Diante do presépio, o convite do Menino Jesus

O próprio Deus se fez frágil, um bebê, para nos despertar a compaixão. Aquele que tudo criou e ordenou, quis se fazer homem para convidar-nos a sermos misericordiosos uns com os outros.

Que o Menino Jesus, poderoso e onipresente, frágil e pequenino, desperte em todos nós o amor e o cuidado para com todos os nascituros, todas as mães, todos os vulneráveis, todos aqueles que precisam ser defendidos!

Contemplando o bebê no presépio, somos chamados a sermos pró-vida, sempre! Contra o aborto! Contra a cultura da morte!

Feliz natal!

Nos Estados Unidos, grupo de médicos pró-vida já conseguiu salvar 77 crianças de tentativas de aborto

A matéria a seguir, retirada do site “Live Action News”, mostra um exemplo do que é freqüentemente esquecido nas discussões sobre o aborto: muitas mulheres se sentem inseguras e desamparadas diante de uma “gravidez inesperada” e tomam a decisão precipitada de abortar o bebê, sem refletirem sobre as conseqüências de tão dramática decisão. Posteriormente, muitas dessas mulheres se arrependem amargamente da decisão que tomaram.

Bebê na sétima semana de gravidez sobrevive a tentativa de aborto

Desde 2012, 77 crianças sobreviveram a tentativas de aborto pela pílula RU-486, também conhecida como “a pílula do aborto”, graças ao site AbortionPillReversal.com e sua rede de 226 obstetras e ginecologistas pró-vida.

Mulheres que tomam a primeira dose da pílula e se arrependem podem procurar ajuda em clínicas pró-vida, que as colocam em contato com médicos capazes de receitá-las uma imediata dose de progesterona para bloquear os feitos abortivos da mifepristone. Os médicos acompanham o caso, para se certificarem que o bebê se manterá saudável.

A matéria cita o caso de uma mulher, identificada apenas como Jen, que tomou a primeira dose do medicamento, se arrependeu e procurou o serviço. Era uma mulher casada, estudante universitária, que já tinha um menino de aproximadamente dois anos. Ela pensou em abortar o bebê que esperava, por temer pelo futuro de sua carreira. Procurou uma clínica da Planned Parenthood, a maior rede de clínicas abortistas dos EUA. Na clínica aborteira, foi recusado a Jen fazer um ultrassom, para que ela ouvisse as batidas do coração do bebê que esperava, o que lhe angustiava. Depois de tomar a primeira dose da pílula do aborto, Jen não podia parar de pensar na possibilidade de a pílula parar as batidas do coração do bebê. Convencida de ter cometido um erro e arrependida, procurou ajuda. Em uma clínica pró-vida, Assure Pregnancy Center, um ultrassom mostrou a Jen seu bebê, na sétima semana de gravidez, e ela pôde ouvir as batidas de seu coração.

Jen foi assistida durante toda a gravidez pelos profissionais da clínica, e deu à luz a um menino, em dezembro próximo passado. “Existe ajuda para mulheres que estão confusas. Há uma nova luz em meu lar, que traz sorrisos para todos em minha família. E isso, eu não trocaria por nada desse mundo”. Os médicos pró-vida garantem que todas as mulheres que ajudaram se tornaram imensamente agradecidas pelos seus “bebês miraculosos”.

Link para o texto original: http://liveactionnews.org/women-who-sought-abortion-reversal-gives-birth-to-healthy-baby/. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba.

“Seu bebê é inocente! Ele não merece a pena de morte!”

Notícias boas da Califórnia. Manifestantes pró-vida da cidade de Bakersfield viram o xerife da cidade escoltar uma prisioneira ate uma clínica de aborto. Após postarem a foto na internet e pedirem por orações, relataram o seguinte: “Viram a foto da mulher sendo escoltada por policiais que postei essa manhã? Bem, estava falando para quem quisesse ouvir, e aconteceu de eu dizer “seu bebê é inocente, ele não merece a pena de morte”, então eu completei “aceitamos chamadas a cobrar, 323-****!” Então, há cerca de uma hora, recebi uma ligação de uma interna da prisão. Ela me disse que tinha me visto, e ouvido o que eu disse. Ela está grávida de quatro meses e quer que eu adote seu bebê!” A chamada foi curta e ativistas estão esperando por outra ligação, para que possam ajudar essa mulher durante sua gravidez. Por favor, orem!

Uma presidiária entrando em uma clínica de aborto... ouve uma voz

Uma presidiária entrando em uma clínica de aborto ouve uma voz…

A caridade que movia Zilda Arns: fazer o bem e dizer a verdade

No trágico terremoto acontecido no Haiti, no dia 12 de janeiro próximo passado, faleceu a fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Trabalhando principalmente em prol das crianças mais necessitadas, aqueles a quem Jesus chamou os “pequeninos”, Zilda pereceu no cumprimento do dever, entre os pobres, os desvalidos, aqueles que mais precisam de apoio material. Aos 75 anos de idade, poderia ter se recolhido a uma justa aposentadoria e passar mais tempo com familiares, cuidando de netos e tratando apenas de assuntos particulares: já teria feito muito durante sua vida. Entretanto, abriu mão do conforto que lhe era acessível em prol de outras pessoas, justamente aquelas que jamais lhe poderiam recompensar.

Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos (Lucas 14, 12-14).

É interessante que, nesta hora, tantos políticos e tantas autoridades se manifestem sobre seu falecimento, todos expressando condolências e pesares, ressaltando seu trabalho assistencial e de promoção da saúde entre os mais desvalidos. Uma grande perda, são unânimes em afirmar. Mas entre todas as notas, chamou-me a atenção o fato de nenhuma mencionar a firme e sempre reiterada oposição de Zilda Arns à liberação do aborto.

Comportando-se sempre em coerência com os princípios católicos, Zilda Arns não fazia concessões neste assunto. Poderia ter sido politicamente correta, calando-se sobre o tema ou repetindo slogans evasivos, tais como “temos que combater o ‘pecado social’ (seja lá o que isso signifique…), o que faz com que mulheres recorram ao aborto, essa sociedade injusta, a desigualdade social, a pobreza, bla bla bla bla…”

NÃO! POBREZA NÃO É JUSTIFICATIVA PARA ASSASSINATO! E temos que enfrentar a questão de frente: aborto é homicídio. Simples assim. Zilda Arns defendia enfaticamente esses pontos de vista “polêmicos” e, convenientemente, a grande mídia se “esqueceu” de mencioná-los nos diversos epitáfios que exaltavam a coragem e a determinação da médica pediatra. Vocês aí, leitores, acreditam que tal silêncio seja uma mera coincidência?

Comprometida que está até o último fio de cabelo com a causa abortista, seja por dinheiro, por safadeza ou estupidez mesmo, a grande mídia não poderia dar destaque a esse aspecto importantíssimo da atividade de Zilda Arns: a luta contra o aborto. A verdade é que em nossos dias é muito fácil fazer “boas ações”, principalmente com dinheiro alheio obtido através de fundações internacionais, isenções de impostos, doações de filantropos ou repasses do governo. “Fazer o bem” tornou-se profissão para muitos ongueiros oportunistas, que enchem a barriga vazia de alguns, além dos próprios bolsos, sem esquecer de encher o próprio ego quando o público em geral vê suas “ações sociais” divulgadas na imprensa e os parabeniza, como uma platéia que bate palmas em um show de auditório. “Boas ações”, como todos sabemos, dá bastante ibope.

Mas “fazer o bem” e “falar a verdade”, ah isso meu caro… São coisas bastante diferentes e que, infelizmente, hoje em dia nem sempre andam de mãos dadas. Entretanto, São Paulo nos recorda:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! (I Coríntios 13,1-3).

Esta passagem bíblica, que até virou musiquinha melosa de banda pop, é bastante eloqüente: “boas ações” não significam o mesmo que caridade. E sem caridade, não há salvação. Diz o Catecismo da Igreja Católica a respeito do tema:

1822. A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
1824. Fruto do Espírito e plenitude da Lei, a caridade guarda os mandamentos de Deus e do seu Cristo: “Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (Jo 15, 9-10).
1828. A prática da vida moral animada pela caridade dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. O cristão já não está diante de Deus como um escravo, com temor servil, nem como o mercenário à espera do salário, mas como um filho que corresponde ao amor “d’Aquele que nos amou primeiro” (1 Jo 4, 19):
“Nós, ou nos desviamos do mal por temor do castigo e estamos na atitude do escravo, ou vivemos à espera da recompensa e parecemo-nos com os mercenários; ou, finalmente, é pelo bem em si e por amor d’Aquele que manda, que obedecemos […], e então estamos na atitude própria dos filhos” (São Basílio Magno). (Terceira Parte do Catecismo da Igreja Católica, íntegra aqui).

Só há caridade, portanto, quando se ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo neste amor; quando surge o desinteresse de si mesmo em favor do próximo, fruto deste amor; quando o bem é realizado por si mesmo, sem a espera de recompensas, bajulações e elogios de outrem; e, especialmente: a caridade guarda os mandamentos de Deus.

Zilda Arns afirmava sem medo de parecer politicamente incorreta seu posicionamento pró-vida, defendendo com firmeza o cumprimento do quinto mandamento “Não matarás”. E semeou vida por onde trabalhou, por amor a Deus e ao próximo, sem se esquivar em dizer o que deveria ser dito. Fez o bem e disse a verdade. Exaltam os feitos de Zilda Arns, ao mesmo tempo que falam muito pouco sobre o que movia suas ações – a caridade: gratuidade, amor ao próximo e, principalmente, fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo e seus mandamentos.

“Não basta a gente ser a favor da vida. A gente tem que proteger a vida”.

Zilda Arns.

Vamos todos ler e divulgar os seguintes textos:

  • Zilda Arns: “O povo não quer ampliação na lei do aborto!” – Post importantíssimo do blog O Possível e o Extraordinário, quando a Dra. Zilda Arns demonstrou a falácia dos dados da Organização Mundial de Saúde sobre abortos no Brasil.
  • Zilda Arns: a mártir em defesa da vida quanto estão em evidência os mensageiros da morte – Post de Reinaldo Azevedo. Trecho: “Zilda celebrava a vida no Haiti. Os contrastes são ainda mais evidentes: enquanto ela morreu para dar a vida — e se opunha ao aborto —, outros viveram para matar, consideram o aborto uma redenção e tentam impô-lo à sociedade como medida de mero bom senso.”
  • Entrevista: Zilda Arns: Médica sanitarista e pediatra – Site Popular Catarinense. Declaração de Zilda Arns: “O aborto é um crime, não apenas contra a criança, que tem direito à vida, mas contra a própria saúde da mulher. Estudos feitos em países que liberam o aborto – e ele é feito em hospitais, com auxílio médico – mostram que as mulheres que passaram por este procedimento têm muito mais chance de desenvolver câncer de mama.”
  • Liberação do aborto volta ao debate na Câmara – Jornal O Estado de São Paulo, 28/06/2007. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Zilda Arns afirma: “Aborto é um crime covarde e trágico porque implica em matar. Aborto legal não é o mesmo que aborto seguro”. Segundo o jornal, “Zilda Arns disse que os defensores da interrupção voluntária da gravidez (nota: eufemismo politicamente correto para aborto) usam ‘números mentirosos’ quando falam em mais de 1 milhão de abortos clandestinos por ano no País”.
  • Relator quer estatísticas mais precisas sobre o aborto – Agência Câmara, 27/06/2007. Sobre a discussão em torno do Projeto de Lei 1135/91, que legaliza o assassinato de bebês ainda no ventre materno no Brasil, outra declaração de Zilda Arns: “A Pastoral da Criança visita mais de 1,5 milhão de famílias por mês e verifica que as mulheres não querem a legalização do aborto, e sim assistência de qualidade e humanizada no pré-natal, no parto e no pós-parto”, disse.
  • “Sou absolutamente contra o aborto” – Entrevista com Zilda Arns na Revista IHU online.
  • Mortalidade materna não é motivo para legalizar aborto, diz Zilda Arns – matéria da Agência Brasil. Zilda Arns fala sobre as orientações da Pastoral da Criança: “Eu aconselho às mulheres que estão grávidas, e se for uma gravidez indesejada por estupro ou por qualquer outra maneira, que levem adiante essa gravidez, procurem a Pastoral da Criança, que é realmente forte em ensinar as mulheres a como levar a gravidez para a frente”.
  • Zilda Arns e o falso pesar de Lula – blog Contra o Aborto. Trecho: “Só o Senhor Deus sabe quem é digno ou não de vê-Lo face a face, mas eu, em minha ótica demasiadamente humana, gosto de pensar que há um bocado de festa no Céu com a chegada de Zilda Arns por lá, e que entre os que lhe acolherão estarão muitos não-nascidos que ela infelizmente não pôde salvar. Os mesmos não-nascidos que Lula e sua turma querem que suas mortes devam ser encaradas como “direito humano”.
  • Íntegra da alestra de Zilda Arns no Haiti, publicada no blog do Grupo de Estudos Veritas. Trecho significativo: “Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa Igreja, a ser como ela, mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de outras religiões em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente.” (Destaques meus)

Militantes a favor do aborto protestam por participação de Elba Ramalho em evento de entidades de posição contrária

Por Renata Mariz, para o Correio Braziliense.

