Papa recorda que criação e carne «não são desprezíveis» para Deus

Dedica a catequese de hoje a São João Damasceno

Por Inma Álvarez.

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de maio de 2009 (ZENIT.org).- Segundo Bento XVI, o pensamento cristão, ao contrário de outras religiões ou filosofias, não considera que a criação e que a matéria – a carne – sejam desprezíveis, ainda que estejam feridas pelo pecado, mas que a Encarnação de Deus lhes conferiu um grande valor.

Assim explicou nesta quarta-feira, durante a audiência geral, aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, continuando seu ciclo de catequeses sobre pensadores cristãos do primeiro milênio, centrado hoje na figura de São João Damasceno.

Pela segunda vez consecutiva, o Papa tomou um teólogo da Igreja oriental (na semana passada foi o Patriarca Germano de Constantinopla) para falar sobre a transcendência que a veneração das imagens sagradas, que se apoia na doutrina da Encarnação, tem para a fé cristã.

Novamente, o pontífice se referiu à tensão iconoclasta que a Igreja do Oriente viveu, que afetou também a vida e o pensamento de São João Damasceno (século VIII), um dos maiores teólogos da Igreja bizantina e a quem Leão XIII proclamou doutor da Igreja em 1890.

No pensamento deste santo se encontram «os primeiros intentos teológicos importantes de legitimação da veneração das imagens sagradas, unindo a estas o mistério da Encarnação».

Ao permitir a veneração das imagens, o cristianismo respondeu não só ao judaísmo, mas também ao Islã, que proíbem o uso cultual da imagem.

Citando Damasceno, o bispo de Roma explicou que «dado que agora Deus foi visto na carne e viveu entre os homens, eu represento o que é visível em Deus. Eu não venero a matéria, mas o Criador da matéria, que se fez matéria por mim e se dignou habitar na matéria e realizar minha salvação através da matéria».

«Por causa da encarnação, a matéria aparece como divinizada, é vista como morada de Deus. Trata-se de uma nova visão do mundo e das realidades materiais. Deus se fez carne e a carne se converteu realmente em morada de Deus, cuja glória resplandece no rosto humano de Cristo», acrescentou.

Neste sentido, acrescentou o Papa, esta doutrina é «de extrema atualidade, considerando a grandíssima dignidade que a matéria recebeu na Encarnação, podendo chegar a ser, na fé, sinal e sacramento eficaz do encontro do homem com Deus».

Desta mesma base procede a veneração na Igreja das relíquias dos santos, algo também próprio do cristianismo, explicou o Papa, pois «os santos cristãos, tendo sido partícipes da ressurreição de Cristo, não podem ser considerados simplesmente como ‘mortos’».

«O otimismo da contemplação natural (physike theoria), desse ver na criação visível o bom, o belo e o verdadeiro, este otimismo cristão, não é um otimismo ingênuo», acrescentou, mas «leva em conta a ferida infligida à natureza humana por uma liberdade de escolha querida por Deus e utilizada inapropriadamente pelo homem».

«Vemos, por uma parte, a beleza da criação e, por outra, a destruição causada pela culpa humana», acrescentou o Papa.

O Papa concluiu pedindo aos presentes que acolham esta doutrina «com os mesmos sentimentos dos cristãos de então».

«Deus quer descansar em nós, quer renovar a natureza também através de nossa conversão, quer tornar-nos partícipes de sua divindade. Que o Senhor nos ajude a fazer destas palavras substância de nossa vida.»

Fonte: Zenit.

Glorificação do homossexualismo e perseguição religiosa em pauta no dia 6 de maio

Por Pe. Luiz Carlos Lodi.

Na quarta-feira, dia 6 de maio de 2009, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal poderá votar e aprovar uma proposta legislativa que glorifica o homossexualismo e instaura a perseguição religiosa no país.

Trata-se do PLC 122/2006, que pretende considerar crime a oposição ao homossexualismo, sob o nome de “homofobia“. A proposta já esteve para ser posta em pauta várias vezes, mas foi retirada estrategicamente.

A relatora senadora Fátima Cleide (PT/RO) emitiu o parecer favorável. O PLC 122/2006 será o item n. 13 da pauta da CAS do dia 6 de março. Veja a pauta do dia em http://legis.senado.gov.br/sil-pdf/Comissoes/Permanentes/CAS/Pautas/20090506EX013.pdf.

Manifeste-se usando o “Alô Senado”

O procedimento é simples e gratuito. Primeiro, tenha em mãos o número de seu CEP. Depois disque gratuitamente 0800 612211 A telefonista do “Alô Senado” atenderá perguntando o seu nome. Perguntará se é a primeira vez que você liga para o “Alô Senado”. Depois, ela perguntará o número do seu CEP, a fim de fazer sua ficha, para novas ligações. Feita sua ficha, ela anotará sua mensagem, que pode ser, por exemplo:

Quero que os senadores votem pela rejeição total do PLC 122/2006, que cria privilégios para o homossexualismo e instaura a perseguição religiosa no país.

Depois de ter anotado com atenção sua mensagem, a telefonista perguntará a quem você quer enviar a mensagem.

Você pode responder: a todos os senadores do meu Estado.

E ainda poderá acrescentar: Quero que os senadores de meu Estado usem a tribuna para protestar contra o PLC 122/2006

É fácil e é grátis. Ligue e ensine outros a ligar. Coragem!

Manifeste-se usando o sítio do Senado Federal

Você pode também ir até o sítio do Senado para se manifestar.

Quero que os senadores votem pela rejeição total do PLC 122/2006, que cria privilégios para o homossexualismo e instaura a perseguição religiosa no país.

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PLC 122/2006: podar ou extirpar?

Com o apoio do governo Lula e com a omissão dos cristãos, uma nefanda lei “anti-homofobia” pode ser aprovada

Suponhamos que alguém fizesse a proposta de uma lei em defesa dos fumantes. A injúria – que já é crime – seria um crime especial, com pena maior, se fosse cometida contra alguém em razão de ser fumante. O crime de constrangimento ilegal – por exemplo, impedir alguém de se locomover em um local público – teria uma pena agravada se o fosse praticado em razão do tabagismo da pessoa constrangida. A dispensa de um empregado sem justa causa – que não é crime – passaria a ser crime se o empregado fosse tabagista e se fosse dispensado em razão do fumo.

Certamente surgiriam objeções a essa proposta legislativa. Afinal – diriam – os direitos das pessoas, fumantes ou não, já estão elencados na Constituição Federal. O fumante, na qualidade de fumante, não tem direitos. O tabagismo é um vício que não pode acrescentar direito algum a alguém.

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Está para ser apreciado no Senado Federal um projeto (PLC 122/2006) que pretende defender os que praticam atos de homossexualismo. A injúria – que já é crime – será um crime especial, punível com reclusão de 1 a 3 anos e multa, se cometida contra alguém em razão de seu comportamento homossexual (cf. art. 10). A dispensa de um empregado sem justa causa – que não é crime – passará a ser crime punível com 2 a 5 anos de reclusão se o empregado for homossexual e se for dispensado em razão de atos de homossexualismo (cf. art. 4º). A proibição de ingresso ou permanência de alguém em um estabelecimento aberto ao público será crime punível com 1 a 3 anos de reclusão se a pessoa impedida for homossexual e se a causa do impedimento for sua conduta homossexual (cf. art. 5º).

Que significa isso? Que além dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal a todas as pessoas, os praticantes do homossexualismo terão direitos em virtude do homossexualismo por eles praticado. O projeto pretende dar aos homossexuais direitos, não na qualidade de pessoa, mas na qualidade de homossexuais. Ora, o homossexualismo (entendido como prática da conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo) é um vício contra a natureza, que não pode acrescentar direito algum a alguém.

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O PLC 122/2006, que recebeu parecer favorável da relatora Senadora Fátima Cleide (PT/RO), tem sido alvo de inúmeras críticas. Fala-se da perseguição que sofrerão aqueles que, comentando passagens bíblicas, condenarem o homossexualismo; da punição que sofrerá uma mãe de família ao dispensar a babá que cuida de suas crianças, após descobrir que ela é lésbica; da sanção penal que sofrerá o reitor de um seminário ao não admitir um candidato homossexual. Tudo isso é verdadeiro, mas não constitui o cerne da questão.

Fala-se também que as penas propostas para os novos crimes (chamados crimes de “homofobia”) serão enormes, o que também é verdade. Mas também isso não é o ponto central do problema.

O núcleo do PLC 122/2006 é que ele, pela primeira vez na história legislativa brasileira, pretende dar direitos ao vício. Em nosso país isso é inédito, embora já existam coisas semelhantes em leis estrangeiras, com efeitos desastrosos.

