Caso da menina brasileira não muda ensinamento católico sobre aborto

Esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 10 de julho de 2009 (ZENIT.org).- Após as polêmicas surgidas sobre um artigo publicado no jornal vaticano pelo arcebispo presidente da Academia Pontifícia para a Vida sobre a menina brasileira que foi submetida ao aborto de gêmeos, a Santa Sé confirma que a doutrina da Igreja não mudou.

Explica-o um “Esclarecimento” publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé, na edição diária de 11 de julho de L’Osservatore Romano, como o próprio documento explica, em resposta a “várias cartas, inclusive da parte de altas personalidades da vida política e eclesial, que informaram sobre a confusão que se criou em vários países, sobretudo na América Latina”.

“A Congregação para a Doutrina da Fé confirma que a doutrina da Igreja sobre o aborto provocado não mudou nem pode mudar”, sublinha o “Esclarecimento”.

O documento se refere ao artigo publicado pelo L’Osservatore Romano no dia 15 de março de 2009, com o título “A favor da menina brasileira”, no qual o arcebispo Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, analisava o caso da menina que, aos 9 anos, foi estuprada repetidamente pelo seu jovem padrasto, ficando grávida de gêmeos e que depois foi obrigada a abortar no quarto mês de gestação.

No artigo, Dom Fisichella confirmava que “o aborto provocado sempre foi condenado pela lei moral”.

Pois bem, em resposta às crônicas publicadas pelos jornais, o arcebispo considerava que, segundo seu parecer, não era adequado que o bispo do lugar anunciasse de maneira tão pública e rápida a excomunhão – “algo que se aplica de maneira automática”, esclarecia – dos envolvidos, pois desta forma não se ajuda a mostrar o rosto materno da Igreja.

O “Esclarecimento” vaticano informa que, como foi possível saber depois, a menina “tinha sido acompanhada com toda delicadeza pastoral, em particular pelo então arcebispo de Olinda e Recife, sua excelência Dom José Cardoso Sobrinho”.

O próprio Dom Fisichella, em declarações posteriores à mídia, havia esclarecido que, antes de escrever o artigo, dada a urgência de responder rapidamente à enorme polêmica que havia sido suscitada, não tinha podido falar com Dom Cardoso Sobrinho, motivo pelo qual não estava informado deste fato.

O documento da Congregação para a Doutrina da Fé, cujo presidente é o cardeal americano Willian Levada, não entra nos detalhes concretos deste caso, mas se limita a ilustrar os textos de referência do magistério da Igreja sobre o aborto, em particular os números 2270-2272 do Catecismo da Igreja Católica.

O texto cita também várias passagens da encíclica Evangelium vitae, assinada por João Paulo II no dia 25 de março de 1995, em particular o número 58, no qual se esclarece que o aborto provocado nunca pode ser justificado, ainda que aconteça em “situações difíceis e complexas”, seja para o bebê ou para a mãe.

No que se refere ao problema de determinados tratamentos médicos para preservar a saúde da mãe, o texto esclarece que “é necessário distinguir bem entre dois fatos diferentes: por um lado, uma intervenção que diretamente provoca a morte do feto, chamada em ocasiões de maneira inapropriada de aborto ‘terapêutico’, que nunca pode ser lícito, pois constitui o assassinato direto de um ser humano inocente”.

Algo totalmente diferente, continua indicando o “Esclarecimento”, é “uma intervenção não-abortiva em si mesma, que pode ter, como consequência colateral, a morte do filho”.

Para explicar este ensinamento da Igreja, a nota cita um famoso discurso de Pio XII, de 27 de novembro de 1951, no qual afirma: “Se, por exemplo, a salvação da vida da futura mãe, independentemente de seu estado de gravidez, requerer urgentemente uma intervenção cirúrgica, ou outro tratamento terapêutico, que teria como consequência acessória, de nenhum nenhum modo querida nem pretendida, mas inevitável, a morte do feto, um ato assim já não se poderia considerar um atentado direto contra a vida inocente”.

“Nestas condições, a operação poderia ser considerada lícita, igualmente a outras intervenções médicas similares, sempre que se trate de um bem de elevado valor –como é a vida– e que não seja possível postergá-la após o nascimento do filho, nem recorrer a outro remédio eficaz”, dizia o Papa Eugenio Pacelli nesse discurso.

No que se refere ao papel dos médicos nestes casos, o documento lhes recorda, com a Evangelium vitae (n. 89), “a intrínseca e imprescindível dimensão ética da profissão clínica, como já reconhecia o antigo e sempre actual juramento de Hipócrates, segundo o qual é pedido a cada médico que se comprometa no respeito absoluto da vida humana e da sua sacralidade”.

O documento vaticano não entra em detalhes sobre a aplicação automática da excomunhão no caso do aborto.

Fonte: Zenit.

Galileu não esteve preso nem morreu na fogueira

Entrevista com Dom Melchor Sánchez de Toca, subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura

Por Carmen Elena Villa

ROMA, domingo, 24 de maio de 2009 (ZENIT.org).- A Organização das Nações Unidas declarou 2009 como o Ano da Astronomia, devido à comemoração do 4º centenário do nascimento do telescópio por obra de Galileu. Por que alguns organismos da Santa Sé se unem a esta celebração, se condenaram o famoso astrônomo?

Por este motivo, Galileu Galilei é visto hoje como um “santo leigo”, como um “mártir da ciência” e a Igreja, como a “grande inquisidora” deste gênio da astronomia. 

O caso de Galileu é mencionado também no livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, cujo filme foi lançado mundialmente no dia 13 de maio passado. 

Zenit falou com Dom Melchor Sánchez de Toca, subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura e co-autor do livro “Galileu e o Vaticano”, sobre aqueles mitos, assim como as verdades históricas do juízo que a Igreja realizou a este controvertido personagem. 

– Falemos um pouco das lendas negras de Galileu… 

– Dom Sánchez de Toca: Em 9 de maio passado, eu estava dando uma conferência sobre Galileu em Toledo, Espanha, a um auditório formado principalmente por seminaristas e pesquisadores católicos, e comecei dizendo-lhes que muitos se surpreendem ao saber que Galileu não foi queimado na fogueira e nem foi torturado, nem esteve na prisão. Ao terminar a conferência, um dos assistentes me disse: “eu sou um desses, eu sempre pensei que Galileu havia morrido na fogueira”. 

O curioso do caso é que na realidade ninguém o disse e nem provavelmente o tenha lido. Simplesmente é o que ele imaginava. Isso demonstra a força tão grande que tem o mito que se construiu em torno de Galileu. Como dizia João Paulo II, a verdade histórica dos fatos está muito longe da imagem que se criou posteriormente em torno de Galileu. Todo o mundo está convencido de que Galileu foi maltratado, condenado, torturado, declarado herege, mas não é assim. 

Para dar um exemplo muito recente, o livro de Dan Brown, “Anjos e Demônios”, tem um pequeno diálogo a propósito de Galileu, a quem apresenta como um membro da seita dos Illuminati e contém um monte de erros históricos junto a outras coisas que são corretas. 

– Podemos falar desses erros históricos de “Anjos e Demônios” com respeito relação ao tema de Galileu? 

