Quando perde o horizonte da eternidade, quando não considera mais a morte como realidade e o além como algo próximo, definidor do próprio destino plasmado aqui mesmo com as próprias escolhas, o homem se torna tacanho, um prisioneiro do imediato.
Padre José Eduardo.
prisão
Mensagem do dia (27/10/2022)
Agora,
que eu já não sei andar nas trevas,
não me roubes a Tua Mão, Senhor,…
por piedade!
Voltar às trevas não sei,
e sem a Tua Mão não poderei
dar um só passo em tanta Claridade.Pelas Tuas feridas minhas, pelas tristezas
de Tua Mãe, Jesus,
não me deixes, no meio desta Luz,
de pernas presas…Não me deixes ficar
com o Caminho todo iluminado
e eu parado e tão cansado
como se fosse a andar…Sebastião da Gama.
Mensagem do dia (08/07/2022)
Mensagem do dia (14/09/2021)
A cruz vitoriosa iluminou quem estava cego pela ignorância, libertou quem estava preso pelo pecado, trouxe a toda a humanidade à redenção.
São Cirilo de Jerusalém.
Mensagem do dia (04/09/2021)
A melhor ajuda para a mente é romper com os grilhões que iludem o coração.
Ovídio.
Mensagem do dia (18/07/2021)
Uma ovelha sem pastor não é uma ovelha livre, mesmo que possa parecer, mas sim uma ovelha desgarrada e perdida. Vaga pelos montes sem saber aonde ir e está exposta ao assalto de qualquer inimigo. Também os homens, para serem verdadeiramente livres, necessitam de um pastor que oriente seus passos, que ilumine suas mentes. Isso porque a liberdade humana é uma liberdade atada e só pode realizar-se quando o homem escuta e responde a um chamado. Necessitamos de um pastor que nos chame. Mas, quem será esse pastor? Será, por acaso, outro homem? Não, porque só Deus pode colocar-se à frente do homem. Assim o Senhor, depois de condenar os falsos pastores de Israel, diz: «Eu mesmo reunirei o resto de minhas ovelhas». Jesus é Deus conosco. Jesus está diante de nós, o único pastor, o Bom Pastor que reúne as ovelhas desgarradas e perdidas. Por isso, no Evangelho, Jesus se compadece das pessoas ao ver que elas andam desorientadas, como ovelhas sem pastor. Ele vê a miséria espiritual do povo: por isso começa a ensinar-lhes. E o milagre que fará posteriormente, a multiplicação dos pães, será o sinal de seu imenso amor de pastor.
Padre Nicolás Schwizer.
Mensagem do dia (03/05/2021)
O íntimo é o que só a pessoa conhece: é o «santuário» do humano. Posso entrar dentro de mim, e aí ninguém pode me aprisionar.
Jutta Burggraf.
Mensagem do dia (12/03/2021)
Toda corrente que tira a liberdade dos filhos de Deus há de ser despedaçada, deve ser exterminada para sempre.
São Luís Orione.
Mensagem do dia (29/08/2020)
Não há qualquer dúvida de que São João Batista sofreu a prisão pelo nosso Redentor, que precedeu pelo seu testemunho, de que foi por Ele que deu a vida. O seu perseguidor não lhe pediu para negar Cristo, mas para calar a verdade. Contudo, foi por Cristo que morreu. Com efeito, Cristo disse acerca d’Ele mesmo: «Eu sou a verdade». Se pela verdade derramou o seu sangue, então foi por Cristo.
São Beda, o Venerável.
Mensagem do dia (05/05/2019)
Que simboliza o mar, senão o mundo atual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações e pelos turbilhões de uma vida caduca? E o que representa a margem firme, senão a perpetuidade do descanso eterno? Portanto, os discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da Sua ressurreição, fica na margem, uma vez que já ultrapassou a condição da fragilidade da carne.
São Gregório Magno (Papa).
Mensagem do dia (17/02/2019)
Entra dentro de ti, pecador, regressa à tua alma. Contempla e chora esta alma sujeita à vaidade, à agitação e que não se consegue libertar do seu cativeiro.
Isaac de l’Étoile.
Mensagem do dia (08/10/2018)
O homem é uma prisão em que a alma permanece livre.
Victor Hugo.
Mensagem do dia (26/09/2018)
A ignorância das Verdades de Deus, do nosso destino, do pecado, da solidão, da caducidade e da morte, faz do homem um cativo.