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Os pecadores têm um lugar especial no Cristianismo. Jesus disse textualmente: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. […] Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt 9,12-13). Ele, que acolheu a mulher adúltera que estava para ser apedrejada (Jo 8,2-11) e o ladrão que fora crucificado ao seu lado (Lc 23,39-43), não rejeitaria um homossexual penitente. Certamente, Ele o perdoaria dizendo: “Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8,11).

O auxílio que Jesus veio trazer aos pecadores é libertá-los do pecado. Afinal, disse Ele, “quem comete pecado é escravo” (Jo 8,34).

O PLC 122/2006 pretende não libertar os homossexuais, mas consolidar sua escravidão. Longe de estimular uma verdadeira mudança de conduta (“conversão”), o projeto pretende glorificar o vício contra a natureza. Numa total inversão de valores, ele pretende que sejam punidos como criminosos aqueles que censuram o comportamento antinatural.

Ora, orgulhar-se do pecado cometido e exigir que seja reconhecido o “direito de pecar” é uma das atitudes que se chamam pecados contra o Espírito Santo. É um endurecimento do coração, que fecha o pecador à misericórdia de Deus. É justamente esse pecado que o PLC 122/2006 pretende prestigiar.

O PLC 122/2006 não é uma árvore, em si boa, mas com alguns ramos muito altos, que precisam ser podados. É uma erva daninha, que precisa ser extirpada pela raiz.

O erro do PLC 122/2006 não está nos meios que pretende usar para defender uma boa causa. O erro do projeto está em seu próprio fim: dar direitos ao vício. Por isso, é inútil fazer emendas para tentar aproveitar alguma coisa. É preciso rejeitá-lo totalmente.

Mensagem do dia (26/04/2009)

O corpo do Senhor, que se juntou aos discípulos não obstante estarem as portas fechadas, é o mesmo que a Natividade tornou visível aos homens, ao sair do seio fechado da Virgem. Por isso, não vale a pena ficarmos admirados de que o nosso Redentor, após ressuscitado para a vida eterna, tenha entrado, estando embora as portas fechadas, porque, tendo vindo ao mundo para morrer, saiu do seio da Virgem, sem o abrir.

São Gregório Magno (Papa).

Igreja: lugar privilegiado para entender a Bíblia, assegura Papa

Audiência aos participantes da plenária da Pontifícia Comissão Bíblica

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 24 de abril de 2009 (ZENIT.org).- A Igreja de Cristo é o lugar privilegiado para a reta compreensão da Sagrada Escritura, assegurou Bento XVI ao receber nesta quinta-feira os participantes da assembléia plenária da Pontifícia Comissão Bíblica que tratou do tema «Inspiração e verdade da Bíblia».

Em seu discurso, o Papa sublinhou que «só o contexto eclesial permite à Sagrada Escritura ser entendida como autêntica Palavra de Deus, que se converte em guia, norma e regra para a vida da Igreja e em crescimento espiritual dos crentes».

Isso, declarou, «não impede de nenhuma maneira uma interpretação séria, científica, mas abre também o acesso às dimensões ulteriores de Cristo, inacessíveis a uma análise só literária, que é incapaz de acolher em si o sentido global que através dos séculos guiou a Tradição de todo o Povo de Deus».

Confirmando que «Deus é o autor da Sagrada Escritura», o Pontífice ofereceu um princípio de reta interpretação «sem o qual os escritos sagrados ficariam como letra morta, só do passado: a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do próprio Espírito mediante o qual foi escrita».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o estudo científico dos textos sagrados é importante, mas não é por si só suficiente, pois levaria em conta só a dimensão humana».

«Para respeitar a coerência da fé da Igreja, o exegeta católico tem que estar atento a perceber a Palavra de Deus nestes textos, dentro da mesma fé da Igreja.»

«Na ausência deste imprescindível ponto de referência, a pesquisa exegética ficaria incompleta, perdendo de vista sua finalidade principal, com o perigo de ficar reduzida a uma letra meramente literária, na qual o verdadeiro autor, Deus, deixa de aparecer.»

A interpretação das Sagradas Escrituras também «não pode ser só um esforço científico individual, mas deve confrontar-se sempre, ser integrada e autenticada pela tradição viva da Igreja. Esta norma é decisiva para precisar a relação correta e recíproca entre exegese e magistério da Igreja», declarou.

No início da audiência, o cardeal William Joseph Levada, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica, dirigiu uma breve saudação ao Papa para sublinhar a importância do tema que os reunia, pois a interpretação dos textos bíblicos «tem consequências diretas sobre os crentes e sobre sua relação e pessoal e comunitária com Deus, e está também intimamente ligada à missão da Igreja».

Por este motivo, assegurou Bento XVI, «o exegeta católico não se sente só membro da comunidade científica, mas também e sobretudo membro da comunidade dos crentes de todos os tempos».

«Na realidade, estes textos não foram entregues só aos pesquisadores ou à comunidade científica para satisfazer sua curiosidade e ou para oferecer-lhes temas de estudo e de pesquisa. Os textos inspirados por Deus foram confiados em primeiro lugar à comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a vida de fé e para guiar a vida de caridade.»

«Uma hermenêutica da fé corresponde mais à realidade deste texto que uma hermenêutica racionalista, que não conhece Deus», declarou.

Fonte: Zenit.

Mensagem do dia (19/04/2009)

Os discípulos [de Emaús] puseram a mesa, ofereceram da sua ceia; e, não tendo reconhecido a Deus quando da Sua explicação da Sagrada Escritura, eis que O reconhecem agora, na fracção do pão. Não foi pois ao escutar os mandamentos de Deus que ficaram iluminados, mas ao pô-los em prática.

São Gregório Magno (Papa).

Por que se “desbatizar”?

Por Claudio de Cicco.

Li no jornal “O Estado de S.Paulo” do dia 13.04.2009, pág. A-14, que, na Argentina, algumas ONGs estão propondo um “desbatismo” coletivo para as pessoas que foram batizadas quando eram bebês na Igreja Católica e não desejam mais participar oficialmente dela, já que são atéias, agnósticas ou genericamente religiosas, mas indiferentes aos preceitos católicos. O movimento denominado “No em mi nombre”, ou seja, “Não em meu nome”, propõe aos argentinos que não se consideram mais católicos que enviem cartas aos bispos das cidades em que foram batizados para que “conste oficialmente dos registros da Igreja que não integram mais o rebanho”. Informa ainda o referido periódico que os ateus constituem um grupo em rápido crescimento naquele país, congregando 11,3 % da população.

Infelizmente, parece não se tratar de uma brincadeira de mau gosto, mas de um claro desejo de renegar o próprio Batismo. Inúmeras pessoas se proclamam “católicos não-praticantes” ou “católicos sem convicção”, mas, mesmo em tais casos, ninguém clara e abertamente deseja anular o ato que, quando recém-nascidos, as ligou à Igreja Católica. Portanto, trata-se de algo novo e radical, um repúdio público e notório do próprio Batismo.

Passado o primeiro choque, reparamos, no entanto, em algo curioso: se este ato coletivo de “desbatismo” provém do número crescente de ateus e agnósticos na Argentina, por que – supondo-se que o ateu não acredita em Deus, nem em Jesus Cristo, nem na Igreja Católica – formalizar o repúdio de algo que em sua descrença não existiu? Por que anular um ato em que nossos padrinhos, em nosso nome e para nosso benefício, renunciaram ao diabo, a suas pompas e obras? A menos que sejam pessoas que sabem o que significa o sacramento do Batismo e que se sentem incomodadas por terem sido batizadas, quer dizer não atéias propriamente.

Se for este, como parece, o caso, pode-se perguntar por que não querer estar unido a Alguém que passou pela Terra fazendo o bem, não ergueu a mão senão para curar, por que não querer nada com Jesus Cristo? Por que se desligarem oficialmente da Igreja, cujos Bispos são a continuidade histórica dos Apóstolos de Jesus? Quererão por acaso renegar a Cristo e voltar à servidão do Antagonista? Por que se desligarem de algo que não existe, se são ateus e incrédulos? Ou será que se esqueceram de que foi a Igreja Católica que acabou com a escravidão generalizada em todos os países pagãos da Antiguidade, que deu à mulher uma dignidade que as leis não lhe reconheciam, considerando-a mero objeto de prazer do homem? Que foi a Igreja que, cumprindo o mandato de seu Fundador, batizou e civilizou os bárbaros e construiu a Europa que hoje conhecemos? Então, me desculpem, mas não são ateus, nem agnósticos, pois para o ateu como para o agnóstico tudo isso não tem valor algum.

