Mensagem do dia (01/01/2012)

Que dizer? Que elogio se há-de fazer à Virgem gloriosa e santa? Ela ultrapassa todos os seres, à exceção apenas de Deus; por natureza, é mais bela que os querubins, os serafins e todo o exército dos anjos. Nem as línguas do céu nem as da terra, nem as línguas dos anjos bastam para louvá-la. Virgem bendita, pomba pura, esposa celeste […], templo e trono da divindade! Cristo, sol esplendoroso do céu e da terra, pertence-te. Tu és a nuvem luminosa que fez descer Cristo, Ele o brilho resplandecente que ilumina o mundo.

Santo Epifânio de Salamina.

Mensagem do dia (09/10/2011)

Cristão, convidado para o banquete da Eucaristia, banquete da Igreja, banquete das núpcias do Cordeiro, qual é o traje de festa? É a veste do teu Batismo, aquela veste branca, que deves conservar pura pela tua vida, pelas tuas obras, pelo teu procedimento! Não aconteça ser tu esse homem que entrou na festa sem o traje apropriado! É o que aconteceria se viesses, é o que acontecerá se vieres para esta Eucaristia santa com uma vida enodoada pelas ações contrárias ao que o Evangelho do Reino te ensina!

Dom Henrique Soares da Costa.

Mensagem do dia (12/04/2011)

A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais. Mas a santidade é oferecida a cada pessoa de novo cada dia, e por isso aqueles que renunciam à santidade são obrigados a repetir a negação todos os dias.

Sophia de Mello Breyner.

Mensagem do dia (21/12/2010)

Desejo despertar nos outros e em mim mesmo um fervor maior, a fim de que o depósito católico da fé, que o Apóstolo não nos confiou sem motivo e que é preferível a todos os tesouros deste mundo, seja conservado preciosamente intacto e autêntico, pois dele dependem a sabedoria cristã, a paz em geral e a santidade do homem.

São Pedro Canísio.

Mensagem do dia (24/09/2010)

Senhor, Tu, que purificas o coração e que amas o coração puro, vem possuir e habitar o meu coração; envolve-o e enche-o, Tu que ultrapassas tudo o que sou e que me és mais interior e íntimo do que eu mesmo. Tu, o modelo da beleza e o selo da santidade, confirma o meu coração à tua imagem, marca o meu coração com a tua misericórdia.

Abade Balduíno de Ford.

Mensagem do dia (02/09/2010)

Não pense que a santidade exige que se realizem coisas extraordinárias, ou que somente entrega a vida a Cristo aquele que sofre o martírio, ou que se devem abandonar as ocupações deste nosso mundo. Além disso, não espere situações excepcionais, que talvez jamais ocorram. Busque a santidade na vida cotidiana.

Dom Álvaro del Portillo.

Mensagem do dia (04/04/2010)

Ele ressuscita; ressuscitai com Ele! Saí do túmulo do velho Adão, abandonai as vossas preocupações, as invejas, as inquietações, as ambições mundanas, a escravatura do hábito, o tumulto das paixões, os fascínios da carne, o espírito frio, terra a terra e calculista, a ligeireza, o egoísmo, a preguiça, a vaidade e as manias de grandeza. Esforçai-vos doravante por fazer o que vos parece difícil mas que não deveria, e não deve, ser negligenciado: velai, rezai e meditai.

Cardeal John Henry Newman.

Ano Sacerdotal

Começou hoje o Ano Sacerdotal, proclamado pelo Papa Bento XVI. Este tempo tem por intenção, segundo as palavras de Sua Santidade, “contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo”.

A seguir, matéria da agência Zenit:

Bento XVI inaugura Ano Sacerdotal pedindo presbíteros santos

O maior sofrimento da Igreja é o pecado dos seus sacerdotes

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 19 de junho de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI inaugurou o Ano Sacerdotal na tarde desta sexta-feira, constatando a necessidade que a Igreja tem de santos sacerdotes.

Ao mesmo tempo, ao presidir as segundas vésperas na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na Basílica Vaticana, reconheceu que o maior sofrimento para a Igreja é o pecado dos sacerdotes.

