Perseguição aos cristãos: professora inglesa demitida após se oferecer para orar por estudante doente

Por Hilary White.

Professora Olive Jones - foto Daily Mail

LONDRES, 4 de janeiro de 2010 (LifeSiteNews.com) – Uma professora cristã no Reino Unido foi adicionada à longa e crescente lista de cristãos britânicos que enfrentaram ação disciplinar ou judicial por expressar sua opinião. Olive Jones, de 54 anos, está sendo defendida pelo Christian Legal Centre depois que foi demitida por se oferecer para rezar por um aluno que sofre de leucemia.

Jones, professora que dá aulas em domicílio, dava aulas de matemática para crianças doente demais para freqüentar a escola. Quando visitava um aluno doente, ela conversou com a mãe da criança e se ofereceu para rezar pela filha. Quando lhe foi dito que a família não era crente, ela deixou o assunto de lado, mas a mãe fez uma queixa e Jones perdeu seu emprego na escola de aulas particulares Oak Hill Short Stay, na cidade de Nailsea, distrito de North Somerset, oeste da Inglaterra.

Seus empregadores disseram que a oferta de oração poderia ser considerada como “bullying” – um ato de violência psicológica. Jones agora teme que o incidente tenha deixado marcas, prejudicando suas perspectivas futuras de emprego.

Jones disse que sua oferta de oração está sendo tratada como “um ato criminoso”: “É uma marca negra contra meu nome e meu caráter quando se trata de obter uma referência para outro trabalho, somente porque compartilhei meu testemunho”.

“Se tivesse cometido algum crime, acredito que a reação teria sido a mesma”, disse ela, acrescentando estar indignada com a interpretação da empresa sobre liberdade de expressão.

“Surpreende-me que um país com tão forte tradição cristã tenha se tornado um país onde é difícil falar sobre sua fé”.

Paddy e Stephanie Lynch, os pais da estudante de 14 anos de idade, dizem que Jones deixou sua filha “traumatizada”. Eles disseram ao jornal Daily Mail que as visitas de Jones tinham deixado sua filha “profundamente perturbada”, depois que a professora disse a ela, após a morte de um amigo próximo da estudante, que quando pessoas morrem novas, elas vão para o céu.

“As sessões com a sra. Jones tornaram-se cada vez mais traumáticas e decidimos que não era apropriado para aquela mulher vir até minha casa.” A família alega que a sra. Jones tinha ignorado repetidos pedidos para parar de “pregar”.

O jornal Daily Mail comentou em artigo que a experiência de Jones e de várias pessoas tais como ela numa crescente Grã-Bretanha anti-cristã é um resultado da adoção oficial de uma nova religião de estado compulsória de “igualdade e diversidade”.

“Códigos oficiais de conduta, que podem ser a base da ação disciplinar, e fazem parte integrante dos contratos de trabalho, obrigam milhões de funcionários públicos a ‘promover’ a igualdade e ‘respeitar’ a diversidade”.

“É possível que a publicidade e o apoio de grupos de pressão possam ajudar a sra. Jones, tal como aconteceu a Caroline Petrie, enfermeira sujeita a situação similar. Mas o problema fundamental, a lenta ocupação deste país por fanáticos politicamente corretos, continua a crescer”.

A sra. Jones disse: “não estou zangada com meus chefes, pois eles estão tentando interpretar as novas políticas de igualdade e diversidade. Mas eu estou zangada com o sistema politicamente correto e sobre o fato de que você não possa mencionar nada que tenha a ver com fé a pessoas que possam fazer uso disso”.

Nick Yates, um porta-voz da assembléia de North Somerset, afirmou: “Olive Jones trabalhou como professora suplente, trabalhando com o serviço de aulas particulares de North Somerset. Uma queixa a respeito de Olive foi feita por um dos pais. Esta queixa está sendo investigada”.

Leia também: Meu calvário, por professora cristã demitida por oferecer-se a rezar por aluno doente – em inglês, matéria do Daily Mail.

Fonte: Lifesitenews. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto na íntegra e em inglês, clique aqui.

São Paulo ou “Seu” Paulo?

Por Carlos Ramalhete.

O Ministério Público Federal (MPF) mandou tirar os crucifixos das repartições do estado de São Paulo, alegando que a sua presença ofenderia os não católicos. Mas… será que não deveríamos, então, falar do estado de “Seu” Paulo? Mais ainda, do estado do inominável, na medida em que São Paulo, em homenagem a quem o estado foi batizado, ops, nomeado, só recebeu esta homenagem por ter sido apóstolo cristão?

Os judeus ortodoxos dão graças a Deus todos os dias por não terem nascido não judeus (“gói”). São Paulo, ou “Seu” Paulo, escreveu que “não há mais judeu nem grego”. A julgar pelo pensamento do MPF do estado Tal, deve haver um monte de suscetibilidades feridas nesta história. Melhor mudar o nome do estado. Ah, Santa Catarina também dança, assim como todas as cidades com nome de santos. O Estado do Amazonas, que recebeu este nome em homenagem a um povo da mitologia grega, também pode ofender quem não acredita nele. O Rio de Janeiro, por trazer no nome do mês (que também teria que mudar) uma referência à divindade romana Janus, o deus de duas caras, também deve provocar comichões e abespinhar suscetibilidades. Ih, qual será o dano ao turismo provocado pela retirada, à moda Talibã, da imensa estátua do Cristo Redentor que ofende os não católicos que olhem para cima na antiga capital do país?