Por que não desejam mais que a Igreja aja em seu nome, “Não em meu nome”? Quando a Igreja faz campanha de agasalho aos pobres, recruta missionários para cuidar dos doentes, jovens para acolherem em creches e abrigos as crianças abandonadas por seus próprios pais? Por que não quererem os adeptos do “desbatismo” ter nenhuma participação nisso?

A que ponto chegamos! O desligamento da Igreja Católica sempre foi considerado uma terrível punição: os maiores potentados da História o temiam. Henrique IV, Imperador da Alemanha, esperou uma noite inteira na neve, rente às muralhas do castelo de Canossa, para que o papa São Gregório VII levantasse a excomunhão que sobre ele pesava. Na Inglaterra, o fato de ter excomungado um barão normando, amigo do rei Henrique II da Inglaterra, pela morte de um padre, levou o Arcebispo de Cantuária, São Tomás Becket a ser martirizado em sua própria catedral…. Então tudo isso é perda de tempo? O que diriam os adeptos do “desbatismo”?

Conta-se do célebre romancista francês J.K. Huysmans que ele passou a acreditar na presença de Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, quando, convidado por conhecidos metidos a esotéricos, assistiu a uma “missa negra”, celebrada por um padre apóstata. Tais foram os insultos e obscenidades que viu, praticadas contra a hóstia que concluiu: “Deve ser mesmo o Corpo de Cristo, senão eles não perderiam tanto tempo com uma simples rodela de pão!” E se converteu ao Catolicismo, escrevendo livros edificantes como “A Catedral”.

De quem virá a ordem “Ide e desbatizai”? Certamente daquele Príncipe deste mundo, seguido por aqueles infelizes que, na dura expressão de São Pedro Apóstolo, “como cães voltaram ao seu vomito.” (II Pedro, 2,22).

Jesus, no entanto, disse a seus discípulos, com infinito amor: “Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” (Mt, 28,19). De Huysmans, podemos tirar uma grande lição: nosso Batismo vale muito, pois nos marca com o sinal do Filho de Deus.

Fonte: Catolicanet.

Mensagem do dia (11/04/2009)

Transportar assim a cruz, aquela cruz que Ele iria transformar em ceptro da Sua força, era certamente, aos olhos dos ímpios, um grande motivo de zombaria, mas para os fiéis foi um mistério espantoso: o glorioso vencedor do demônio, o todo-poderoso adversário das forças do mal, exibia aos Seus ombros, para adoração de todos os povos e com uma paciência invencível, o troféu da Sua vitória, o sinal da salvação.

São Leão Magno (Papa).

América Latina celebra dia da criança por nascer

Diversos atos e discursos prestam homenagem aos não-nascidos

Por Carmen Elena Villa

BUENOS AIRES, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- «Sempre devemos alegrar-nos pelo pequeno ser humano oculto aos nossos olhos, mas vivo no seio materno», explicou à Zenit Dom José Antonio Eguren, arcebispo de Piura (Peru) e presidente da Comissão Episcopal da Família, Infância e Vida.

Cada vez são mais os lugares que, no dia 25 de março, comemoram o Dia da Criança por nascer. A data se deve à celebração da solenidade da Anunciação-Encarnação do Menino Jesus no seio de Maria.

El Salvador foi o primeiro país que decretou uma celebração deste tipo em 1993, com o nome de «Dia do Direito a Nascer». Assim proclamou a Assembléia Legislativa graças aos esforços do movimento pró-vida, especialmente à proposta da «Fundação Sim à Vida» (afiliada à «Vida Humana Internacional»).

Por sua parte, em 7 de dezembro de 1998, o então presidente argentino, Carlos Saúl Menem, declarou 25 de março como «Dia da Criança por Nascer», a pedido de uma carta enviada pelo Papa João Paulo II.

Países como Guatemala, Chile, Costa Rica, Bolívia, Nicarágua, República Dominicana, Peru e El Salvador se uniram de maneira oficial a esta celebração.

Também as conferências episcopais de outros países, entre eles Colômbia, Equador e Panamá, uniram-se para recordar nesta data as milhares de crianças que estão em perigo de morrer no ventre materno.

Além dos encontros, passeatas, shows e conferências que marcam os acontecimentos desta semana, algumas mensagens motivam a celebração desta data. Para o arcebispo do Panamá, Dom José Dimas Cedeño Delgado, «não podemos deixar-nos influenciar pelas teorias de pseudocientistas materialistas que afirmam alegremente que a vida humana começa a existir semanas ou meses depois da concepção».

A conferência episcopal colombiana assegurou em um comunicado que esta celebração «nos leva a pensar em todas as mães, especialmente naquelas que por alguma situação específica se sentem tentadas a não chegar até o final com a gravidez».

«Houve um momento em que Jesus Cristo, como nós, foi um embrião, ou seja, uma Criança por nascer. No caso de que tivéssemos atentado contra Ele no seio de sua Mãe, teríamos cometido o mesmo crime que os soldados romanos consumaram no Calvário», assegurou Dom Eguren.

Fonte: Zenit.

As portas do inferno não prevalecerão

Por Pe. Georges Chevrot.

Desesperando de poder corromper as almas cristãs, as potências do inferno recorreram e recorrem ainda a um supremo recurso: a perseguição exterior. Cristo não deixou de prevenir os Apóstolos a esse respeito: Sereis perseguidos e arrastados aos tribunais, açoitar-vos-ão e dar-vos-ão a morte. Em todos os povos encontrareis homens que vos odiarão por causa do seu nome, mas confiai: eu venci o mundo (Mt 10, 17-22; Jo 16, 33).

Esta predição converteu-se numa realidade. Logo após o seu nascimento em Jerusalém, a Igreja foi perseguida pelos judeus. Depois, durante dois séculos e meio, o poder imperial de Roma serviu-se contra ela de todos os meios coercitivos possíveis: o confisco, o exílio, os trabalhos forçados e a pena capital precedida de suplícios. A este propósito, foi possível dizer que “depois de admirar que se tivessem encontrado juízes capazes de pronunciar contra os cristãos penas tão espantosas, não surpreende menos que as vítimas tivessem sido capazes de suportá-las”. No entanto, longe de impedir a propagação da Igreja, a perseguição homicida acelerou o seu ritmo: “Nós nos multiplicamos – escrevia Tertuliano – à medida que nos ceifais: o sangue dos mártires é semente de cristãos”.

A perseguição abate-se permanentemente sobre a Igreja, ora num país ora no noutro. As crueldades dos pagãos de outrora têm sido ultrapassadas no presente pelos verdugos comunistas. No entanto, a violência não consegue levar de vencida a Igreja.

As potências do inferno sabem mudar de tática. Um dos seus representantes proclamava-o recentemente no Parlamento: “A franco-maçonaria é eterna!” O que quer dizer: as forças do mal nunca capitularão. Cristo tinha-o dito antes desse deputado. Os poderes adversos forjarão contra a Igreja leis que, em alguns casos, dificultarão a sua atividade e, em outros, a impedirão por completo.

Com maior perversidade ainda, procurarão afastar da influência cristã os espíritos e os corações das massas populares mediante uma pressão metódica sobre a escola e sobre a imprensa. Nenhum meio lhes parecerá ignóbil na sua campanha de descristianização: nem o incentivo à imoralidade, nem o apelo às baixas paixões da inveja e do ódio, por mais trágicas que sejam as conseqüências das suas campanhas. Não recuarão perante a destruição da família, a corrupção da mulher, as convulsões sociais ou a própria guerra se, por esse preço, obtiverem a ruína da Igreja. E, para acumulo de hipocrisia, as seitas anticristãs ocultarão as suas manobras por trás de uma fachada filosofia, pseudo-científica ou beneficente.

Nesta guerra sem quartel de que as almas são presa, a Igreja combate corajosamente, sem olhar a sacrifícios para defender os seus filhos da mentira e do erro. De um ponto de vista humano, combate com armas desiguais, porque o ouro, os favores, os meios de comunicação e as ameaças não se encontram do seu lado. Humanamente, deveria ser vencida. Há séculos que os corifeus do anticristianismo assinaram a sua sentença de morte.

Já em tempos de Santo Agostinho os inimigos da Igreja declaravam: “A Igreja vai morrer, e os cristãos tiveram a sua época”. Ao que o bispo de Hipona respondia: “No entanto, são eles que morrem todos os dias e a Igreja continua de pé, anunciando o poder de Deus às gerações que se sucedem”. “Vinte anos mais – dizia Voltaire -, e a Igreja católica terá acabado…” Vinte anos depois, Voltaire morria e a Igreja católica continuava a viver. “A Igreja – escrevia Jules Janin – estava gravemente doente antes de 1830, mas a revolução de Julho matou-a de vez!” Renan Julgou que a amortalhava coberta de flores. Orpheus devia dar-lhe o tiro de graça… Assim, desde Celso, no século III, não houve uma única geração em que os coveiros não se preparassem para sepultar a Igreja; e a Igreja vive. Montalembert dizia-o magnificamente, em 1845, na Câmara dos Pares: “Apesar de todos os que a caluniam, subjugam ou atraiçoam, a Igreja católica tem há dezoito séculos uma vitória e uma vingança asseguradas: a sua vingança é orar por eles; a sua vitória, sobreviver-lhes”.