A celebração começou quando o Papa se dirigiu à Capela do Coral da Basílica de São Pedro para venerar em silêncio o coração do Santo Cura de Ars, São João Maria Vianney; neste ano se comemora precisamente o 150º aniversário do seu falecimento.

“A Igreja tem necessidade de sacerdotes santos – disse o Papa na homilia; de ministros que ajudem os fiéis a experimentarem o amor misericordioso do Senhor e sejam suas testemunhas convictas.”

Por isso, convidou os crentes a pedirem “ao Senhor que inflame o coração de cada presbítero” de amor por Jesus.

“Como esquecer que nada causa mais sofrimento à Igreja, Corpo de Cristo, que os pecados dos seus pastores, sobretudo daqueles que se convertem em ‘ladrões de ovelhas’, seja porque as desviam com suas doutrinas privadas, seja porque as atam com os laços do pecado e da morte?”, perguntou-se o Papa.

“Também para nós, queridos sacerdotes, aplica-se o chamado à conversão e a recorrer à misericórdia divina, e igualmente devemos dirigir com humildade incessante a súplica ao Coração de Jesus, para que nos preserve do terrível risco de causar dano àqueles a quem devemos salvar”, disse o Papa aos numerosos presbíteros e bispos presentes.

Por isso, afirmou: “Nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo, e exige fidelidade plena a Cristo e uma incessante união com Ele, isto é, exige que busquemos constantemente a santidade, como o fez São João Maria Vianney”.

Todos os católicos são convidados a viverem este ano com máxima intensidade, na oração e na fidelidade ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, à tradição da Igreja e seu magistério.

Decreto da Penitenciaria Apostólica concedeu indulgência parcial durante este Ano Sacerdotal a todos os fiéis que rezarem devotamente 5 Pai Nossos, Ave Marias e Glórias, ou outra oração devidamente aprovada “em honra do Sacratíssimo Coração de Jesus, a fim de obter que os sacerdotes se conservem em pureza e santidade de vida”.

Mais textos a respeito do Ano Sacerdotal:

Papa condena «pecados» e exige fidelidade aos padres

Ano Sacerdotal inaugurado no Vaticano, diante das relíquias do Santo Cura d’Ars

Bento XVI condenou esta Sexta-feira, no Vaticano, os “pecados dos pastores” da Igreja e pediu fidelidade aos que foram consagrados neste ministério. O Papa assinalava a abertura do Ano Sacerdotal, por ele convocado no 150.º aniversário do Santo Cura d’Ars, João Maria Vianney.

Na homilia da celebração de Vésperas e diante da relíquia do coração do Cura d’Ars, o Papa disse aos padres presentes que “a nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo” e que a mesma exige “fidelidade”.

“Nada faz sofrer tanto a Igreja como os pecados dos seus pastores”, assinalou Bento XVI, numa cerimónia que decorreu na Basílica de São Pedro e para a qual estavam convidados os sacerdotes de todo o mundo.

Ao recordar as “promessas sacerdotais” que se pronunciam no dia da ordenação, o Papa alertou para os padres que se tornam “ladrões de ovelhas, seja porque as desviam com as suas doutrinas privadas, seja porque as sufocam com laços de pecado e de morte”.

Neste contexto, deixou um apelo à “conversão e ao recurso à Divina Misericórdia” para esconjurar o “terrível risco de prejudicar os que somos obrigados a salvar”.

O Papa falou do “coração de Deus”, “um Deus que se comove”, e da “ingratidão” com que o seu amor é várias vezes recusado. “O coração de Cristo expressa o núcleo essencial do Cristianismo”, indicou, aludindo a festa celebrada. Para Bento XVI, em Jesus está “toda a novidade revolucionária do Evangelho, o amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus”.

Mais à frente, lembrou a “bela e comovente afirmação” do Cura d’Ars, que dizia que “o sacerdócio é o amor pelo coração de Jesus”. “Nós presbíteros fomos consagrados para servir, com humildade e autoridade, o sacerdócio comum dos fiéis”, indicou.

Bento XVI desafiou os presentes a fazer deste Ano Sacerdotal “uma ocasião para crescer na intimidade com Jesus, que conta conosco, seus ministros, para difundir e consolidar o seu reino”, sendo no mundo de hoje “mensageiros de esperança, reconciliação e de paz”.