Beato Paulo VI (Papa).
Mensagem do dia (27/02/2018)
A armadilha do ódio é que ele nos prende muito intimamente ao adversário.
Milan Kundera.
Mensagem do dia (03/12/2014)
É melhor ser prisioneiros por puro amor de Deus, do que ser livres fugindo da dor e da pena da cruz.
São Francisco Xavier.
Mensagem do dia (09/10/2014)
A nossa força consiste em estar sujeitos à razão e a nossa liberdade consiste em ser prisioneiros da verdade.
Beato John Henry Newman.
Mensagem do dia (24/09/2014)
O homem entrega-se ao mal na própria concupiscência: o prazer que nela encontra é a rede em que se deixa prender.
Leibniz.
Mensagem do dia (29/09/2011)
A verdade nos leva a todos os lugares, até mesmo à prisão.
Provérbio polonês.
Mensagem do dia (16/03/2011)
A alma está contida no corpo, mas é ela que sustenta o corpo; também os cristãos estão no mundo como numa prisão, mas são eles que sustentam o mundo.
Carta a Diogneto.
Mensagem do dia (17/09/2010)
Quem se nega a carregar a Cruz do Cristo, obriga-se a carregar as ligaduras e cadeias de Satanás.
São Roberto Belarmino.
Mensagem do dia (08/08/2010)
É impossível passar pela vida sem confiança: isso seria estar preso na pior de todas as celas, dentro de si mesmo.
Graham Greene.
Irã: mulheres convertidas ao cristianismo são presas sem acusação
A organização Christian Solidarity Worldwide (CSW) pede a imediata libertação de duas mulheres que abandonaram o Islam e se converteram ao Cristianismo, detidas sem acusação e, segundo relatos, mantidas sob más condições sanitárias.
Maryam Rostampour, de 27 anos, and Marzieh Amirizadeh, 30, estão atualmente presas na prisão de Evin, onde a jornalista iraniano-americana Roxana Saberi também se encontra detida. Elas dividem uma cela com outras 27 mulheres.
As duas foram presas por um oficial de segurança iraniano no dia 5 de março, depois de terem o apartamento revistado e suas Bíblias foram confiscadas, entre outros objetos. As mulheres eram conhecidas por serem cristãs praticantes.
Maryam e Marzieh foram interrogadas pela polícia em Gysha, antes de serem levadas ao centro de detenção Vozara. Elas sofreram privação do sono, como parte do interrogatório a que foram submetidas. No dia 18 de março, elas foram levadas à área 2 da Prisão Nacional de Segurança da Corte Iraniana Revolucionária, antes de serem enviadas para a prisão de Evin.
Nenhuma das duas foram acusadas de qualquer crime definido pela lei iraniana ou pela legislação internacional, e também não tiveram permissão para contactarem advogados.
Uma fiança de US$ 400 mil dólares foi estipulada pelas autoridades iranianas depois que as famílias de Maryam e Marzieh apelaram pela sua libertação.
Uma das diretoras do CSW, Tina Lambert, afirmou: “A CSW está profundamente preocupada com a segurança de todos os iranianos que abandonaram o Islam, já que o número de prisões aumentou significativamente durante o ano de 2008. Essas preocupações aumentaram diante do fato de que o parlamento iraniano está debatendo atualmente um anteprojeto de lei que poderia aplicar a pena de morte para a apostasia do Islam.
Chamamos a atenção da comunidade internacional para a urgência da necessidade da libertação de Maryam e Marzieh. É absolutamente deplorável que essas mulheres estejam ilegamente detidas por exercerem seu direito humano fundamental da liberdade de pensamento, consciência e religião. O Irã segue como um agressor da liberdade de religião e crença, enquanto seu presidente, Ahmadinejad, descaradamente condena a abordagem da comunidade internacional pelos direitos humanos.”
Fonte: Christian Solidarity Worldwide. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba.
Do abismo à plenitude: homenagem a Viktor Frankl
Reproduzo aqui texto que publiquei em 21 de março de 2005 no site “Abacaxi Atômico” a respeito de Viktor Frankl e a logoterapia. Lembro-me, com muita saudade, do curso “Renascer Jovem”, ministrado pelo Padre Tonico, que era baseado na literatura desse grande psiquiatra austríaco. Boa leitura a todos!
Aos homens não basta saber que existem, mas para quê existem.