– Dom Sánchez de Toca: Na realidade, o livro se refere a estereótipos que estão muito difundidos. O problema de fundo deste livro é a mistura de ideias filosóficas e científicas. A trama vem a dizer que o professor e sacerdote Leonardo Vetra é assassinado por uma seita porque descobriu o modo de tornar compatíveis a fé e a ciência; mais ainda, diz que a física é o verdadeiro caminho para Deus. Estas são ideias que se difundem muito, porque conseguiu, no laboratório, criar matéria do nada. Isso é um absurdo, filosoficamente falando. Fisicamente é impossível o que propõe, porque do nada não sai nada. Pode-se criar matéria a partir do vazio, mas o vazio não é o nada, o vazio é, enquanto o nada não é. É um princípio filosófico elementar. 

Esta tese diz que a física representa um caminho melhor e mais seguro para chegar a Deus. Logo, com relação a Galileu, concretamente, apresenta o estereótipo habitual, segundo o qual ele foi condenado por ter demonstrado o movimento da terra. 

Galileu dizia, e nisso estavam de acordo seus juízes, que não pode haver contradição entre o livro da Bíblia e o livro da natureza, porque um e outro procedem do mesmo autor. O livro da Bíblia, inspirado por Deus, e a natureza, observante executora de suas ordens. Se têm o mesmo autor, não pode haver contradição. Quando surge uma aparente contradição, significa que estamos lendo mal um dos dois livros e ele diz: é mais provável que sejamos nós que nos equivoquemos ao ler o livro da Bíblia – porque o sentido das palavras da Bíblia às vezes é recôndito e é preciso trabalhar para extraí-lo – que equivocar-se ao ler o livro da natureza, porque a natureza não se equivoca. 

Uma verdade natural, cientificamente demonstrada, tem uma força maior que a interpretação que eu dou do livro da Bíblia. Portanto, diz ele, em presença de uma verdade científica demonstrada, terei de corrigir o modo de interpretar a Bíblia. A Bíblia não se equivoca, mas quem a interpreta se equivoca. Um critério claro compartilhado por seus juízes e por todo o mundo. 

O Concílio de Trento, por outro lado, dizia que, na leitura da Bíblia, era preciso seguir a interpretação literal da Bíblia e o consenso unânime dos Padres da Igreja, a menos que houvesse uma verdade demonstrada que nos permitisse fazer uma leitura espiritual ou alegórica. O critério era muito claro: o que ocorre é que Galileu pensou que estava a ponto de conseguir a demonstração do movimento da terra. Uma coisa é estar convencido de que a terra se move e outra coisa é demonstrar que a terra se move. Galileu nunca demonstrou que a terra se movia. Estava convencido disso e hoje sabemos que tinha razão, mas seus juízes lhe diziam que não viam por que tinham de mudar o modo de interpretar a Bíblia, sobretudo quando o bom senso diz o contrário, sem uma prova definitiva. Os juízes de Galileu adotaram uma posição de prudência. Galileu foi além. Qual foi o erro dos juízes de Galileu? Deveriam ter se abstido de condená-lo. 

– Como foi, na verdade, o julgamento de Galileu?

– Dom Sánchez de Toca: Fundamentalmente, Galileu foi processado em 1633 por ter violado uma disposição que lhe foi feita em 1616. A disposição de 1616, que Galileu não cumpriu, proibia-o de ensinar o copernicanismo, ou seja, a doutrina que diz que o sol está no centro e a terra se move ao redor dele. 

Galileu pensou que a proibição não era tão rígida, sobretudo depois da eleição do Papa Urbano VIII, e publicou um livro no qual, sob a aparência de um diálogo no qual se expõem os argumentos a favor e contra, tanto do sistema ptolomaico como do copernicano, na realidade se escondia uma apologia declarada do sistema copernicano. Não só isto, era já fraudulentamente o imprimatur, enganou a quem o concedeu dizendo que era uma exposição imparcial, mas não era nada imparcial. Por este motivo foi acusado e, portanto, submetido a processos, ou seja, submetido a um processo disciplinar. 

Galileu nunca foi condenado como herege, nem tampouco o copernicanismo foi declarado como herético. Simplesmente foi declarado contrário à Escritura porque sobre a base das provas que existiam então não era possível demonstrar o movimento da terra e, portanto, dizer que a terra se movia parecia ir contra a Escritura. Foi muito significativo que em 1616 um grupo de especialistas declarasse que a doutrina segundo a qual a terra se move ao redor do sol era absurda e isso se entende perfeitamente no contexto da época, porque não se podia demonstrar e o bom senso dizia que o sol se põe e sai. 

Sem uma física como a de Newton, sem uma prova ótica como o movimento da terra, a coisa parecia absurda. 

Nós crescemos desde pequenos vendo modelos e imagens do sistema solar, mas o fato é que ninguém viu a terra mover-se ao redor do sol, nem sequer um astronauta. Temos provas óticas do movimento da terra, mas ninguém viu a terra mover-se. Por isso nos parece que a atitude dos que condenaram Galileu é exagerada, mas na realidade responde a uma lógica. 

– E responde não somente ao que a Igreja pensava, mas a sociedade em geral…

– Dom Sánchez de Toca: Naturalmente. O copernicanismo encontrou uma grande oposição, principalmente nas universidades. Teve uma aceitação muito gradual e a oposição não foi só na Igreja Católica. Também as igrejas protestantes se opuseram a Copérnico. E ainda, em 1670, a universidade de Upsala, na Suécia, condenou um estudante porque havia defendido as teses copernicanas. 

– Quais foram os erros que a Igreja cometeu em seu julgamento a Galileu? O que se concluiu no trabalho feito pela comissão que João Paulo II criou em 1981 para estudar o caso de Galileu?

– Dom Sánchez de Toca: Quem expressou muito bem isso foi o cardeal Paul Poupard no discurso ao finalizar o trabalho desta comissão, quando, com estas palavras – que no discurso parecem sublinhadas – destacou seu julgamento sobre o que aconteceu: “Naquela conjuntura histórico-cultural, a de Galileu, muito afastada da nossa, os juízes de Galileu, incapazes de dissociar a fé de uma cosmologia milenar, acreditaram que adotar a revolução copernicana, que por demais não estava ainda aprovada definitivamente, podia quebrar a tradição católica e que era seu dever proibir o ensinamento”. 

“Este erro subjetivo de juízo, tão claro hoje para nós, conduziu-os a uma medida disciplinar por causa da qual Galileu deve ter sofrido muito. É preciso reconhecer estes erros tal como o Santo Padre pediu.”

Os juízes de Galileu se equivocaram não somente porque hoje sabemos que a terra se move, mas naquele tempo não era possível saber. Por outro lado, a história da humanidade esteve cheia de loucos que afirmavam coisas surpreendentes e depois se revelaram falsas, hoje ninguém se lembra de seus nomes. Se Galileu tivesse proposto uma teoria diferente, hoje ninguém se lembraria dele. Este foi o primeiro erro objetivo. 

O cardeal Poupard também fala de um erro subjetivo. Qual foi? Creram que deveriam proibir um ensino científico por temor às suas consequências. Pensaram que permitir o ensinamento de uma doutrina científica que não estava aprovada podia colcoar em perigo o edifício da fé católica e sobretudo a fé das pessoas simples. E creram que era seu dever proibir este ensinamento. 