Cristo não nos enganou: as portas do inferno não prevalecerão contra a sua Igreja. Perpetuamente atacada, cercada de dificuldades e atraiçoada, prossegue com serenidade e confiança a missão que lhe foi marcada pelo seu fundador. A sua existência consiste, segundo a feliz expressão de Faber, numa “contínua derrota vitoriosa”. É humana e fraca a nossa Igreja, e sempre se encontra na véspera ou na antevéspera de um fracasso; mas não é divino que consiga sair sempre vitoriosa de todas essas derrotas?

“Há um certo prazer – dizia Pascal – em nos encontrarmos num barco açoitado por uma tormenta, quando temos a certeza de que não pereceremos. As perseguições que se abatem sobre a Igreja são desta natureza”.

Não podemos duvidar nunca da nossa Igreja. A sua história é um contínuo milagre, sobre o qual podemos apoiar a nossa fé. Mas se acreditamos que o Filho de Deus vive na sua Igreja, se estamos persuadidos de que a Igreja é o Corpo de Cristo, de que ela é Cristo e somos nós, não adormeceremos no sentimento da nossa segurança. JesusCristo pede-nos a ajuda do nosso esforço pessoal, a fim de contribuirmos para o triunfo de sua Igreja sobre os poderes do mal.

Cabe-nos reduzir as doenças que ela sofre com as nossas faltas humanas e suprimir as manchas que ocultam ao mundo o brilho do seu caráter divino.

Os nossos antepassados não diziam, secamente, como nós: “a Igreja”; com maior beleza, diziam sempre: “a Santa Igreja”. A ela devemos os desejos e os rebentos de santidade que, apesar de tudo, podemos reconhecer em nós. Por isso, cada um de nós deve esforçar-se por tornar a nossa Igreja cada vez mais santa.

Fonte: fragmento do livro “Simão Pedro”, de autoria de Georges
Chevrot. (CHEVROT, Georges. Simão Pedro. São Paulo: Quadrante, 1990.
p. 70-73).

“Terapia do espelho” para assistentes sociais rebeldes

Ih gente, a “assistente social” voltou. Mandou eu fazer a “terapia do espelho”. Puxa vida. Eu nem tenho palavras. Só tive uma crise de risos. Estudei a obra do maior psicólogo/psiquiatra do século XX, um sujeito chamado Viktor Frankl, e a “assistente social” me manda fazer a terapia do espelho… Claro que não posso citar pra ela a logoterapia, senão, pela qualidade dos comentários que ela me mandou, só posso especular que certamente a mocinha teria uma concussão cerebral, coitada, só de tentar entender o que é. Deixa quieto.

Dessa vez veio com argumentos? Nenhum. Só o mesmo discurso de sempre. Passei dez anos na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, formei-me em história e psicologia. Conheço o que essa gente fala de cor e salteado. Querem transformar o mundo, mas segundo os seus próprios caprichos. Não são capazes de olhar para a realidade tal como ela é. Quando se deparam com fatos que não conseguem refutar, fazem biquinho, dão chilique, te xingam, babam… é uma festa. Têm humildade de pensar que poderiam estar errados? Será que a “assistente social” seria capaz de pensar, lendo o que escrevi, “caramba, e se esse imbecil aí estiver certo?” É claro que não é capaz. “Mas se ele estiver certo, vou ter que mudar de opinião! Droga! Não posso fazer isso!”, é o máximo que ela poderia ter pensado.

Quando você se coloca como protetor dos “fracos, oprimidos e bla bla bla,” quando você passa a defender uma “causa”, por mais justa que essa causa pareça ser, sua visão de mundo se torna completamente dependente daquilo que você defende, e não da realidade. Você passa a se considerar alguém importante porque defende a “transformação do mundo”, e para isso precisa destruir seus adversários, calar a boca deles, afinal de contas você vê a realidade à luz da teoria maravilhosa e revolucionária a qual você aderiu. Você não é capaz de questionar as suas próprias idéias e convicções, porque não consegue mais enxergar a realidade com seus próprios olhos; passa a vê-la de forma distorcida, e tudo o que vê tem que se adequar ao que acredita. O que não se adequa é solenemente ignorado. A ilusão de “transformar o mundo” é irracional e torna a vítima dessa ilusão igualmente irracional.

Essa turminha que quer “transformar o mundo” de qualquer jeito tinha que estar atenta a algumas coisas. A primeira delas: transformar a realidade… para quê? A resposta parece óbvia. “Ah, porque o mundo é horrível”.  Tá bem, dou um desconto: o mundo não é lá grandes coisas… Mas será que essa gente já pensou o quão difícil é transformar a própria vida, quanto mais… a realidade em nossa volta?

Eu, por exemplo, já desisti de arrumar o meu quarto há um bom tempo. Vou tentar arrumar o mundo? Transformá-lo? Do meu jeito? Como mudar o mundo se não consigo nem colocar ordem na minha vida? Como transformar a realidade se não somos capazes de transformar a nós mesmos, tornando-nos pessoas menos egoístas, menos intolerantes, menos precipitadas… Esse é um dos motivos pelos quais muitos daqueles que desejam “transformar o mundo” aprovam a violência como meio para conseguir alcançar seus objetivos: se não dá pra transformar o mundo por bem, vai por mal mesmo, justifica-se. Matariam algumas pessoas detestáveis como eu (que deveriam fazer a “terapia do espelho”), o que seria muito bom.

Mas… E se essa transformação piorar ainda mais as coisas? O que essa gente de cabecinha pequena não consegue perceber é: transformar o mundo pode ser também para pior… Na verdade, foi o que todos aqueles que almejaram transformar o mundo conseguiram, apenas piorá-lo. As revoluções e os governos que defendiam utopias (comunismo, nazismo…) provocaram mais mortes no século XX que todas as outras tragédias humanas juntas, no decorrer da história da civilização. E todos os fanfarrões tinham a nobre intenção de transformar o mundo. No entanto, o que conseguiram foi torná-lo ainda pior.

Qualquer pessoa sensata sabe duas coisas: primeiro, que é uma gota de água no oceano. Cada ser humano é limitadíssimo. Nascemos com defeitos e morreremos com eles. O que de melhor podemos fazer é melhorar a nossa própria vida e a das pessoas que nos são próximas, tentando minimizar o sofrimento alheio. Se viermos com idéias malucas tipo “mudar a sociedade” ou “acabar com todo o sofrimento” estaremos apenas divagando sobre impossibilidades práticas.

A segunda coisa: justamente por sermos tão limitados, não sabemos nada. Quem estuda sabe como isso funciona: quanto mais estudamos, menos sabemos. Expressando-me melhor: percebemos ainda mais nossa insignificância no mundo, nossa incapacidade de apreendermos tudo… e nos sentimos uns idiotas – embora fiquemos com vontade de estudar mais pra ver se suprimos essa incapacidade humana de abarcar a realidade em sua totalidade. Ora, se somos tão limitados e nem compreendemos direito o que acontece em nossa volta, como vamos nos meter a besta em “transformar o mundo”? Como fazer isso?

Temos que transformar a nós mesmos. Daí então a pequena e micro realidade a nossa volta será transformada. E isso basta. Porque, de demagogia e promessas vãs, o mundo está repleto. Mudanças para a sociedade são lentas, graduais e sempre complexas. Tudo o que é feito às pressas a partir de uma idéia revolucionária, tendo em vistas à transformação da realidade – e a legalização do aborto é um exemplo perfeito dessa intenção – termina em desastre. Sob um alegado direito da mulher sobre o próprio corpo, liberou-se o aborto na maioria das nações desenvolvidas. O discurso era o de dar autonomia para a mulher, pois então ela teria maior liberdade sexual, poderia controlar melhor sua vida familiar, bla bla bla, porque o patriarcado foi realmente uma coisa horrível… e daí por diante. A liberação do aborto está dentro do contexto da revolução sexual dos anos 60, que propunha um novo modelo de família para um novo modelo de sociedade; trata-se de um evento fundamental visando a transformação das relações sociais.

