outras questões pró-vida, o encontro de Obama com o Pontífice poderá se tornar embaraçoso.

Mas mesmo que os dois não se encontrem, comentaristas dizem que a nova administração e a Igreja provavelmente se enfrentarão. “Se a administração Obama tentar remover as cláusulas de consciência que protegem instituições e profissionais de saúde católicos nos Estados Unidos [da obrigação de realizarem abortos], podemos muito bem ver um desafio papal à nova administração”, Weigel diz. Ele acredita que tal confronto é provável “de qualquer jeito”, tendo em vista o quanto a administração Obama irá se esforçar no campo dos assim chamados “direitos reprodutivos” junto às Nações Unidas e em outros países.

Ainda assim, isso não impedirá Bento XVI de reunir-se com Obama se a oportunidade surgir. Um dos pontos fortes deste Papa é sua disposição em ouvir todas as opiniões, mesmo aquelas com as quais discorde. Para o Papa Bento, uma discussão intelectual honesta supera qualquer medo de controvérsia. Por isso, não se surpreenda se, como em anos anteriores, este Pontífice voltar a ser manchete em virtude de debates pragmáticos e provocativos.

Fonte: Newsmax.com. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.

O governo global e o ataque à Israel pela opinião pública mundial

Por Adilson Boson.

No mundo de hoje, deixaram de importar, há algum tempo, as forças estatais. Forças internacionais, globalizadas, possuem muito mais força do que a grande maioria dos Estados Nacionais (esta invenção, pelo visto, temporária).

Hoje, existe uma aliança, temporária, entre três grandes grupos de forças globais:

  • As empresas multinacionais: algumas grandes empresas e marcas possuem, hoje, mais influência e capital do que vários países do mundo. As fronteiras entre os países, com diferentes regras, impostos, taxas alfandegárias, dificultam a vida para elas.
  • A esquerda internacional: que adora dizer que “não existe mais”; pra onde foram todos aquelas agências de espionagem soviéticas, todas aquelas bombas atômicas russas, todo o ímpeto de socializar o mundo; simplesmente se aposentou? ou trabalha de forma diferente, discreta e organizada? Encontra-se espalhada, hoje, pelo mundo, dando ênfase ao plano cultural: universidades, escolas, agências de notícias, ONGs, Hollywood…
  • O Islamismo: o objetivo deste é converter todo o mundo, à palavra ou à força.

As três forças se uniram, temporariamente, com um objetivo: “globalizar” o mundo, no sentido de detonar fronteiras e organizar um governo global. Isso acarretaria vantagens para os três, em seus objetivos.

Um governo global significa uma nova ética, uma nova religião, uma nova forma de organizar a economia.

Do ponto de vista ético-religioso, foram as religiões, especialmente a Igreja Católica, que deu a base de sutentação ao nascimento do estado-nação como o conhecemos.

Para destruir essa base, é necessário atacar a Igreja em tudo o que ela prega: por isso, as diárias e incessantes campanhas difamatórias contra padres, bispos e ao Papa; por isso, a força de “bandeiras” antes inexistentes, como a eutanásia, o aborto, o casamento gay, o fim da família como a conhecíamos.

Para destruir o antigo conceito de estado-nação, é necessário solapar outros pilares, que só cabe aqui citar: os exércitos nacionais (também pela prática da difamação sempre que possível), as moedas locais, as línguas, as leis.

Porém, para o fim da Igreja Católica, é necessário destruir os seus dois pilares: as Escrituras e a Tradição. Esta última, com uma ajudinha dos protestantes. Para destruir as Escrituras, é preciso contrariar, provar que sejam falsas alguma de suas grandes Profecias. Basta uma. O próprio Jesus
disse que, para saber se um profeta fala palavras de Deus, basta verificar se suas profecias se cumprem.

Ora, a destruição do povo israelita seria uma prova cabal da falsidade da Bíblia! Então, apontar todas as armas para o povo judeu é a regra.