Hoje sabemos que proibir o ensinamento de uma doutrina científica é um erro. Não cabe à Igreja dizer se está provada cientificamente ou não. Corresponde à ciência. O que Galileu pedia é que a Igreja não condenasse o copernicanismo, não tanto por medo à sua própria carreira profissional, mas porque depois, caso se demonstrasse que a terra se movia ao redor do sol, a Igreja se veria em uma situação muito difícil e faria o ridículo diante dos protestantes e Galileu queria evitar isto, porque era um homem católico sincero. E dizia também: “Se hoje se condena como herética uma doutrina científica como a que a terra se move ao redor do sol., o que acontecerá no dia em que a terra demonstrar que se move ao redor do sol? Será preciso declarar heréticos então os que sustentam que a terra está no centro?”. Isso é o que estava em jogo, é muito mais complexo do que se costuma dizer. 

– Em que consistiu o castigo de Galileu? 

– Dom Sánchez de Toca: Disseram que Galileu havia sido veementemente suspeito de heresia, mas não o declararam herege. Pediram-lhe que abjurasse para dissipar toda dúvida. Galileu abjurou. Disse que ele não havia defendido nem defendeu o copernicanismo. Condenou-se ao índice de livros proibidos sua obra “O diálogo”, foi-lhe imposta uma penitência saudável, que consistia em recitar uma vez na semana os sete salmos penitenciais. Sua filha se ofereceu para fazê-lo no lugar dele, e isso foi o mais humilhante, deveriam enviar uma cópia da sentença e da abjuração a todas as nunciaturas da Europa. Foi condenado à prisão de regime domiciliar. Ou seja, digamos que a condenação objetivamente não foi muito grande. Não esteve na prisão nem um só momento, em atenção à sua fama, à sua idade e à consideração que tinha; foi tratado sempre com grande admiração. 

– Quem começou a difundir a lenda negra de que Galileu foi queimado na fogueira? 

– Dom Sánchez de Toca: Isso é o bom, ninguém o disse, mas todo mundo acredita. Provavelmente porque se sobrepõem as imagens de Galileu e de Giordano Bruno. Em todo caso, o mito de Galileu nasce com o Iluminismo, que converteu Galileu em uma espécie de promotor do livre pensamento contra o obscurantismo da Igreja, um mártir da ciência e do progresso. 

Galileu, na realidade, e isto é o que surpreende muitos, não só não foi queimado nem torturado, mas também foi católico e foi crente a vida toda. Não há nele o mínimo rastro de livre pensador. Não foi um católico exemplar, é verdade, e há momentos de sua vida pouco edificantes, mas em nenhum momento renega sua pertença à Igreja.

Ele o diz, exagerando como faz sempre, em uma carta a um nobre francês: “Outros podem ter falado mais piamente e mais doutamente, mas nenhum mais cheio de zelo pela honra e a reputação da Santa Mãe Igreja do que escrevi eu”. É exagerado, mas, em todo caso, demonstra que é verdade. 

– Ele teve duas filhas monjas? 

– Dom Sánchez de Toca: Teve três filhos, duas mulheres. Quando mudou-se de Pádua à corte de Toscana, colocou-as em um convento para o qual teve que pedir dispensa, porque eram muito jovens. De uma delas, Irmã Maria Celeste, conserva-se a correspondência entre pai e filha, que é verdadeiramente admirável. Ela era uma mulher extraordinária, muito inteligente, de uma grande perspicácia, grande escritora e há um livro que se baseia no epistolário entre a Irmã Maria e o pai. 

– Fale-nos sobre seu livro “Galileu e o Vaticano”, cuja edição italiana foi publicada recentemente…

– Dom Sánchez de Toca: Esta investigação não trata exatamente sobre o caso Galileu, mas sobre o modo em que a comissão que João Paulo II criou releu o caso Galileu, porque se o caso Galileu é uma telenovela, como dizia Dom Mariano Artigas, em um sentido literário – segundo o dicionário, uma telenovela é, além de uma novela longa e melodramática, uma “história” real com caracteres de telenovela, ou seja, insólita, lacrimogênia e sumamente longa –, o termo se contagia também à comissão que João Paulo II instituiu entre 1981 e 1992, à qual fizeram críticas muito fortes. Dizem que não esteve à altura do desejo de João Paulo II, que os discursos de encerramento do cardeal Poupard e do Papa foram deficientes e muito fracos, que a Igreja não fez realmente o que devia ter feito. Com o professor Artigas, o outro autor do livro, que morreu em 2006, o que fizemos foi estudar toda a documentação que há nos arquivos. Ver exatamente o que fez e como fez esta comissão. 

Nossa opinião é que faltavam elementos desde o princípio. Faltaram meios, boa vontade, mas, apesar de tudo, fez um bom trabalho, permitiu a abertura dos arquivos do Santo Ofício e demonstrar que na realidade não há documentos escondidos. Foram publicadas obras de referência importantes e creio que isto permitiu à Igreja fazer uma espécie de exame de consciência. Reler o caso de Galileu com outra luz. Não descobrir coisas novas, porque isso é difícil, e fazer que a Igreja em seu conjunto olhe serenamente para o caso Galileu sem rancor, sem medo. 

– Por que crê que o tema de Galileu irrita tanto a opinião pública, até o ponto de que os professores da Universidade da Sapienza tenham negado ao Papa Bento XVI a entrada no ano passado, por tê-lo citado em um discurso que pronunciou em 1990? 

– Dom Sánchez de Toca: Porque há quem esteja interessado em continuar fazendo de Galileu uma espécie de “santo leigo”, leigo em sentido anticristão. Mas, na realidade, foi um homem de Igreja, ainda com todas as suas deficiências. Recordo que um arcebispo de Pisa, que foi astrônomo, quis colocar, há anos, na praça dos milagres, a mais famosa, onde está a torre, uma estátua dedicada a Galileu. A prefeitura não o permitiu porque queria continuar mantendo a exclusiva sobre a imagem de Galileu, como se fosse alguém que não pertence à Igreja, mas ao mundo chamado leigo. 

Por isso, cada vez que por parte da Igreja alguém cita Galileu, há uma reação de “alergia instintiva” nestes ambientes de pseudociência, que dizem: “Como vocês se atrevem a falar de Galileu, vocês que queimaram Galileu?”. 

– Por que o Conselho Pontifício para a Cultura tem uma imagem de Galileu em sua biblioteca? 

– Dom Sánchez de Toca: Precisamente porque Galileu é um modelo de cientista crente. Ele investiga o céu, descobre coisas novas e procura integrar seus novos conhecimentos dentro de uma visão cristã. Esforça-se por demonstrar que não há contradição com a Escritura, com a Bíblia. O que acontece é que o fez com todo o entusiasmo transbordante que irritava muito os outros. Sem ser teólogo, ele se metia em um campo que era reservado exclusivamente aos teólogos. Na contra-reforma, que um leigo, sem ter estudos de teologia, se atrevesse a interpretar a Bíblia por sua conta, ainda que fosse em sintonia com a tradição católica, despertava imediatamente suspeitas. 