Promovido por entidades contrárias ao aborto, um show gratuito de Elba
Ramalho, marcado para o próximo domingo na Esplanada dos Ministérios,
colocou a cantora no centro de uma briga tão antiga quanto controversa. Oito entidades feministas assinaram um manifesto de repúdio à participação da artista no evento e o enviaram para sua produção.

Em resposta às críticas, e para evitar uma possível desistência da cantora,
militantes antiaborto entupiram a caixa de mensagens do empresário de Elba com expressões de apoio. “Não para de chegar e-mails”, reclama Alexandre Valentim, que contabilizou só na manhã de ontem mais de 110 mensagens. Alheia à repercussão, Elba afirma que defende a vida, acima de tudo. “Podem me apedrejar, não vou mudar o que penso”, ressalta.

A cantora faz questão de demonstrar uma postura equilibrada, porém decidida. “Não sou radical, nem entrarei na discussão do caso A, B ou C. O que posso dizer é que defendo a vida das crianças e ninguém vai mudar isso”, destaca.

Assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), uma das organizações não governamentais que assinaram a carta de repúdio, Kauara Rodrigues destaca que a intenção das entidades foi alertar Elba sobre o que significa sua participação no evento. “Ficamos surpresos ao saber do show da artista nesse movimento, uma vez que ela já se engajou em iniciativas de combate à violência contra a mulher anteriormente. E o aborto não deixa de ser uma violência”, explica Kauara.

Recado dado, Elba já garantiu que não volta atrás. Ponto para os militantes
contra o aborto. “Ela é uma artista que tem livre arbítrio, pode fazer o que
quiser”, comemora Jaime Ferreira Lopes, coordenador geral do evento chamado Marcha Nacional da Cidadania pela Vida, cuja programação começa amanhã, com diversas atrações.

Aretuza Guedes, voluntária do Movimento Brasil sem Aborto, uma das entidades que estão promovendo o show, teve medo de que Elba Ramalho desistisse de cantar por conta de pressões. “Na marcha do ano passado, estava prevista a vinda da Fernanda Lima e do marido dela. Só que na última hora eles voltaram atrás, sem explicação”, diz Aretuza.

Apesar de se dizer favorável à vida “acima de tudo”, Elba já deu depoimento
à revista Veja, em setembro de 1997, contando sobre um aborto que praticou há 36 anos. Na ocasião, já externava posição contrária ao ato. “Se ficasse grávida de novo, não faria o aborto mesmo que não desejasse o filho”,
afirmou.

Três perguntas para Elba Ramalho

*Você tem posição definida sobre o aborto ou aceitou fazer o show
independentemente disso?*

Tenho uma opinião pessoal, não vou negar. Defendo que você deve preservar a vida de qualquer pessoa, mas sem assumir nenhuma radicalidade quanto a isso. Compreendo a posição das ONGs, mas defendo a vida e vou morrer defendendo a vida, como cristã que sou. Tanto é que sou vegetariana, porque acho que já se derramou sangue demais neste mundo.

*Então você não vai desistir do show?*

Absolutamente. Até porque as ONGs têm que entender que isso é uma questão de cada um, pessoal. Não peço desculpa a ninguém porque não estou fazendo nada de errado, sou uma cidadã livre. Foi o mesmo que aconteceu quando me posicionei contra a transposição do São Francisco. O povo da minha terra ficou contra mim. Mas eu não posso deixar de expressar o que penso. Quero a água para os que têm sede, mas mexer em um rio tão degradado não seria a solução viável no momento.

*É verdade que você vai doar parte do seu cachê à causa contra o aborto?*

Não sei o que o Alexandre (empresário) acertou, mas posso dizer que estou
trabalhando com o cachê mínimo, só para pagar a equipe, os gastos. O que
sobrar vai para minha ONG, que cuida de crianças. Com meu cachê normal, que é alto, não seria possível fechar esse show. (RM)

Fonte: Correio Braziliense.

Quem protesta contra Obama é… racista!

Vejam notícia publicada na edição online da Folha de São Paulo. Em seguida, meu comentário.

15/05/2009 – 20h58
Padre e ex-presidenciável são presos em protesto contra homenagem a Obama

colaboração para a Folha Online

O ex-pré-candidato republicano à Presidência Alan Keyes, um padre católico e outros 19 manifestantes antiaborto foram presos nesta sexta-feira em Indiana depois de marcharem no campus da Universidade de Notre Dame para protestar contra uma homenagem que o presidente Barack Obama vai receber no local no próximo domingo.

Esta é a terceira sexta-feira seguida em que manifestantes são detidos no campus. Eles protestam contra a decisão da universidade católica de conceder a Obama, que apoia o direito ao aborto e pesquisas com células-tronco embrionárias, um título de doutor honoris causa, além de convidá-lo a fazer o discurso de abertura do ano universitário.

“Notre Dame está prendendo um padre”, disse o fundador do grupo contra o aborto Cordeiros de Cristo, padre Norman Weslin, enquanto seguranças da universidade colocavam algemas de plástico em seus punhos. “Por que vocês estão prendendo um padre por tentar parar o assassinato de um bebê?”

Weslin, que tem 78 anos e já foi preso dezenas de vezes por fazer bloqueios em frente a clínicas de aborto, foi levado pelos seguranças em uma maca. Ele e dois outros manifestantes foram acusados de resistir à detenção.

Todos os 21 detidos foram acusados de invasão. Keyes, que não ganhou nenhuma primária estadual republicana antes da eleição do ano passado, vão ficar detidos até segunda-feira (18), porque esta foi a segunda vez que foram detidos por invadir Notre Dame, disse o sargento Bill Redman, porta-voz do Departamento de Polícia do Condado de St. Joseph. Uma fiança de US$ 250 foi estabelecida para os demais. Nenhum dos detidos é estudante da universidade.

A decisão da universidade de homenagear um defensor de teses opostas aos ensinamentos da Igreja Católica levou a reações contrárias de ex-alunos e religiosos. Cerca de 70 bispos americanos protestaram contra a decisão do reitor de Notre Dame, padre John Jenkins.

Em 8 de maio, Keyes e outros 21 manifestantes foram detidos em Notre Dame empurrando carrinhos de bebê com bonecos cobertos de sangue falso.

Nesta sexta-feira não houve carrinhos de bebê ou bonecos ensanguentados, mas alguns dos manifestantes levavam placas com a frase “Defendam a honra dela, levantem-se e lutem pelos não nascidos”, uma aparente referência a Nossa Senhora –Notre Dame, em francês.

Cerca de 35 pessoas estavam segurando cartazes antiaborto em frente ao portão da universidade pouco antes do meio-dia quando um grupo de cerca de 40 pessoas lideradas por Keyes e pelo ativista Randall Terry chegou. Eles interromperam a marcha por um momento, rezaram e ouviram as palavras de Keyes, que perdeu para Obama nas eleições para o Senado dos EUA por Illinois, em 2004.

“Não é coerente com o amor de Deus homenagear aqueles que rejeitaram em princípio o grande dom do amor”, disse Keyes.

Depois de discursar, Keyes liderou um grupo menor para dentro do campus. Eles andaram por cerca de cem metros antes de serem parados por seguranças da universidade.

Keyes detido imediatamente, e os outros foram aconselhados a abandonar o campus sob o risco de serem presos.

Terry não entrou no campus, dizendo que não queria ser preso porque tinha de permanecer livre para liderar mais protestos no sábado e no domingo.

Para os idiotas e débeis mentais que repetem à exaustão slogans tipo “quem critica Obama é racista” ou “Obama incomoda porque ele é negro”, apresento-lhes o diplomata e político norte-americano Alan Keyes:

Sejam honestos: ele é ou não é muito mais negão que o Obama? Pelo menos, ele é cidadão norte-americano legítimo. Re, re, re…

Aborto em Recife: um crime sem investigação

Dois gêmeos foram mortos; a menina e sua mãe estão incomunicáveis

Por Padre Luiz Carlos Lodi.

No dia 4 de março de 2009, em Recife foi praticado um crime de aborto em uma menina de nove anos, natural de Alagoinha (PE), que havia sido transportada à capital para o procedimento pré-natal. Os gêmeos abortados, com cerca de vinte semanas de vida, provavelmente respiraram e choraram antes de morrer. Até agora ninguém informou em qual lata de lixo eles foram lançados.

Na noite do dia anterior, a menina grávida e sua mãe foram transferidas às pressas do hospital em que se encontravam (o Instituto Materno Infantil de Recife – IMIP) para outro (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros – CISAM), onde os médicos fizeram o aborto. Membros do grupo pró-aborto Curimim, financiados pela International Women’s Health Coalition (IWHC), foram ao IMIP e convenceram a mãe analfabeta a pedir a alta da filha. Mãe e filha foram transportadas para o CISAM em companhia de Dra. Vilma Guimarães, ginecologista e coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do IMIP.

A pressa dos abortistas tinha razão de ser, uma vez que o pai biológico da menina Sr. Erivaldo (que vive separado da mãe), contrário ao aborto, estava dirigindo-se ao IMIP, acompanhado de um advogado, para pedir a alta da filha. Para os defensores do aborto havia o risco iminente de que o IMIP fosse obrigado a deixá-la sair, uma vez que, mesmo após a separação, o pai biológico continuava, por lei, a exercer o poder familiar sobre a filha. E mais: havia o risco – nada pequeno – de que a gravidez prosseguisse normalmente e que fossem dadas à luz, por cesariana, duas lindas crianças, que seriam batizadas pessoalmente pelo próprio Arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho! Imagine-se o ônus para a causa abortista se uma gravidez gemelar em uma menina de nove anos se convertesse em ícone da causa pró-vida!

Com “uma ação ágil e coordenada de grupos feministas” [1], o aborto foi feito por médicos do CISAM. Mediante a divulgação sistemática de mentiras pelos meios de comunicação social, o caso se transformou em um grande espetáculo em favor dos abortistas e contra o Arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho. Após o crime consumado, a menina, a mãe e uma irmã da menina, de 13 anos, também ela vítima de abuso sexual, foram colocadas em um “abrigo” [2] desconhecido e inacessível, onde se encontram até hoje guardadas (ou encarceradas?), impedidas de se comunicar com o Conselho Tutelar de Alagoinha (unanimemente contrário ao aborto) e com o próprio pai Sr. Erivaldo.

