Ih gente, a “assistente social” voltou. Mandou eu fazer a “terapia do espelho”. Puxa vida. Eu nem tenho palavras. Só tive uma crise de risos. Estudei a obra do maior psicólogo/psiquiatra do século XX, um sujeito chamado Viktor Frankl, e a “assistente social” me manda fazer a terapia do espelho… Claro que não posso citar pra ela a logoterapia, senão, pela qualidade dos comentários que ela me mandou, só posso especular que certamente a mocinha teria uma concussão cerebral, coitada, só de tentar entender o que é. Deixa quieto.
Dessa vez veio com argumentos? Nenhum. Só o mesmo discurso de sempre. Passei dez anos na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, formei-me em história e psicologia. Conheço o que essa gente fala de cor e salteado. Querem transformar o mundo, mas segundo os seus próprios caprichos. Não são capazes de olhar para a realidade tal como ela é. Quando se deparam com fatos que não conseguem refutar, fazem biquinho, dão chilique, te xingam, babam… é uma festa. Têm humildade de pensar que poderiam estar errados? Será que a “assistente social” seria capaz de pensar, lendo o que escrevi, “caramba, e se esse imbecil aí estiver certo?” É claro que não é capaz. “Mas se ele estiver certo, vou ter que mudar de opinião! Droga! Não posso fazer isso!”, é o máximo que ela poderia ter pensado.
Quando você se coloca como protetor dos “fracos, oprimidos e bla bla bla,” quando você passa a defender uma “causa”, por mais justa que essa causa pareça ser, sua visão de mundo se torna completamente dependente daquilo que você defende, e não da realidade. Você passa a se considerar alguém importante porque defende a “transformação do mundo”, e para isso precisa destruir seus adversários, calar a boca deles, afinal de contas você vê a realidade à luz da teoria maravilhosa e revolucionária a qual você aderiu. Você não é capaz de questionar as suas próprias idéias e convicções, porque não consegue mais enxergar a realidade com seus próprios olhos; passa a vê-la de forma distorcida, e tudo o que vê tem que se adequar ao que acredita. O que não se adequa é solenemente ignorado. A ilusão de “transformar o mundo” é irracional e torna a vítima dessa ilusão igualmente irracional.
Essa turminha que quer “transformar o mundo” de qualquer jeito tinha que estar atenta a algumas coisas. A primeira delas: transformar a realidade… para quê? A resposta parece óbvia. “Ah, porque o mundo é horrível”. Tá bem, dou um desconto: o mundo não é lá grandes coisas… Mas será que essa gente já pensou o quão difícil é transformar a própria vida, quanto mais… a realidade em nossa volta?
Eu, por exemplo, já desisti de arrumar o meu quarto há um bom tempo. Vou tentar arrumar o mundo? Transformá-lo? Do meu jeito? Como mudar o mundo se não consigo nem colocar ordem na minha vida? Como transformar a realidade se não somos capazes de transformar a nós mesmos, tornando-nos pessoas menos egoístas, menos intolerantes, menos precipitadas… Esse é um dos motivos pelos quais muitos daqueles que desejam “transformar o mundo” aprovam a violência como meio para conseguir alcançar seus objetivos: se não dá pra transformar o mundo por bem, vai por mal mesmo, justifica-se. Matariam algumas pessoas detestáveis como eu (que deveriam fazer a “terapia do espelho”), o que seria muito bom.
Mas… E se essa transformação piorar ainda mais as coisas? O que essa gente de cabecinha pequena não consegue perceber é: transformar o mundo pode ser também para pior… Na verdade, foi o que todos aqueles que almejaram transformar o mundo conseguiram, apenas piorá-lo. As revoluções e os governos que defendiam utopias (comunismo, nazismo…) provocaram mais mortes no século XX que todas as outras tragédias humanas juntas, no decorrer da história da civilização. E todos os fanfarrões tinham a nobre intenção de transformar o mundo. No entanto, o que conseguiram foi torná-lo ainda pior.
Qualquer pessoa sensata sabe duas coisas: primeiro, que é uma gota de água no oceano. Cada ser humano é limitadíssimo. Nascemos com defeitos e morreremos com eles. O que de melhor podemos fazer é melhorar a nossa própria vida e a das pessoas que nos são próximas, tentando minimizar o sofrimento alheio. Se viermos com idéias malucas tipo “mudar a sociedade” ou “acabar com todo o sofrimento” estaremos apenas divagando sobre impossibilidades práticas.