Creio ser bastante evidente, para quem não faz parte de uma minoria ínfima de gente cuja sensibilidade à flor da pele torna a convivência cotidiana um exercício de masoquismo e suscetibilidades feridas, que o MPF pisou na bola. Epa, eu não gosto de futebol. Devo proibir esta expressão? Não. Se eu não gosto de futebol, o problema é meu. Não posso me ofender com a onipresença do jogo e de suas metáforas.

Ainda mais que futebolista, contudo, a nação brasileira é culturalmente católica. Os nomes de santos são os nomes das pessoas, e a própria noção de bem e de mal é definida em moldes católicos; podemos mesmo dizer que o padrão da sociedade é católico.

Para a imensa maior parte dos brasileiros, católicos ou não, um crucifixo é um símbolo da Justiça, do Bem. Ver uma ofensa a outras crenças na presença de um crucifixo implica necessariamente em vê-la nos nomes de estados e cidades, nos nomes próprios das pessoas, na organização social do país, nos dias da semana, nos meses, no preâmbulo da Constituição Federal…

Querer proibir a presença do crucifixo implica em querer proibir um dado constitutivo da própria nacionalidade brasileira, importar uma noção a nós estranha do que seja a Justiça, o Bem, o certo e o errado. O Brasil não surgiu nem subsiste em um vácuo; temos uma cultura própria, com base lusitana e católica, que independe até mesmo da própria religião seguida por cada brasileiro.

O brasileiro protestante, o brasileiro espírita, o brasileiro judeu, muçulmano ou ateu é em grande medida culturalmente católico. Cada um deles passou a vida dentro de uma sociedade que define seus padrões de comportamento dentro de uma matriz católica e que não pode ser explicada ou compreendida sem constante referência à catolicidade de sua origem, bem como à língua portuguesa, a costumes africanos e indígenas etc.

Ofender-se com símbolos católicos significa, em última instância, ofender-se com o Brasil, significa negar as origens e a presença da cultura brasileira, com todos os seus matizes. Mais ainda: para desgosto dos católicos mais ortodoxos, a percepção brasileira típica destes símbolos católicos frequentemente é operada em chave sincrética, vendo nos santos orixás africanos ou entidades espíritas.

O que neles não se vê, o que apenas o MPF vê, é um instrumento de proselitismo católico. Um crucifixo não faz de um lugar ou de uma pessoa algo católico, tal como o Rio Amazonas não leva ninguém a tomar como verdade a mitologia grega. As imagens sacras, no Brasil, são percebidas como símbolos do Bem e do Justo, não como afirmações de uma dada fé. Melhor seria se o MPF deixasse de lado esta estranha “cruzada” contra os crucifixos e procurasse fazer o bem e promover a justiça.

Fonte: Gazeta do Povo.

Tentativa de intimidação por parte de militante gayzista

Um sujeito que se identifica como “Reverendo Márcio Retamero” envia comentário ao post Escândalo: PUC Minas promove homossexualismo em curso de extensão:

Cheguei até este site pela indicação do Professor Dr. Luiz Mott. Não estou surpreso com o que até aqui li! Não estou surpreso porque o fundamentalismo religioso cristão homofóbico que este site promove, vergonhoso, é exatamente o mesmo, dos sites e outras mídias fundamentalistas evangélicas. Aliás, essas tem debatido muito acerca do Acordo Brasil Vaticano, claro que estão se posicionando contra – e pasmem – estão lembrando que o Estado é laico! Quando é conveniente, os fundamentalistas cristãos lembram do princípio da laicidade do Estado! É claro que eles, os fundamentalistas evangélicos, deviam ser mais claros como vocês, católicos, que se possível fosse, faria de cada Estado da Terra uma teocracia administrada pelo “Santo Padre”, o Papa. Mas não me engano que o objetivo deles, ainda que estrategicamente oposto ao dos senhores católicos fundamentalistas, é o mesmo, pois eles também querem um Estado cuja Constituição seja as Escrituras.

O que vocês fazem aqui neste site, é um problema de vocês! Liberdade de expressão é um direito garantido pela Constituição do nosso país. Contudo, não pensem que liberdade de expressão é o direito de escrever o que quer, jogar lama sobre quem quer, salvo conduto pra desumanizar pessoas. Vocês infringem o Artigo 5º da Constituição da nossa Federação ao promoverem o discurso da desigualdade. Ferem também o direito constitucional da liberdade religiosa, pois esta também não é passaporte pra disseminar valores contrários aos Direitos Humanos.

Sabe o que vou articular a partir de agora, que conheço o conteúdo do site de vocês? Vou articular com o Movimento Homossexual Brasileiro, com o Ministério Público Federal, com as ONGs promotoras dos Direitos Humanos, para que façamos algo no campo do Direito contra o que vocês aqui pregam. Júlio Severo fugiu do Brasil, não sei se o editor de vocês tem algum lugar pra se esconder também. O que não pode continuar é essa disseminação xiita católica contra pessoas, seres humanos.

Parabéns à PUC MG, parabéns aos Jesuítas envolvidos neste tão belo e consciente trabalho.

Chorem, carpideiras!

Fica o registro de comentário tão “nobre”, “humanista” e “libertário”. Peço agora a atenção de todos, porque o assunto é muito sério.