A seguir alguns importantes esclarecimentos sobre o triste episódio.

O QUE SE DIZ… A VERDADE
No Brasil o aborto é legal em dois casos, previstos no Código Penal.
Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico:
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
No Brasil, o aborto diretamente provocado é sempre crime, haja ou não pena associada a ele. O artigo 128, CP, não diz que o aborto “é permitido”. Nem sequer que “não é crime”. Diz apenas “não se pune”. A lei pode deixar de aplicar a pena ao criminoso após o crime consumado (por exemplo, fica isento de pena o furto praticado entre parentes – art. 181, CP), mas não pode dar permissão prévia para cometer um crime.
Se a gestante estiver correndo risco de vida, o médico que pratica o aborto fica isento de pena. Para que o médico autor do crime fique isento de pena, não é suficiente que a gestante tenha corrido “risco de vida”. É necessário provar que não havia outro meio – a não ser o aborto – para salvar a vida da gestante.
Já em 1965, o médico legal Dr. Costa Júnior dizia que essa hipótese jamais ocorre, pois o aborto é mais perigoso para a mãe que o prosseguimento da gravidez. E advertia: “não envolvam a Medicina no protecionismo ao crime desejado” [3]
A menina de nove anos grávida de gêmeos corria risco iminente de morrer, caso o aborto não fosse praticado. Na manhã do dia 3 de março, o diretor do IMIP Dr. Antônio Figueira, disse a Dom José Sobrinho, na residência episcopal e na presença de toda uma equipe de profissionais convocada para estudar o caso, que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais o desejassem, a gestação poderia ser levada a termo com os cuidados do hospital.

Na tarde do mesmo dia, o IMIP deu alta à menina, a pedido da mãe [4], sob influência do grupo Curumim, alegando que não havia risco iminente para a menina.

Como a gravidez da menina resultou de um estupro, os médicos que praticaram o aborto ficam isentos de pena. Para que os autores do crime gozem da não aplicação da pena, não basta que a gravidez tenha resultado de um estupro. É necessário que o aborto tenha sido precedido do consentimento da gestante. No caso, como a gestante é incapaz, é necessário que tenha havido o consentimento de ambos os pais, que a representam legalmente.
O consentimento da mãe da menina foi suficiente para isentar os médicos da pena. Provavelmente, o consentimento da mãe foi obtido mediante fraude, o que torna a conduta dos médicos enquadrada no artigo 126, parágrafo único, CP, ou seja, reclusão de três a dez anos.
O consentimento do pai biológico da menina não era necessário para isentar os médicos da pena. Ainda que a mãe tenha dado livre e validamente o seu consentimento, isso não é suficiente para deixar os médicos impunes, uma vez que havia a oposição do pai biológico. Compete a ambos os pais representar os filhos incapazes nos atos da vida civil (art. 1634, V, CC), e o poder familiar não se extingue pela separação dos pais (art. 1632, CC).
Faltando o consentimento do pai, a conduta dos médicos enquadra-se no artigo 125, CP (“provocar aborto, sem o consentimento da gestante”), cuja pena é reclusão de três a dez anos.
O destino dado aos bebês abortados é irrelevante para o caso. Sendo o aborto um crime que deixa vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito (art. 158, CPP), que deve ser feito nos cadáveres dos gêmeos e na menina submetida ao aborto. A ocultação dos cadáveres serve para encobrir o crime.
A ocultação da menina, de sua irmã e da mãe é necessária para que elas fiquem a salvo do assédio da imprensa. A ocultação da menina, de sua irmã e da mãe interessa aos abortistas, a fim de que não seja possível a investigação sobre o crime. “O rapto de menores com ocultamento dos pais para realizar um aborto supostamente legal já foi praticado várias outras vezes na América Latina por organizações feministas. Já ocorreu pelo menos três vezes na Bolívia e uma vez na Nicarágua, mas é a primeira vez que ocorre no Brasil” [5]
O aborto foi feito por motivos humanitários, em benefício da própria menina. O aborto foi feito por interesses espúrios, instrumentalizando a menina para a propaganda abortista financiada internacionalmente pela International Women’s Health Coalition (IWHC), que patrocina o grupo Curumim.
Dom José Cardoso Sobrinho excomungou os médicos que fizeram o aborto. O Arcebispo não excomungou ninguém. Apenas informou que, segundo o Código de Direito Canônico, “quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententie (automática)” (cânon 1398).
Se a excomunhão é automática, Dom José não precisaria ter avisado. Justamente por ser um pena automática, é necessário que os fiéis sejam avisados de sua existência. De acordo com o Direito Canônico, para que alguém incorra na excomunhão automática, é necessário que conheça essa pena anexa ao crime (cânon 1324, §1, n.9 e §3). Dom José cumpriu seu dever ao anunciar a pena de excomunhão, a fim de que os médicos católicos, ao menos por temor da pena, poupassem a vida dos gêmeos. Foi um último recurso tentado para salvar os inocentes.
Não é justo que seja excomungada uma menina de nove anos. A menina não foi excomungada, uma vez que não é passível de nenhuma pena canônica quem, no momento do delito, não tinha completado 16 anos. Provavelmente a mãe também não foi excomungada, se foi coagida por medo grave a dar consentimento ao aborto (cânon 1323, n. 1 e n. 4).

Para concluir, transcrevemos as interrogações do pároco de Alagoinha Pe. Edson Rodrigues, inseridas em seu blog no dia 24.04.2009:

Dois meses depois, em que deu o caso da menina? [6]

Já se passaram dois meses do triste episódio aqui de Alagoinha e ainda estamos querendo entender alguns fatos que até hoje ninguém explica. Muitos merecem um esclarecimento, visto que se trata de vidas que estão em jogo. Como Pastor de uma comunidade que deve se questionar a cada sobre as conseqüências do infeliz fato de nossa pequena de 9 anos ter engravidado de gêmeos do próprio padrasto e, lamentavelmente, não ter tido o direito de ver as suas duas filhas, pergunto:

1 – Onde estão a menina e a sua mãe, visto que aqui na cidade nenhum de nós (pai biológico da criança, Conselho Tutelar, Polícias, Autoridades constituídas, Igrejas e a própria comunidade) não tem conhecimento sequer de onde estejam?

2 – Por que tanto sigilo. Entendo que se queira preservar a garota e sua mãe do assédio da mídia para que não estrague mais o fato do que já estragou. Mas as pessoas citadas acima, nenhuma delas é jornalista. Por que tanto mistério até para o pai biológico da criança? O que está por trás disso?

3 – “Aborto realizado, caso encerrado”, assim dizem alguns. Será? Eu diria, “aborto realizado, crime consumado”. Neste país, crimes são passíveis de punições, pelo menos deveriam ser. E este? De quem é a culpa da morte das duas meninas? Quem deve pagar por isso?

4 – Onde estão as provas reais da “legalidade” deste aborto até hoje devidas pelo Hospital ao Conselho Tutelar de Alagoinha?

5 – Por que o Conselho Tutelar daqui, que acompanhou o fato do início ao seu trágico fim, foi banido do caso, sem que receba nenhuma informação?

6 – A questão da “excomunhão” amplamente divulgada pela imprensa nacional e internacional quis, como de fato conseguiu, desviar a atenção pública para um fato bem mais sério: o aborto, uma  decisão imperiosa da parte de “especialistas que juraram um dia preservar a vida”, e que hoje se dão ao direito de decidir sobre quem vive ou deve deixar de viver entre nós. O que é mais grave e merece mais atenção de nossa parte?

Estes e outros tantos questionamentos estão ainda em nossa mente e em nosso coração. Quem vai respondê-los? Isso a gente também gostaria de saber.

[1]Aborto: Caso de Pernambuco é questão de Direitos Humanos. Comissão de Cidadania e Reprodução. Disponível em: <http://www.ccr.org.br/uploads/noticias/EditorialCCR5-mar.pdf>.

[2] MENINA recebe alta e vai para abrigo com mãe e irmã. Diário de Pernambuco, 7 mar. 2009. Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/07/urbana5_0.asp>.

[3] COSTA JÚNIOR, João Batista de O. Por quê, ainda, o abôrto terapêutico? Revista da Faculdade de Direito da USP, São Paulo, v. IX, p. 312-330, 1965.

[4] MÃE pede alta de menina estuprada por padrasto. JC Online 3 mar 2009. Disponível em: <http://jc3.uol.com.br/tvjornal/2009/03/03/not_177412.php>.

[5] Disponível em: <http://www.pesquisasedocumentos.com.br/silencioabortolegal.pdf>.

[6] http://padreedson.blogspot.com/2009/04/dois-meses-depois-em-que-deu-o-caso-da.html.

Agressão a militante pró-vida na Espanha demonstra a covardia dos abortistas

Já havia falado para vocês sobre o ProChoiceViolence.com (Violência dos abortistas). Vou falar novamente: este site, ligado à Human Life International, denuncia mais de oito mil crimes cometidos por militantes abortistas desde 1965 – entre estes, mais de 1200 homicídios. O número de crimes cometidos por militantes abortistas é imensamente maior que os cometidos por militantes pró-vida radicais – entretanto, é claro que os crimes cometidos por militantes contra o aborto têm uma repercussão muito maior na imprensa. O site está recheado de documentos e informações e é uma fonte obrigatória para se informar a respeito.

Como defender a morte de bebês inocentes ainda na barriga das mães é uma causa desprovida de nobreza, escrúpulo, movida por dinheiro e racismo, esse pessoal maravilhoso e “libertário” (a liberdade é só pra eles, é claro) joga sujo sem a mínima vergonha de fazê-lo, usando de violência para calar os adversários. Quem não tem razão, apela para a intimidação.

Na Espanha, um grupo de três militantes pró-vida da organização Derecho a Vivir foi agredido por seis abortistas fanáticos no último sábado, quando recolhiam assinaturas contra um projeto de lei do governo socialista espanhol que pretende diminuir as restrições legais à matança de bebês não-nascidos, além de financiar abortos com dinheiro público. O governo socialista espanhol promove uma violenta e covarde campanha de intimidação contra os militantes pró-vida, com direito a ameaças, chantagens e injúrias, taxando-os em pronunciamentos públicos de “reacionários”, situando-os “à margem da democracia” e desqualificando-os sumariamente, ao invés de refutar-lhes os argumentos.

Jaime Jesus Dias, agredido por seis militantes pró-aborto.

Os canalhas agrediram também um cidadão chileno que estava por acaso assinando o abaixo-assinado, outra jovem militante pró-vida e uma senhora de 60 anos (!), também voluntária. Aliás, não é de se espantar, esse tipo de gente é capaz de matar bebês, então bater em idosas não é de todo surpreendente…

Para saber mais sobre a Associação Derecho a Vivir, acesse o site: http://derechoavivir.org/. Mais informações sobre este lamentável episódio e a exigência dos militantes pró-vida espanhóis para a apuração do crime e sua condenação pelo governo socialista abortista espanhol, você encontra aqui.

D. José Cardoso Sobrinho premiado pela firme defesa da vida e do ordenamento canônico da Igreja

Num auditório superlotado por cerca de 1.200 pessoas, o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, recebeu em Recife o Prêmio Cardeal Von Galen, concedido pela instituição internacional Human Life International (HLI).

A HLI agiu em nome das associações católicas pró-vida de mais de 80 países do mundo.

“Foi uma surpresa muito grande para mim”, comentou o prelado. D. José ressaltou que o prêmio não é pessoal, dele, mas da Igreja Católica.

Ele acrescentou “apenas ter seguido os princípios da Igreja e do Direito Canônico.” O egrégio prelado recebeu inúmeras manifestações de simpatia e apoio.