Tenta-se destruí-lo tanto moralmente (nos ataques da Imprensa, de “intelectuais” alinhados com o globalismo, dos “inocentes úteis”, facilmente angariados com o marketing bem feito e calculado) quanto fisicamente (mísseis, alianças, bomba atômica) etapa esta deixada, de bom grado, para o Islã.

Como não dá pra atacar fisicamente, ainda, a Igreja Católica, por enquanto o alvo é Israel.

Ano 2008 entre ódio e laicismo anticristão

Importantíssimo artigo publicado na Agência Fides salienta o que já estou a repetir aqui em JORNADA CRISTÃ: está em curso uma implacável perseguição aos cristãos em todo o mundo. Em alguns países, a perseguição é aberta, sob o patrocínio ou a anuência do estado, que impõe restrições à liberdade de culto (China, Coréia do Norte, Vietnã, ditaduras comunistas) ou simplesmente ignora a violência praticada por grupos majoritários contra minorias cristãs (Sudão e Índia).

Mas o ocidente não está livre da intimidação e da perseguição. Ao contário! A campanha anti-cristã está a todo o vapor, em favor de uma nova ordem mundial sem religião – e, para isso, trabalha pela destruição dos valores cristãos. As organizações que trabalham em favor do aborto, da eutanásia, contra a família tradicional cristã, não o fazem pela “liberdade individual” ou pelos “direitos humanos”: agem assim, porque o esforço é calculado, tendo como objetivo a destruição do Cristianismo, através da desmoralização da Igreja Católica. Transcrevo aqui partes do artigo que mais me chamaram a atenção:

O ano de 2008 se concluiu com um balanço pesado de violências e perseguições contra os cristãos no mundo. Áreas que eram consideradas por muitos anos imunes à intolerância e tinham visto conviver no respeito das várias confissões cristãs, hinduístas ou muçulmanas, se transformaram em verdadeiros e próprios campos de batalha onde a violência e o ódio cego substituíram o raciocínio e o respeito.

(…)

Mas não é somente o confronto entre as religiões o campo de batalha em que o cristianismo é combatido com tenacidade. O pressuposto laicismo moderno, entendido como depuração do homem de sua pertença religiosa e de sua identidade cultural, trabalha do mesmo modo. Do alto, legislações sempre mais invasivas da esfera privada do homem e do cristão, que impõem à fé em Cristo um retiro forçado na escuridão e na penumbra.

Eliminar os valores cristãos da herança social e cultural das nações que se identificam com a história do cristianismo equivale a perseguir Cristo, a fazer com que os cristãos se envergonhem de pertencer a Cristo. Este laicismo ameaça a Igreja numa maneira sutil e destruidora da violência física e da intolerância manifestada. E usando a tolerância entendida como sentido mais absoluto possível, impõe à religião cristã de desaparecer de toda o cenário.

Este último parágrafo resume muito bem o espírito da coisa. O texto, para ser lido em sua íntegra, com muitíssima atenção, está aqui.

Guerra contra a Igreja Católica no México: socialistas ameaçam a Igreja por sua oposição ao aborto, ao “casamento” homossexual e à eutanásia

Vejam que gracinha essa notícia publicada no LifeSiteNews (o texto original em inglês você lê clicando aqui). Em seguida, meus comentários:

Cidade do México, 14/01/2009 (LifeSiteNews.com) – A liderança do Partido Social Democrático (PSD) emitiu uma exigência ao Cardeal Arcebispo da Cidade do México Norberto Rivera para que ele e a Igreja parem de se opor às iniciativas do partido para legalizar o aborto, o “casamento” entre homossexuais e a eutanásia, caso contrário enfrentarão ações legais.

O PSD está enfurecido pelas constantes reiterações do Cardeal dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a santidade da vida humana, moralidade sexual e valores familiares.

“É um ataque contra nossa ideologia, porque eles (os católicos) nos descrevem como inimigos da família, protestam contra a legislação que despenaliza o aborto, ignora a existência de casais do mesmo sexo, a prática da eutanásia, e eles debocham da transexualidade”, disse o presidente nacional do PSD, Jorge Carlos Diaz, em uma conferência de imprensa.