Viktor Frankl em Psicoterapia e Sentido da Vida.
No próximo sábado, dia 26 de março [de 2005], uma das figuras humanas mais extraordinárias do século XX estaria fazendo aniversário de 100 anos. Estou me referindo a Viktor Frankl, psiquiatra austríaco. Provavelmente você nunca ouviu falar deste cara, mas certamente conhece a expressão “vazio existencial” – foi ele quem a criou nos idos dos anos cinqüenta. Embora seja um ilustre desconhecido em nosso país, seu principal livro Em Busca de Um Sentido (Man’s Search for Meaning) vendeu mais de cinco milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e foi considerado, segundo matéria do New York Times de novembro de 1991, um dos dez mais influentes livros nos EUA.
Frankl nasceu em Viena. Aos 14 anos, na escola, fez a um professor uma pergunta que mudaria o curso de sua vida.
Enquanto estudante de 14 anos no ginásio, eu fiz algo que era muito incomum na ocasião. Eu tive um professor de Ciências Naturais que era muito distante, que ensinava do modo como uma pessoa esperaria que os cientistas o fizessem. Um dia ele afirmou que a vida é simplesmente um processo de combustão, nada além de um processo de oxidação. Levantando repentinamente eu o questionei, “Mas Professor, então que sentido a vida têm?”
Claro que um reducionista/materialista não é capaz de responder a esta pergunta, porque para ele não existe nada mais que a matéria. O absurdo é, nas palavras de Frankl, “promover sua própria incredulidade sob a aparência de ciência”. Quantos sabichões estufam o peito, orgulhosos de tanto saber, mas cuja arrogância é ainda maior que a inteligência que possuem. O fato de a ciência materialista não conseguir uma resposta para isso, não quer dizer que essa inquietação não exista. Mais que isso, negar uma resposta para essa pergunta é negar a própria humanidade do ser humano.
E afinal, qual é o sentido da vida? Frankl sempre buscou encontrar e extrair um significado de todos os eventos que aconteciam em sua vida. Oportunidades não faltaram. Formou-se médico em 1930 e trabalhou em um hospital psiquiátrico em Viena, sendo responsável por milhares de pacientes suicidas. Perdeu o melhor amigo executado pelo regime nazista. Judeu, foi prisioneiro nos campos de concentração nazistas de Auschwitz e Dachau, onde ficou por quase três anos. Ao ser libertado, descobriu que havia perdido quase toda sua família: foram mortos seu pai e sua mãe, além de sua esposa e seu irmão. Somente sua irmã, que fugiu da Europa antes da guerra, permanecia viva.
Ao invés de se deixar consumir pelo rancor, a amargura, o ódio e o ressentimento, Frankl reconstruiu sua vida, pois tinha objetivos a cumprir – metas traçadas durante sua experiência nos campos de concentração, onde, nos momentos mais duros, ele se lembrava de sua esposa e seus familiares, na esperança de revê-los novamente, e carregava consigo a determinação de terminar um livro cujo manuscrito havia sido destruído ao ser preso. Após a sua libertação, ele retomou o trabalho interrompido e reescreveu o manuscrito perdido, de onde publicou o livro The Doctor and the Soul. Em seguida, lançou Man’s search for Meaning (Em Busca de Um Sentido, lançado no Brasil pela editora Vozes), livro em que narra sua experiência pessoal nos campos de concentração – e daí retira lições de fundamental importância para o desenvolvimento de sua teoria psicoterapêutica: a logoterapia.
Durante o cativeiro, Frankl observou que aqueles que sobreviviam à violência, aos maus tratos, aos trabalhos forçados e à fome, quase sempre eram justamente aqueles que conseguiam encontrar um significado para seu sofrimento e mantinham uma esperança de saírem com vida dos campos, seja porquê almejavam reencontrar seus entes queridos ou voltar a trabalhar naquilo que os realizava. Mesmo aqueles prisioneiros fisicamente mais fortes e mais saudáveis, se perdessem a esperança e a vontade de viver, morreriam logo. A determinação de Frankl em sair do campo para continuar a escrever seu livro e para reencontrar sua família ajudam a explicar como ele próprio sobreviveu a condições subumanas de tratamento, aos trabalhos forçados, à subnutrição – para completar, conseguiu se reestabelecer de um ataque de febre tifóide no final da guerra.