E até a solidariedade de pessoas de países longínquos como Austrália e Suécia, segundo informou o site da Abril.

O arcebispo esclareceu que se tivesse guardado silêncio diante do crime, teria sido cúmplice, “quase conivente”. “Cumpri meu dever”, resumiu.

É todo um exemplo para outros bispos que possam vir a estar na mesma difícil situação.

Ele explicou o significado do Prêmio:

“O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), o qual foi bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista (foto).

“Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição dos judeus e a expulsão dos religiosos. Por causa de sua coragem, ficou conhecido como o “Leão de Münster”.

“O lema que escolheu quando foi eleito bispo foi “Nem elogios nem ameaças” [me distanciarão de Deus]. E verdadeiramente viveu conforme o seu lema.

“Dom José Cardoso Sobrinho se destacou pelo empenho com que lutou pelos dois gêmeos nascituros daquela pobre menina grávida de apenas 9 anos de idade, em face de tanto negativismo, tanto dentro como fora da Igreja.”

Na cerimônia participaram monsenhor Ignacio Barreiro, JD, STD, chefe do bureau da Human Life International em Roma, representado ao Rev. Padre Thomas Euteneuer, Presidente do Human Life International, e o próprio Raymond de Souza.

Diante do auditório lotadíssimo, “dom José Cardoso reafirmou o fato de que todos os católicos que concorrem para a realização de um aborto provocado se põem automaticamente (latae sententiae) fora da comunhão eclesial e deixam de receber os benefícios advindos dos Céus pelos méritos intercessórios da Igreja”, escreveu o blog “Por quê não dizem a verdade?“.

Muita oportuna a escolha do Prêmio. A ofensiva contra a vida reedita a promoção nazista do eugenismo.

E a conduta de certos órgãos da grande imprensa, políticos e teólogos “da Libertação”, a agressividade laicista e deformação dos fatos por eles ostentada, relembra os sórdidos tempos de Goebbels, Hitler e colaboradores.

Tempos esses de silenciamento e difamação hitlerista contra os corajosos resistentes católicos, como o glorioso Cardeal Von Galen, hoje glorificado nos altares.

Fonte: Valores inegociáveis: respeito à vida, à família e à religião.

Human Life International premia Arcebispo de Olinda e Recife

Dom José Cardoso Sobrinho foi premiado pela organização internacional por seu desempenho a favor da vida.

Por Anderson Pontes (texto e imagens).

A noite de 16 de Abril foi marcante para a Igreja de Olinda e Recife. Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo desta arquidiocese, foi condecorado com sua equipe pela Organização Human Life International (HLI – Vida Humana Internacional), uma associação pró-vida. A cerimônia ocorreu no auditório do Colégio Damas entre as 20 e 23 horas e reuniu cerca de 1200 pessoas, vindas de todos os lugares.

Dom José ganhou notoriedade da Igreja no mundo inteiro ao se empenhar e lutar pela vida dos dois gêmeos nascituros da menina grávida de apenas 9 anos de idade, encontrando oposição e crítica tanto dentro como fora da Igreja.

O episódio ocorreu quase um ano depois de Dom José colocar seu cargo de Arcebispo à disposição do Vaticano por ocasião do seu 75º aniversário, conforme exige o código de direito canônico. Desde então, aguarda em exercício o anúncio de um sucessor.A cerimônia de premiação teve início com o hino nacional e, em seguida, a leitura do Evangelho, que concluía com a afirmação de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Este teve o comentário do Pe. Moisés, que enfatizou que “a missão da Igreja é a mesma dos Apóstolos: testemunhar a vitória da vida sobre a morte”. Que “o papel dos pastores é defender a vida e o evangelho da vida”. Concluiu lembrando que “o rei da vida foi morto mas reina glorioso”.

Em seguida, o Pe. José Edson, aquele padre de Alagoinha que recorreu a Dom José em busca de apoio, discursou sobre a realidade vivida pelo povo de seu pequeno município. Falou que mesmo em tempo de Páscoa, o povo luta entre dores e sofrimento. Com gratidão declarou: “Dom José abraçou a causa sem imaginar os desfechos, diante de uma mídia que apedreja quem defende a vida e aplaude quem mata!”

Na sequência, Márcio Miranda – advogado da Arquidiocese – discorreu cronologicamente os dramáticos acontecimentos, do momento em que o Pe. Edson recorreu a Dom José até a descoberta do procedimento do aborto, o que chamou de “assassinato brutal de dois bebês”. Concluiu enfatizando que “não iremos nos subjugar àqueles que defendem a cultura da morte”.

Tomando a palavra, Raymond de Souza – diretor da HLI para os países de língua portuguesa – discorreu sobre a cultura da morte no mundo inteiro e o papel da Igreja frente a esta realidade. Comentou, por exemplo, que enquanto o atentado do 11 de Setembro deixou quase 3000 vítimas, no mundo inteiro realiza-se o aborto 4000 vezes por dia. Constatou ainda que há um esforço político mundial voltado à contracepção e ao incentivo ao aborto e à eutanásia, e que quando conseguirem esse objetivo, nada os impedirá de agirem diretamente pela “desfiguração e destruição da Igreja”.

Quanto à realidade da Igreja no Brasil, maravilhou-se ao perceber o compromisso assumido pelos bispos segundo o documento de Taubaté, que pode ser resumido em seus últimos parágrafos. Mas, ao mesmo tempo, com pesar reconheceu que poucos bispos efetivamente têm assumido este compromisso com a seriedade devida, e alguns deles simplesmente ignoram o documento.

Citou o martírio de tantos homens e mulheres da Igreja ao longo dos séculos em fazer valer a lei de Deus sobre a dos homens. E com tristeza constatou que muitos bispos hoje cedem às pressões políticas.

Antes da entrega das condecorações, o Monsenhor Ignacio Barreiro-Carámbula apresentou a HLI em sua origem, desafios e propósitos, concluindo com o conhecimento e a escolha de Dom José para receber o prêmio.

Por fim, Dom José tendo recebido o troféu com sua equipe, dedicou a homenagem às três crianças (os gêmeos abortados e a criança de nove anos ex-gestante). Em seu discurso final, agradeceu a toda a sua equipe e a todos os que, no mundo inteiro, manifestaram seu apoio.

Era o momento de reconhecer que Deus consegue tirar coisas boas dos piores acontecimentos. Dom José Cardoso lembrou que, mesmo não tendo conseguido evitar o aborto dos gêmeos, pôde perceber claramente a imensidão dos católicos que puderam, através deste episódio, aprofundar a sua fé e voltar-se para a vontade de Deus.

No período de quaresma, a semente morreu e, na Páscoa, produziu frutos. Através destes últimos acontecimentos, Deus ofereceu ao Arcebispo de Olinda e Recife, em fim de mandato, a oportunidade de imortalizar-se na História da Igreja pela fidelidade ao Evangelho da Vida. Ao mesmo tempo, concedeu ao povo desta Igreja – sobretudo aos críticos – a oportunidade de reconhecer com que coragem e destemor seu pastor luta pelos valores de sua Igreja.

Dom José, não obstante a incompreensão e a falta de apoio dos membros de sua própria Igreja, permaneceu fiel. Mas e os críticos membros desta Arquidiocese, será que, ainda que tardiamente, foram capazes de render graças a Deus pelo Dom que lhes foi entregue?

Em tempo: também foram condecorados com medalhas o Monsenhor Edvaldo Bezerra (Vigário Geral), o chanceler Pe. Cícero Ferreira, o Pe. Moisés Ferreira (reitor do Seminário Menor), o Pe. José Edson e Márcio Miranda.

Fonte: O Porta-Voz. Os grifos no texto são meus.

Human Life International premia a Arcebispo de Olinda e Recife por defesa da vida

Human Life International é uma organização internacional cuja missão é a construção de uma cultura que evidencie e defenda a vida em contraponto àquela de morte que se instalou em todo o mundo.

“A Human Life International tem a honra de conceder a Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo de Olinda e Recife, o Prêmio Cardeal Von Galen em reconhecimento por sua atitude heróica no cumprimento do ministério episcopal, na defesa da vida humana, ao enfrentar o desagrado de tantos que promovem a cultura da morte”.

Agindo em nome das associações católicas pró-vida em mais de 80 países do mundo, a Human Life International concede o Prêmio Cardeal Von Galen a personalidades – especialmente Prelados – que se destacam na defesa da sacralidade da vida conforme a Lei de Deus proclamada pela Igreja Católica.

O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August Von Galen (1878-1946), bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista, o qual, levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição dos judeus e a expulsão dos religiosos. Por causa de sua coragem, ficou conhecido como o “Leão de Münster”. O lema que escolheu quando foi eleito bispo foi “Nem elogios nem ameaças” (me distanciarão de Deus).

O Prêmio já foi concedido a outros prelados que se destacaram em iniciativas em defesa da vida e da moral católica, como o Cardeal Lopez Trujillo, o Cardeal Tumi de Benin, Dom Antonio Arregui, arcebispo de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, e muitos outros em vários países.

O cardeal Von Galen demonstrou coragem ao enfrentar os nazistas, desvelando a verdade sobre a ideologia do nazismo, defendendo a liberdade da Igreja e das associações católicas, bem como a educação religiosa. Acusou abertamente o nazismo de discriminação contra os cristãos, os quais eram encarcerados e assassinados. Condenou outros abusos do governo totalitário, lutou pelo direito à vida e denunciou de modo veemente o massacre das pessoas deficientes físicas e mentais consideradas “inúteis”.

Dom José Cardoso Sobrinho se destacou pelo empenho com que lutou pelos gêmeos nascituros daquela pobre menina grávida de apenas 9 anos de idade, em face de tanto negativismo, sobretudo em vários setores da mídia.

O Mons. Ignacio Barreiro-Carámbula, JD, STD, chefe do bureau da Human Life International em Roma, virá ao Recife em nome do Rev. Padre Thomas Euteneuer, Presidente do Human Life International e entregará pessoalmente a Dom José o Prêmio Cardeal Von Galen.

A solenidade para outorga do Prêmio será no dia 16 de abril de 2009, às 20 horas, no auditório do Colégio Damas, à Av. Rui Barbosa, 1426, no bairro dos Aflitos, no Recife.

Sexo sem conseqüências, mundo sem compromisso

Um mundo moldado pela contracepção está longe de ser favorável ao casamento e à família.

A 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou um documento, Humanae Vitae, em que se declarava que a pílula era incompatível com a moral católica. Teria esse fato conduzido a sua Igreja a décadas de irrelevância moral ou feito da Igreja um farol de clareza moral? Nesta entrevista, publicada originalmente no site MercatorNet, o filósofo norte-americano Christopher Tollefsen disseca do ponto de vista moral o movimento em favor dos anticoncepcionais.

MercatorNet: Recentemente, você escreveu sobre a fertilização in vitro (FIV) e outras técnicas similares que separam o sexo da reprodução, sobre os problemas éticos e as profundas implicações para o homem que elas têm. Mas gostaria que voltássemos um pouco no tempo para tratar da primeira tecnologia a separar o sexo da reprodução – os contraceptivos, especialmente a pílula, um produto eficaz e produzido em massa. Esses dois desenvolvimentos tecnológicos do século XX estão relacionados? Podemos dizer que um levou ao outro?

Christopher Tollefsen: São como os dois lados da mesma moeda. A sexualidade e a procriação, quando unidas no casamento, são as duas facetas de um bem grande e realizador, e ambas aperfeiçoam a vida dos cônjuges. Ao mesmo tempo, trazem consigo responsabilidades significativas, como todos os bens: não nos é fácil para praticar a virtude da castidade, dentro e fora do matrimônio, nem estar abertos ao dom de uma nova vida como fruto natural do amor entre os esposos.