“Para ser ministros ao serviço do Evangelho é útil, certamente, o estudo com uma apurada e permanente formação pastoral, mas é ainda mais necessária a ‘ciência do amor’ que se aprende só no ‘coração a coração’ com Cristo”, advertiu.

A Igreja, disse o Papa, “tem necessidade de sacerdotes santos, que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam testemunhas convictas”.

No início da celebração, Bento XVI proclamou a oração para o ano sacerdotal, pedindo que “por intercessão do Santo Cura d’Ars, as famílias cristãs se tornem ‘pequenas igrejas’, nas quais as vocações e todos os carismas, dados pelo Espírito Santo, possam ser acolhidos e valorizados”.

Fonte: Agência Ecclesia.

“Terapia do espelho” para assistentes sociais rebeldes

Ih gente, a “assistente social” voltou. Mandou eu fazer a “terapia do espelho”. Puxa vida. Eu nem tenho palavras. Só tive uma crise de risos. Estudei a obra do maior psicólogo/psiquiatra do século XX, um sujeito chamado Viktor Frankl, e a “assistente social” me manda fazer a terapia do espelho… Claro que não posso citar pra ela a logoterapia, senão, pela qualidade dos comentários que ela me mandou, só posso especular que certamente a mocinha teria uma concussão cerebral, coitada, só de tentar entender o que é. Deixa quieto.

Dessa vez veio com argumentos? Nenhum. Só o mesmo discurso de sempre. Passei dez anos na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, formei-me em história e psicologia. Conheço o que essa gente fala de cor e salteado. Querem transformar o mundo, mas segundo os seus próprios caprichos. Não são capazes de olhar para a realidade tal como ela é. Quando se deparam com fatos que não conseguem refutar, fazem biquinho, dão chilique, te xingam, babam… é uma festa. Têm humildade de pensar que poderiam estar errados? Será que a “assistente social” seria capaz de pensar, lendo o que escrevi, “caramba, e se esse imbecil aí estiver certo?” É claro que não é capaz. “Mas se ele estiver certo, vou ter que mudar de opinião! Droga! Não posso fazer isso!”, é o máximo que ela poderia ter pensado.

Quando você se coloca como protetor dos “fracos, oprimidos e bla bla bla,” quando você passa a defender uma “causa”, por mais justa que essa causa pareça ser, sua visão de mundo se torna completamente dependente daquilo que você defende, e não da realidade. Você passa a se considerar alguém importante porque defende a “transformação do mundo”, e para isso precisa destruir seus adversários, calar a boca deles, afinal de contas você vê a realidade à luz da teoria maravilhosa e revolucionária a qual você aderiu. Você não é capaz de questionar as suas próprias idéias e convicções, porque não consegue mais enxergar a realidade com seus próprios olhos; passa a vê-la de forma distorcida, e tudo o que vê tem que se adequar ao que acredita. O que não se adequa é solenemente ignorado. A ilusão de “transformar o mundo” é irracional e torna a vítima dessa ilusão igualmente irracional.

Essa turminha que quer “transformar o mundo” de qualquer jeito tinha que estar atenta a algumas coisas. A primeira delas: transformar a realidade… para quê? A resposta parece óbvia. “Ah, porque o mundo é horrível”.  Tá bem, dou um desconto: o mundo não é lá grandes coisas… Mas será que essa gente já pensou o quão difícil é transformar a própria vida, quanto mais… a realidade em nossa volta?

Eu, por exemplo, já desisti de arrumar o meu quarto há um bom tempo. Vou tentar arrumar o mundo? Transformá-lo? Do meu jeito? Como mudar o mundo se não consigo nem colocar ordem na minha vida? Como transformar a realidade se não somos capazes de transformar a nós mesmos, tornando-nos pessoas menos egoístas, menos intolerantes, menos precipitadas… Esse é um dos motivos pelos quais muitos daqueles que desejam “transformar o mundo” aprovam a violência como meio para conseguir alcançar seus objetivos: se não dá pra transformar o mundo por bem, vai por mal mesmo, justifica-se. Matariam algumas pessoas detestáveis como eu (que deveriam fazer a “terapia do espelho”), o que seria muito bom.