A segunda coisa: justamente por sermos tão limitados, não sabemos nada. Quem estuda sabe como isso funciona: quanto mais estudamos, menos sabemos. Expressando-me melhor: percebemos ainda mais nossa insignificância no mundo, nossa incapacidade de apreendermos tudo… e nos sentimos uns idiotas – embora fiquemos com vontade de estudar mais pra ver se suprimos essa incapacidade humana de abarcar a realidade em sua totalidade. Ora, se somos tão limitados e nem compreendemos direito o que acontece em nossa volta, como vamos nos meter a besta em “transformar o mundo”? Como fazer isso?
Temos que transformar a nós mesmos. Daí então a pequena e micro realidade a nossa volta será transformada. E isso basta. Porque, de demagogia e promessas vãs, o mundo está repleto. Mudanças para a sociedade são lentas, graduais e sempre complexas. Tudo o que é feito às pressas a partir de uma idéia revolucionária, tendo em vistas à transformação da realidade – e a legalização do aborto é um exemplo perfeito dessa intenção – termina em desastre. Sob um alegado direito da mulher sobre o próprio corpo, liberou-se o aborto na maioria das nações desenvolvidas. O discurso era o de dar autonomia para a mulher, pois então ela teria maior liberdade sexual, poderia controlar melhor sua vida familiar, bla bla bla, porque o patriarcado foi realmente uma coisa horrível… e daí por diante. A liberação do aborto está dentro do contexto da revolução sexual dos anos 60, que propunha um novo modelo de família para um novo modelo de sociedade; trata-se de um evento fundamental visando a transformação das relações sociais.
Mas voltando agora ao comentário da missivista: a “assistente social” comentou algum dado sobre o efeito devastador da prática de abortos sobre as mulheres? De jeito nenhum. Contestou algum dado? Nã-nã. Ficou mais nervosinha ainda. Claro que certamente deve achar o “direito” ao aborto uma maravilha, a maior conquista do feminismo. Mas ela e os outros rebeldes sem causa não têm a menor idéia das transformações, todas negativas, que a liberação do aborto provocou nos EUA e, principalmente, na Europa. O aborto livre foi um dos fatores determinantes na eclosão de uma violenta crise demográfica que põe o próprio futuro da Europa em jogo. O aborto ajudou a transformar a sociedade européia – para pior.
Obviamente, se eu contasse pra ela que as maiores financiadoras de aborto no mundo são as fundações Ford e Rockfeller, mega-corporações capitalistas, cujo único interesse é o de enfraquecer a instituição familiar, jogar a mulher no mercado de trabalho para reduzir o valor dos salários dos trabalhadores – e, para isso, é claro que as mulheres, para serem “livres”, se obrigam a terem menos filhos… Ela ia me arregalar os olhos e dizer “mentira!” O feminismo ajudou a transformar o mundo – para pior.
E ainda saiu daqui batendo o pezinho, falando algo do tipo “isso mesmo, exclui o comentário!” (seu desejo é uma ordem…) e ainda com um ar de superioridade e desprezo resmungou: “Bloguezinho insosso…” Sem contudo contradizer um único dado escrito aqui… Uma única evidência, um único fato.
Insossas são suas idéias, “assistente social”, porque não se baseiam em fatos, baseiam-se em teorias embasadas em delírios (Michel Foucault, Escola de Frankfurt, marxismo social, bla bla bla…). Faça você a terapia do espelho. Mas não como se fosse justificar para si mesma todos os erros que comete, todos os equívocos nos quais acredita. Encare-se diante do espelho e repita para si mesma: “e se eu estiver totalmente errada naquilo que acredito? E se minha visão de mundo for falsa? E se eu não estiver vendo a realidade tal qual ela é, mas apenas fingindo para satisfazer meu ego, minha pretensa superioridade moral?”
Você já fez isso alguma vez? Não, não fez.
Vai fazer agora? Bem, aí já é um problema seu.