– Você se referiu às condutas pouco exemplares de Galileu…

– Dom Sánchez de Toca: Não é nenhum mistério que Galileu não tenha sido nenhum santo. Há alguns que, reivindicando o caráter de cientista crente, chegam a pedir inclusive sua beatificação. É demais… Galileu esteve convivendo sem estar casado com Marina Gamba, em Pádua, de quem teve três filhos. Isso não era especialmente escandaloso, mas tampouco era bem visto.

Por outra parte, tinha um temperamento forte, como os grandes gênios em geral. Tinha uma língua terrível. Foi imprudente, enfrentou a Companhia de Jesus, apesar de que os jesuítas o acolheram em Roma e avalizaram seus descobrimentos, quando era um perfeito desconhecido. Foi um pouco presunçoso, vaidoso, com grande ego. São defeitos que qualquer um pode ter e que não eliminam nada da genialidade de Galileu.

Bento XVI na Terra Santa não toma partido e por isso é criticado

O papel único do pontífice, segundo o Pe. Thomas Williams, L.C.

JERUSALÉM, quinta-feira, 14 de maio de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI “não veio à Terra Santa para tomar partido político, nem sequer pelo seu próprio ‘partido’”, esclarece o Pe. Thomas D. Williams, L.C., teólogo americano, professor da Universidade Regina Apostolorum de Roma.

O sacerdote, que está comentando de Jerusalém a peregrinação papal para o canal de televisão americano CBSNews e para Zenit, explica: “Ele não veio somente como representante da Igreja Católica, mas verdadeiramente em nome de cada envolvido, em nome da própria humanidade”.

O Pe. Williams confessa que esta reflexão lhe foi suscitada ao ver como continuam as críticas locais diante dos fatos e palavras do Santo Padre. “Não posso ajudá-lo, mas elevo meu coração a Deus em gratidão por este amável Papa alemão. Percebi como sua missão é única neste terra partida em facções de contínuas disputas e que vão desde a terra até as minúcias doutrinais.”

“Bento XVI – explica o Pe. Williams – fala em nome dos judeus, elogiando sua herança religiosa e defendendo seu direito à segurança e autonomia. Fala em nome dos palestinos e do seu direito à soberania e à liberdade. Fala em nome dos muçulmanos, recordando-lhes o melhor de sua tradição religiosa, com suas profundas convicções e sentido culto ao único Deus. Fala pelos cristãos, em seu difícil estatuto de pequena e sofrida minoria. Em uma palavra, fala a todos e para todos.”

Segundo o Pe. Thomas, “esta é a singularidade da voz e da mensagem do Papa. (…) Paradoxalmente – esclarece –, em meio a toda a manipulação da mensagem de Bento XVI e de todas as protestas porque ele não se alinha suficientemente a nenhum grupo, vemos a grandeza e singularidade de sua presença aqui. Nenhum outro líder no mundo pode falar com a mesma autoridade moral ou imparcialidade. Sua verdadeira repugnância a exercer a política partidária é a causa de que frequentemente sua mensagem seja rejeitada e por isso é tão desesperadamente importante”.

Para ilustrar o que quer dizer, o sacerdote dá um exemplo. Um dos que levantaram as maiores críticas sobre a suposta falta de remorso do Papa pela Shoá é o rabino Ysrael Meir Lau, presidente do Memorial Yad Vashem: qualificou o discurso do Papa como “sem compaixão” pela horrível tragédia dos 6 milhões de vítimas.

“Se você assistir à cobertura televisiva do evento, verá que Lau estava à direita do Papa e parecia que tinha comido algo especialmente desagradável ao seu estômago”, indica.

Mas é que o rabino Lau não está alheio às críticas ao papado. Foi também incansável na hora de desacreditar o Papa Pio XII, inclusive quando isso signifique distorcer a verdade.

O Pe. Williams lembra que “durante as comemorações em Berlim, em 1998, do 60º aniversário da Noite dos Vidros Quebrados – o evento do dia 9 de novembro de 1938 que deu início à era das perseguições de judeus na Alemanha –, Lau, então rabino chefe de Israel, foi convidado a falar. Em seu apaixonado discurso, fez a pergunta condenatória, ‘Pio XII, onde você estava? Por que permaneceu em silêncio durante a Noite dos Vidros Quebrados?’”.

No dia seguinte, indica o Pe. Williams, dois jornais italianos mostraram esta manchete, com o subtítulo “O vergonhoso silêncio de Pio XII”. “O único problema – indica – é que Pio XII só foi eleito em março de 1939, quatro meses depois da noite dos Vidros Quebrados. Apesar disso, não vi que o rabino Lau tenha se apressado a expressar remorso por sua difamação do Papa Pio XII.”

Em seu voo a Israel, o Pe. Williams teve a oportunidade de reler “a cândida autobiográfica de Bento XVI, ‘Minha vida’” e comenta: “Foi tocante, mais uma vez, ver como sua própria infância foi cruelmente interrompida pela subida ao poder de Hitler e como muitas pessoas alemãs de boa vontade foram injustamente qualificadas de nazistas. Se acreditam nas críticas a Bento XVI, qualquer um que morava na Alemanha entre 1930 e 1940 é necessariamente culpável de associação ao nazismo”.

Felizmente, acrescenta, “algumas vozes judaicas importantes estão começando a ser ouvidas em Jerusalém convidando os críticos a deixarem de lado o Papa. Por exemplo, Noah Frug, presidente do Consórcio de Organizações de Sobreviventes do Holocausto em Israel, disse que as críticas dirigidas ao pontífice eram exageradas. ‘Ele veio aqui para aproximar a Igreja do judaísmo e deveríamos considerar sua visita como positiva e importante’, disse Frug”.

O sacerdote analisa outro exemplo, as palavras que o Papa pronunciou na quarta-feira, em Belém, para expressar sua solidariedade aos palestinos e para afirmar a posição da Santa Sé de reconhecimento de dois Estados.

Dirigindo-se ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas alias Abu Mazen, o Bispo de Roma disse: “A Santa Sé apoia os direitos de sua população a uma soberana pátria palestina na terra dos vossos antepassados, segura e em paz com seus vizinhos, no interior de fronteiras reconhecidas internacionalmente”.

“Em teoria – acrescenta o Pe. Williams –, isso não deveria provocar desacordo, dado que a postura oficial do Estado de Israel coincide com a da Santa Sé. Israel, também afirma o direito dos palestinos a uma pátria soberana, uma vez que tal acordo possa se tornar factível sem detrimento da segurança de Israel. Certamente, aí está a dificuldade.”

O comentarista falou com pessoas de diversos ambientes e experiências, e uma coisa que todos parecem ter em comum, comenta, é o sofrimento: “Cada um tenta me contar sobre as adversidades e injustiças sofridas, pessoal ou historicamente. Cada um tem uma história de aflição para relatar. Ninguém parece recordar ter cometido nenhuma injustiça, mas somente lembra de tê-la sofrido. E não posso deixar de me perguntar, em uma terra de tanta dor e pena, uma terra cuja população se orgulha de ‘recordar’, se nesta ocasião o esquecimento poderia ser a virtude mais necessária”.