Mas voltando agora ao comentário da missivista: a “assistente social” comentou algum dado sobre o efeito devastador da prática de abortos sobre as mulheres? De jeito nenhum. Contestou algum dado? Nã-nã. Ficou mais nervosinha ainda. Claro que certamente deve achar o “direito” ao aborto uma maravilha, a maior conquista do feminismo. Mas ela e os outros rebeldes sem causa não têm a menor idéia das transformações, todas negativas, que a liberação do aborto provocou nos EUA e, principalmente, na Europa. O aborto livre foi um dos fatores determinantes na eclosão de uma violenta crise demográfica que põe o próprio futuro da Europa em jogo. O aborto ajudou a transformar a sociedade européia – para pior.

Obviamente, se eu contasse pra ela que as maiores financiadoras de aborto no mundo são as fundações Ford e Rockfeller, mega-corporações capitalistas, cujo único interesse é o de enfraquecer a instituição familiar, jogar a mulher no mercado de trabalho para reduzir o valor dos salários dos trabalhadores – e, para isso, é claro que as mulheres, para serem “livres”, se obrigam a terem menos filhos… Ela ia me arregalar os olhos e dizer “mentira!” O feminismo ajudou a transformar o mundo – para pior.

E ainda saiu daqui batendo o pezinho, falando algo do tipo “isso mesmo, exclui o comentário!” (seu desejo é uma ordem…) e ainda com um ar de superioridade e desprezo resmungou: “Bloguezinho insosso…” Sem contudo contradizer um único dado escrito aqui… Uma única evidência, um único fato.

Insossas são suas idéias, “assistente social”, porque não se baseiam em fatos, baseiam-se em teorias embasadas em delírios (Michel Foucault, Escola de Frankfurt, marxismo social, bla bla bla…). Faça você a terapia do espelho. Mas não como se fosse justificar para si mesma todos os erros que comete, todos os equívocos nos quais acredita. Encare-se diante do espelho e repita para si mesma: “e se eu estiver totalmente errada naquilo que acredito? E se minha visão de mundo for falsa? E se eu não estiver vendo a realidade tal qual ela é, mas apenas fingindo para satisfazer meu ego, minha pretensa superioridade moral?”

Você já fez isso alguma vez? Não, não fez.

Vai fazer agora? Bem, aí já é um problema seu.

Eu, de minha parte, dentro de meus limites, tento desesperadamente transformar a mim mesmo – enquanto tento arrumar meu quarto. Procuro fazer o que posso para defender o direito à vida de todo e qualquer ser humano, dona “assistente social”. Inclusive o seu direito à vida, justamente porque não sou melhor nem pior que ninguém. Toda vida é sagrada, todas as pessoas, mesmo aquelas que ainda não nasceram, têm o direito básico de viver, todos os fetos meninas e meninos têm o direito de nascer. E é sobre o direito à vida que, logicamente, se assentam todos os outros direitos, inclusive o direito à liberdade. Sem direito à vida não há possibilidade de, racionalmente, sustentar outros direitos.

Transformar o mundo é para aventureiros. Transformar a si mesmo é para os santos. E foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem mandou: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mateus 5,48)

Bento XVI: “prioridade é tornar Deus presente neste mundo”

Trecho da carta de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, sobre a remissão das excomunhões aos bispos ordenados por Dom Lefebvre:

No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos no amor levado até ao extremo (cf. Jo13, 1) em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. O verdadeiro problema neste momento da nossa história é que Deus possa desaparecer do horizonte dos homens e que, com o apagar-se da luz vinda de Deus, a humanidade seja surpreendida pela falta de orientação, cujos efeitos destrutivos se manifestam cada vez mais.

Conduzir os homens para Deus, para o Deus que fala na Bíblia: tal é a prioridade suprema e fundamental da Igreja e do Sucessor de Pedro neste tempo. Segue-se daqui, como consequência lógica, que devemos ter a peito a unidade dos crentes. De facto, a sua desunião, a sua contraposição interna põe em dúvida a credibilidade do seu falar de Deus. Por isso, o esforço em prol do testemunho comum de fé dos cristãos – em prol do ecumenismo – está incluído na prioridade suprema.

Para ler toda a carta, clique aqui.

A quem a Igreja deve satisfações? À “comunidade de cristãos” ou a Jesus Cristo?

Eu achava que a frase da jornalista de O Globo (ver o post seguinte)  já era eminentemente representativa para o fenômeno da burrice que se espalha como vírus de computador entre todos os boçais que se proclamam “católicos”. Mas li uma coisa de autoria da dotôra Ivone Gebara (quem?) que é de doer o fígado. Trata-se de um texto publicado no blog A Igreja Católica é a Igreja Una e Santa, de Danilo Augusto. É uma temeridade de horrendo o que está escrito, e o blogueiro comenta as bobagens de dona Ivone com muita competência. Chamou-me mais a atenção determinado trecho, o qual comentarei logo abaixo.

Babando sobre o caso da meninha de nove anos violentada pelo padrasto em Alagoinha (cidade que tristemente vai ficando conhecida como cenário desse horrendo episódio), ela rascunhou a seguinte pérola:

Os bispos tanto a nível nacional quanto internacional, e aqui incluo também o Papa, como bispo de Roma, tornaram-se cismáticos em relação à comunidade de cristãos católicos, isto é, romperam com grande parte dela em várias situações.

Vejam bem o que esse gênio da teologia disse aqui: que o Papa, e os bispos (quais dentre eles? Todos?) são cismáticos, ou seja, estão separados da “verdadeira” “igreja”. E por que? Porque esses membros da hierarquia se negam a seguir o que a sociedade (“a comunidade de cristãos católicos”) determina como correto. Vejam bem a gravidade do que foi escrito: não é a Igreja quem deve inspirar e sustentar a moralidade de uma sociedade, através dos seus valores e da sua espiritualidade; ao contrário, é a sociedade quem deve definir as posturas da Igreja, e em última instância determinar o que ela ensina e mesmo acredita!

Ou essa mulher é mau caráter mesmo ou tem algum problema grave de percepção, de ser incapaz de perceber a realidade como tal. Vejam o que está nas entrelinhas da frase: não é a hierarquia da Igreja (bispos e padres) que deve ensinar e corrigir os pecados dos fiéis; é a “comunidade dos cristãos” que deve passar o pito justamente naqueles que deveriam ser a autoridade moral deles – e isso quando bispos e padres ensinarem algo desagradável, que não for aceito pela “comunidade”! Vocês já conseguiram imaginar os seguidores de Jesus discutindo com ele, exigindo que ele mudasse algum ensinamento? Em João 6, 59-61, está escrito:

Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: “Isso vos escandaliza?”

Ou seja: muitos discípulos ouviram o que Jesus ensinava e reclamaram. O que esse homem diz é muito duro! Jesus mudou seus ensinamentos?

Não! Não modificou em nada sua doutrina.

O que aconteceu? Os versículos seguintes o dizem:

“Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?… O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Mas há alguns entre vós que não crêem…” Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. Ele prosseguiu: “Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele.

Ou seja: muitos o abandonaram.

Da mesma forma: a Igreja tem que permanecer inflexível em seus ensinamentos. Aqueles que não concordarem… O que farão? Abandonarão a Igreja, tal como abandonariam o próprio Cristo em pessoa.

Pelo menos aqueles que abandonaram a Jesus naquela ocasião não parecem ter depois espalhado para outras pessoas comentários do tipo “Esse Jesus rompeu com sua comunidade!” Ao menos tiveram a vergonha na cara de se mandarem, reconhecendo-se incapazes de seguirem a mensagem de Jesus – não permaneceram no grupo dos discípulos para dividir, confundir, desafiar a autoridade do Mestre ou mesmo tentar corrigi-lo.

O que essa dona diz está me parecendo nada menos que um sintoma de parafrenia, ou seja, um delírio crônico. O absurdo da frase é tão galopante que todo o resto do texto se torna uma baita encheção de lingüiça, um distúrbio esquizofrênico que não quer dizer coisa com coisa. Se for analisado com um pingo de coerência e senso da realidade, não faz sentido algum.

Para refutar todo esse excremento teológico expelido pela dona Ivone, basta uma única citação do Catecismo da Igreja Católica:

869 A Igreja é apostólica: está construída sobre fundamentos duradouros: “Os doze Apóstolos do Cordeiro”; ela é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo a governa por meio de Pedro e dos demais apóstolos, presentes em seus sucessores, o Papa e o colégio dos Bispos.