Aqui neste site, em momento algum perseguiu-se determinada pessoa ou grupos de pessoas por suas condutas sexuais. O que as pessoas fazem em sua privacidade é algo de sua intimidade, não deve ser policiado ou punido pelo estado. JORNADA CRISTÃ não defende a criminalização de determinadas condutas morais pelo fato de serem pecaminosas – não somente o homossexualismo, mas também o adultério, por exemplo. Pessoalmente, não considero correto o estado legislar sobre a intimidade de ninguém. O próprio Vaticano recentemente se pronunciou contrário à criminalização do homossexualismo.

Entretanto, anunciar aos quatro ventos que homossexualismo é uma prática natural, que deve em si mesma ser respeitada, promovida e elevada ao mesmo patamar das relações heterossexuais monogâmicas, é pecado muito mais grave que o pecado do homossexualismo! Trata-se de inverter a lógica cristã, como já escrevi aqui anteriormente, e transformar um vício em uma virtude! É isso o que foi criticado aqui, e vai continuar sendo: sob a ótica cristã, homossexualismo é pecado, e não pode ser considerado pelos cristãos como sendo bom; é intrinsicamente mau e pecado gravíssimo contra a castidade.

O que o sr. reverendo quer simplesmente é: calar a minha boca. E calar a boca de todos aqueles que não aceitarem a naturalidade do homossexualismo. Isso é a ditadura gay. Eles terão todos os direitos: direito a criticar a Igreja Católica, a falar mal da família tradicional, a difamar a monogamia, a ridicularizar a santidade do matrimônio. Aos católicos e cristãos em geral restará o “direito” de abaixarem a cabeça, aceitarem e se sujeitarem ao que a Bíblia chama abominação (Levítico 18,22: Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação). Claro que a Bíblia do sr. reverendo é diferente da minha… A Igreja dele é “reformada”…

Segundo o reverendo, ele chegou até este blog por indicação do maior líder do movimento gay brasileiro, o sr. Luiz Mott (quem quiser saber mais sobre esse senhor, sugiro a leitura deste texto, longo, porém bastante elucidativo, além de artigo de Olavo de Carvalho a seu respeito).

E em sua mentalidade totalitária, o sr. reverendo promete “articular” (típico vocábulo empregado pelos militantes de esquerda) Ministério Público, movimento gay, Ongs… Eu não imaginava ser tão perigoso! Uau! Eu não imaginava ser tão importante assim, sr. reverendo! Muito me lisonjeia tamanha “articulação” contra a minha pessoa! Então, o senhor pretende colocar todo mundo contra mim, senhor reverendo? E qual a acusação? Ser fiel ao Magistério da Igreja? Ser fiel à Bíblia?

O que faço neste blog é, unicamente, seguir o Magistério da Igreja Católica. Reproduzir o que a Igreja Católica ensina. E é isso o que a Igreja Católica ensina sobre o homossexualismo:

Castidade e homossexualidade

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (1) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (2). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã. (Grifos meus)

(1) Gn 19, 1-29; Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 9-10; 1 Tm 1, 10.

(2) Congregação da Doutrina da Fé, Decl. Persona humana, 8: AAS 68 (1976) 95.

O reverendo deveria então acionar o Ministério Público não somente contra mim, mas também contra todas as Dioceses da Igreja Católica no Brasil. E deveria exigir a retirada de circulação de todas as edições da Bíblia e do Catecismo da Igreja Católica das livrarias e bibliotecas.

Também o reverendo deveria, por questão de coerência, processar todos os bispos, padres e leigos católicos que porventura façam qualquer comentário em oposição às práticas homossexuais.

Por que o senhor reverendo, tão valente, não aproveita e processa a Igreja Católica inteira? O sr. me acusa de ser fundamentalista? Então, a Igreja Católica também é. Não estou inventando nada: apenas sigo esses ensinamentos, os quais o senhor taxa de “homofóbicos”.

E lembro ao senhor reverendo: acusar alguém de crime sem apresentar provas é crime. Prove que estou violando o artigo 5º da Constituição. Prove que estou indo contra “direitos humanos” – existe o direito a pecar? Ser simplesmente contra atos homossexuais e manifestar em público sua opinião, e pelo bem dessas pessoas, advertindo-as de seu pecado e dos riscos dessa prática, é desumanizar alguém? Claro que o senhor quer me intimidar é para me calar, pois não é capaz de refutar o óbvio: homossexualismo é pecado, grave, que provoca a repulsa de Deus (a Bíblia diz claramente: abominação).

Se quer me acusar de ódio e perseguição aos homossexuais, que leve consigo as provas. Este é um aviso e não estou brincando.

A intimidação já começou. E de uma pessoa que não aceita críticas a seu comportamento. Que utiliza da ameaça para intimidar seus adversários ideológicos.

Repetindo sempre: amor ao homossexual. Repulsa e ódio ao homossexualismo, pecado gravíssimo e passível de condenar o pecador para sempre ao inferno. A maior prova de amor que podemos dar é dizer a verdade, alertando a todos para o mal. Para que todos se convertam e tenham a vida eterna.

E este comentário é a demonstração evidente de que o movimento gay não existe para proteger os direitos dos homossexuais: existe para impor uma agenda politicamente correta anticristã e obter poder e privilégios.

Respeitar qualquer pessoa, independentemente de seu pecado, orando sempre por sua conversão. E denunciar o mal em nosso meio. Essa é a missão de um verdadeiro cristão. Esta é a missão deste blog, e assim continuará sendo, quer o senhor reverendo queira ou não queira.