Mas… E se essa transformação piorar ainda mais as coisas? O que essa gente de cabecinha pequena não consegue perceber é: transformar o mundo pode ser também para pior… Na verdade, foi o que todos aqueles que almejaram transformar o mundo conseguiram, apenas piorá-lo. As revoluções e os governos que defendiam utopias (comunismo, nazismo…) provocaram mais mortes no século XX que todas as outras tragédias humanas juntas, no decorrer da história da civilização. E todos os fanfarrões tinham a nobre intenção de transformar o mundo. No entanto, o que conseguiram foi torná-lo ainda pior.

Qualquer pessoa sensata sabe duas coisas: primeiro, que é uma gota de água no oceano. Cada ser humano é limitadíssimo. Nascemos com defeitos e morreremos com eles. O que de melhor podemos fazer é melhorar a nossa própria vida e a das pessoas que nos são próximas, tentando minimizar o sofrimento alheio. Se viermos com idéias malucas tipo “mudar a sociedade” ou “acabar com todo o sofrimento” estaremos apenas divagando sobre impossibilidades práticas.

A segunda coisa: justamente por sermos tão limitados, não sabemos nada. Quem estuda sabe como isso funciona: quanto mais estudamos, menos sabemos. Expressando-me melhor: percebemos ainda mais nossa insignificância no mundo, nossa incapacidade de apreendermos tudo… e nos sentimos uns idiotas – embora fiquemos com vontade de estudar mais pra ver se suprimos essa incapacidade humana de abarcar a realidade em sua totalidade. Ora, se somos tão limitados e nem compreendemos direito o que acontece em nossa volta, como vamos nos meter a besta em “transformar o mundo”? Como fazer isso?

Temos que transformar a nós mesmos. Daí então a pequena e micro realidade a nossa volta será transformada. E isso basta. Porque, de demagogia e promessas vãs, o mundo está repleto. Mudanças para a sociedade são lentas, graduais e sempre complexas. Tudo o que é feito às pressas a partir de uma idéia revolucionária, tendo em vistas à transformação da realidade – e a legalização do aborto é um exemplo perfeito dessa intenção – termina em desastre. Sob um alegado direito da mulher sobre o próprio corpo, liberou-se o aborto na maioria das nações desenvolvidas. O discurso era o de dar autonomia para a mulher, pois então ela teria maior liberdade sexual, poderia controlar melhor sua vida familiar, bla bla bla, porque o patriarcado foi realmente uma coisa horrível… e daí por diante. A liberação do aborto está dentro do contexto da revolução sexual dos anos 60, que propunha um novo modelo de família para um novo modelo de sociedade; trata-se de um evento fundamental visando a transformação das relações sociais.

Mas voltando agora ao comentário da missivista: a “assistente social” comentou algum dado sobre o efeito devastador da prática de abortos sobre as mulheres? De jeito nenhum. Contestou algum dado? Nã-nã. Ficou mais nervosinha ainda. Claro que certamente deve achar o “direito” ao aborto uma maravilha, a maior conquista do feminismo. Mas ela e os outros rebeldes sem causa não têm a menor idéia das transformações, todas negativas, que a liberação do aborto provocou nos EUA e, principalmente, na Europa. O aborto livre foi um dos fatores determinantes na eclosão de uma violenta crise demográfica que põe o próprio futuro da Europa em jogo. O aborto ajudou a transformar a sociedade européia – para pior.

Obviamente, se eu contasse pra ela que as maiores financiadoras de aborto no mundo são as fundações Ford e Rockfeller, mega-corporações capitalistas, cujo único interesse é o de enfraquecer a instituição familiar, jogar a mulher no mercado de trabalho para reduzir o valor dos salários dos trabalhadores – e, para isso, é claro que as mulheres, para serem “livres”, se obrigam a terem menos filhos… Ela ia me arregalar os olhos e dizer “mentira!” O feminismo ajudou a transformar o mundo – para pior.

E ainda saiu daqui batendo o pezinho, falando algo do tipo “isso mesmo, exclui o comentário!” (seu desejo é uma ordem…) e ainda com um ar de superioridade e desprezo resmungou: “Bloguezinho insosso…” Sem contudo contradizer um único dado escrito aqui… Uma única evidência, um único fato.