E conclui lembrando que nesta quarta-feira, em Belém, “Bento XVI instou seus ouvintes cristãos a ‘ser uma ponte de diálogo e cooperação construtiva na edificação de uma cultura de paz que substitua o presente ponto morto de temor, agressão e frustração’. É o que ele mesmo está se esforçando em ser, com sua presença, suas palavras e sua paciente decisão de pregar persistentemente a Boa Notícia”.

Fonte: Zenit.

Bento XVI nunca integrou juventude hitleriana

Porta-voz lamenta informações erradas

JERUSALÉM, terça-feira, 12 de maio de 2009 (ZENIT.org).- O porta-voz da Santa Sé desmentiu que Bento XVI tenha integrado da “Hitlerjugend” (juventude hitleriana), esclarecendo informações divulgadas por meios de comunicação de Israel durante a peregrinação papal.

O padre Federico Lombardi explicou hoje que leu “algo que não é verdade”. “O Papa nunca formou parte da Hitlerjugend, que era um corpo de voluntários fanáticos.

Bento XVI “não tem nada a ver com a violência, é uma pessoa gentil e humilde, doce. Nunca esteve contra os judeus”, enfatizou o porta-voz.

O sacerdote afirmou que no referido momento o Papa “era um seminarista e estudante de teologia, que aos 16 anos, como todas as pessoas de sua idade, foi recrutado pela força auxiliar da defesa anti-aérea e nunca esteve nesse movimento juvenil educado ideologicamente no nazismo”.

O porta-voz também respondeu a críticas lançadas contra o Papa de não ter mencionado no discurso no memorial Yad Vashem o número de milhões de mortos no Holocausto ou por não ter citado sua origem alemã.

“No discurso no Yad Vashem, ele o tema da memória e desenvolveu o argumento dos nomes. Não devia ser um tratado sobre o Holocausto. Sobre a Alemanha e seu passado, e sobre o nazismo, já falou em outras ocasiões. Pela manhã, aliás, tinha dito que morreram 6 milhões de judeus que não podemos esquecer, e que ainda há antissemitismo”.

Fonte: Zenit.

A paz que Bento XVI leva à Terra Santa

Fala o Pe. Caesar Atuire

Por Mercedes de la Torre

AMÃ, sexta-feira, 8 de maio de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI traz à Terra Santa um anúncio bíblico de paz arraigado na Bíblia, explica nesta conversa com Zenit o Pe. Caesar Atuire, administrador delegado da Obra Romana para as Peregrinações, instituição dependente da Santa Sé, que está acompahando o itinerário do Papa pela Jordânia, Israel e os Territórios Palestinos.

Segundo o sacerdote, nascido em Gana, esta peregrinação, que em seu primeiro dia, como ele constata, respirou serenidade, é decisiva «porque chega em um momento no qual esta terra está procurando encontrar um modo de viver em paz entre os diversos povos e o Papa chega de verdade como um peregrino da paz».

«Ele mesmo definiu esta peregrinação como uma peregrinação de paz – acrescenta. Chega a chamar todos os povos que creem no único Deus a esta vocação que é inata da identidade que Deus quis dar aos homens para que possamos buscar a paz em Deus e no respeito de uns aos outros.»

Neste sentido, o fato de que o Papa tenha começado sua peregrinação na Jordânia, terra importante tanto para o Antigo como o Novo Testamento, não é casualidade.

«O profeta Isaías nos apresenta o Messias como ‘o príncipe da paz’, que vai trazer a paz na terra. E isso é o que queremos realmente: a paz. A paz que buscamos é o shalom bíblico, não é só questão de deixar de lutar a nível de guerras.»

«Estamos buscando uma paz mais profunda: quer dizer que o homem vive em harmonia com Deus, consigo mesmo e com o próximo; isto é um dom de Deus e épreciso pedi-lo na oração, não podemos obtê-lo apenas através das negociações políticas», declara.

Ao fazer um balanço do primeiro dia desta peregrinação, que foi testemunho da calorosa recepção que a Jordânia ofereceu ao Papa, o Pe. Altuire constata: «Esta viagem iniciou muito bem, com muita serenidade, porque, como sempre acontece antes de qualquer viagem do Papa, há muitos temores, há muitas polêmicas que algumas pessoas querem lançar».

«Mas o que vimos é que o Papa chegou realmente como um mensageiro de paz, foi acolhido pelo povo, pelos muçulmanos, pelo rei que é muçulmano, por sua família.»

«E quis também começar visitando os pobres, os mais marginalizados da sociedade, e creio que isso deu um bom início a esta viagem», conclui, referindo-se ao encontro que teve no centro para jovens deficientes Nossa Senhora Rainha da Paz de Amã.

Fonte: Zenit. Para acompanhar o noticiário sobre a viagem papal à Terra Santa, uma boa fonte é o site da Rádio Vaticano, com muitas informações e sempre atualizado.

Notícias que não saem no jornal: panorama da perseguição aos cristãos no mundo

Representante vaticano: cristãos são mais discriminados do mundo

Votação contra a resolução da ONU sobre difamação das religiões

GENEBRA, segunda-feira, 30 de março de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente vaticano na ONU em Genebra, constatou que atualmente a comunidade cristã é a mais discriminada do mundo, ao explicar os motivos que levaram a Santa Sé a opor-se à resolução das Nações Unidas sobre a difamação da religião.

Com uma maioria de 23 votos a favor, 11 contra e 13 abstenções, o Conselho da ONU para os Direitos Humanos aprovou em 26 de março uma controvertida resolução, apresentada pelo Paquistão, em nome dos países da Organização da Conferência Islâmica, na qual se expressa «profunda preocupação» pela frequência da difamação das religiões, mas só menciona o Islã entre elas.

Dom Tomasi esclareceu que falta esclarecer o conceito de «difamação da religião», «pois pode ser utilizado para justificar as leis contra a blasfêmia, que, como bem sabemos, em alguns Estados são utilizadas para atacar as minorias religiosas, inclusive de maneira violenta».

Segundo o último «Informe sobre liberdade religiosa no mundo», publicado por Ajuda à Igreja que Sofre, precisamente no Paquistão, o pior instrumento da perseguição religiosa é a Lei de Blasfêmia, que continua causando cada vez mais vítimas e que estabelece a pena de morte ou a prisão perpétua para as ofensas ao Alcorão.

«Segundo numerosos analistas, é uma das ferramentas que os fundamentalistas islâmicos utilizam para atacar as minorias e levar o país a uma radical islamização», explica o informe.

Por este motivo, Dom Tomasi considera aos microfones da Rádio Vaticano que, ao falar de luta contra a difamação religiosa, «o desafio consiste em encontrar um equilíbrio saudável, que harmonize a própria liberdade com o respeito dos sentimentos dos demais, e o caminho para conseguir este objetivo passa por aceitar os princípios fundamentais de liberdade, que estão inscritos nos tratados internacionais».

Em seu informe diante da Comissão, o representante do Papa denunciou o aumento da intolerância religiosa no mundo, em particular contra as minorias cristãs.

«Se analisarmos a situação mundial, veremos que, de fato, os cristãos, como estão documentando várias fontes, são o grupo religioso mais discriminado; fala-se inclusive de mais de 200 milhões de cristãos, das diferentes confissões, que se encontram em situações de dificuldade, pois há estruturas legais ou culturais que levam a uma certa discriminação contra eles.»