E isso, sr. reverendo, é o mesmo que o saudoso Padre Tonico, a quem o senhor disse ter conhecido pessoalmente, ensinava, como padre que era fiel ao Magistério Católico.

Quanto aos parabéns que o sr. dá à PUC/Minas… Isso realmente diz muita coisa.

E sugiro que o senhor processe também (agradeça-me, pois estou poupando-lhe do “nobre” trabalho de vigiar seus desafetos para então posteriormente ameaçá-los):

  • Toda a equipe do site Veritatis Splendor (texto: Sofismas mais comuns do mundo gay, entre outros).
  • O padre Luiz Carlos Lodi, do Pró-Vida de Anápolis (texto: O vício contra a natureza, que define muito bem a prática do homossexualismo, entre outros).
  • O jornalista Olavo de Carvalho (texto: Conseqüências mais que previsíveis, entre outros).
  • A Associação Cultural Montfort (texto: Condenações contra o homossexualismo, entre outros).
  • O padre João Carlos Almeida, ou padre Joãozinho (entrevista onde o sacerdote afirma “é preciso não se deixar contagiar por essa cultura gay” e “o homossexual está homossexual, ele não é homossexual, no coração de Deus ele é heterossexual. Ele tem uma condição, um limite humano que nós não sabemos tratar ainda direito”).
  • O bispo Dom Redovino Rizzardo (artigo: Quem são os discriminados?, onde escreve: “[A] partir da vigência do decreto de lei [PL 122/2006], além dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal a todos os cidadãos brasileiros, os homossexuais terão privilégios e benesses que derivam de sua opção sexual. Em contrapartida, todos aqueles que não se conformam com comportamentos homossexuais, deverão silenciar ou preparar-se para ocupar uma cela em algum presídio do país”).
  • O padre Luiz Antonio Bento (que afirma neste texto o óbvio: “Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou querer dar a elas o mesmo valor dado matrimônio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do patrimônio comum da humanidade”).
  • O prof. Felipe Aquino (que publicou em seu blog, entre outros artigos, o texto, obviamente “homofóbico” para o sr., Mulher criada por homossexual dá seu testemunho. Veja como se inicia o artigo: “Uma mulher canadense que foi criada em um lar homossexual se dedica agora a assistir a outras pessoas que atravessam a mesma situação e a pedir aos governos do mundo que protejam o matrimônio entre homem e mulher”. Um horror, não é mesmo sr. reverendo? Afinal, a verdade não deve ser dita, mas sim apenas o que convém ao movimento gay).
  • O padre Roger Luís (que em palestra disponibilizada aqui, proferida na comunidade Canção Nova, afirmou o seguinte: “Nossos filhos estão morrendo nas garras de satanás, nas baladas, nas drogas, no homossexualimo, lesbianismo”. Aliás, o senhor deveria processar a Canção Nova inteira, o que acha da idéia?).
  • Por que o senhor reverendo não aproveita e processa o Vaticano, também (arcebispo Angelo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou: “o casamento gay é um mal”)?
  • Aproveite e peça na justiça o bloqueio do site da NARTH – Associação norte-americana de pequisa e terapia da homossexualidade.
  • E não se esqueça do professor universitário Antônio Carlos, que testemunhou publicamente sua libertação do homossexualismo. Denuncie-o como “traidor do movimento gay”.

Cito apenas alguns exemplos de católicos fiéis ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e ao Magistério da Igreja Católica no que diz respeito ao assunto “homossexualismo” (exceção feita a NARTH).

O senhor e seus colegas “articulados” ficam vagando pela internet, buscando sites e pessoas que exponham opiniões divergentes com o objetivo de intimidá-las e ameaçá-las? É essa a sua prática, senhor reverendo? O senhor pretende processar e mandar todo mundo pra cadeia, senhor reverendo? Ou o senhor vai escolher quem o senhor e sua sanha de poder for capaz de destruir, esmagar, aniquilar, para satisfazer um prazer pessoal? O senhor chama isso de justiça, senhor reverendo?

O senhor e seus amiguinhos “articulados” não têm mais o que fazer, senhor reverendo?

Anjos e Demônios, bobos e cretinos

Anjos e Demônios

Eu estava pensando em escrever sobre o “polêmico” filme Anjos e Demônios, já o assisti em uma sessão para jornalistas na terça-feira. Mas, sinceramente? Não estou com tempo para perder com futilidades.

Tenho apenas duas coisinhas para dizer:

1) A primeira hora do filme é chata de doer, dá para tirar um cochilo. Depois, fica melhorzinho. Mas a solução final da trama, com direito a surpresas e tudo o mais, é tão boboca…

2) O filme é politicamente correto ao extremo, não tentando desagradar a ninguém. Funciona como um “conselheiro”, com uma mensagem “A Igreja Católica é uma instituição muito importante… Por isso precisa se modernizar, dialogar com a ciência!” Ou seja: ser “progressista”. Ainda que você esteja diante do abismo, a mensagem modernista é essa: avançar, sempre!

Está aí o “boneco de palha” do filme: a insistência pertinaz de que a Igreja Católica sempre foi uma instituição obscurantista, obcecada com o poder, intolerante contra a ciência. A “historinha” é claro que é ficção, mas baseia-se no senso comum de que a Igreja é tudo isso e muito mais. E o espectador então aceita tudo o que está vendo. “É, faz sentido… Se a Igreja matou um monte de cientistas, impediu o avanço da ciência, esconde a verdade e tudo o mais, é claro que essa história é verossímel”.