Insossas são suas idéias, “assistente social”, porque não se baseiam em fatos, baseiam-se em teorias embasadas em delírios (Michel Foucault, Escola de Frankfurt, marxismo social, bla bla bla…). Faça você a terapia do espelho. Mas não como se fosse justificar para si mesma todos os erros que comete, todos os equívocos nos quais acredita. Encare-se diante do espelho e repita para si mesma: “e se eu estiver totalmente errada naquilo que acredito? E se minha visão de mundo for falsa? E se eu não estiver vendo a realidade tal qual ela é, mas apenas fingindo para satisfazer meu ego, minha pretensa superioridade moral?”

Você já fez isso alguma vez? Não, não fez.

Vai fazer agora? Bem, aí já é um problema seu.

Eu, de minha parte, dentro de meus limites, tento desesperadamente transformar a mim mesmo – enquanto tento arrumar meu quarto. Procuro fazer o que posso para defender o direito à vida de todo e qualquer ser humano, dona “assistente social”. Inclusive o seu direito à vida, justamente porque não sou melhor nem pior que ninguém. Toda vida é sagrada, todas as pessoas, mesmo aquelas que ainda não nasceram, têm o direito básico de viver, todos os fetos meninas e meninos têm o direito de nascer. E é sobre o direito à vida que, logicamente, se assentam todos os outros direitos, inclusive o direito à liberdade. Sem direito à vida não há possibilidade de, racionalmente, sustentar outros direitos.

Transformar o mundo é para aventureiros. Transformar a si mesmo é para os santos. E foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem mandou: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mateus 5,48)

Histórias de mística de seis anos contadas pela sua irmã

Antonietta Meo, conhecida como Nennolina, poderá ser beatificada

Por Carmen Elena Villa

ROMA, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Em pleno centro de Roma, muito perto da basílica de São João de Latrão, encontra-se a casa onde nasceu e viveu Antonietta Meo, mais conhecida como Nennolina. Lá mora Margherita, sua irmã mais velha, que agora tem 87 anos.

Nennolina foi reconhecida como venerável pelo Papa Bento XVI em dezembro de 2007 e foi apresentada como modelo de inspiração para as crianças (cf. Zenit, 20 de dezembro de 2007). Poderá ser a beata não mártir mais jovem da história da Igreja. Nasceu em 1930 e morreu em 1937, aos seis anos, logo que foi detectado um osteossarcoma (câncer ósseo) no joelho; apesar de ter de amputar a perna, houve metástase em todo o corpo.

Antonietta, menina muito alegre e profundamente espiritual, ofereceu suas dores, como Jesus no Calvário, pela conversão dos pecadores, pelas almas do purgatório e para que não começasse a guerra.

Foram muitas as cartas que ela escreveu a Jesus. Antes de aprender a escrever, ela as ditava a Maria, sua mãe; depois as redigia sozinha. Nas últimas, assinava «Antonietta e Jesus». Por trás das frases simples há um surpreendente conteúdo místico e teológico.

«Jesus, dá-me a graça de morrer antes de cometer um pecado mortal», dizia a pequena em uma de suas cartas.

Na Basílica da Santa Cruz em Jerusalém, que foi sua paróquia, encontra-se seu túmulo, assim como algumas de suas relíquias: suas roupas, seus brinquedos e alguns manuscritos. Lá, Antonietta recebeu os sacramentos do Batismo, Confirmação e a Primeira Comunhão.

Zenit conversou com Margherita Meo, a irmã de Nennolina. Ela tinha 15 anos quando Nennolina morreu. Sua casa está cheia das fotos e retratos da irmãzinha venerável. Esta anciã conserva intactas as histórias de sua irmã, a quem sempre amou com particular afeto.

Uma infância cheia de amor

A infância de Antonietta foi tranquila e muito feliz. Tinha as ocorrências típicas das crianças de sua idade. No diário que sua mãe escreveu, publicado pela associação Apostolicam Actuositatem, ela conta como Nennolina, ao passar junto ao Coliseu Romano, disse-lhe: «Veja! Um copo quebrado!».