A pílula permite que nos livremos da carga que supõe a conexão da sexualidade tanto com o matrimônio como com os filhos. Teremos as crianças de acordo com as nossas regras agora – talvez num casamento, talvez não. E a conseqüência lógica disso é que a FIV nos permite controlar mais e melhor a procriação. Em alguns casos, a FIV constitui uma reposta compreensível, embora eu a julgue errada, à incapacidade de conceber de alguns casais. Acontece que cada vez mais tem sido usada para garantir que teremos os tipos de filhos que quisermos, filhos livres de alguma doença, por exemplo, ou dotados de certos atributos que outros não têm.

Infelizmente, tanto a contracepção como a reprodução assistida são hoje vistas não apenas como coisas aceitáveis, mas como obrigações morais. Em última análise, penso que o assunto tem a ver com a nossa recusa em aceitar qualquer coisa que escape totalmente ao nosso controle – não é atrativo encarar a vida humana e a sexualidade como dons, porque isso revelaria que não somos os autores integrais da nossa própria existência. E, tristemente, a nossa resposta ao sofrimento, mesmo o sofrimento da esterilidade, segue essa mesma linha. O sofrimento é inteiramente um mal e deve ser rejeitado precisamente por estar fora do nosso controle, por ser uma ameaça à nossa “divindade” (a nossa descrição do sofrimento como algo “gratuito” também traz o caráter de algo que não escolhemos). Mas o cristianismo sempre ofereceu uma resposta redentora para os nossos sofrimentos ao ligá-los com os sofrimentos de Alguém que, sendo Deus, assumiu a forma de escravo.

MercatorNet: Houve uma reação negativa generalizada, entre os católicos inclusive, quando o Papa Paulo VI publicou a sua encíclica sobre a vida humana – Humanae Vitae – em que explicava por que a contracepção (diferentemente da abstinência periódica) era inaceitável do ponto de vista teológico e mesmo do ponto de vista meramente humano. A reação foi surpreendente, pois havia então apenas uns dez anos que a pílula estava disponível. Evidentemente, já devia estar em curso há algum tempo uma mudança de atitudes. Quais foram os antecedentes filosóficos dessa típica “revolta de 1968”?

Tollefsen: Com certeza, a aceitação geral de uma mentalidade utilitarista ou conseqüencialista, tanto na filosofia como na cultura política, contribuiu muito para essa revolta. A visão de que conseqüências boas podem tornar corretas ou mesmo obrigatórias algumas ações serviu de desculpa para muitos teólogos que afirmavam não existirem absolutos morais e que a moral sexual e reprodutiva precisava levar em conta o bem integral dos casais, unidos ou não pelo matrimônio. Só que essa é uma visão das coisas pelo avesso. Como disse o Papa João Paulo II na Encíclica Veritatis Splendor, os mandamentos estão para proteger os bens e o desenvolvimento do homem, e isso vale também para o ensinamento da Igreja acerca da contracepção.

MercatorNet: Sexo antes do casamento, uniões livres em vez de matrimônio, infidelidade conjugal, aumento nas taxas de divórcio: esses e outros males foram todos atribuídos à contracepção. Não seria simplificar demais as coisas? Seria a chamada mentalidade contraceptiva assim tão fundamental na determinação das tendências da sociedade contemporânea?

Tollefsen: É difícil menosprezar o profundo impacto que a contracepção teve na sociedade, embora não se possa dizer que há sempre uma relação direta de causa e efeito; não queremos dizer, por exemplo, que os casamentos vão fracassar porque as pessoas tomam anticoncepcionais. Mas a contracepção possibilita um mundo em que a castidade pré-conjugal deixa de ser necessária, o que por sua vez cria um mundo em que a castidade conjugal também é mais difícil. Cria-se um mundo em que há uma tremenda pressão em ambos os esposos para que se dediquem ao trabalho e adiem os filhos, o que faz surgir mais tensões na família. Além disso, parece bem plausível que a idéia de que temos o direito de satisfazer irrestritamente os nossos desejos sexuais teve um papel considerável no crescimento da indústria pornográfica, que causou sérios danos à família. Assim, o resultado final de um mundo amplamente moldado pela contracepção é um mundo bem pouco amistoso para com o casamento e a família.

MercatorNet: O conceito de “planejamento familiar” já se tornou popular na sociedade. Você acha esse termo problemático? O termo “paternidade responsável”, que é o empregado pela Igreja Católica, é melhor? Por quê?

Tollefsen: Bem, um dos problemas é que “planejamento familiar” quase sempre é um eufemismo para aborto sob demanda. E sem dúvida a idéia de “planejamento” pode parecer demasiado técnica, como é patente em diversas formas de reprodução assistida. Mas acho que também seria um erro deixar de lado a idéia acima mencionada, que a sexualidade e a procriação implicam responsabilidades; os casais podem ter motivos de peso para espaçar os filhos ou evitar a concepção por um certo tempo. Assim, o termo “paternidade responsável” parece dar uma boa noção daquilo a que um casal está chamado a viver.

MercatorNet: Uma das afirmações mais controversas acerca da contracepção é que ela conduz à difusão do aborto. Muitas pessoas conscienciosas ficam zangadas e estarrecidas diante de tal afirmação, mas será que não se estão enganando a si próprias?

Tollefsen: Receio que sim. A contracepção possibilitou algo que muitos seres humanos sempre desejaram: sexo sem conseqüências. Antes do século XX, as conseqüências do sexo fora do casamento eram geralmente a gravidez, de vez em quando alguma doença e quase sempre uma reputação bastante rebaixada. Mas a tecnologia contraceptiva diminui a ocorrência da primeira e da terceira conseqüências… até certo ponto, claro. Não elimina completamente a possibilidade de gravidez; assim, o sexo sem conseqüências, mesmo com o uso generalizado de contraceptivos, permanece inatingível se não se tem acesso ao aborto. Por isso, parece-me natural que uma pessoa pró-vida que se opõe ao aborto passe a ser uma pessoa pró-vida que propõe a castidade dentro e fora do casamento.

MercatorNet: Algumas pessoas não vêem diferença entre a contracepção e as técnicas naturais para o controle da fertilidade – o chamado planejamento familiar natural -, uma vez que a finalidade desejada é a mesma: “nada de bebês desta vez”. Há diferença moral ou filosófica entre essas duas coisas?

Tollefsen: Contracepção significa: não querer bebês e garantir que a concepção não vai acontecer. Essa decisão de prevenir um eventual bebê parece-me contrária à vida humana. Por outro lado, os esposos claramente não têm a obrigação de ter relações em todas as ocasiões possíveis, e têm vários bons motivos para se absterem algumas vezes. Durante o período fértil, o efeito da abstinência é às vezes desejável, de maneira que a abstinência é permissível. Isso é bem diferente de optar por evitar absolutamente a concepção de um bebê.

MercatorNet: Afirmar que o uso da pílula é antiético é ir contracorrente. Você teria umas palavras bem redondas para fazer as pessoas pensarem no assunto?

Tollefsen: Acho que as pessoas deveriam perguntar-se se o mundo tornado possível pela pílula – um mundo em que as relações sexuais não implicam compromisso numa união permanente e exclusiva com a esperança de filhos, e em que o casamento é quase sempre visto como uma parceria para o aumento do patrimônio e do status, sendo as crianças um item opcional -, se esse mundo as fez mais felizes, ou fez mais felizes os seus amigos e parentes. Uma resposta honesta a essa pergunta provavelmente as deixaria surpresas.

Fonte: Quadrante. Para ler a entrevista no original em inglês, clique aqui.

Não se deixar impressionar por «discursos enganosos» sobre o aborto

Arcebispo de São Paulo convida católicos para manifestação em defesa da vida

SÃO PAULO, quarta-feira, 25 de março de 2009 (ZENIT.org).- Ao convidar os católicos a participarem de uma manifestação contra o aborto na manhã deste sábado, na praça da Sé, em São Paulo, o cardeal Odilo Scherer adverte contra o risco de se deixar impressionar por discursos enganosos sobre o tema.

«Não nos deixemos impressionar por discursos enganosos. Não dá para justificar o aborto a partir da Bíblia, sem forçar interpretação da Escritura», afirma o arcebispo, na edição desta semana do jornal «O São Paulo».

Segundo Dom Odilo, a decisão sobre a vida e a morte de seres humanos «não pode ser deixada à iniciativa e decisão privada, nem deve depender da lógica da vantagem ou da comodidade individual».

«É dever do Estado proteger as pessoas e garantir a defesa e o respeito à sua vida. Não se pode privatizar esta responsabilidade!»

«Da parte do Estado seria uma atitude cínica descarregar na conta da mulher, ou de outra pessoa, uma responsabilidade tão grande! E seria muito arriscado, pois quem levaria sempre a pior seriam os doentes, indefesos e incapazes de resistir à vontade dos mais fortes», afirma.

O arcebispo de São Paulo considera que os fiéis não devem se assustar se alguém discorda ou até trata com preconceito a posição católica contrária ao aborto.

«Deveríamos ficar até honrados quando identificam a posição católica como contrária ao aborto. Oxalá todas as pessoas que têm fé em Deus também defendessem de maneira firme a dignidade e a vida do ser humano em todas as circunstâncias e em cada uma de suas etapas.»

Mesmo assim – prossegue o arcebispo -, «é inaceitável que isso seja um dever apenas de pessoas religiosas».

«Acaso podem matar outros seres humanos aqueles que não crêem em Deus ou não praticam nenhuma religião? O respeito à vida é um preceito ético que obriga a todos.»

O arcebispo chama também a que «não nos deixemos impressionar nem enganar por discursos que reivindicam a autonomia na decisão sobre a vida de outros, ou até mesmo um suposto “direito humano” ao aborto».

«Tendo em vista que o aborto implica sempre na morte de um ser humano inocente e indefeso, é absurda a reivindicação de semelhante “direito”», explica.

Dom Odilo afirma que a manifestação na praça da Sé, às 10h da manhã do dia 28 de março, será uma ação concreta «contra toda forma de violência e agressão contra a vida, principalmente o aborto provocado».

«É necessário que nos manifestemos e expressemos com clareza e firmeza nossa convicção», destaca.

Fonte: Zenit.

Dia 25 de março “Dia Nacional do nascituro” em toda a América Latina: uma campanha internacional por uma cultura da vida humana

Roma (Agência Fides) – No dia 25 de março, solenidade da Anunciação do Senhor, em vários países da América Latina se celebrará o “Dia Nacional do nascituro”. Esta prática está se estendendo de ano em ano depois do ataque sempre mais freqüente contra a vida humana nascente. A Conferência Episcopal da Colômbia, através da Seção para a Família, promove este evento, unindo-se assim à campanha internacional iniciada pela Igreja por uma cultura pela vida humana. Este dia recorda que “a criança que está para nascer é um ser humano, um filho de Deus, que merece toda atenção, tanto da parte dos pais que a geraram quanto pela sociedade que deste modo se vê enriquecida de um novo membro”.

“Diante de um ambiente que procura prescindir de muitos seres indefesos, lê-se no material preparado para a ocasião, somos chamados a lutar a fim de que a nova vida das crianças nascituras possam se desenvolver e chegar à sua plenitude: em casa que acolhe com a experiência do amor sincero e fiel dos esposos e dos pais, e na sociedade que reconhece os seus direitos fundamentais e facilita a elas as possibilidades de chegar a uma maturidade pessoal”.

Os temas propostos para a reflexão neste Dia 2009 são: “reafirmar o valor de toda vida humana desde a concepção até a morte natura; promover a cultura da vida humana; despertar a solidariedade: acompanhar as mães gestantes; rezar a fim de que tenha em nosso país respeito por toda vida humana”.