O problema é esse: mesmo a história sendo uma ficção, ela reforça o preconceito anti-católico nas pessoas através dos elementos que servem para contextualizá-la. Que cientista a Igreja “matou”? Daí repetem em uníssono que “matou” dois: Giordano Bruno e Galileu. Mas… alguém realmente sabe o porquê da condenação de Giordano Bruno e o que realmente aconteceu no processo contra Galileu (que nem mesmo foi condenado à morte)? E se a Igreja “esconde a verdade”, porque os documentos sobre ambos estão disponíveis para quem quiser estudar o caso por conta própria?

Mas que coisa, será que ninguém nunca ouviu falar da Pontifícia Academia das Ciências, fundada em … 1603??? Que irritante!

Enfim, Anjos e Demônios é, simplesmente, uma obra tola, feita por bobos e cretinos.

Para ler sobre a condenação a Giordano Bruno, texto no ótimo site “Caiafarsa”. Sobre o julgamento de Galileu, textos esclarecedores: O caso Galileu, O que deveríamos saber sobre Galileu e O que defendia Galileu?.

Nome aos bois

É muito fácil desmascarar um abortista “bem-intencionado”. É só fazer assim: ele, invariavelmente, vai recitar o seguinte mantra: “eu sou contra o aborto, mas temos que discutir sua despenalização, afinal muitas mulheres abortam todos os anos e correm riscos, afinal de contas não têm nenhuma assistência… Temos que pensar na saúde da mulher”.

Hum.

Vamos refletir um pouco assistindo o vídeo abaixo? Foi produzido pela turma do ótimo blog Vivo pela vida.

httpv://www.youtube.com/watch?v=84DLsyns_gc

O repórter foi muito feliz ao fazer a pergunta que nenhum abortista gosta de responder. Ele citou o que os abortistas evitam a todo custo mencionar: o outro lado do aborto, quem invariavelmente sofre suas conseqüências.

É assim que se manipula a opinião pública: omitindo, propositalmente, o outro lado da questão. Silenciando-se sobre ele. Qual a conseqüência do aborto para o feto? O que é o feto? Quem é o feto?

Experimente depois de assistir o vídeo assisti-lo novamente, realizando um exercício interessante: o de chamar as coisas pelo seu legítimo nome, sem eufemismos.

Vou dar um exemplo: quando a moça logo no início do vídeo diz “se eu engravidei, eu quero tirar”, pergunte-se: tirar o quê? O que ela quer tirar? Tente responder: a moça quer tirar o que está dentro do corpo dela, para ser mais exato, dentro de seu útero. Continuando: e o que está dentro do corpo dela, no útero, em decorrência da gravidez? Um feto, oras. E quem é esse feto? É o filho dela. E o que acontece com o filho dela, se ela decidir “tirá-lo” do útero? O filho dela morre. Ela tem consciência disso?

Portanto: podemos perfeitamente trocar o verbo “tirar” para “matar” neste caso, na medida em que estamos diante da conseqüência (“matar”) direta do ato (“tirar”). Ou seja: o que essa mulher defende é a liberdade da mãe matar o próprio filho quando este se encontra dentro de seu corpo, em seu útero. É uma opção dela, não é mesmo? Sob qual justificativa? “O corpo é meu”. Sim, mas o corpo do feto não pertence à mulher grávida; está sob seu abrigo, durante o tempo que for necessário para seu amadurecimento.

Se a gestação estava além da 12ª semana de gravidez, é quase certo que o feto, no momento do aborto, sentiu dores, afinal de contas foi triturado/queimado/succionado vivo, e já há a mielinização dos nervos nessa etapa da gravidez.

Se o feto fosse apenas uma extensão do corpo da mulher, ela sentiria as mesmas dores que seu filho sentiu. Se a mulher recebe alguma anestesia, não sente dores. Mas o feto não foi anestesiado… e sentiu dores, porque seu sistema nervoso era independente do da mãe.

Se o corpo do feto é independente do corpo da mãe, como sustentar essa falácia, repetida à exaustão para aliviar a consciência das mulheres que abortaram?

Senhoras que participaram deste filme: sinto muito, embora as senhoras não queiram ouvir isso, porque é cruel, politicamente incorreto, muito feio… Mas eu vou dizer assim mesmo: as senhoras mataram seus filhos. Podem falar o que quiserem, usar as justificativas mais mirabolantes, botar a culpa no namorado, marido, governo, em Deus, no técnico Dunga… Até em mim. Mas estou apenas dando nome aos bois. Estou aqui afirmando o que as senhoras fizeram.

As senhoras mataram seus filhos. E incentivam que outras mulheres tenham a liberdade de fazer o mesmo.

Já passou da hora de parar com essa frescura: vamos chamar as coisas pelo nome que realmente têm, e não por eufemismos.

Também na Europa existe intolerância contra cristãos

Artigo de Giorgio Salina, Presidente da Associação Fundação Europa

BRUXELAS, segunda-feira, 23 de março de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o artigo escrito por Giorgio Salina, presidente da Associação Fundação Europa, sobre a intolerância contra os cristãos na Europa.

* * *

O vice-presidente do Parlamento Europeu (PE), Mario Mauro, em 15 de janeiro passado, foi nomeado «representante pessoal da OSCE contra o racismo, a xenofobia e a discriminação, com particular referência à discriminação dos cristãos». Isso supõe sem dúvida um reconhecimento da ação levada a cabo nas instituições europeias: pautas de reuniões, declarações, comunicados de imprensa, emendas apresentadas a numerosas resoluções do PE. Ações suas conhecidas foram as levadas a cabo em favor dos católicos venezuelanos perseguidos pela revolução bolivariana de Chávez, assim como o apoio aos cristãos da Terra Santa.