“Estamos falando de uma campanha que irá se prolongar, porque o assunto é delicado e nós iremos comparecer perante as agências eleitorais, porque nós iremos ratificar que há uma campanha negativa contra nós, porque nós defendemos idéias que diferem das idéias defendidas pela Igreja”, ele acrescentou.

Diaz disse que, se a Igreja não concordar em parar de denunciar as iniciativas legislativas de seu partido, “nós iremos denunciá-la ao Instituto Federal Eleitoral (IFE) por proselitismo.”

A constituição mexicana proíbe o clero de participar de discussões políticas, embora não proíba membros da Igreja de ensinarem valores morais. Anteriormente aplicadas com maior severidade, as cláusulas anti-clericais da Constituição não são mais vistas como proibitivas para que o clero faça declarações analisando as implicações morais da legislação.

As proibições mexicanas contra a participação do clero em questões políticas foram usadas para intimidar o Cardeal Rivera em 2007, durante a campanha para legalizar o aborto na Cidade do México. Após ser ameaçado com uma investigação por declarações suas e de padres subordinados opondo-se à medida, Rivera recuou de sua ameaça em excomungar conselheiros municipais que votaram pela legalização do aborto.

Em todas as democracias ocidentais, repete-se o expediente: as opiniões cristãs contrárias à nova ordem mundial são silenciadas através da intimidação. Os liberais bradam em alta voz “o estado é laico!” Sim, mas a sociedade não é laica, e os valores que a norteiam têm influência decisiva da religião. Então, como já tomaram a mídia de assalto, utilizam os jornais, as revistas, a televisão como seus porta-vozes: a Igreja é retrógada, é um obstáculo à liberdade, ela não tem que se intrometer na discussão, porque religião não se mistura com política!

Ora, esperem um pouco: em uma democracia, todos têm o direito de manifestarem sua opinião. Ou não têm? A Igreja Católica é uma instituição que faz parte da sociedade, seus membros têm todo o direito de se manifestarem e de se organizarem para defender seus interesses, suas idéias e suas crenças.

Os membros da Igreja têm o direito de falar, de mostrar seu ponto de vista. Isso é uma coisa tão óbvia, que só aqueles que têm certeza íntima de que estão errados e mantém a mesma opinião por safadeza tentam calar a boca da Igreja se utilizando da intimidação pura e simples. “Ah, temos que abrir o debate sobre o aborto…” Claro, ouvindo-se apenas uma das partes e silenciando a outra, desqualificando a priori o ponto de vista do adversário silenciado. Isso é debate?

É claro que essa exclusão da Igreja das discussões públicas é proposta por socialistas, que nas últimas décadas abraçaram com entusiasmo a bandeira da destruição da família tradicional e da moral católica. Desde quando socialismo e democracia são compatíveis? Se é pra propor um debate sobre esses assuntos, porque a Igreja não pode participar deste debate? “Ah, porque o estado é laico…” Ora, bolas, o estado é laico e não admite que religiosos se manifestem? Isso é autoritarismo disfarçado, travestido de laicidade. Para que haja um debate verdadeiramente democrático, as duas partes devem confrontar suas idéias. É isso que os partidos socialistas propõem?

Claro que não! O que eles dizem é: a Igreja não deve se meter na discussão. Porque a Igreja é o alvo principal nessa onfensiva. O cristianismo é o inimigo a ser derrotado. A nova ordem mundial pretende que a manifestação pública da fé seja, a médio prazo, considerada um crime; religião é um “assunto privado”, que não deve interferir no debate público.

No México, a infeliz tradição anti-clerical presente na constituição daquele país (perguntinha: a perseguição à Igreja Católica ajudou o México a se tornar uma grande nação?) cai como uma luva para pressionar e intimidar a Igreja. Os católicos devem reagir com vigor para expressarem seu ponto de vista! E devem fazê-lo agora, ou em algumas gerações fazer o sinal da cruz em público será caso de polícia.