Ao contrário de Sigmund Freud, que dizia que a força motivadora do ser humano era o “princípio do prazer”, e de Alfred Adler, outro psiquiatra austríaco (autor da expressão “complexo de inferioridade”), que dizia que a “busca de superioridade” (“vontade de poder”) era o que determinava as ações dos indivíduos, Frankl afirmava sem titubear: a sua teoria, a logoterapia, “concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca por este sentido”. O desejo de encontrar um significado para a própria vida é o que faz a vida valer a pena. O homem é livre para escolher seu caminho e encontrar o sentido para sua existência. A vontade de sentido é o que move o ser humano.
Frankl diz que o ser humano é livre para assumir uma postura frente à realidade que o cerca. Todo ser humano é livre – e ninguém pode tirar do ser humano esta liberdade.
Até mesmo numa situação onde você não tem nenhuma liberdade externa, quando as circunstâncias não lhe oferecem qualquer escolha de ação, você retém a liberdade para escolher sua atitude ante uma situação trágica. Você não se desespera porque esta escolha está sempre com você até seu último momento de vida.
Mas esta liberdade deve ser precedida pela responsabilidade.
É por isso que eu recomendei nos EUA que, além da Estátua da Liberdade na Costa Leste, deveria haver a Estátua da Responsabilidade na Costa Oeste.
Ou seja: somos livres para assumirmos uma postura frente ao mundo, mas somos responsáveis por esta escolha. Temos que assumir então, em conseqüência de nossa liberdade, a responsabilidade por tais escolhas, com as conseqüências que advêm de nossas ações. Cabe a cada ser humano perceber e superar as suas culpas. Se percebemos que a vida realmente tem um sentido, percebemos também que somos úteis uns aos outros. “Ser um ser humano é trabalhar por algo além de si mesmo.”
Assim sendo, o sentido da vida pode ser encontrado por uma pessoa através de três caminhos:
1) o exercício de um trabalho que seja importante, ou a realização de um feito, uma missão, que dependa de seus conhecimentos e de sua ação, e que faça com que a pessoa se sinta responsável pelo que faz;
2) o amor a uma pessoa ou a uma causa, uma idéia, o que estabelece uma responsabilidade para com a pessoa amada ou à causa defendida;
Um pensamento me traspassou: pela primeira vez em minha vida enxerguei a verdade tal como fora cantada por tantos poetas, proclamada como verdade derradeira por tantos pensadores. A verdade de que o amor é o derradeiro e mais alto objetivo a que o homem pode aspirar. Então captei o sentido do maior segredo que a poesia humana e o pensamento humano têm a transmitir: a salvação do homem é através do amor e no amor. Compreendi como um homem a quem nada foi deixado neste mundo pode ainda conhecer a bem-aventurança, ainda que seja apenas por um breve momento, na contemplação da sua bem-amada. Numa condição de profunda desolação, quando um homem não pode mais se expressar em ação positiva, quando sua única realização pode consistir em suportar seus sofrimentos da maneira correta – de uma maneira honrada -, em tal condição o homem pode, através da contemplação amorosa da imagem que ele traz de sua bem-amada, encontrar a plenitude. Pela primeira vez em minha vida, eu era capaz de compreender as palavras: “Os anjos estão imersos na perpétua contemplação de uma glória infinita”.
3) diante de um sofrimento inevitável, assumir uma postura de buscar um significado e utilidade para a dor, pois através da experiência cada pessoa pode contribuir para a vida de outras pessoas.
Frankl foi submetido, junto com outros milhões de pessoas, à experiência degradante e desumanizante dos campos de concentração, onde os indivíduos eram reduzidos a um nível infra-humano, sendo considerados menos ainda que animais. O prisioneiro era desprovido de todos os seus bens, suas roupas, seus objetos e até de seus nomes. Mas ainda assim ele e outros se mantiveram firmes no propósito de sobreviverem – porque suas vidas tinham um sentido. E, ao assumirem seu sofrimento com dignidade, Frankl e tantos outros deram ao mundo um inestimável e vivo testemunho de transcendência. O ser humano existe para transcender, para ultrapassar limites.