Dom Tomasi denunciou também o fato de que agora os cristãos são submetidos a discriminação inclusive em alguns países nos quais são maioria.

«Há situações – inclusive declarações públicas parlamentares – que atacam diferentes aspectos da crença cristã, e isso tende a marginalizar os cristãos da sociedade e a impedir a contribuição dos seus valores com a mesma», constata.

Fonte: Zenit.

Papa não poderia trocar tesouros do Vaticano por comida para África

A proposta lançada no Facebook é mais complicada do que parece

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de março de 2009 (ZENIT.org).- «Trocar tesouros do Vaticano por comida para a África. Topa?». Com esta mensagem um internauta abriu um espaço no Facebook. Em poucos dias, até esta sexta-feira pela manhã, 32.146 membros haviam aderido.

O cardeal Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, esclarece que, independentemente do aspecto provocador ou ideológico da proposta, o Papa não poderia aplicá-la, pois o direito internacional o impede.

O presidente do organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as atividades caritativas promovidas pela Igreja Católica explicou a situação à Zenit em um encontro com jornalistas.

A iniciativa do Facebook foi lançada por um jovem espanhol, Alberto Juesas Escudero, que explica a proposta com alguns argumentos. Alguns deles são: «Porque é uma vergonha ver as riquezas do Vaticano e depois o noticiário».

Outros dos argumentos são: «Porque não admitem seus erros jamais. Porque não pregam com o exemplo. Porque Jesus nasceu em uma manjedoura e vivia em pobreza».

A motivação conclui com expressões ofensivas: «Que vergonha o Vaticano! Que vergonha a religião católica!».

Em sua resposta à pergunta da Zenit, o cardeal Cordes explica que ele escuta este tipo de propostas há 40 anos, e que antes elas se repetiam até mais.

Explica que quando João Paulo II o chamou a Roma para colaborar com ele na Cúria Romana, «o clima era muito forte contra o Vaticano. Então, naquela época, eu me informei e descobri que a Igreja não pode fazer o que quer com as obras de arte que estão no Vaticano».

Na realidade, esclarece, a Igreja «tem a tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode vendê-las».

O purpurado não só cita a teoria, mas sobretudo se refere à realidade. Explica que, quando nos anos 60 um benfeitor alemão fez uma doação para restaurar o Colégio Teutônico, que se encontra dentro do Vaticano, a direção dessa residência, como gesto de agradecimento, deu-lhe uma estátua simples, que não tinha um valor comparável a outras que se encontram nos Museus Vaticanos, que se encontrava dentro do colégio.

Essa pessoa teve muitíssimos problemas com o Estado italiano, pois foi acusado de subtrair bens que a Itália deve custodiar, explicou o cardeal.

«Em todas as nações há medidas para a defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las», declara, recordando que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da Itália.

O cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não existiria.

«Presidentes africanos reconhecem quando vêm encontrar com o Papa», explica o cardeal Cordes.

Sem a Igreja na África, uma parte dos portadores do HIV ficaria abandonada, pois a Igreja, com sua rede de hospitais, é a instituição que acolhe o maior número de pessoas com este vírus.

Segundo explica o cardeal Cordes, ao atrair o interesse dos meios de informação do mundo por sua próxima viagem à África (Camarões e Angola), de 17 a 23 de março, o Papa centrará a atenção nas necessidades que a África vive, impulsionando ao mesmo tempo medidas concretas de autêntica solidariedade e respeito.

Fonte: Zenit.

Caso Williamson: porta-voz vaticano pede mais objetividade aos jornalistas

Pe. Lombardi afirma que é o momento de virar a página

Por Kris Dmytrenko

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 4 de março de 2009 (ZENIT.org).- O sacerdote jesuíta Federico Lombardi pede aos meios de comunicação que não cedam à tentação de apontar com o dedo com tanta facilidade os defeitos de comunicação dentro da Igreja.

Em uma entrevista concedida a ZENIT, o diretor da Sala de Informação da Santa Sé defende o sistema de comunicação interno e externo da Santa Sé, muito criticado nos últimos dias.

Os jornalistas que cobrem o Vaticano descreveram de diferentes maneiras o gesto de Bento XVI de revogar a excomunhão dos quatro bispos lefebvristas, julgando o fato muitas vezes como um «tropeço», quando não como um «desastre».

«Falar desta crise em termos apocalípticos me parece excessivo -observa o padre Lombardi. O ano passado foi um ano de grandes êxitos comunicativos para o pontificado».

O porta-voz recorda a viagem apostólica de 2008 aos Estados Unidos, definindo-a de «esplêndida», e também destaca a «ótima comunicação» durante o Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus e durante a visita papal à França.

«Esquece-se muito depressa dessas experiências positivas -comenta. Isso não é justo, mas, lamentavelmente, é parte de nosso mundo, assim como a comunicação».

Frente aos riscos do sensacionalismo, o padre Lombardi pediu que os jornalistas olhem os fatos «com um pouco de distanciamento e objetividade».

Leia o restante da matéria aqui.

Lefebvrianos reafirmam ao Papa recusa do Vaticano II

O Superior Geral da Fraternidade São Pio X, Bernard Fellay, negou a disposição de reconhecer o Concílio Vaticano II, como pede a Santa Sé. A Fraternidade que reúne os seguidores de Mons. Lefèbvre não goza de nenhum reconhecimento canónico na Igreja Católica.

Numa entrevista ao jornal “Le Courrier”, de Genebra, D. Fellay, sucessor do fundador da comunidade, respondeu “não” à pergunta sobre se “a Fraternidade está disposta a reconhecer o Concílio Vaticano II”.

“O Vaticano reconheceu a necessidade de reuniões para questões procedentes, justamente, do Concílio Vaticano II. Fazer do reconhecimento do Concílio uma condição prévia é pôr o carro à frente dos bois”, acrescentou.

D. Fellay falou também da esperança de que a Igreja católica reveja as “aquisições” do Vaticano II, que classificou como “puras perdas”. “Os frutos do Concílio esvaziaram seminários, noviciados e igrejas”, insistiu, frisando que “a crença dos fiéis foi desvirtuada”.

Uma nota da Secretaria de Estado do Vaticano, de 4 de Fevereiro passado, precisou que “o pleno reconhecimento do Concílio Vaticano II e do magistério dos Papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI é condição indispensável para o reconhecimento da Fraternidade São Pio X”.

No que respeita à liberdade de consciência em religião, ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, D. Bernard Fellay assinalou na referida entrevista que “existe uma grande confusão nos espíritos a este respeito”.

“No plano religioso, desejamos responder com ardor ao desejo de Nosso Senhor: «Que todos sejam um», a fim de que não haja senão «um só rebanho e um só pastor». Se por ecumenismo se entender a procura deste tão nobre objectivo, nós estamos evidentemente a favor”, disse.

“Se, em contrapartida, se vir aí um caminho que não visa esta unidade fundamental, unidade que passa forçosamente por um olhar de verdade – aquele de que a Igreja Católica se considera ainda hoje a única detentora, em toda a sua integralidade – então aí nós protestamos. De facto, aquilo que actualmente se vê é que o ecumenismo permanece num nível muito superficial de entendimento e de vida em sociedade, mas sem ir ao fundo das coisas”, defendeu o Superior Geral da Fraternidade.