Esclarecimento do cardeal Antonelli sobre homossexualidade

A Zenit publicou hoje nota esclarecedora sobre a homossexualidade emitida em nome do cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, pelo sacerdote Carlos Simón Vázquez. Este texto é de grande importância, ao reiterar de forma simples e direta o ensinamento da Igreja Católica sobre a homossexualidade. O cardeal Antonelli, segundo a nota, sublinhou três aspectos:

  1. A homossexualidade não é um componente necessário da sociedade, como a família. É, portanto, uma questão privada. O legislador comete um erro antropológico quando quer organizar socialmente a homossexualidade.
  2. Sem justificar a homossexualidade, o cardeal afirmou que a homossexualidade não contribui favoravelmente para a estruturação das pessoas e da sociedade.
  3. A Igreja mantém a preocupação de acolher e acompanhar as pessoas homossexuais, mas chamando-as para viver retamente a sexualidade. É contrário à verdade da identidade humana e ao desígnio de Deus viver uma experiência homossexual, uma relação deste tipo, e mais ainda pretender reivindicar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em síntese: amar o pecador, denunciar e combater o pecado. Essa é a missão da Igreja e a missão dos católicos – aqueles católicos verdadeiramente conscientes de sua fé, não dos católicos “vira-latas”, que acham tudo “lindo” e “válido”.

O texto completo da nota está aqui.

Artigo: A cobertura (tendenciosa) da mídia sobre a religião

Texto importantíssimo na Zenit do padre John Flynn, que lembra bastante o (já citadíssimo aqui…) blog Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem. O assunto: a desinformação veiculada pelos órgãos de imprensa sobre assuntos relacionados ao Cristianismo e à Igreja Católica.

Veja alguns exemplos de equívocos publicados em revistas, jornais e na tv dos Estados Unidos citados pelo padre Flynn no artigo:

  • reportagem em que se afirmava que não podemos tomar a Bíblia como uma fonte confiável sobre como deveria ser o matrimônio e também afirmava que nem a Bíblia nem Jesus definiam explicitamente o matrimônio como a união entre um homem e uma mulher;
  • periódico confundido a Imaculada Conceição de Maria com o nascimento virginal de Jesus em um artigo publicado nada menos que no dia da Imaculada Conceição;
  • jornalista de tv indicando erroneamente que os católicos crêem que a hóstia «simboliza o corpo de Cristo». A tv corrigiu o texto, mas cometeu outro erro: reconheceu que os católicos crêem que a hóstia seja o Corpo de Cristo, mas afirmou que isto ocorre quando a hóstia é «abençoada», no lugar do termo correto, «consagrada».

O texto comenta a cobertura da mídia sobre a sucessão do Papa João Paulo II e a necessidade de jornalistas especializados em religião nas redações dos jornais, revistas e órgãos de imprensa em geral. Não deixe de ler. O link está aqui.

No Kosovo, conversões ao catolicismo crescem velozmente

Esta bela notícia vem do blog Luzes de Esperança, que já está entre os links favoritos de JORNADA CRISTÃ. O território de Kosovo, que pertencia à antiga Iugoslávia e é palco de conflitos intermináveis, parece vivenciar um renascimento da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e em Sua Verdadeira e Única Igreja, Católica.

No centro de Pristina, capital de Kosovo, está se erguendo uma nova catedral católica. Não longe está a estatua do grande herói católico Jorge Castrioto, mais conhecido como Skanderbeg, príncipe medieval que renunciou ao Islã e retornou à fé dos seus pais.

Novos templos católicos estão aparecendo nas aldeias do sofrido território kosovar cuja segurança é garantida ainda por tropas da ONU.

A quase totalidade dos habitantes de Kosovo se dizem maometanos. Porém, durante os séculos de opressão islâmica e, depois, comunista, muitos kosovares continuaram admirando clandestinamente aos católicos e até praticando suas devoções.

Para ler o restante da notícia, clique aqui.