A Conferência Episcopal propõe além disso, uma série de iniciativas de caráter formativo, social, cultural e religioso para celebrar este dia, entre elas: “assembléias familiares para o estudo dos temas durante a semana de 24 a 31 de março; laboratórios de formação sobre paternidade e a maternidade responsável; projeção de vídeo sobre o tema do aborto; encontros e convivências com agentes de saúde dos hospitais e das clínicas; laboratórios de formação com dirigentes públicos e agentes de saúde sobre objeção de consciência e sobre o consenso informado; lançamento do dia através dos meios de comunicação; realização de marchas e manifestações culturais em defesa da vida humana, celebração eucarística e bênção das mães gestantes”.

No Chile, no dia 24 de março às 19 horas, na Catedral de Santiago se realizará uma Santa Missa que será presidida por Dom Fernando Chomali, bispo auxiliar de Santiago, e concelebrada pelo Padre Marcos Burzawa, Msf. Durante a celebração, organizada pelo Departamento pela Família e pela Rede para a Vida e a Família, se realizará a entrega da imagem da Virgem de Guadalupe, a grande advogada e patrocinadora da vida humana, reafirmando o compromisso da Igreja no Chile em favor da vida. “A idéia é celebrar o maravilhoso ato de amor que é o florescimento de um novo ser e, com isso, promover uma cultura da vida em nossa sociedade”, explicou Pe. Burzawa.

No âmbito das celebrações deste ano, a Rede para a Vida premiará pelo seu trabalho em defesa da vida, Patrícia Mondaca, Diretora do Centro de Atenção às Jovens Grávidas de “Maria Ajuda”, e ao Jornalista da Rádio “O Conquistador” de Temuco, Luis Muñoz. A cerimônia de entrega dos prêmios se realizará no dia 25 de março, às 13 horas, no Auditório da Sede do Instituto DUOC de Ponte Alto. No Chile o evento se celebra desde o dia 18 de maio de 1999, data em que o senado aprovou, por unanimidade, um projeto no qual solicitava o Presidente da República a declarar o dia 25 de março de cada ano, “Dia do nascituro”. (RG)

Fonte: Agência Fides.

Texto na íntegra do “Manifesto de Madrid”

Como percebem, é difícil ficar muito tempo afastado daqui (risos), mas preciso postar a íntegra da Declaração de Madrid, texto contundente da campanha contra o aborto iniciada na Espanha, assinado já por mais de mil cientistas, professores, médicos, etc. O texto foi traduzido rapidamente da língua espanhola, portanto pode conter erros. Espalhem para amigos e conhecidos os argumentos científicos contra a prática do aborto.

«Os abaixo assinantes, professores de universidades, investigadores, acadêmicos, e intelectuais de diferentes profissões, ante a iniciativa do Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, de promover uma lei de prazos, assinamos o presente Manifesto em defesa da vida humana em sua etapa inicial, embrionária e fetal e rechaçamos sua instrumentalização ao serviço de lucrativos interesses econômicos ou ideológicos.

Em primeiro lugar, reclamamos uma correta interpretação dos dados da ciência em relação com a vida humana em todas suas etapas e a este respeito desejamos se tenham em consideração os seguintes feitos:

a) Existem demasiadas evidências científicas de que a vida começa no momento da fecundação. Os conhecimentos mais atuais assim o demonstram: a Genética assinala que a fecundação é o momento em que se constitui a identidade genética singular; a Biologia Celular explica que os seres pluricelulares se constituem a partir de uma única célula inicial, o zigoto, em cujo núcleo se encontra a informação genética que se conserva em todas as células e é a que determina a diferenciação celular; a Embriologia descreve o desenvolvimento e revela como se desenvolve sem solução de continuidade.

b) O zigoto é a primeira realidade corporal do ser humano. Depois da fusão dos núcleos gaméticos materno e paterno, o núcleo resultante é o centro coordenador do desenvolvimento, que reside nas moléculas de DNA, resultado da adição dos genes paternos e maternos em uma combinação nova e singular.

c) O embrião (da fecundação até a oitava semana) e o feto (a partir da oitava semana) são as primeiras fases do desenvolvimento de um novo ser humano e no claustro materno não formam parte da sustantividade nem de nenhum órgão da mãe, embora dependa desta para seu próprio desenvolvimento.

d) A natureza biológica do embrião e do feto humano é independente do modo em que se originou, bem seja proveniente de uma reprodução natural ou produto de reprodução assistida.

e) Um aborto não é só a «interrupção voluntária da gravidez» mas um ato simples e cruel de «interrupção de uma vida humana».

f) É preciso que a mulher a quem se proponha abortar adote livremente sua decisão, depois de um conhecimento informado e preciso do procedimento e as conseqüências.

g) O aborto é um drama com duas vítimas: alguém morre e a outra sobrevive e sofre diariamente as conseqüências de uma decisão dramática e irreparável. Quem aborta é sempre a mãe e quem sofre as conseqüências também, embora seja o resultado de uma relação compartilhada e voluntária.

h) É portanto preciso que as mulheres que decidam abortar conheçam as seqüelas psicológicas de tal ato e em particular do quadro psicopatológico conhecido como o «Síndrome Post-aborto» (quadro depressivo, sentimento de culpa, pesadelos recorrentes, alterações de conduta, perda de auto-estima, etc.).

i) Dada a transcendência do ato para o qual se reclama a intervenção de pessoal médico, é preciso respeitar a liberdade de objeção de consciência nesta matéria.

j) O aborto é além disso uma tragédia para a sociedade. Uma sociedade indiferente à matança de perto de 120.000 bebês ao ano é uma sociedade fracassada e doente.

k) Longe de supor a conquista de um direito para a mulher, uma Lei do aborto sem limitações fixaria à mulher como a única responsável por um ato violento contra a vida de seu próprio filho.

l) O aborto é especialmente duro para uma jovem de 16-17 anos, a quem se pretende privar da presença, do conselho e do apoio de seus pais para tomar a decisão de seguir com a gravidez ou abortar. Obrigar a uma jovem a decidir sozinha a tão tenra idade é uma irresponsabilidade e uma forma clara de violência contra a mulher.

Em suma, consideramos que as conclusões que o Grupo Socialista no Congresso, por meio da Subcomissão do aborto, transladará ao Governo para que fique em marcha uma lei de prazos, agrava a situação atual e não escuta a uma sociedade, que longe de desejar uma nova Lei para legitimar um ato violento para o não nascido e para sua mãe, reclama uma regulação para deter os abusos e a fraude de Lei dos centros onde se praticam os abortos».

Fdo.:
Nicolás Jouve (Catedrático de Genética; DNI 1154811)
Francisco Ansón (Escritor; DNI 847005)
Cessar Nombela (Catedrático de Microbiologia; 1346619S)
Francisco Javier do Arco (Biólogo, Filósofo e Escritor; DNI: 00138438-N)
Vicente Bellver (Professor Titular Filosofia do Direito: DNI: 24335564T)
Luís Franco Beira (Catedrático de Bioquímica: DNI é 02.464.829B)
…/…

Seguem um milhar de adesões a data de 17 de março de 2009, e seguem aumentando.

Menina estuprada de 9 anos é mãe mais jovem do Peru

LIMA, 2 dez (AFP) – Uma menina de nove anos deu à luz um menino neste sábado, fruto de um estupro, em um hospital público de Lima, informou o ministro peruano de Saúde, Carlos Vallejos.

O bebê nasceu com 2,520 kg e 47 cm e apresenta dificuldades respiratórias. Por isso, permanece na UTI.

A mãe precoce receberá ajuda psicológica, e seu filho terá toda assistência de que precisar, ressaltou o ministro Vallejos, após visitá-la.

“Ela permanecerá no hospital todo o tempo que for necessário até que seu filho e ela estejam em perfeitas condições”, declarou.

A garota foi vítima de abuso sexual de um primo de 29 anos, em um povoado pobre da província de Pachitea, no departamento centro-andino de Huánuco.

O caso comoveu o Peru, quando sua gestação foi revelada em setembro passado, tornando-a a mãe mais jovem do país.

Fonte: Uol/AFP.

Igreja americana critica decisão de Obama de financiar pesquisa com embriões

Trata-se de «uma vitória da política sobre a ciência», afirma o cardeal Rigali

WASHINGTON, D.C., terça-feira, 10 de março de 2009 (ZENIT.org).- O presidente do Comitê para Atividades Pró-Vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, cardeal Justin Rigali, criticou duramente em um comunicado a última ordem executiva do presidente Barack Obama, que permitirá usar fundos federais, procedentes dos impostos, para a pesquisa com células-tronco embrionárias.

O purpurado, arcebispo da Filadélfia, afirma que esta disposição «supõe uma triste vitória da política sobre a ciência e sobre a ética».

«Esta ação é moralmente equivocada porque promove a destruição de vidas humanas inocentes, tratando seres humanos vulneráveis como meros produtos a serem armazenados.»

Por outro lado, critica o cardeal Rigali, esta ordem «não leva em consideração a opinião de milhões de contribuintes americanos, que se opõem a uma pesquisa que requer a eliminação de vidas humanas. Ignora, enfim, o fato de que os meios eticamente corretos para levar adiante a pesquisa com células-tronco e as terapias são facilmente disponíveis e necessitam de mais apoio».

O purpurado cita também uma carta de 16 de janeiro do cardeal Francis George, presidente da Conferência Episcopal, na qual pedia a Obama que não tomasse esta decisão, destacando três razões pelas quais esta pesquisa «é inútil nestes momentos».

Em primeiro lugar, escreveu, «a pesquisa sobre as potencialidades das células-tronco embrionárias pode ser feita usando as linhas celulares atualmente disponíveis e as centenas de linhas produzidas com fundos não-federais desde 2001».

Em segundo lugar, «muitos cientistas pensam que os notáveis progressos recentes na reprogramação das células-tronco adultas – aclamada pela revista Science como descoberta do ano – farão que as células embrionárias tornem-se irrelevantes para o progresso médico».

Em terceiro lugar, acrescentava o cardeal George, «sabe-se que as células-tronco adultas e do cordão umbilical têm uma grande versatilidade e são usadas cada vez mais para curar doenças graves e para reconstruir órgãos feridos».

A ordem do presidente Obama retira a proibição – que o presidente George W. Bush havia aprovado – de financiar este tipo de pesquisa com fundos federais.

Fonte: Zenit.

Católicos abrem centros na Sibéria para ajudar mães e evitar que abortem

Reproduzo notícia da Zenit. Depois, meu comentário:

O aborto está provocando um inverno demográfico

MOSCOU, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) deu a conhecer seu apoio a uma iniciativa do sacerdote Michael Shields, que trabalha na cidade siberiana de Magadan, com o objetivo de abrir centros pró-vida para ajudar mulheres grávidas com dificuldades.

Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira pela instituição, destaca-se a boa acolhida que a iniciativa teve entre os próprios médicos estatais, preocupados pela alarmante diminuição da população «provocada pela atual legislação russa a favor do aborto, que retorna aos tempos soviéticos».

A iniciativa será levada a cabo a partir de junho em Magadan e arredores, uma região de triste fama por ter sido sede dos gulags stalinistas. Precisamente, o sacerdote se deu a conhecer há pouco por seu livro Martys of Magadan (Mártires de Magadan), publicado pela AIS.

Em declarações à AIS, o Pe. Shields destaca que a idéia da iniciativa partiu de um dos médicos governamentais que trabalham no Centro de Informação a Mulheres. «Isso é maravilhoso, porque a Rússia realmente está mudando e quer mais nascimentos», afirmou.

«O governo russo sabe que a demografia do país não vai bem, e essa é a razão pela qual os médicos nos pediram que trabalhássemos a favor das mulheres grávidas», explica.