Uma igrejola “servidora da comunidade dos fiéis” tal como sonham a dona Ivone e muitos outros cabeças de vento é insustentável! É um verdadeiro descalabro tanta insanidade, falta de reflexão, conhecimento, inteligência mesmo. Repito o que postei aqui ontem: a igreja anglicana será extinta nas próximas décadas porque primeiramente permitiu a ordenação de mulheres e agora sagrou um bispo homossexual! Sob qual alegação? Ora, a alegação de que os tempos são outros, a sociedade mudou e a igreja tem que se adaptar a uma nova realidade. Segundo esse “raciossímio“, o cristianismo deve mudar e adaptar sua doutrina para se adequar às mudanças que ocorrem na sociedade. Isso é exatamente o contrário daquilo que ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo:

Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus (Mateus 5,17-19).

Nem Jesus Cristo ousou mudar o que diziam “a lei e os profetas”. Com qual justificativa então aqueles que se dizem seus servos têm a cara de pau, o atrevimento, a falta de vergonha na cara, de ensinarem algo diferente daquilo que é ensinado há 20 séculos?

Desde sempre a Igreja Católica condenou o aborto e ela não pode mudar seu ensino a respeito, pois estaria traindo a missão que lhe foi confiada. Será que isso não é claro?

Toda essa conversa fiada e ridícula da dona Ivone não tem a menor sustentação. É senso comum grosseiro e dos mais vagabundos. Esse discurso visa destruir a Igreja Católica por dentro, solapando a sua autoridade moral, minando sua hierarquia – que é o que de fato sustenta a Igreja. Não sei se dona Ivone tem a menor noção disso, mas muita gente dentro da Igreja tem plena consciência de que está lá com o intuito de destruí-la e apoia esses discursos justamente tendo esse objetivo.

Intolerância contra os católicos, sim! E orquestrada!

…os casos em que se produzem imagens inadequadas da identidade e dos valores cristãos por parte da mídia e da política, que levam a mal-entendidos e preconceitos.

O parecer da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa está corretíssimo e se aplica perfeitamente ao que está acontecendo agora, no Brasil, nessa campanha contra o bispo Dom José Cardoso em particular e contra a Igreja Católica em geral (ver o post seguinte).

A imprensa está caindo de pau. Eliane Cantanhêde e Kennedy Alencar, jornalistas especializados em escrever bobagens (devem ter feito alguma pós-graduação nisso), já deram seus palpites na Folha. Artigos irados circulam pela internet. Aqui mesmo neste blog que vos fala o número de visitações deu um salto e já veio gente aqui espinafrar e insultar a Igreja e suas autoridades.

O caso da menina de Alagoinha é somente um pretexto. Se estivessem com boas intenções, dariam oportunidade para que membros da Igreja explicassem o que é excomunhão, porque ela foi publicamente anunciada, quais as conseqüências de uma excomunhão. Claro que essa gente não tem vontade de debater ou dialogar, a baba ressentida que exalam mostra muito bem que descobriram uma ótima oportunidade para atacar gratuitamente a Igreja.

Até parece que se importam com a garotinha. Quem dera se importassem! Se tivessem alguma compaixão por ela, estariam lamentando o trágico fim das crianças concebidas em seu ventre. Estariam lamentando o trauma que essa criança vai ter que enfrentar para sempre por ter abortado seus filhos. Estariam preocupados com as seqüelas psicológicas e físicas as quais essa menina está sujeita a sofrer a partir de agora. Como já mencionei em post anterior, nos Estados Unidos 31% das mulheres sofrem complicações de saúde após praticarem aborto – e isso acontece em um país onde o aborto é legalizado.

Acusar os católicos de não se importarem com o sofrimento da menininha violentada tem um nome: vigarice. Na verdade, eu duvido muito que esses arautos da liberdade se preocupem com ela.

A preocupação dos militantes anti-cristãos é uma só: destruir a autoridade moral da Igreja Católica para transformá-la em um clubinho onde as pessoas vão apenas para se entreter. O objetivo da perseguição aos cristãos no mundo é constrangê-los, silenciá-los através da imposição de leis (a lei “anti-homofobia”, por exemplo), da ridicularização de sua doutrina (através da repetição exaustiva pelos “formadores de opinião” de adjetivos tais como “retrógada”, “arcaica” e “ultrapassada” para descrevê-la), da exposição de seus líderes fiéis ao ridículo pela imprensa e pela mídia, voltados a distorcer e deturpar a mensagem católica para confundir os fiéis.

O catolicismo está sendo vítima de uma onda de intolerância em todo o mundo. Quem afirma que é católico fiel à doutrina da Igreja é imediatamente taxado de “fundamentalista”. Esse rótulo não é apenas estúpido: ele é deliberadamente mentiroso. Faz parte de uma etapa de fundamental importância para esse processo de implosão da Igreja Católica: corroê-la por dentro, com a ajuda dos falsos católicos, que relativizam sua fé, acreditando apenas naquilo que os convém. Como escrevi em post anterior, quem nega ou relativiza um ensinamento da Igreja, ataca de frente toda a sua autoridade, pois a torna falível – uma instituição como outra qualquer.

O Católico instruído e fiel sabe, ao contrário dos católicos vira-latas, que sua Igreja é a Igreja fundada sobre Pedro por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 16,18-19). Sabe também que sua Igreja é assistida pelo Espírito Santo (João 20,21-23). Sabe que Jesus transmitiu sua autoridade, dada diretamente a Ele pelo Pai, à Igreja que fundou (Mateus 28,18-20); para um verdadeiro católico, a autoridade da Igreja Católica para ensinar vem de Deus. Transformar o catolicismo em uma “igreja qualquer”, tal como desejam muitos católicos e clérigos, e agem dentro da própria Igreja para isso, é a melhor estratégia para desacreditar a instituição.

Vocês duvidam que esteja acontecendo agora, neste momento, uma ação coordenada no mundo inteiro para desmoralizar por completo a Igreja Católica? Então, saibam que isso já aconteceu com a igreja anglicana – em apenas poucas décadas, essa instituição, que era a própria representação da tradição religiosa inglesa, vai deixar de existir. Sua autoridade moral, anteriormente abalada pela “ordenação” de mulheres, foi recentemente destruída por completo com a eleição de um bispo assumidamente homossexual. A igreja anglicana passa por um processo interno de desestruturação que parece ser irreversível e que vai terminar por destruí-la em um espaço razoável de tempo.

Católicos, reajam… Cabe a nós a defesa da Igreja do Senhor Jesus, não aos anjos do céu!

Ninguém imagine que não necessita de conversão

Que ninguém imagine que não precisa de converter-se: seria a maneira mais simples e infeliz de tornar inútil a ação, bem como o mistério de Cristo, o qual não veio para os saudáveis, senão para quem sabe se reconhecer como doente e necessitado. “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores”. (Lc. 5, 31-32).

Temos a Quaresma não para refletirmos se há ou não alguma coisa para ser mudada, senão para entendermos o que precisa ser mudado, porque alguma coisa para mudar, sempre há.

Este exame do próprio comportamento – mais ainda, essa resposta que, obviamente, é pessoal – em nosso comportamento quaresmal é um dever preliminar e irrenunciável.

Fonte: La Buhardilla de Jerónimo. Para ler o texto na íntegra, em espanhol, clique aqui.

África: mortos sem utilidade ideológica

O mundo inteiro acompanhou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, graças à cobertura massiva dos meios de comunicação. E, claro, a opinião pública mundial foi devidamente manipulada para que todos ficassem contra Israel, em favor dos terroristas palestinos do Hamas. Nesse sentido, o resultado foi perfeito.

Mas a maior demonstração de que razões políticas, e não humanitárias, determinam a atenção da imprensa para determinados conflitos em detrimento de outros é o silêncio quase total das agências de notícias internacionais sobre o que está acontecendo atualmente na África, onde duas nações estão à beira da convulsão social.

A revista Veja, em dezembro passado, fez uma matéria sobre Darfur. Agora, pelo menos, seria bom alguém prestar atenção no que está acontecendo no Congo e em Madagascar.

A Igreja Católica está lá, entre tantas tristezas e desgraças, levando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e alertando o resto do mundo para o que está acontecendo.

Transcrevo integralmente o texto da Agência Fides:

ÁFRICA/CONGO RD – Uma notícia que não foi dada: 900 pessoas massacradas em um mês no Congo

Kinshasa (Agência Fides) – Uma notícia que não foi dada: foi atualizado o balanço dos massacres ocorridos no norte da República Democrática do Congo desde o Natal 2008 até hoje: mais de 900 mortos. Mesmo assim o mundo (sobretudo a Europa, sempre prontra a comover-se pelos amores falidos da celebridade do momento) não percebeu, não obstante as publicações da imprensa missionária (entre elas a Fides).