A OSCE é a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, com sede em Viena, e à qual pertencem 56 Estados, da América do Norte até o Extremo Oriente russo, através da Europa, Cáucaso e Ásia central, que tem como lema: «Este é o momento de levar a cabo as esperanças e as expectativas de nossos povos durante décadas: o empenho constante por uma democracia baseada nos direitos do homem e nas liberdades fundamentais, a prosperidade através da liberdade econômica e a justiça social, além de uma segurança igual para todos nossos países» (Carta de Paris para uma nova Europa, 1990).

A primeira iniciativa de Mauro foi uma mesa redonda em Viena, para discutir e aprofundar sobre a natureza e alcance das manifestações de intolerância contra os cristãos. O título do congresso era por si só eloquente, além de uma novidade saudável no âmbito internacional: «Intolerância e discriminação contra os cristãos. Foco na exclusão, marginalização e negação dos direitos». Os resultados do encontro são preocupantes também na área UE.

Como escreveu Antonietta Calabro no Corriere della Sera, «os testemunhos apresentados em Viena (sob a cláusula diplomática da garantia de reserva para com os governos envolvidos) foram inclusive mais alarmantes, segundo três diretrizes: uma mais evidente no Leste ex-soviético, a segunda na Europa laicista, a terceira finalmente nos países cada vez mais penetrados pela avançada islâmica».

É certamente conhecido, por exemplo, que na parte turca do Chipre, 550 igrejas e capelas foram transformadas em mesquitas, armazéns e estábulos, enquanto na Turquia, os lugares sagrados de religiões diferentes do Islã não podem unir-se aos espaços públicos, razão pela qual o acesso à Basílica do Patriarcado se dá através de um restaurante.

A morte de Hrant Dink, as ações contra Orhan Ant, missionário protestante em Samsun (Mar Negro), que recebeu ameaças de morte, o episódio da demissão, na Inglaterra, de um funcionário do aeroporto culpado de ter exposto uma imagem de Jesus, o incêndio da escola católica e a capela de Notre Dame de Fátima, na França, são só alguns dos casos de intolerância e de discriminação para com os cristãos, ao leste e ao oeste de Viena, sem contar as violentas perseguições que afetam as comunidades cristãs fora da área OSCE. É da quarta-feira passada a notícia do assassinato de três sacerdotes na África.

Na Grã-Bretanha, a enfermeira Caroline Petrie foi despedida por ter entregue uma imagem sagrada a uma paciente; na Espanha de Zapatero, procura-se de qualquer maneira impedir o exercício do direito fundamental à objeção de consciência aos médicos católicos.

Os episódios aqui recordados são a ponta do iceberg de uma intolerância que permeia parte da sociedade europeia, demonstrando a urgência daquela «nova evangelização» da qual falam João Paulo II e Bento XVI, para que a convivência civil reencontre a chave mestra da cultura e da tradição que deram ao Velho Continente os valores que os povos do terceiro mundo invejam e invocam.

Sem dúvida, o maior resultado da mesa redonda de Viena, muito além das denúncias de casos concretos, ainda que importantes, foi voltar a colocar em questão, no contexto internacional, a intolerância e as discriminações contra os cristãos, até agora um tabu do qual não se devia nem podia falar, não só por respeito ao politically correct, mas para não ser definidos como reacionários e «obscurantistas». Discutir estas coisas é, ao contrário, uma exigência da justiça e um serviço a toda comunidade, porque a liberdade religiosa é o teste que acredita o respeito ou não das demais liberdades; se não está a primeira, infelizmente antes ou depois se violam todas as demais.

As instituições europeias não estão isentas deste contágio niilista e relativista com manifestações de intolerância para com a religião cristã, católica em particular, e contra a Igreja e o Santo Padre. Está em andamento uma forma mais enigmática, mas não por isso menos violenta, de discriminação. No PE se adverte uma hostilidade difundida e manifesta, pela qual, em particular nesta legislatura, nenhum dos princípios éticos naturais fundamentais promovidos pela cultura católica sobre o homem e sobre a sociedade tem a mais mínima possibilidade de ser compartilhado.

Como confirmação disso, podemos citar um episódio recente, ainda que paradoxal. Em 22 de dezembro passado, o Santo Padre, em um discurso aos membros da Cúria e da Prelazia Romana para a felicitação de Natal, disse, entre outras coisas: «O matrimônio, ou seja, o laço de toda a vida entre homem e mulher (…), faz parte do anúncio que a Igreja deve trazer (…). Partindo desta perspectiva, seria oportuno reler a encíclica Humanae Vitae: a intenção do Papa Paulo VI era a de defender o amor contra a sexualidade como consumo, o futuro contra a pretensão exclusiva do presente e a natureza do homem contra sua manipulação».

A honorável Sophia in ‘t Veld, dos Países Baixos, membro do Grupo da Aliança dos Democratas e dos Liberais para Europa, quando o soube, escreveu ao presidente Barroso pedindo-lhe que interviesse para impedir estas formas de prevaricação e de grave ingerência contra a laicidade das instituições, acusando o Papa de «criminalizar os homossexuais, chamando os católicos a unir-se contra eles».