No ano passado, o Pe. Shields abriu uma casa para alojar pais e crianças recém-nascidas com problemas, especialmente mães em período de estudos, a quem as autoridades expulsam das residências escolares quando se constata a gravidez.

Este centro, «Casa da Natividade», teve bastante êxito «graças ao boca-a-boca» entre as próprias mulheres, sublinha o Pe. Shields, que também destaca «o forte apoio à causa pró-vida por parte da Igreja Ortodoxa Russa».

A notícia não deixa de ser auspiciosa, mas é como ascender uma vela na escuridão. Com uma das legislações abortistas mais permissivas do mundo, a Rússia é o exemplo de um desastre demográfico anunciado. Nesse país, a média de abortos atinge a assombosa marca de quatro por mulher. Para cada nascimento em que o bebê nasce vivo, há dois abortos – dois terços dos nascituros são assassinados.

Os abortos na Rússia são financiados pelo estado, o que explica a facilidade em que ocorrem. A taxa de natalidade do país é baixíssima. A população, atualmente na casa dos 142 milhões de habitantes, está diminuindo em 700 mil pessoas por ano. Se algo não for feito, em 2050 poderá estar reduzida a 100 milhões. A Rússia está morrendo e a prática disseminada do aborto está contribuindo de forma decisiva para que isso aconteça.

Uma propaganda anti-aborto, uma notinha na imprensa e um comentário

Lá vou eu de novo falar de aborto. Na verdade, o tema é apenas pano de fundo; o que pretendo abordar é a sutileza do jornalista em manipular a informação que pretende divulgar, fazendo associações discretas, mas ainda assim notáveis, entre ser pró-vida e ser “retrógado”, “moralista” ou “reacionário”.

A matéria saiu em um blog do Ig, com o título Propaganda antiaborto usa imagem de Obama como exemplo. Reproduzo-a aqui, com meus comentários:

Não demorou muito para as primeiras críticas da direita contra Barack Obama começarem a aparecer. Obama liberou novamente o financiamento para entidades que apóiam o aborto e planejamento familiar na última semana, atitude definida como “decepcionante” pelo Vaticano.

Mas a polêmica maior veio com o anuncio publicado pelo Catholic Vote, um projeto de católicos, sem laços formais com a igreja, mas de grande influência na mídia e política dos EUA.

O anúncio, de título “Vida: imagine o potencial”, gerou polêmica ao usar a imagem de Barack Obama, um filho de casal interracial, abandonado pelo pai e com infância pobre, como possível vítima de aborto. Assista abaixo:

httpv://www.youtube.com/watch?v=V2CaBR3z85c

O anúncio diz:

“O futuro dessa criança é um lar em pedaços
Ele será abandonado por seu pai
Sua mãe solteira vai ter dificuldades para criá-lo
Apesar dos desafios que ele vai enfrentar
Esta criança
Vai se tornar
O 1º presidente negro dos Estados Unidos
Vida: imagine o potencial”

E aí? Polêmico mesmo ou estão querendo apenas tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama? Deixe seu comentário!

O texto já começa com uma sutileza digna de um elefante em uma loja de louças.

Sem criticar a propaganda em si, o iluminado colunista cutuca: “Não demorou muito para as primeiras críticas da direita contra Barack Obama começarem a aparecer.”

“Não demorou muito” quer dizer: o cara mal tomou posse e vocês já estão criticando? Que bando de impertinentes! Deviam calar a boca e ir pra casa.

Claro que esse comentário está de acordo com a lógica de jardim de infância que prevalece no jornalismo brasileiro, que trata seus leitores como dementes. Exemplo clássico: esquerda = bonzinhos, direita = malvados. Quem é contra o aborto, é de direita; logo, quem é contra o aborto é malvado.

Veja o anúncio. Se não souber inglês, veja a tradução. Estão falando alguma mentira ali? Alguma incorreção? Alguma imprecisão? Tem alguma coisa errada com o anúncio que o invalide, que tire sua credibilidade?

Depois, o arremate fantástico: “E aí? Polêmico mesmo ou estão querendo apenas tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama? Deixe seu comentário!”

O meu comentário é que já passou da hora de reagir frente a notinhas tão idiotas. O que o iluminado escriba quis dizer com “tirar o foco das primeiras decisões de Barack Obama”? Ora, esse anúncio é um tapa de luvas no presidente abortista justamente por uma de suas primeiras decisões – rever a proibição de financiamentos públicos do governo norte-americano para a prática de abortos nos Estados Unidos e no resto do mundo. Trata-se de uma referência, ainda que implícita, aos rumos políticos adotados por Obamba neste assunto. Ora, como o anúncio então poderia “tirar o foco” de uma das “primeiras decisões” do novo presidente, se o que faz é justamente chamar a atenção do público para ela? Que pergunta estúpida é essa, que encerra o texto apenas com o intuito de confundir o leitor?

Esse é o nível a que chegou a imprensa brasileira: o fundo do poço. E não se surpreendam, porque lá embaixo tem um alçapão.

P.s.: antes que eu me esqueça, já incluí o Catholic Vote na lista de links favoritos.

Notícia da Folha sobre a Marcha pela Vida – e eu faço algumas perguntinhas, quem pode me responder?

Essa notinha publicada na Folha Online tem direito a comentários. Vamos lá:

Obama reafirma apoio ao aborto enquanto milhares protestam em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira o direito das mulheres de praticarem o aborto. A declaração foi feita em comentário escrito sobre o 36° aniversário da decisão da Suprema Corte sobre o caso “Roe versus Wade”, que estabeleceu o entendimento de que o aborto é legal em todo o país.

Em português claro: Obama defendeu o direito das mulheres de matarem o próprio filho dentro do ventre. Ou aborto é outra coisa que não seja isso e eu não estou sabendo?

“A decisão de 1973 não somente protege a liberdade e a saúde das mulheres, mas representa um princípio mais amplo: que o Governo não deve se intrometer em assuntos familiares mais íntimos”, disse Obama, defendendo ainda que todos precisam trabalhar para evitar a gravidez indesejada, reduzir a necessidade de abortos, e apoiar as mulheres e as famílias nas escolhas que fizerem.

Permitir aborto é não se intrometer em “assuntos familiares mais íntimos”. Hum. Vamos seguir esse brilhante “rassiossímio”: quando o marido enche a esposa de pancada, a gente não deve se intrometer, então? Não se trata de “assuntos familiares mais íntimos”? Por que não legalizar a pedofilia? São assuntos de família também. A maioria absoluta dos casos de abusos sexuais contra menores acontecem entre parentes próximos. E isso também é assunto de família. E como são íntimos! Se eu posso matar meu filho antes de ele nascer para evitar maiores problemas e inconvenientes para mim, o que me impede moralmente de abusar dele depois de ele já ter nascido?

Ou algumas pessoas devem ter direitos e outras não devem? O que retira do feto o seu status de “pessoa humana”: a “liberdade da mãe”? Então a liberdade, o direito de escolha de alguém é superior ao direito à vida de outrem?

Aborto é realmente uma coisa indefensável. Quem defende essa aberração está com um parafuso a menos, pra dizer o mínimo.

As declarações foram divulgadas enquanto dezenas de milhares de opositores ao aborto realizavam um protesto em Washington contra a legalidade da prática. A manifestação, que acontece uma vez por ano desde 1974, incluiu uma marcha até a Suprema Corte para exigir que Obama “impeça a morte intencional” dos que ainda não nasceram.

A tradicional “guerra de números”: a imprensa, fazendo questão de minimizar a importância da Marcha pela Vida, diminui o número de seus participantes. Reparem que mimo: nem mesmo o nome do evento foi mencionado na matéria! E qual o nome do evento? Marcha pela Vida. Porque entre a vida e a morte, qual é a escolha a ser feita?

A Folha, assim como a imprensa em geral, já fez sua escolha. E não foi pela verdade, muito menos pela vida.

“Queremos que Obama seja um defensor dos direitos humanos, dos quais o mais fundamental é defender a vida dos inocentes, dos que não nasceram”, disse Julio Hurtado, um manifestante colombiano. Muitos participantes do protesto disseram que o apoio de Obama ao aborto aumentou a necessidade de tornarem a mensagem deles mais visível.

Mudança

Obama venceu a corrida presidencial com um forte apoio das mulheres, e defendeu durante a campanha o direito de decidir sobre sua própria gravidez, o que causou a repulsa dos ativistas contra o aborto.

Novamente, eu pergunto: quais as conseqüências desse “direito de decidir sobre a própria gravidez”? Por que tantos eufemismos para dizer o óbvio? Interromper a gravidez = aborto = morte do feto = morte de um ser humano dentro da barriga da própria mãe, sem direito à defesa.

Ou eu estou errado? Ou aborto é na verdade uma operação de apendicite, sei lá? Ou é pra tirar o baço… Aborto é pra tirar o quê do corpo da mulher? Alguém pode me responder?

O que a mídia tenta fazer é uma verdadeira lavagem cerebral, um controle dos pensamentos e das próprias ações. Em primeiro lugar, tira-se o significado da palavra “aborto” da discussão, trocando-se para eufemismos e slogans como “interrupção da gravidez”, “liberdade de escolha”, “direito de decidir”. Assim, manipula-se a informação para que a “opinião pública” perca a noção do que aquilo realmente significa.

Em segundo lugar, toda a discussão sempre se dá com relação à mulher, mas nunca em função do que está dentro da barriga dela. Trata-se de um aborto; a mulher tem direitos? Sim. Mas espere um pouco: a mulher que se recusa a ser mãe é a única envolvida no ato de abortar? É só a ela que isso diz respeito? Os abortistas dizem: “sim”. Mas, peraê: o que está dentro da barriga dela? (a) Um amontoado de células; (b) Um alien do filme O 8º Passageiro; (c) Uma lombriga; (d) O filho (ou filha, afinal feto também tem sexo, não é? Ou nunca ouviram falar de “aborto seletivo“?) que ela está gerando em seu ventre.

Essa pergunta nunca é respondida de forma satisfatória por quem defende o aborto. “Ah, não sabemos exatamente quando a vida começa”. Se não tem certeza, então mata-se o que está lá dentro assim mesmo? O que é que está dentro da barriga da mãe, será que alguém pode responder isso? Será que apenas uma parte da discussão é que conta? “Ah, mas é o direito da mulher…”, repetem os papagaios. Direito da mulher fazer o quê, afinal de contas?

O ex-presidente George W. Bush regularmente manifestou apoio aos manifestantes na marcha anual. Em uma gravação endereçada aos manifestantes, no ano passado, ele disse que a biologia confirma que desde o início, cada feto é uma pessoa com seu próprio código genético.

E isso que o Bush falou é mentira?

Veja como a imprensa é tendenciosa: imparcialidade é narrar o que acontece com uma neutralidade sapiencial, como se um jornalista estivesse do alto o Olimpo analisado os pobres mortais. Veja que texto limpinho, com uma narração bem equilibrada, sóbria… O Bush disse isso, não que isso seja verdade, ainda mais que foi o Bush quem falou, mas isso também não quer dizer que seja mentira… E tudo vira uma questão de opinião.

Grupos como a Organização Nacional da Mulher (NOW, em inglês) também realizaram nesta quinta-feira atos de pressão para que Obama reverta as restrições ao envio de fundos americanos a organizações de planejamento familiar no exterior que “realizam ou promovem” o aborto.

Detalhe: para minimizar a importância da Marcha pela Vida, que levou às ruas de Washington mais de duzentas mil, talvez trezentas, vindas do país inteiro, para protestar contra o aborto, a Folha emenda com um “ato de pressão” de uma entidade pró-aborto. Essa é a imparcialidade, estão vendo? Pois bem, quantas pessoas participaram desse ato pró-aborto? Ele é realizado todos os anos? Qual a sua relevância?… Se eu juntar uma meia dúzia de gatos pingados pra protestar contra ou a favor de alguma coisa, trata-se de um grupo, não é verdade? Pois bem, qual o tamanho desse grupo? Por que não aprofundar na comparação entre as duas manifestações?