Eu, de minha parte, dentro de meus limites, tento desesperadamente transformar a mim mesmo – enquanto tento arrumar meu quarto. Procuro fazer o que posso para defender o direito à vida de todo e qualquer ser humano, dona “assistente social”. Inclusive o seu direito à vida, justamente porque não sou melhor nem pior que ninguém. Toda vida é sagrada, todas as pessoas, mesmo aquelas que ainda não nasceram, têm o direito básico de viver, todos os fetos meninas e meninos têm o direito de nascer. E é sobre o direito à vida que, logicamente, se assentam todos os outros direitos, inclusive o direito à liberdade. Sem direito à vida não há possibilidade de, racionalmente, sustentar outros direitos.
Transformar o mundo é para aventureiros. Transformar a si mesmo é para os santos. E foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem mandou: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mateus 5,48)
Matheus, parabéns pela aula!
Vamos ver se a tal “assistente social” aprende.
Concordo contigo. Com pensar em mudar o mundo se nem mesmo a minha própria vida eu consigo dar conta?
Eis aí uma tarefa árdua. Mas, com Cristo, seguimos em frente.
quase todos os bons blogues estão sendo invadidos pelos adoradores de espelho.
É somente rezar e combater!
Hummmm…então você estudou na UFMG!!! Muito interessante…
Essa assistente social sabe que a maior vítima dos abortos são bebês do sexo FEMININO, uma vez que nos países onde é permitido, apesar da “REVOLUÇÃO FEMINISTA”, ainda acredita-se que filho homem ainda pode ter mais valor que filha mulher? Vai lá na China, na Índia, e até mesmo na Europa, pra ver se as mulheres não abortam mais mulheres que homens. Ai, ai, e viva o “machismo” de saia!!
Quem fez isso não entende nada,faço o curso de S.Social não queremos mudar o mundo,apenas minimizar os sofrimentos das outras pessoas.
VCS DEVERIAM ACEITAS AS CRITICAS,SO APROVAM OS ELOGIOS.
Onde é que neste texto eu digo que todos os estudantes de serviço social querem mudar o mundo? Estou me referindo a pessoas como essa, que me enviou este comentário. Não estou julgando os assistentes sociais (ou os estudantes de serviço social) como um todo.
Eu sou Assistente Social e descordo totalmente de sua maneira de olhar a nossa pratica profissional afinal nao nos baseamos em teorias ilusórias, sao reais, alem disso o assistente social hoje trabalha na perspectiva da garantia de direitos e nao da transformaçaon ilusória com vc falou. e toda e qualquer açao nao acontece gratuitamente, toda açao planejada requer resultados. um médico trabalha na espectativa de curar seu paciente…
sua visao é fatalista, e voce é desrrespeitador do ponto de vista alheio. pare voce para pensar em tudo que disse!!!
BOA SORTE…
O assistente social trabalha na perspectiva da garantia de direitos sociais, assim como o judiciário entre outros
Olá.
Acredito que você deva ter alguma picuinha, quero dizer, uma briguinha pessoal com essa ou esse assistente social. Lamentável seus comentários, pois não sabe nada sobre a prática do assistente social. Aconselho a você a estudar sobre a atuação deste profissional e o quanto ele é importante no mercado.
ps. Não sou assistente social, sou advogada.
Bom dia,
Sinto informar que você foi muito infeliz em suas colocações.
Não descordo de você no ponto que cabe a cada um de nós transformarmos a si próprio. Porém, ressalto que a sociedade está desta forma, pelo livre arbítrio que cada um tem. Não é?
Mas, vamos ser realistas. Como posso cobrar o bem de alguém que sempre viveu no mal? Cabe a cada um “tentar” mostrar ao outro, as diversas maneiras de “mundo”. Jesus Cristo não ignorou ninguém, muito menos aqueles que sombaram de suas palavras.
Caro autor, tudo bem com relação a sua insatisfação com esta minha colega de profissão. Porém espero acreditar que este texto foi escrito especialmente para ELA. Mas neste caso você não deveria utilizar a Profissão que ela exerce, pois assim você “mesmo não querendo”, acabou generalizando.
Oi…
Com certeza vc está de picuinha com algum Assistente social, você precisa ficar mais por dentro da atuação dos profissionais desta área..
Para não continuar fazendo feio…generalizou tudooo mesmo.. e desrespeitou todos os profissionais.