A Sra. Sophia in ‘t Veld é co-presidente do intergrupo Gay, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais, Transgender, o mais numeroso do PE.

Uma saída de tom similar não mereceria nenhuma atenção, se por ocasião de cada discussão sobre as discriminações para com os homossexuais, cada certo tempo, a intervalos regulares, o Santo Padre não fosse acusado, por não poucos setores, de «oferecer o suporte cultural aos discriminadores».

Este outro absurdo não é outra coisa que uma manifestação da hostilidade antes citada, que pertence à intolerância e à discriminação contra os cristãos, para que não tenham voz nos âmbitos públicos e políticos em particular; essa intolerância e discriminação da qual se começou a falar em Viena.

Tratando-se de um fenômeno relevante, que tem uma influência muito negativa, e não só, sobre a normal dialética parlamentar, haverá que voltar a isso, para aprofundar nas causas, fatos e consequências.

Fonte: Zenit.

Jornais, Igreja e Estado

Por Carlos Alberto Di Franco.

O Brasil é um país de expressiva maioria católica. A informação de religião, portanto, merece atenção especial. A quantidade da informação religiosa, em geral, é bastante razoável. Alguns riscos, no entanto, ameaçam a qualidade da cobertura jornalística. Sobressai, entre eles, a falta de especialização, o razoável desconhecimento técnico e, reconheçamos, certa dose de preconceito. Acresce a tudo isso o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica. Recentes episódios, lamentáveis, evidenciam a urgente necessidade de profissionalização da comunicação institucional da Igreja.

A Igreja Católica, instituição de grande presença e influência na agenda pública brasileira, é sempre notícia. Trabalhar a informação religiosa com rigor e isenção é um desafio. Muitas vezes ganhamos. Outras, perdemos. Em sua primeira viagem à África, o papa Bento XVI reafirmou a oposição da Igreja ao uso dos preservativos. Os jornais afirmaram que Bento XVI teria dito que “a camisinha agrava a aids”. Errado. O que o papa disse e tem repetido é que a verdadeira luta contra a aids passa pela “humanização da sexualidade”. A mera distribuição de preservativos é, segundo a Igreja, uma estratégia equivocada. A Igreja prega abertamente que a fidelidade dentro do casamento heterossexual, a castidade e a abstinência são a melhor maneira de combater a aids. Tal postura não decorre de uma histeria conservadora. Resulta, na verdade, de conceitos antropológicos profundos, embora, reconheço, politicamente incorretos. Podemos concordar ou discordar, podemos achar que se trata de uma exigência excessiva, mas não podemos desqualificar por baixo.

A mídia dá foco absoluto ao que a Igreja faz ou fará. Gente de todas as denominações cristãs (e até mesmo sem qualquer profissão religiosa) dá opiniões sobre os caminhos que a Igreja Católica deve adotar. Se a Igreja estivesse de fato fora do tempo, anacrônica e ultrapassada, poucos se dariam a esse trabalho. A eleição de Bento XVI, por exemplo, foi um case jornalístico interessante. A cobertura, lá fora e aqui, foi quantitativamente exuberante. Do ponto de vista da qualidade, no entanto, ficou bastante aquém do que poderíamos ter feito. Ficaram, alguns jornais, reféns de declarações de reduzidos e conhecidos desafetos do então cardeal Ratzinger. Criou-se, assim, uma falsa imagem do novo papa. Bento XVI seria um eclesiástico duro, quase intratável. Quem o conhece, e nós o vimos de perto aqui no Brasil, sabe que se trata de um brilhante intelectual, mas também de um homem simples, cordial, com uma ponta de timidez que desarma e cativa.

Agora, como papa, por óbvio, defende o núcleo fundamental da fé católica. Sem essa defesa, muitas vezes na contramão dos modismos de ocasião, a Igreja perderia sua identidade. Se os papas procurassem o “sucesso” – que parece ser a medida suprema da realização para os que tudo medem pelos ibopes -, bastaria que, esquecendo-se da verdade que custodiam, se tivessem bandeado pouco a pouco, como fazem certos “teólogos”, para os “novos valores” (em linguagem cristã, contravalores) que cada vez mais tentam dominar o mundo.

É patente que, na hora atual, vivemos uma encruzilhada histórica em que são incontáveis os que parecem andar pela vida sem norte nem rumo, entre as areias movediças do niilismo. O papa teve sempre plena consciência dessa situação e, em vez de sentir a tentação daqueles teólogos que aspiram aos afagos do mundo para dele receberem diploma de “modernos” e “progressistas”, ele dá, diariamente, a vida por uma verdade que pode resgatar este mundo, sem se importar com que o chamem de retrógrado, conservador ou desatualizado. Ou será que se espera um papa que deixe de ser cristão para ser mais bem aceito?

Pretende-se que, perante este deslizamento do mundo para baixo, com a glorificação de todo nonsense moral, o papa exerça a sua missão acompanhando a descida, cedendo a tudo e se limitando a um vago programa socioecológico, a belos discursos de paz e amor e a um ecumenismo em que todos os equívocos se podem abraçar e congraçar, porque ninguém acredita mais em coisa alguma, a não ser em viver bem? Mas a coerência doutrinal da Igreja, por vezes conflitante com certas posturas comportamentais, tem sido um fator de defesa e elevação ética das sociedades.