Agora, essa novidade do Obama é de uma hipocrisia ímpar. O governo americano vai dar dinheiro para organizações que promovam o aborto no mundo inteiro. E desde quando quem promove o aborto e lucra com ele está interessado em limitar o número de abortos? Essas restrições, impostas pelo governo Reagan, retiradas por Bill Clinton e novamente colocadas em prática por Bush, reduziram sensivelmente o número de abortos nos Estados Unidos. Isso é fato.

Ora, qualquer pessoa sensata que não tenha sido abortada pela própria mãe, percebe que, para reduzir o aborto, tem que haver algum tipo de cerceamento à sua prática. O que Obama está fazendo é justamente o contrário. E as milhares de clínicas de aborto norte-americanas agradecem comovidas pelo apoio presidencial. Você acha realmente que isso tem alguma coisa a ver com “escolha” ou “direito da mulher em decidir”? Isso tem a ver com dinheiro, ora bolas. Deixem os idiotas acreditarem que essa militância pró-aborto luta pela liberdade feminina… Sim, lutam pela liberdade de ganhar muito dinheiro.

A opinião pública americana sobre o aborto tem sido bastante estável nas últimas décadas, com pesquisas mostrando uma pequena margem de vantagem àqueles que defendem o procedimento em todos ou na maioria dos casos. A questão continua entre as mais polêmicas entre os americanos.

Hum… Veja o que é manipular estatísticas. “Uma pequena margem de vantagem àqueles que defendem o procedimento em todos ou na maioria dos casos.” Sim. Mas, veja: apenas 11% dos americanos é a favor do aborto sem nenhuma restrição. 88% dos entrevistados são totalmente contrários ao aborto ou manifestam restrições, que são inexistentes pela lei norte-americana. Se a mulher quiser matar o próprio filho cinco minutos antes do parto, ela está amparada pela lei para fazê-lo. Essa “antecipação do parto” é considerada aborto – livre exercício da liberdade, do direito a fazer o que bem quiser. Traduzindo: embora esses 88% por cento incluam aqueles favoráveis ao “direito de escolha”, mesmo estes querem restrições, como limitar o aborto ao tempo de gestação.

E é isso o que querem impor aqui no Brasil, sem que a mídia revele exatamente o que significa. Essa é a imparcialidade da imprensa: relata a formiga, mas omite o elefante. Trata o aborto como “interrupção da gravidez”, “direito da mulher ao próprio corpo”, mas omite e distorce dados e conceitos fundamentais para que a opinião pública esteja corretamente informada sobre o debate. E sem informação, não pode existir debate honesto – muito menos democracia.

Viva os manifestantes da “Marcha pela Vida!” Que Deus abençõe a todos eles.

Washington se prepara para marcha pela vida

Milhares de norte-americanos protestam anualmente contra o aborto neste país

Por Carmen Elena Villa

WASHINGTON, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Milhares de pessoas chegaram à capital dos Estados Unidos para participar mais uma vez da «Marcha pela Vida», que se realizará em Washington amanhã, a partir das 9h.

Este evento acontece desde 1974, todo dia 22 de janeiro, dia em que a Corte Suprema de Justiça deu via livre à lei Roe versus Wade, a qual legalizou o aborto neste país. Cerca de 200 mil manifestantes levantarão sua voz a favor dos não nascidos diante do Capitólio de Washington.

Este ano, os participantes pedirão ao novo presidente, Barack Obama, que cessem as políticas que sutilmente geram uma cultura de morte na sociedade americana.

«Temos um novo presidente que tem um poder gigante de mudar o rumo pró-vida dos Estados Unidos. Nosso país precisa dizer que o aborto é um crime terrível que mata humanos inocentes e temos de rezar para que esta nova administração tenha a previsão de assumi-lo», disse a Zenit Eileen Picket, uma professora do Ensino Fundamental que viajou de Connecticut para participar deste evento.

Leia a reportagem completa aqui.

Amanhã é dia de oração pela vida nos Estados Unidos – e aqui também, porque não?

Amanhã, dia 21 (quarta-feira), milhares de católicos são esperados em Washington na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição para rezar pelo fim do aborto. É a véspera do triste aniversário da decisão da Suprema Corte norte-americana que liberou o aborto em 1973. Haverá uma missa de abertura e, após, confissões, a oração do Rosário pela vida e uma noite intensa de orações segundo o rito Bizantino. A vigília começará às 7 horas da noite e terminará às 7:30 da manhã (horários locais) do dia 22, com a celebração de uma missa de Penitência. Ao término da missa, os milhares de peregrinos de todos os Estados Unidos se encontrarão com outros milhares de manifestantes na Marcha Pela Vida, que espera esse ano atrair mais de 200 mil pessoas de todo o país em uma corrente uníssona pelo fim do massacre de bebês não-nascidos.

Todos nós, cristãos e defensores da vida, devemos amanhã ter um olhar de carinho e afeição especial por esses nossos irmãos, que enfrentarão o frio e a indiferença da grande mídia em defesa da vida daqueles que não podem se defender. Rezemos por eles com carinho e pela nobre causa que eles defendem. E não nos esqueçamos da intenção do governo brasileiro de legalizar o aborto a qualquer custo (como citei em post anterior). Rezemos por nossos governantes, para que a Providência Divina impeça a aprovação do aborto no Brasil, rezemos pela conversão de Barack Obama e por todos militantes pró-vida do mundo.

A programação da vigília, em inglês, está aqui.

Papa Bento iniciando ano movimentado e histórico

Por Edward Pentin.

Este ano reserva muitas surpresas para o Papa Bento XVI. O líder espiritual dos 1,2 bilhões de católicos do mundo deve embarcar em duas viagens papais históricas, fazer mudanças significativas nas lideranças do Vaticano, e encontrar-se com Barack Obama, no que pode vir a ser um encontro complicado.

O Pontífice, que completará 82 anos de idade no próximo dia 16 de abril, viajará pela primeira vez como Papa à África no mês de março, rumo a Camarões para fazer parte das preparações para um encontro de bispos africanos. Em seguida, partirá para Angola para celebrar os 500 anos da evangelização do país.

O Papa pode esperar uma recepção calorosa num continente onde o catolicismo está crescendo rapidamente e muitos estão a aderir ao sacerdócio católico. Mas a África, continuamente afetada pela pobreza e pelos conflitos, é de grande preocupação para a Igreja, levando o Vaticano a informalmente declarar 2009 como o Ano para a África. Como fez no Natal, o Papa deverá chamar a atenção especificamente para os conflitos e sofrimentos no Zimbabwe, no Congo e na Somália.

Sua visita também deverá reacender a controvérsia sobre a proibição da Igreja do uso de preservativos como método para se evitar o vírus HIV. O Papa não mudará o ensinamento da Igreja nesse assunto, mas ao invés disso provavelmente deverá salientar a razão pela qual a Igreja mantém seus ensinamentos e que organizações católicas assistem aproximadamente um quarto de todas as vítimas da AIDS no mundo.

As atenções então se voltarão para a viagem histórica seguinte de Bento XVI, à Terra Santa. O Vaticano não confirmou oficialmente a visita e, se os conflitos continuarem em Gaza, provavelmente será adiada. De qualquer maneira, o Vaticano diz que o planejamento para a viagem continua, e fontes dizem que está agendada para acontecer entre os dias 8 e 15 de maio. Incluirá paradas em Aman, Tel Aviv, Jerusalém, Nazaré e Belém. O biógrafo papal George Weigel diz que provavelmente será o ponto alto do ano para o Papa.

Sem dúvida, a visita será uma das mais delicadas para Bento XVI. Fontes dizem que o pontífice alemão tem um encontro marcado com membros da Autoridade Palestina (que não inclui o Hamas) em Belém, e visitará o memorial do Holocausto em Jerusalém. Ele fará muitos apelos pela paz na região e em solidariedade com os cristãos da Terra Santa, que enfrentam muitas provações e emigram em número elevado. O Vaticano espera que a viagem do Papa também alivie recentes tensões com israelenses e líderes judeus. A ação do Papa Pio XII para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial mantém-se como uma questão ardentemente controvertida entre alguns líderes do judaísmo.

Além das viagens do Papa, novos escritos papais são aguardados para este ano. A primeira e muito aguardada encíclica social de Bento, “Caritas in Veritate” (“Amor na Verdade”), provavelmente será lançada na primeira metade do ano (pré-vendas já estão sendo feitas online em sites como o Amazon.com). O documento, endereçado a todos os católicos, oferecerá uma crítica moral para a atual crise financeira. É esperada para ser convenientemente “ecológica”, enfatizando a administração responsável da criação, mas sempre com uma visão antropocêntrica que coloca a dignidade humana e o bem-estar, não a natureza, no cerne da questão.

O Papa, um leitor voraz e autor talentoso, deve também publicar o segundo volume de seu livro “Jesus de Nazaré”. O livro, cujo primeiro volume foi publicado em 2007, oferecerá suas próprias análises e compreensões teológicas sobre a Paixão e Ressurreição de Jesus.

Este ano também verá mudanças significativas em muitos altos cargos no Vaticano. Pelo menos três cardeais devem se demitir, já que chegaram ou excederam a idade limite de 75 anos. Em decorrência disso, e da aposentadoria de outros cardeais ao redor do mundo, a necessidade de um consistório (quando o Papa formalmente indica novos cardeais) se tornará premente. Comentaristas acreditam que isso deverá acontecer na primavera (entre setembro e dezembro).

O Papa também estará empenhado em assegurar que continuem os até agora significativos progressos nas relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. Um novo patriarca ortodoxo russo será escolhido em junho, em seguida à morte inesperada do patriarca Alexis II, no final do ano passado. O escolhido poderá renascer as esperanças de que aconteça o primeiro e histórico encontro entre um Papa e um patriarca, desde que as duas igrejas quase mil anos atrás se dividiram.

Quanto aos ilustres visitantes que o Papa deverá receber, a visita de Barack Obama em julho é a mais aguardada. O presidente eleito comparecerá ao encontro do G8 na ilha italiana de Maddalena e espera-se que ele inclua em seu trajeto uma passagem pelo Vaticano. Tendo em vista sua conhecida posição sobre aborto e outras questões pró-vida, o encontro de Obama com o Pontífice poderá se tornar embaraçoso.

Mas mesmo que os dois não se encontrem, comentaristas dizem que a nova administração e a Igreja provavelmente se enfrentarão. “Se a administração Obama tentar remover as cláusulas de consciência que protegem instituições e profissionais de saúde católicos nos Estados Unidos [da obrigação de realizarem abortos], podemos muito bem ver um desafio papal à nova administração”, Weigel diz. Ele acredita que tal confronto é provável “de qualquer jeito”, tendo em vista o quanto a administração Obama irá se esforçar no campo dos assim chamados “direitos reprodutivos” junto às Nações Unidas e em outros países.

Ainda assim, isso não impedirá Bento XVI de reunir-se com Obama se a oportunidade surgir. Um dos pontos fortes deste Papa é sua disposição em ouvir todas as opiniões, mesmo aquelas com as quais discorde. Para o Papa Bento, uma discussão intelectual honesta supera qualquer medo de controvérsia. Por isso, não se surpreenda se, como em anos anteriores, este Pontífice voltar a ser manchete em virtude de debates pragmáticos e provocativos.

Fonte: Newsmax.com. Tradução e adaptação de Matheus Cajaíba. Para ler o texto original em inglês, clique aqui.