Entrevista na íntegra – em francês.

Fonte: Agência Ecclesia.

A verdade sobre Pio XII: novos documentos descobertos revelam esforços do Papa para salvar judeus

Zenit publica hoje um texto importantíssimo: mais provas sobre as ações do Papa Pio XII em favor dos judeus durante a Segunda Guerra mundial. Contra as calúnias, só existe uma arma: a verdade. Continuam mentindo contra esse abençoado Pontífice, e continuarão, na medida em que essas mentiras são divulgadas pela mídia com o intuito de desmoralizar o Papado e a própria Igreja Católica.

Por que Pio XII evitou mencionar diretamente a perseguição aos judeus em seus pronunciamentos? Ora, isso iria adiantar alguma coisa? O efeito seria certamente o oposto: a perseguição nazista aumentaria ainda mais, e se voltaria contra os católicos com mais intensidade.

Transcrevo o texto em sua íntegra. Leiam e repassem a seus amigos e conhecidos. A verdade haverá de se impor.

Novos documentos provam amizade do Papa Pio XII com judeus

Descobertas recentes da Pave The Way Foundation

NOVA YORK, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Documentos descobertos recentemente provam que Pio XII teve gestos de amizade e proteção para com o povo judeu antes, durante e depois da 2ª Guerra Mundial. Assim divulgou ontem, através de um comunicado, a Fundação Pave The Way (PWTF), que se dedica a promover o diálogo entre as religiões.

As descobertas foram realizadas pelo historiador alemão Michael Hesemann, autor da obra The Pope Who Defied Hitler. The Truth About Pius XII («O Papa que desafiou Hitler. A verdade sobre Pio XII»). Hesemann, assessor da PWTF, revela ter encontrado uma série de documentos no Arquivo Secreto Vaticano que acreditam numerosas intervenções do Papa Pacelli a favor dos judeus.

Uma das descobertas é a de uma intervenção do arcebispo Pacelli, então núncio apostólico na Baviera, datada de 1917, através do governo alemão, para pedir que os judeus da Palestina fossem protegidos frente ao Império Otomano da Turquia.

O Dr. Hesemann mostra também que em 1917, o futuro Pio XII utilizou sua influência pessoal para que o então representante da Organização Sionista Mundial, Nachum Sokolov, fosse recebido pessoalmente por Bento XV para falar sobre uma pátria judaica na Palestina.

Em 1926, Dom Pacelli animou os católicos alemães a apoiarem o Comitê Pró Palestina, que apoiava os assentamentos judaicos na Terra Santa.

Estas descobertas se unem às provas oferecidas pelo próprio presidente da PTWF, Gary Krupp, das quais o congresso sobre Pio XII celebrado em setembro de 2008 em Roma apresentou mais de 300 páginas de documentos originais, que contêm detalhes de como se levou a cabo a ordem do Papa, durante a guerra, de esconder os judeus em Roma.

Estes documentos, que podem ser baixados no site da fundação, recolhem, entre outros, um manuscrito de uma freira, datado de 1943, que detalha as instruções recebidas do Papa, assim como uma lista de judeus protegidos.

Outro dos documentos é um informe do US Foreign Service, do cônsul americano em Colônia, que informa sobre o «novo Papa» em 1939. O diplomata se mostra surpreso pela «extrema aversão» de Pacelli a Hitler e ao regime nazista, e seu apoio aos bispos alemães em sua oposição ao nacional-socialismo, ainda à custa da supressão das Juventudes Católicas alemãs.

Também se oferece um documento de 1938, assinado pelo então Secretário de Estado Eugenio Pacelli, no qual ele se opõe ao projeto de lei polonesa de declarar ilegal o sacrifício kosher, ao entender que esta lei «suporia uma grave perseguição contra o povo judeu».

Já como Papa, durante a guerra, Pio XII escreveu um telegrama ao então regente da Hungria, almirante Miklós Horthy, para que evitasse a deportação dos judeus, e este acedeu, o que se estima que salvou cerca de 80 mil vidas. Ao governo brasileiro pediu que aceitasse a 3 mil «não arianos».

Outro dos documentos que PTWF oferece é uma entrevista com Dom Giovanni Ferrofino, secretário do núncio no Haiti, Dom Maurilio Silvani. O prelado afirma que duas vezes por ano recebia telegrama cifrado da parte de Pio XII que remetia ao general Trujillo, presidente da República Dominicana, para pedir-lhe em nome do Papa 800 vistos para os judeus, com o qual se estima que pelo menos 11 mil judeus foram salvos por esta via.

Também se ofereceram provas de que o Vaticano falsificou secretamente certidões de batismo para permitir que muitos judeus migrassem como «católicos».

Uma descoberta pessoal

O empenho da PWTF obedece à própria determinação de seu presidente, Gary Krupp, judeu americano, que reconhece que cresceu «desprezando Pio XII», até que leu o livro de Dan Kurzman, A Special Mission: Hitler’s Secret Plot to Seize the Vatican and Kidnap Pope Pius the XII. Nele se recolhe o testemunho do general Karl Wolff, que detalha o plano de Hitler de assaltar o Vaticano e raptar o Papa Pio XII. Sabe-se que havia espiões no Vaticano e franco atiradores alemães a menos de 200 jardas das janelas papais.

A mesma restrição das declarações públicas do Papa, que foi fonte de críticas contra ele, explica-se pelo aumento dos castigos nos campos de concentração, testificado por ex-prisioneiros, cada vez que altos cargos eclesiásticos falavam contra o regime nazista.

Outra descoberta que fez Krupp mudar de sentimentos, segundo suas próprias declarações, foi a prova de que «O Vigário», a famosa obra do comunista alemão Rolf Hochhuth, apoiou-se em documentos vaticanos manipulados, como parte de um complô secreto da KGB para desacreditar a Santa Sé. Esta informação foi revelada pelo Tenente General Ion Mihai Pacepa, o agente da KGB de mais alto escalão que desertou.

Gary Krupp assegurou estar «surpreso ao pesquisar pessoalmente artigos do New York Times e do Palestine Post entre 1939 e 1958. Não pude encontrar nem um só artigo negativo sobre Pio XII».

O esclarecimento sobre a figura de Pio XII foi assumido como objetivo pela PWTF para «eliminar um obstáculo que afeta 1 bilhão de pessoas» para o entendimento entre judeus e católicos. «Por justiça, nós, judeus, devemos ser conscientes dos esforços desse homem, em um período em que o resto do mundo havia nos abandonado».

«É o momento de reconhecer Pio XII pelo que fez, não pelo que não disse», acrescenta Krupp, que considera que a causa de que esta «lenda negra» permaneça é, por um lado, «a rejeição dos críticos de Pio XII de consultar e revisar a documentação recentemente desclassificada do Arquivo Secreto Vaticano», e por outro, «a negativa da maior parte dos meios de comunicação de dar cobertura às informações positivas sobre Pio XII».