Por sua profunda fé e pela fé de seus pais, a pequena Antonietta foi inscrita aos 4 anos na Ação Católica.

Em outubro de 1934, começou a ir à escola materna das irmãs Zeladoras do Sagrado Coração. Gostava muito de ir à escola. Dizia que ao obedecer às suas professoras, obedecia também ao plano de Deus.

As aventuras com suas colegas eram diveritdas, e ao mesmo tempo falam de seu espírito. «Havia um menino que se chamava Michelino. Sempre o castigavam e ela pediu à professora que o perdoasse. ‘Và falar com a diretora’, disse-lhe um dia a professora. E ela foi. A diretora se comoveu e o perdoou», recorda Margherita.

Sofrimento com sentido

Por causa do Cãncer, tiveram de amputar a perna esquerda de Nennolina em 25 de abril de 1936. Recorda Margherita que seus pais sofreram ao pensar como seria a dor da pequena. Ao despertar da operação, sua mãe disse a Antonietta: «Filha: tu disseste que, se Jesus queria tua mão, tu lhe darias. Agora Ele te pediu que lhe dês tua perna» e ela respondeu: «dei minha perna para Jesus».

«A primeira noite após a amputação foi terrível – testemunha Margherita. Mas ela oferecia todas as suas dores. Até o ponto de que, quando se completou um ano desde operação, ela celebrou muito contente, porque era um ano de oferecimento a Jesus.»

Meses depois começou a ir à escola com uma prótese de madeira. Na noite do Natal seguinte, ela fez a Primeira Comunhão. «Ajoelhou-se para receber a Primeira Comunhão e inclusive na segunda e terceira missa de Natal ela se ajoelhou», conta Margherita.

Era muito doloroso caminhar, mas ela repetia com alegria: «Que cada passo que dou seja uma palavra de amor». «Os remédios provocaram muita dor e ela ficava pálida, tremia», testemunha Margherita.

Em 22 de maio de 1937, Antonieta teve de interromper a escola, devido a que o tumor havia sofrido metástase. Entrou no hospital São Stefano Rotondo, onde pouco tempo depois recebeu o sacramento da Unção dos Enfermos. Lá começou sua agonia, que durou um mês e meio.

Sua mãe conta no diário que muitos iam visitar a pequena e que uma das religiosas enfermeiras que cuidava dela perguntou: «Antonieta, como pudeste suportar em silêncio?», e ela respondeu: «Se eu tivesse gritado, teriam me escutado em São João de Latrão».

Em sua última carta antes de morrer, Nennolina escrevia a Jesus, dizendo: «Eu te agradeço porque Tu me mandaste esta doença, pois é um meio para chegar ao paraíso. (…) E te confio meus pais e a Margherita».

O que é a santidade

Margherita recorda que a morte de Antonieta comoveu profundamente todos os que a conheciam: «Seu funeral foi na paróquia. O pároco não queria a cor preta, porque dizia que ela era um anjo. Preferiram o branco para a liturgia».

A irmã de Antonietta assegura que esta pequena mística ainda continua convertendo muitos corações. Diz que, uma tarde, um sacerdote amigo seu lhe comentou que há algum tempo encontrou um fiel que se havia divorciado de sua esposa e morava agora com outra mulher.

«O sacerdote tinha em sua mão um livro de Antonietta e aconselhou ao paroquiano, que havia sido um oficial do exército, que o lesse. O homem lhe respondeu escandalizado que ele, um alto oficial do exército, não podia ler a história de uma criança. Ao final, pela insistência do sacerdote, aceitou e pegou o livro. Na manhã seguinte, o sehor oficial foi ver o pároco, havia lido o livro a noite toda e voltou arrependido à casa de sua família.»

A anciã assegura que a vida simples e bela de Antonietta é um exemplo de santidade nas coisas pequenas: «para mim, ser santa é aceitar dia a dia o que Deus quer e amar todos os demais, também as pessoas que parecem que não o amam. Com o amor se pode superar todos os obstáculos», confessa.

Fonte: Zenit. Site com informações sobre Antonietta Meo: www.nennolina.it/. Mais informações: www.acidigital.com/biografias/vidas/meo.htm.