“Humanae Vitae”: profecia científica

Esta matéria, com certeza, não vai sair nos jornais convencionais. Por isso, a importância de se buscar meios alternativos de informação, tais como a Zenit.

Este texto é bom para os católicos “modernistas”, que adoram dar palpites sobre o que não entendem e ficam posando de católicos “independentes”, de cabeça aberta, que gostam de julgar o que a Igreja ensina – como se soubessem mais que a própria Igreja e estivessem realmente mais interessados em entender o que ela ensina do que fomentar a própria vaidade. “Ah, eu acho um A-B-S-U-R-D-O a Igreja condenar a pílula anticoncepcional! Que coisa mais retrógada!” Bem, vamos ao texto:

O presidente dos médicos católicos denuncia os perigos da pílula anticoncepcional

Por Antonio Gaspari

ROMA, quinta-feira, 8 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Apesar de ter sido publicada há 40 anos, a encíclica Humanae Vitae ainda suscita um forte debate. Para alguns, inclusive dentro da Igreja Católica, trata-se de um texto inadequado aos tempos e insuficiente nas respostas, enquanto outros sustentam que se trata de uma encíclica «profética».

Para estes últimos, o Papa Paulo VI fez bem em advertir contra o uso de anticoncepcionais, já que estes são perigosos para a saúde da mulher e para a relação dentro do casal.

Neste contexto, o doutor espanhol José María Simón Castellví, presidente da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos (FIAMC), anunciou um texto em 4 de janeiro passado, com o título «40 anos depois da Encíclica Humanae Vitae, do ponto de vista médico», no qual se ilustram todos os problemas relativos à saúde da mulher, à contaminação ambiental e ao enfraquecimento e banalização das relações de casal que a pílula contraceptiva provocou.

Sobre esta questão, o dr. Simón Castellví concedeu esta entrevista à Zenit.

– Os críticos da Humanae Vitae sustentam que os anticoncepcionais trouxeram a emancipação feminina, progresso, saúde médica e ambiental. Mas segundo o informe da FIAMC, isso não é verdade. Pode explicar-nos por quê?

– Simón Castellví: Os anticoncepcionais não são um verdadeiro progresso nem para as mulheres nem para o planeta. Compreendo e sou solidário com as mulheres que deram a vida a muitos filhos, mas a solução não está na contracepção, e sim na regulação natural da fertilidade. Esta respeita os homens e as mulheres. O estudo que apresentamos é científico e nos diz que a pílula é contaminadora e em muitos casos anti-implantatória, ou seja, abortiva.

– O estudo sustenta de fato que a pílula denominada anovulatória, a mais utilizada, que tem como base doses de hormônios de estrogênio e progesterona, funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório. É verdade?

– Simón Castellví: É verdade. Atualmente, a pílula anticoncepcional denominada anovulatória funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório, ou seja, abortivo, porque expele um pequeno embrião humano. E o embrião, inclusive em seus primeiros dias, é um pouco diferente de um óvulo ou célula germinal feminina. Sem essa expulsão, o embrião chegaria a ser um menino ou menina.

O efeito anti-implantatório destas pílulas está reconhecido na literatura científica. Os investigadores o conhecem, está presente nos prospectos dos produtos farmacêuticos dirigidos a evitar uma gravidez, mas a informação não chega ao grande público.

– O estudo em questão sustenta que a grande quantidade de hormônios no ambiente tem um efeito grave de contaminação meio-ambiental que influi na infertilidade masculina. Você poderia nos explicar por quê?

– Simón Castellví: Os hormônios têm um efeito nocivo sobre o fígado, e depois se dispersam no ambiente, contaminando-o. Durante anos de utilização das pílulas anticoncepcionais se verteram toneladas de hormônios no ambiente. Diversos estudos científicos indicam que isso poderia ser um dos motivos do aumento da infertilidade masculina. Pedimos que se façam pesquisas mais precisas sobre os efeitos contaminadores desses hormônios.

Leia a entrevista completa aqui.