História do Estado Vaticano e a Segunda Guerra Mundial

Hoje, Zenit noticia o congresso “Um pequeno território para uma grande missão”, que começou ontem, no Palácio Lateranense de Roma. O evento, organizado pelo governo da Santa Sé, acontece até amanhã e faz parte das comemorações dos 80 anos do nascimento do Estado Vaticano.

A fala do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento XVI, chamou-me a atenção em um ponto específico: o Vaticano e a Segunda Guerra Mundial. Transcrevo aqui o trecho:

O secretário de Estado Vaticano fez um percurso pelos principais fatos históricos que a Santa Sé teve de enfrentar desde seu nascimento como Estado independente.

Recordou assim que apenas dez anos depois de sua fundação, estourou a 2ª Guerra Mundial, período durante o qual a Santa Sé desenvolveu «uma intensa ação de promoção da paz e da caridade, mas com notáveis limitações».

«Pensemos no fato de que os diplomatas acreditados na Santa Sé dos países em guerra com a Itália tiveram de abandonar Roma ou que a própria ação eclesial, diplomática e caritativa da Santa Sé estava condicionada pelo controle do Estado Italiano», assinalou o cardeal.

O purpurado afirmou que, com o reconhecimento da soberania territorial, o Estado Vaticano pôde interagir também com representantes diplomáticos na guerra com a Ásia, que foram acolhidos pela Santa Sé.

Também afirmou as obras de caridade que o Papa Pio XII pôde desenvolver em toda a Europa durante a guerra, «socorrendo materialmente as populações afetadas e permitindo contatos entre aqueles a quem a guerra havia separado».

Roma foi ocupada militarmente desde setembro de 1943 até junho de 1944; «o Estado da Cidade do Vaticano se encontrava rodeado de um poder político-militar, o Reich alemão, com o qual a Santa Sé tinha muitos conflitos abertos», destaca o purpurado.

Recordou também os lugares de refúgio que serviram para albergar muitas vítimas durante a 2ª Guerra Mundial: o Seminário Pontifício Maior de Latrão, a Abadia de São Paulo Fora dos Muros e as Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, assim como mosteiros, conventos, institutos e paróquias de Roma.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

O Papa Pio XII é constantemente criticado por um suposto silêncio diante das atrocidades nazistas. Alguns chegam ao cúmulo de acusá-lo de ser cúmplice de Hitler, dizendo que o Papa não fez nada em prol dos perseguidos pelo regime alemão, especialmente os judeus.

Embora de maneira tímida, o cardeal lembrou das limitações das ações do Papa diante da terrível realidade que a Igreja tinha que encarar. É um primeiro passo para se refletir sobre o que realmente poderia ter sido feito – e o que foi feito pela Igreja para ajudar os refugiados e os ameaçados pela perseguição.

Assim que for possível, prometo publicar aqui em JORNADA CRISTÃ alguns textos muito interessantes sobre o assunto.

VATICANO – 1929-2009: 80 anos de liberdade

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Acontece no dia 11 de fevereiro o octogésimo aniversário da assinatura dos Pactos Lateranenses, do Tratado, isto é, entre o Estado italiano e a Santa Sé. Em 1929, o Estado italiano existia há menos de sessenta anos, enquanto o povo católico existia há mais de vinte séculos, e a Igreja gozava de reconhecimento público e autonomia jurídica do Edito de Milão de 313 há mais de dezessete séculos, portanto, tanto como corpo social quanto como figura jurídica. É preciso reconhecer que ela teve um papel único na história italiana.

Do ponto de vista histórico, para evitar quaisquer manipulações inoportunas que tendam a deslegitimar o valor do Tratado, pelo fato de ter sido assinado em 1929 no governo de Benito Mussolini, é preciso lembrar que, esse acordo, não foi mais do que a etapa final de um longo caminho histórico, iniciado com a anexação de Roma e com a consequente “questão romana” e que passou por várias tentativas, tanto dos Pontífices como dos governos anteriores, de encontrar uma solução partilhável e aceitável para ambos os lados.

Por um lado, o nascente Estado italiano – cuja origem foi amplamente documentada também pelas controvertidas matizes ideológicos, que determinaram a sua posição anticatólica – precisava recompor a sua unidade com a sociedade e, por outro lado, a Santa Sé tinha a necessidade imprescindível do reconhecimento da sua absoluta e incondicional soberania e independência, indispensável para o exercício da própria missão de anunciar o Evangelho a todas as pessoas, não devendo, para isso, depender de nenhum outro poder deste mundo.

Nesse sentido, o Tratado representa um importante passo de liberdade para a Igreja, a liberdade que lhe é natural e na qual o próprio Senhor a constituiu. O Tratado, é bom lembrar, não é uma “concessão” de liberdade por parte do Estado, mas o reconhecimento de uma liberdade pré-existente: nenhum estado “cria” a liberdade, os homens nascem livres, os católicos também! O Estado tem o dever de reconhecer essa natural situação pessoal e social e de criar as condições para um exercício real da liberdade.

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Papa estimula presença da Santa Sé no YouTube

Apresentado nesta sexta-feira o canal oficial vaticano no site de vídeos

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A Santa Sé lançou nesta sexta-feira um canal oficial no YouTube (www.youtube.com/vatican), o site de compartilhamento de vídeos mais popular do mundo, com o explícito apoio de Bento XVI.

O canal difunde vídeo-notícias – por enquanto em inglês, espanhol, alemão e italiano – sobre a atividade do Papa e os eventos vaticanos, com uma duração não superior a dois minutos e que se atualizará cotidianamente (uma ou duas notícias por dia).

Segundo explicou nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa o Pe. Federico Lombardi S.J., diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV) e da Rádio Vaticano, as duas instituições responsáveis pela iniciativa, «o Papa foi pessoalmente informado sobre o nosso projeto e o aprovou com sua costumeira gentileza e cordialidade. Para nós isso é um grandioso estímulo».

Segundo explicou o Pe. Lombardi, que também é diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a aventura que acaba de começar teve um período de gestação de mais de um ano e meio, ou seja, desde que a Rádio Vaticano e a CTV começaram a publicar em seus sites a produção cotidiana de imagens e textos e começaram a colocá-la à disposição de televisões na web.

«Para esta difusão no mundo das comunicações sociais católicas foi importante a colaboração com h2Onews.org, que nasceu precisamente para trabalhar neste campo», explicou o Pe. Lombardi.

«Estamos convencidos de que em todos os lugares há pessoas atentas e sensíveis, interessadas nas mensagens, nas propostas sobre os grandes problemas do mundo de hoje, de uma autoridade moral de alto nível, como o Papa, e em geral a Igreja Católica», explicou o Pe. Lombadi.

«Por este motivo, escolheu-se o YouTube como site adequado para estar presentes na internet, um dos grandes areópagos da comunicação no mundo de hoje, e estar presentes com regularidade, para oferecer uma fonte de referência digna de confiança e contínua, muito além dos fragmentos de informação sobre o Papa e o Vaticano presentes na rede de maneira mais casual e dispersa.»

O canal oferece links das fontes de informação da Santa Sé para poder aprofundar ulteriormente na informação apresentadas nos vídeos, em particular as páginas do CTV, da Rádio Vaticano, o site oficial vaticano (www.vatican.va), e o novo site da Cidade do Vaticano (www.vaticanstate.va).

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