Às vezes eu acho que as pessoas estão ficando com preguiça de ler, ou têm sérias dificuldades de interpretar textos. O que o Matheus fala, desde o primeiro parágrafo, é da turminha da qual a assistente social faz parte, essa turminha que arrota títulos acadêmicos, mas que tem pouco conteúdo para mostrar de fato… Eu, sinceramente, não o vi generalizar. Não há um só parágrafo onde ele diz “todos os assistentes sociais”… Tudo bem, o Matheus pode até ter fama de “respondão”, mas que ele o faz com muiiita base, faz sim. E não são todas as críticas que ele refuta não, são só as críticas mais, digamos, debilitadas… E, antes que alguém fale alguma coisa, eu nem conheço o Matheus pessoalmente, e, sinceramente, ele nem precisa de mim aqui para defendê-lo. E o termo nem é defender, porque ele não falou mal de ninguém, só respondeu a tal “assistente social” a quem eu, se fosse da “categoria”, teria vergonha de chamar “colega de classe”…
Ao meu ver você está faltando o respeito com a classe profissional dos assistentes sociais, que tem um projeto ético político…e entende muito bem da logoterapia…
Talvez você deveria aferir melhor suas citações…não pega bem um site cristão, desvalorizar o ser humano dessa forma…
Totalmente anti-ético. Vá estudar e conhecer a profissão para depois julgar.
Abraços,
Natalia
Meu Deus… Mais uma vez: onde é que estou criticando a “classe profissional dos assistentes sociais”? Estou fazendo crítica a uma pessoa, em particular, uma assistente social que me escreveu se identificando como tal com a maior petulância do mundo (como se sua profissão fosse torná-la uma pessoa especial, melhor que as outras) e motivou este post; e critico um determinado grupo de pessoas que prega a “transformação social”, e isso independentemente de qualquer ramo profissional.
Não estou julgando a profissão de assistente social! Pensei que o comentário da Karina tinha deixado isso claro, mas tem gente que insiste em repetir uma interpretação equivocada. Vai aprender a ler, mocinha… Será que é tão difícil assim interpretar um texto? Pelos comentários aqui publicados, é possível perceber e ficar atemorizado com o avanço do analfabetismo funcional entre pessoas ditas “cultas” e “esclarecidas”.
Matheus, é analfabetismo funcional com certeza. Sem falar de outros analfabetismos, como sugere o verbo “dEscordar” usado por duas comentaristas raivosinhas.
Mas o que impressiona mesmo é a incapacidade dessas pessoas de interpretar corretamente um texto que logo de início reporta-se a UMA pessoa, não a toda uma categoria profissional.
Sabe o que é isso, também (além de analfabetismo funcional)? É a velha praga do esquerdismo marxista com sua vocação para o vitimismo. Eu até aposto, Matheus, Karina, que se vocês explicarem mais detalhadamente e ainda umas mil vezes, ainda assim essa gente não vai entender, até porque não querem entender: querem chorar e levantar o berro dos “oprimidos”. Lembrem-se que o marxismo deles, não encontrando exemplo na realidade, carece de inventar situações em que possam aplicar a dicotomia opressor X oprimido. Muito triste!
sou Assistente Social e estudo LOGOTERAPIA!!!! E MEU CÉREBRO NÃO VAI DERRETER SE VC FALAR DE CONCEITOS DO DR. FRANKL!!!! QUEM É O ESNOBE, ARROGANTE???KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Ah, você é assistente social e estuda logoterapia? Parabéns. Mas antes disso deveria estudar compreensão e interpretação de texto, além de lógica. Assim, você descobriria (ó, céus) que minha crítica e minha ironia dizem respeito à comentarista, que se identificou como estudante de assistência social, e não aos assistentes sociais em geral.
Olá, boa noite. O tom de ironia da matéria (e dos comentários seguidos) não ficou restrito à pessoa específica aludida e foi claramente desrepeitoso com a categoria dos Assistentes Sociais. As críticas são válidas e devem ser bem-vindas, mas com respeito tudo caminharia melhor. Fica claro que a vaidade – diga-se de passagem, bastante óbvia – do autor não combina com a proposta cristã do blog. Seria melhor ter mais cuidado com o que publica.