Os massacres foram realizados pela guerrrilha Exército da Resistência do Senhor (LRA) um grupo ugandense (formado por crianças soldado engajados à força depois de serem seqüestrados, e muitas vezes depois de terem visto ao massacre de seus próprios parentes) que age não somente ao norte de Uganda (onde se formou em 1986, sobre as cinzas de um precedente movimento), mas agora também no Congo, sul do Sudão e até mesmo na República Centro-africana.

Para procurar acabar com o LRA no final de dezembro de 2008 foi iniciada uma operação militar conjunta por parte dos exércitos de Uganda, Congo e sul do Sudão, contra o quartel general da guerrilha na floresta de Garamba, no Congo (ver Fides 15/12/2008). Uma operação apoiada pela ONU e pelos Estados Unidos, como foi publicado pela imprensa estadunidense (veja “Hoje na Internet” de 9/2/2009), mas que faliu o objetivo de arrestar a liderança da guerrilha, que é procurada pela Corte Penal Internacinal por crimes contra a humanidade.

Em resposta o LRA fez uma violenta represália contra as inocentes populações congolesas: inteiros povoados foram saqueados e destruídos; inteiras famílias massacradas: mulheres e crianças foram os primeiros a pagar. Os 17 mil Capacetes Azuius da Missão das ONU no Congo (MONUC, outra das tantas siglas que se tornaram sinônimos de impotência da comunidade internacional) parecem ser somente espectadores dos massacres das populações que deveriam defender segundo o mandato da sede da ONU, o Palácio de Vidro, em Nova Iorque, (tanto de vidro que parece inconsistente).

Mas as notícias são outras… nós hoje publicamos uma notícia que não foi dada. (L.M.)

Agora, outro texto, dessa vez sobre Madagascar:

ÁFRICA/MADAGASCAR – “O novo derramamento de sangue inflamou os ânimos da população” dizem as fontes de Fides

Antananarivo (Agência Fides)- “Pelas nossas informações os mortos são mais de 40 e os feridos mais de 200” dizem à Agência Fides fontes da Radio Don Bosco de Antananarivo, capital de Madagascar, onde no sábado, 7 de fevereiro, a Guarda Presidencial disparou contra os manifestantes que se aproximavam da sede dos escritórios do Presidente Marc Ravalomanana.

A manifestação foi organizada pelo prefeito que renunciou ao governo de Antananarivo, Andry Rajoelina, que estabeleceu uma dura disputa com o Presidente Ravalomanana (ver Fides 5/2/2009).

“Recebemos um comunicado em nome da Ministra da Defesa, Cécile Manorohanta, do qual tentamos avaliara a autenticidade, em que é anunciada a sua renúncia, por ser contra ao uso da força contra os manifestantes. Segundo algumas opiniões, a renúncia da Ministra da Defesa seria somente o início e nas próximas horas haveria outras renúncias de Ministros” explicam as nossas fontes. Segundo fontes da imprensa, com efeito, também o Ministro da Justiça, Bakolalao Ramanandraibe Ranaivoharivony, apresentou a sua renúncia.

“Esse novo derramamento de sangue (anteriormente, segundo a polícia pelo menos 44 pessoas foram mortas em outros conflitos com as forças da ordem, e 120 segundo fontes independentes) ha inflamou os ânimos da população: agora, muitos pedem a renúncia do Presidente” continuam as fontes da Fides.

Da manifestação de 7 fevereiro participaram milhares de pessoas. “Quando os manifestantes começaram a se aproximar do palácio presidencial, e não da residência do Chefe de Estado, que não é no centro da cidade, a Guarda Presidencial disparou repentinamente, sem tiros de advertência para o alto ou lançamento de bombas de gás lacrimogêneo. Os mortos são quase todos jovens; entre eles há pessoas provenientes da província, o que demonstra que nesse não é um movimento somente da capital, tem dimensão nacional” explicam as fontes da Fides.

No sábado estava prevista a participação na manifestação do famoso cantor Rossy, que vive no exílio na França (ver Fides 3/2/2009). “Rossy não chegou porque, no dia 7 de fevereiro com uma motivação técnica, foram cancelados diversos vôos de e para Madagascar” contam as nossas fontes.

Em nome do Fórum das igrejas cristãs de Madagascar (FFKM, do qual fazem parte a Igreja católica, a Igreja reformada protestante de Madagascar, os luteranos e os anglicanos), o Presidente, Dom Odon Marie Arsène Razanakolona, Arcebispo de Antananarivo, criticou duramente o derramamento de sangue de sábado, e convidou as duas partes ao diálogo. “Nas próximas horas esperamos uma nova tomada de posição da FFKM e um comunicado da Igreja católica” afirmam as fontes da Fides.

Andry Rajoelina, que semana passada autoproclamou-se Presidente em oposição ao atual Chefe de Estado Ravalomanana e, em seguida, anunciou a formação de um governo de transição liderado por Zafitsimivalo Monja Roindefo, pediu que seja proclamado um dia de luto nacional. Rajoelina pretende encontrar o enviado especial da ONU para Madagascar, Haile Menkerios, que deverá encontra-se também com o Presidente. A oposição pede a renúncia do presidente, acusado de limitar as liberdades civis e minar a economia para atender aos próprios interesses. (L.M.)

São mortos que ninguém quer saber. O PT lançou nota oficial lamentando ou condenando alguém? Não. A Folha de São Paulo chamou “intelequituais” para debates intermináveis nas suas páginas? Não. Alguém saiu na rua pra protestar em algum lugar contra a ineficiência da ONU? Não. E por que tanta indiferença? Porque esses mortos não têm filiação ideológica. Nenhum político se interessa por eles. Não saem nas manchetes de jornal porque a violência não foi provocada por “cruéis americanos militaristas conservadores, sedentos de petróleo e sangue estrangeiro”, muito menos pelo “agressor sionista”. São “apenas” africanos matando africanos.

E somente os cristãos arriscam a vida e levantam a voz para ouvidos moucos.

Mensagem do dia (02/02/2009)

Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém [a Apresentação do Senhor], também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua Encarnação e a sua Páscoa, se tornou o primogénito da humanidade redimida.

Papa João Paulo II.

Polêmica sem fim: o Concílio Vaticano II – ruptura ou continuidade?

Esses últimos dias foram bastante movimentados para nós, católicos. A revogação da excomunhão aos bispos ordenados pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre reascendeu a discussão sobre a validade do Concílio Vaticano II e à obediência a seus decretos. Zenit publicou ontem artigo relacionado ao assunto. Transcrevo um trechinho:

Concílio, eixo do magistério de Bento XVI, segundo cardeal Bertone

Rejeita que o Concílio tenha suposto «uma ruptura» na história da Igreja

ROMA, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- «Alguns sustentam que o Concílio Vaticano II supôs uma nova ‘Constituição’ na Igreja, mas isso é absurdo», como manifestaram todos os papas até agora, inclusive Bento XVI: assim explicou o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado Vaticano, em uma conferência sobre o pensamento do Papa Bento XVI, por ocasião do 60º aniversário da fundação do Círculo de Roma, segundo recolhe L’Osservatore Romano em sua edição de ontem.

O cardeal Bertone afirmou que a tese que uma ruptura entre a Igreja anterior e posterior ao Concílio é «falsa», pois «a constituição essencial da Igreja vem do Senhor, que se entregou a nós para que pudéssemos alcançar a vida eterna e, partindo desta perspectiva, estamos em situação de iluminar também a vida no tempo e o próprio tempo».

Para o purpurado, o Vaticano II gerou «duas interpretações opostas: a da descontinuidade e a ruptura, que obteve simpatia da mídia e de uma parte da teologia moderna», e «a da reforma e a renovação na continuidade da única Igreja que o Senhor deu, e que é a que está, silenciosamente, mas cada vez de modo mais visível, dando fruto».

Portanto, o Papa atual, acrescentou, «inscreve-se a título pleno no grupo de pontífices que disse ‘não’ à hermenêutica da descontinuidade e ‘sim’ à da reforma, tal como explicou João XXIII na abertura do Concílio e confirmou Paulo VI no discurso de conclusão».

Leia o restante da matéria aqui.

O cardeal Bertone parece afirmar o que os tradicionalistas negam veementemente: a validade do que ensina o Concílio Vaticano II. Ao mesmo tempo, desmente a idéia modernista de que o Concílio fez surgir uma “nova Igreja”, o que é um absurdo, dado que a Igreja de Cristo sempre foi assistida pelo Espírito Santo desde sua fundação e o próprio Senhor Jesus lhe prometeu proteção e assistência até o fim dos tempos (Mt 16,18-19; Mt 28,18-20). Portanto, a idéia de uma Igreja “renovada” é descabida, afinal de contas o Espírito Santo jamais deixou de assisti-la.