Num mundo assolado pelo consumismo materialista, pela negação da humanidade do ser humano, pela banalização pura e simples do prazer (pois, segundo os niilistas, a vida não tem nenhum significado) e pelo vácuo de sentido experimentado por milhões e milhões de pessoas que simplesmente não conseguem encontrar uma utilidade para sua existência, a voz quase solitária de Viktor Frankl tornou-se referência para tantas outras pessoas. Sua coragem, determinação, caráter e despreendimento levaram-no às alturas do espírito humano, bem acima de Freud, Adler, Skinner, entre outros pioneiros, dos quais, diga-se de passagem, com elegância inaudita, ele próprio reconhece as contribuições e seus méritos. Mas as teorias destes precursores são incompletas, porque não abarcam o ser humano em sua totalidade, em sua potencialidade de realizar-se, transcender-se e doar-se. Finalizo este texto com palavras de Viktor Frankl:
Dentro de cada um de nós há celeiros cheios onde nós armazenamos a colheita da nossa vida. O significado está sempre lá, como celeiros cheios de valiosas experiências. Quer sejam as ações que fizemos, ou as coisas que aprendemos, ou o amor que tivemos por alguém, ou o sofrimento que superamos com coragem e resolução, cada um destes eventos traz sentido à vida. Realmente, suportar um destino terrível com dignidade e compaixão pelos outros é algo extraordinário. Dominar seu destino e usar seu sofrimento para ajudar os outros é o mais alto de todos os significados para mim.
Viktor Frankl faleceu em 2 de setembro de 1997, aos 92 anos.
Alguns textos e sites sobre Viktor Frankl e a logoterapia
Site oficial do Viktor Frankl Institut
Biografia e obras de Viktor Frankl
A mensagem de Viktor Frankl – texto de Olavo de Carvalho
Coletânea de pensamentos de Viktor Frankl
Sociedade Brasileira de Logoterapia
Herói da fé: bispo opositor da cidade chinesa de Xiwanzi libertado após dois anos e meio na prisão
Ele foi preso por consagrar uma Igreja sem o consentimento da Associação Patriótica. As autoridades chinesas o consideravam apenas como um padre, e não permitiam que ele realizasse cerimônias maiores. Dois padres e vinte fiéis da diocese de Xiwanzi ainda estão presos. Em Hebei, dois bispos ainda estão “desaparecidos” após muitos anos.
Hong Kong (AsiaNews/UCAN) – Leão Yao Liang, bispo opositor de Xiwanzi, foi posto em liberdade logo após o ano novo chinês. Ele tinha sido levado pela polícia em 30 de julho de 2006. Oficiais do governo chinês já o tinham advertido que não deveria desempenhar seu trabalho como bispo ou estar a frente de atividades da Igreja que envolvessem considerável número de pessoas.
O bispo Yao, de 85 anos, é um bispo não-autorizado, não-reconhecido pelo governo e não é membro da Associação Patriótica, uma igreja que não aceita a autoridade do Papa e se mantém sob a autoridade do governo comunista chinês. Provavelmente, ele foi preso porque as autoridades descobriram que ele consagrou uma Igreja no condado de Guiyang em julho de 2006 sem o consentimento da Associação Patriótica. O bispo e cinco dos vinte padres que concelebravam a missa foram detidos por violarem regulamentos de assuntos religiosos.
Enquanto esteve na prisão, bispo Yao foi mantido em vários locais, sempre em isolamento. Agora, as autoridades permitem que ele veja pessoas, mas ele não está autorizado a organizar grandes assembléias. Em Xiwanzi, não foi nem permitido aos fiéis organizarem uma celebração pelo seu retorno.
A diocese de Xiwanzi (Hebei) é uma diocese da Igreja proscrita, fiel ao Papa, que conta com quinze mil fiéis e está situada a cerca de 260 quilômetros ao norte de Pequim, quase na fronteira com a Mongólia Interior. Durante meses a polícia, apoiada pela Associação Patriótica, tem realizado uma campanha contra padres e bispos da Igreja não-autorizada pelo governo. De acordo com fontes locais, há ainda vinte fiéis e dois padres no cárcere, presos por organizarem manifestações e protestos de desobediência pela libertação de seu bispo.
Ainda há dois bispos da área de Hebei – a região chinesa com maior concentração de católicos – detidos pela polícia, permanecendo presos em local ignorado: um deles é o bispo João Su Zhimin, da diocese de Baoding, que tem 75 anos de idade. Ele foi preso em 1996 e desapareceu. Em novembro de 2003 foi mandado para um hospital em Baoding, sob a guarda da polícia, onde foi tratado de problemas cardíacos e oculares. Mas, poucos dias depois, ele desapareceu novamente.