O crescimento da Igreja, como salientou Bento XVI, dá-se “muito mais por atração”, nunca por imposição. Entre uma pessoa de fé e um fanático existe uma fronteira nítida: o apreço pela liberdade. O sectário assume a sua convicção com intolerância. O fanático impõe. A pessoa de fé, ao contrário, assenta serenamente em seus valores. Por isso, a sua convicção não a move a impor, mas a estimula a propor, a expor à livre aceitação dos outros as ideias que acredita dignas de serem compartilhadas.

A correta informação sobre a Igreja passa pelo reconhecimento de seu papel na sociedade e pelo seu direito de transitar no espaço público. Caso contrário, cairíamos no laicismo antidemocrático. O Estado é laico, mas não é ateu. O laicismo militante pretende ser a “única verdade”racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, algo tão pernicioso quanto o clericalismo do passado.

Tentar expulsar a Igreja do debate em defesa da vida, por exemplo, é arbítrio laicista. A independência é um bem para a Igreja e para o Estado. Mas não significa ruptura e, muito menos, virar as costas para o Brasil real, uma nação de raízes culturais cristãs. Informar com isenção é um desafio. E é aí que mora o fascínio da nossa profissão.

Fonte: Estadão.

Truque besta

Por Olavo de Carvalho.

O sr. presidente da República mostra-se escandalizado, chocado, abalado até o fundo de seus sentimentos éticos mais nobres quando a Igreja discorda de sua singela opinião de que para proteger uma criança deve-se matar duas.

Se ele fosse ateu, budista ou membro da Seicho-no-Ie, tudo o que os católicos poderiam fazer diante de seu discurso abortista seria resmungar. Mas ao defender o aborto como dever moral ele insiste em enfatizar que o faz “como cristão e católico”, o que o enquadra, sem a mais mínima possibilidade de dúvida, na categoria dos heresiarcas. Heresia, para quem não sabe, não é qualquer doutrina adversa à da Igreja: é falsa doutrina católica vendida como católica – exatamente como o discurso presidencial contra Dom José Cardoso Sobrinho.

Mas, no fundo, isso não faz a menor diferença. Por seu apoio continuado e impenitente aos regimes e partidos comunistas, Lula já está excomungado latae sententiae faz muito tempo e não precisa ser excomungado de novo. A excomunhão latae sententiae, isto é, “em sentido amplo” decorre automaticamente de ações ou palavras, independentemente de sentença oficial e até mesmo de aviso ao excomungado. Na mesma categoria encontra-se a sra. Dilma Roussef. A presença de qualquer um desses dois num templo católico – quanto mais junto ao altar, na condição de co-celebrantes – é uma ofensa intolerável a todos os fiéis, e só o oportunismo de um clero corrupto até à medula explica que ela seja tolerada e até festejada entre sorrisos de subserviência abjeta. Neste caso, como em todos os similares, a covardia e a omissão não explicam tudo. Alguém manda nos covardes e omissos, e este alguém não é nada disso: é ousado e ativíssimo a serviço do comunismo.

Quanto ao exército inteiro dos que se fingem de indignados junto com o sr. presidente – e ainda o apóiam nesse paroxismo de hipocrisia que é o “Dia Nacional de Luta contra a Hipocrisia” -, seu papel no caso é dos mais evidentes. Os estupros de crianças, cujo número crescente escandaliza e choca a população, são constantemente alegados por essa gente como pretextos para debilitar a autoridade dos pais e submeter as famílias a controles governamentais cada vez mais invasivos. A ONU, os partidos de esquerda, a mídia iluminada, os educadores progressistas e uma infinidade de ONGs – as mesmas entidades que promoveram o feminismo, o divórcio, o gayzismo e todos os demais movimentos que destruíram a integridade das famílias – posam hoje como os heróicos defensores das crianças contra o risco permanente de ser estupradas por seus próprios pais. Toda a credibilidade dessas campanhas advém da ocultação sistemática de um dado estatístico inúmeras vezes comprovado: a quase totalidade dos casos de abuso sexual de crianças acontecem em casas de mães solteiras, cujo namorado – ou namorada – é o autor preferencial desse tipo de delitos. Na Inglaterra, os filhos de mães solteiras sofrem 73 vezes mais abusos fatais – e 33 vezes mais abusos sérios sem morte – do que as crianças criadas em famílias completas. Nos EUA, 55 por cento dos assassinatos de menores de idade acontecem em casas de mães solteiras. Raríssimos casos de abusos de menores acontecem em lares íntegros, com um pai e uma mãe regularmente casados. A presença de um pai é, hoje como sempre, a maior garantia de segurança física para as crianças. Aqueles que removeram esse pai, entregando as crianças à mercê dos amantes de suas mães, são diretamente culpados pela epidemia crescente de violência contra crianças, e são eles mesmos que tiram proveito dela, arrogando-se cada vez mais autoridade para solapar a da família constituída e colocar um número cada vez maior de crianças sob a guarda de assistentes sociais politicamente corretos.

A seqüência dialética é de uma nitidez impressionante. Tese: a pretexto de proteger mulheres e crianças, procede-se à demolição da autoridade paterna, bem como dos princípios morais que a sustentam; antítese: nas famílias desfeitas – surpresa! -, proliferam os estupros e a gravidez infantil; síntese: o aborto é elevado à categoria de obrigação moral, e em seu nome o Estado condena a religião como imoral e desumana e se autoconstitui em guia espiritual da sociedade.

Pensando bem, é um truque simples, até besta. Mas o tempo decorrido entre a tese e a síntese torna invisível a continuidade do processo aos olhos da multidão.

Fonte: site de Olavo de Carvalho.