Segunda Guerra Mundial: 70 anos depois, poloneses culpam tanto o nazismo quanto o comunismo pela eclosão do conflito

Por Gabriela Baczynska e Denis Dyomkin.

GDANSK, Polônia (Reuters) – O presidente polonês, Lech Kaczynski, alertou na terça-feira contra tentativas de reescrever a história, enquanto quase 20 líderes europeus se reuniam na costa do Báltico para marcar o 70o aniversário do início da Segunda Guerra Mundial.

A Rússia e seus ex-aliados do Leste Europeu estão em atrito por causa do papel exercido em 1939 pelo então ditador soviético Josef Stálin, cujo acordo com a Alemanha nazista permitiu a invasão da Polônia e o início da guerra.

Enquanto os russos se orgulham profundamente da sua vitória sobre as forças de Adolf Hitler em 1945, os poloneses, bálticos e outros dizem que Stálin também foi diretamente responsável pelo início da guerra, ao dividir a Polônia com Hitler e anexar os países bálticos.

“(Precisamos) nos opor às tentativas de escrever de novo a história, de questionar as verdades da Segunda Guerra Mundial, a escala das vítimas do nazismo e também do comunismo totalitário”, escreveu Kaczynski no diário polonês Rzeczpospolita.

Ecoando essa ideia, Adam Michnik, que foi dissidente do regime comunista polonês, escreveu na Gazeta Wyborcza que “para nós, como para muitos democratas russos, Stálin foi um criminoso e agressor”. “O criador das terras do Gulag (prisões para dissidentes) é inteiramente comparável a Hitler.”

Numa cerimônia realizada antes do alvorecer em Westerplatte, na costa do Báltico, onde os alemães dispararam os primeiros tiros no começo da invasão da Polônia, em 1o de setembro de 1939, Kaczynski comparou o assassinato de 20 mil oficiais poloneses pela União Soviética na floresta de Katyn e em outros lugares ao genocídio nazista contra os judeus.

“Qual é a comparação entre o Holocausto e Katyn? Há uma coisa ligando esses crimes, embora sua escala fosse diferente. Os judeus pereceram porque eram judeus, os oficiais poloneses pereceram porque eram oficiais poloneses”, disse.

“Não é que a Polônia tenha de aprender as lições da humildade. Não temos razão para isso. Outros têm – os que causaram a guerra”, disse o presidente, um nacionalista conservador, em uma reunião de veteranos de guerra e funcionários do governo.

A Polônia quer que Moscou se desculpe pela decisão de Stálin de matar todo um batalhão polonês em Katyn em 1940.

Durante décadas, os russos atribuíram essas mortes aos nazistas, só admitindo a responsabilidade de Stálin após o fim do regime soviético.

Fonte: Veja.com.

Católicos abrem centros na Sibéria para ajudar mães e evitar que abortem

Reproduzo notícia da Zenit. Depois, meu comentário:

O aborto está provocando um inverno demográfico

MOSCOU, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) deu a conhecer seu apoio a uma iniciativa do sacerdote Michael Shields, que trabalha na cidade siberiana de Magadan, com o objetivo de abrir centros pró-vida para ajudar mulheres grávidas com dificuldades.

Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira pela instituição, destaca-se a boa acolhida que a iniciativa teve entre os próprios médicos estatais, preocupados pela alarmante diminuição da população «provocada pela atual legislação russa a favor do aborto, que retorna aos tempos soviéticos».

A iniciativa será levada a cabo a partir de junho em Magadan e arredores, uma região de triste fama por ter sido sede dos gulags stalinistas. Precisamente, o sacerdote se deu a conhecer há pouco por seu livro Martys of Magadan (Mártires de Magadan), publicado pela AIS.

Em declarações à AIS, o Pe. Shields destaca que a idéia da iniciativa partiu de um dos médicos governamentais que trabalham no Centro de Informação a Mulheres. «Isso é maravilhoso, porque a Rússia realmente está mudando e quer mais nascimentos», afirmou.

«O governo russo sabe que a demografia do país não vai bem, e essa é a razão pela qual os médicos nos pediram que trabalhássemos a favor das mulheres grávidas», explica.

No ano passado, o Pe. Shields abriu uma casa para alojar pais e crianças recém-nascidas com problemas, especialmente mães em período de estudos, a quem as autoridades expulsam das residências escolares quando se constata a gravidez.

Este centro, «Casa da Natividade», teve bastante êxito «graças ao boca-a-boca» entre as próprias mulheres, sublinha o Pe. Shields, que também destaca «o forte apoio à causa pró-vida por parte da Igreja Ortodoxa Russa».

A notícia não deixa de ser auspiciosa, mas é como ascender uma vela na escuridão. Com uma das legislações abortistas mais permissivas do mundo, a Rússia é o exemplo de um desastre demográfico anunciado. Nesse país, a média de abortos atinge a assombosa marca de quatro por mulher. Para cada nascimento em que o bebê nasce vivo, há dois abortos – dois terços dos nascituros são assassinados.

Os abortos na Rússia são financiados pelo estado, o que explica a facilidade em que ocorrem. A taxa de natalidade do país é baixíssima. A população, atualmente na casa dos 142 milhões de habitantes, está diminuindo em 700 mil pessoas por ano. Se algo não for feito, em 2050 poderá estar reduzida a 100 milhões. A Rússia está morrendo e a prática disseminada do aborto está contribuindo de forma decisiva para que isso aconteça.