O outro bispo desaparecido é Cosme Shi Enxiang, da diocese de Yixian, hoje com 86 anos. Ele está preso desde 13 de abril de 2001. Sagrado bispo em 1982, antes disso esteve preso por 30 anos. Foi preso novamente em dezembro de 1990, libertado em 1993. Está em isolamento total desde sua última prisão.
Fonte: Asia News. Tradução de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.
Na China comunista, a morte de um herói de nossa fé
Esta notícia vem da China: na última terça-feira, 30 de dezembro, dez mil pessoas estiveram presentes nos funerais do padre José Jia Fuqian, morto na sexta, 26, aos 88 anos. Ele tinha problemas cardíacos e pulmonares. Padre Fuqian era tio do bispo de Zhengding, Júlio Jia Zhiguo. Para quem não sabe, na China a Igreja Católica é proscrita, proibida pela ditadura comunista; existe uma igreja católica “patriótica”, controlada pelo governo, que não reconhece a autoridade papal.
Quando estava no seminário, por se recusar a fazer parte da igreja submissa aos comunistas, mantendo-se fiel à autoridade do sucessor de São Pedro, Fuqian passou vinte anos preso. Foi libertado em 1978 e em 1981 foi ordenado sacerdote. O bispo que o ordenou, Pedro José Fan Xueyan, morreu na cadeia em 1992.
Apesar da idade longeva e da saúde precária, o trabalho pastoral do padre Fuqian foi admirável. Dada a carência de padres em sua diocese (afinal de contas comunistas adoram prender e matar religiosos em qualquer lugar, em especial na China), aos domingos ele chegava a celebrar missas em sete diferentes comunidades. E isso, com mais de 70 anos de idade.
Seu sobrinho, o bispo Zhiguo, que passou quinze anos na prisão e hoje vive sob estrita vigilância do governo comunista desde 1989 (nos últimos vinte anos foi preso e libertado ao menos doze vezes), presidiu a celebração das exéquias em sufrágio de sua alma. A cerimônia aconteceu na Catedral de Cristo Rei, em Wuqiu, condado de Jinxian, na província de Hebei (veja o mapa). Durante o velório do padre Fuqian, estima-se que vinte mil pessoas estiveram presentes para prestarem-lhe a última homenagem.
O padre Fuqian fundou em 1987 uma congregação religiosa masculina. A agência UCAN revela: um membro desta congregação, que pediu anonimato, recordou que o padre falava com alegria e coragem dos tempos duros passados na prisão, na distante região de Xinjiang. A bravura do padre recém-falecido serviu de exemplo e “encorajou as novas gerações a defenderem sua fé”. A íntegra da reportagem, em inglês, está aqui.
Rezemos todos pelos católicos chineses! Rezemos todos pela Igreja, pelos padres, bispos, para que enfrentem as provações com coragem. E que eles nos sirvam de exemplo, pois não fraquejam frente às maiores adversidades. E quantos de nós católicos hoje em dia temos vergonha de sermos católicos? Em debates públicos, parece que muitos de nós temos que pedir desculpas por expor nossa fé. E outros tantos católicos bajulam com palavras doces os comunistas, irmãos de idologia daqueles que prendem, oprimem, torturam e matam os cristãos em todos os países que governam!
Escândalo ainda maior: quantos “católicos” votam e pasmem, até militam em partidos comunistas!
É para se refletir: um católico que vote, apoie ou milite em partido comunista merece ser chamado de católico? Alguém que se nomeie “católico” e que colabora ou mesmo manifesta simpatia pela ideologia que mais oprimiu e assassinou seguidores de Jesus Cristo em toda a História da humanidade merece algum crédito por parte dos verdadeiros católicos?
Antes que eu me esqueça: já notaram como a mídia e a imprensa são complacentes com os regimes comunistas em geral e com as ditaduras cubana e chinesa, em particular? A arma de quem quer se manter bem informado é a internet. E como indicação de link, sugiro a todos o blog Pesadelo Chinês. Em outro texto, vou comentar uma notícia neste referido blog, provando a hipocrisia, a desonestidade e a falta de escrúpulos das organizações mundiais de “direitos humanos” (sic), notadamente da Anistia Internacional, que hesitam em condenar os massacres diários promovidos pelos comunistas chineses – sem falar no silêncio constrangedor dessas associações frente à matança indiscriminada de cristãos que acontece em vários lugares do mundo.
Veja neste link uma chocante cena de execução promovida pelo regime chinês.