E qual a minha opinião? Nenhuma. Minha opinião é irrelevante. Pretendo estudar com carinho todos os 21 concílios ecumênicos realizados no decorrer da História da Igreja – mas isso fica pra depois que eu encerrar meu mestrado. Claro, pretendo estudar também o Concílio Vaticano II, e somente aí serei capaz de dizer alguma coisa que valha a pena ser lida. Mas, por enquanto, apenas relato aqui de forma tímida o que está acontecendo.

Bento XVI: reflexão sobre a Conversão de São Paulo

Essa semana, JORNADA CRISTÃ homenageia o apóstolo São Paulo – a imagem no cabeçalho do site é uma representação sua em um belíssimo mosaico. Ontem, dia 25, a Igreja celebrou o evento de sua conversão. Este ano são comemorados os dois mil anos de seu nascimento, através do Ano Paulino.

Ontem, no Ângelus, o Papa disse bonitas palavras a respeito:

Graças à conversão de São Paulo podemos compreender o verdadeiro significado da conversão evangélica.

Isso Paulo alcançou no encontro com Cristo ressuscitado; foi este encontro que mudou radicalmente a sua existência. No caminho para Damasco, aconteceu a ele o que Jesus pede no Evangelho de hoje: Saulo foi convertido, porque, graças à luz divina, “acreditou no Evangelho”. Nisso consiste a sua e a nossa conversão: acreditar em Jesus morto e ressuscitado e abrir-se à iluminação de sua graça divina. Naquele momento, Saulo compreendeu que sua salvação não dependia das boas obras feitas em conformidade com a lei, mas pelo fato de que Jesus morreu também por ele -o perseguidor- e foi, e é ressuscitado.

Leia a íntegra da mensagem aqui.

Bento XVI: Cristo “é o verdadeiro Senhor do mundo”. E as implicações disso na cultura ocidental

Transcrevo aqui um texto inspiradíssimo de Sua Santidade, pronunciado hoje na tradicional audiência geral das quartas-feiras. A partir dele, proponho uma reflexão. Vamos lá:

Para o mundo pagão, que acreditava em um mundo cheio de espíritos, em grande parte perigosos e contra os quais era preciso defender-se, aparecia como uma verdadeira libertação o anúncio de que Cristo era o único vencedor e de que quem estava com Cristo não tinha que temer ninguém. O mesmo vale para o paganismo de hoje, porque também os atuais seguidores destas ideologias vêem o mundo cheio de poderes perigosos. A estes é necessário anunciar que Cristo é vencedor, de modo que quem está com Cristo, quem permanece unido a Ele, não deve temer nada nem ninguém. Parece-me que isso é importante também para nós, que devemos aprender a enfrentar todos os medos, porque Ele está acima de toda dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo.

Para ler todo o texto, que faz parte de uma série de reflexões sobre São Paulo, dentro do Ano Paulino (estamos comemorando dois mil anos de seu nascimento), clique aqui.

O que me chamou a atenção nesta passagem foi o seguinte ponto: para quem acompanha este blog, apenas alguns dias atrás citei uma fala de Olavo de Carvalho, que relaciona o desenvolvimento da razão com a idéia de um Deus transcendente, que está além da natureza. Transcrevo novamente a referida explicação:

Henrique Garcia me pergunta: “Qual sua opinião sobre certas correntes de idéias, presentes sobretudo no meio liberal, que trabalham incessantemente por achincalhar a fé face à razão, atribuindo-a ao obscurantismo, quando não à irracionalidade pura e simples?” Olha aqui, Henrique: o pessoal que faz isso só mostra que é um bando de ignorantes, eles não sabem nem o sentido da palavra razão. A idéia da razão surge na Grécia exatamente como, vamos dizer, a tendência da alma para a contemplação do transcendente. É só a idéia do transcendente que permite o surgimento da razão. A idéia de um Deus transcendente é a idéia fundamental da razão, idéia que na verdade era impossível numa fase anterior da civilização, onde tinha aquela idéia dos “deuses espalhados” aí pela natureza, deuses mais ou menos fundidos na natureza. Na hora em que a idéia da divindade se destaca da natureza cósmica e se abre para a mente humana a idéia do Deus transcendente, do Deus que está para lá do universo, um Deus absolutamente invisível, infinito, aí é que começa a razão, isso é a base da razão. Agora, esses idiotas nem sabem o que é razão!

Esta idéia, de um Deus que transcende a natureza, surge na Grécia pagã, mas se concretiza com o advento do Cristianismo, já que a natureza foi completamente dismistificada pela nova religião – as antigas divindades gregas estavam diretamente associadas a forças da natureza. Para os cristãos, só existe um único Deus, personificado em Jesus Cristo, e a natureza é Sua criação – ou seja: a natureza é obra de Deus, e sua manifestação não tem, em si, nada de divina ou sobrenatural. Essa separação entre “criador” (Deus) e “criatura” (natureza) vai ser de fundamental importância no desenvolvimento do pensamento ocidental. Lembrei-me de outra explicação, bastante didática, do brilhante jornalista português João Pereira Coutinho. Publico aqui um fragmento do texto publicado na Folha Online (íntegra, aqui), que trata sobre a polêmica do Papa com o Islam, ao citar em discurso proferido em uma universidade alemã uma frase que teria ofendido os “sentimentos religiosos muçulmanos”. Este é outro assunto, eu quero é chamar a atenção para o primeiro parágrafo do texto:

O Papa Bento 16 visitou uma antiga universidade alemã e resolveu falar sobre as relações difíceis entre a fé e a razão. Digo “relações difíceis”, mas Ratzinger discorda: para Bento, não existe nenhuma incompatibilidade entre a “fé” e a “razão” porque a razão é uma dádiva de Deus. A tese não constitui uma originalidade do atual Papa. É tese ortodoxa da Igreja Católica e, mais, foi precisamente um tal entendimento que permitiu a emergência da (expressão perigosa) “civilização ocidental”: do renascimento carolíngeo à cultura monaquista da Idade Média (que salvou os textos clássicos que era possível salvar), o convívio entre as coisas do espírito e os trabalhos da mente contribuiu para a fundação das primeiras universidades (de Bologna a Paris) e até para lançar as bases do pensamento científico. Como? Pela “despersonalização” da natureza. Ao contrário do que sustentavam as antigas culturas animistas, a idéia de um universo criado por Deus implica a idéia de um criador que dotou o mundo de leis que só a razão humana pode descobrir.

Parece-me que os três fragmentos acima têm uma relação entre si. Ao proclamar Cristo, Deus Encarnado, o Senhor do mundo, submetendo todas as coisas a Si, o Cristianismo anuncia um Deus transcendente à natureza, infinito, situado muito além da matéria e da própria racionalidade humana; mas ao mesmo tempo indica ao homem a sua própria superioridade sobre a natureza, partindo do que está escrito no Gênesis, logo no comecinho da Bíblia (1, 26-28):

26. Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra.”
27. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.
28. Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.”

Esses versículos são alguns dos mais importantes trechos da história do pensamento humano. Através da leitura atenta deles, podemos concluir:

  1. Deus criou o ser humano, e somente ele, à sua semelhança (notem o verbo na primeira pessoa do plural, Façamos, vejam a Trindade em ação!). Ou seja: o homem é a criatura mais importante da Criação.
  2. Que ele reine: o homem é o rei dos animais. Ele é soberano, tem vontade e expressa suas vontades. Ele subjuga, domina a tudo. Ao dominar a natureza, torna-se capaz de transformá-la.
  3. Essa ação humana de transformar a natureza tem as bênçãos do próprio Deus. Mas, não nos esqueçamos: esse domínio sobre a Criação é uma dádiva do Criador; não é um mérito do próprio homem.
  4. E Deus não somente abençoa ao homem, mas também à mulher, e a mulher também foi criada à sua imagem e semelhança. É coincidência a questão da igualdade de direitos entre homens e mulheres ter sido levantada justamente no ocidente? Qual era o tratamento dispensado às mulheres nas culturas anteriores ao advento do Cristianismo?

Um mundo sem espíritos, sem superstições, sem divindades traiçoeiras, mas com um único Deus, Criador de tudo, que coloca homem e mulher juntos como ponto alto de sua Criação e os instiga a submeterem a Sua própria Criação, a fim de dominarem tudo. A partir da elevação da razão ao transcendente, vislumbra-se a possibilidade de um método de investigação da natureza, visando sua transformação; a partir da noção de homem e mulher criados à imagem de Deus, amadurece a idéia da igualdade entre os sexos perante Deus e perante a justiça dos homens; e, entre aqueles que ouviram a mensagem bíblica “enchei a terra e submetei-a”, ergue-se a sociedade ocidental, a mais dinâmica, avançada e criativa de todas as culturas que já existiram sobre a face da terra.