Thiago, seria muito conveniente você apontar qual parte do texto foi desrespeitoso com a categoria dos assistentes sociais, ou em qual comentário eu faltei com respeito a eles. Se você demonstrar isso, me desculparei publicamente. O texto inteiro dirige uma crítica a uma pessoa em particular que se identificou como “assistente social” como se isso lhe desse o direito de falar qualquer besteira em favor do aborto. Ao criticar essa pessoa (sem identificá-la, porque a intenção é combater o erro, não quem está errado), critiquei os cursos de ciências humanas em geral, não apenas o de serviço social em particular, que hoje em dia no Brasil formam apenas militantes políticos submetidos a uma lavagem cerebral marxista, anti-cristã (sou formado em história e psicologia). Pra encerrar, seria interessante também você apontar trechos no meu discurso que manifestem minha “vaidade” – segundo sua impressão, “bastante óbvia”.
Se não estou enganada em seu título: “Terapia do espelho” para assistentes sociais rebeldes – principalmente na última parte, após as apas me parece genérico.
Assim, entendo que você atinge sim toda a categoria dos profissionais de Serviço Social.
Respeito todo mundo gosta e aprecia.
Seria o caso de dizer que todo “religioso” é fanático e afetado por uma interpretação bíblica extremamente particular.
Além do mais qualquer pessoa que estuda direito sabe que não existe nenhum direito superior a outro – NEM MESMO O DIREITO A VIDA.
Noves fora sua deficiente interpretação de texto, gostaria de saber em quê se baseia sua afirmativa de que “não existe nenhum direito superior a outro”. Se o direito à vida não está acima dos demais direitos, como garantir qualquer direito, pois todos os direitos de um indivíduo (propriedade, liberdade, etc.) só fazem sentido se o indivíduo estiver… VIVO?
Bom, se você quer falar de Bíblia, então leia o versículo a seguir:
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12:1-2
Pode ser uma interpretação deficiente, talvez!? Deve ser pelo fato do “brilhantismo” do seu TEXTO.
Vamos falar agora de “Direito”: vou utilizar como exemplo “Os Dez Mandamentos” (Lei Suprema para ti – suponho…). Será que “não matarás” é superior a “amarás o próximo como a ti mesmo”? E “Não cobiçará a mulher do próximo” é superior a “Não Furtarás”. Não existem hierarquia de normas em uma mesma categoria. Assim o direito à vida não é superior aos demais direitos fundamentais (propriedade, liberdade, segurança jurídica), haja vista que aquele não se concretizam sem estes.
Se insiste em dizer que estou ofendendo a classe dos assistentes sociais como um todo, seria “brilhante” de sua parte demonstrar em que parte do texto o faço, sem histeria, por favor. Tente se conter, mocinha.
Quanto aos Dez Mandamentos, a própria ordenação dos mesmos (de “Primeiro Mandamento” até o “Décimo Mandamento”) supõe SIM uma hierarquia entre eles. Como vejo que você nem sabe quais são os dez mandamentos (“amarás o próximo…” não é um Mandamento, é sim um resumo do conteúdo do texto do 4º ao 10º Mandamentos, segundo o ensinamento cristão), dá pra observar o quanto você manja do assunto. “Não existem hierarquia de normas em uma mesma categoria”. Portanto, pelo que você diz a esse respeito, “matar” é um delito da mesma gravidade que “cobiçar a mulher do próximo”. Os dois delitos deveriam portanto ser punidos com a mesma pena?
O direito à vida, por motivos óbvios, vem primeiro que o direito à liberdade – uma pessoa MORTA não pode ter liberdade. Para se ter direito à liberdade, uma pessoa tem que ter garantido o seu direito à vida, para que depois possa pleitear outros direitos. Esse seu pensamento (sem outros direitos, o direito à vida não se concretiza) é o primeiro passo para o seguinte raciocínio: se a uma pessoa não podemos garantir direitos de propriedade, liberdade, segurança jurídica… a ela não está “concretizado” o direito à vida. Portanto… é lícito matá-la!
Sem o direito elementar à vida, outros direitos tornam-se simplesmente impossíveis de serem reclamados.
Então: se for por ordem de gradação conforme “A lei de Deus” que contém 10 (dez) mandamentos, presentes na Bíblia no Livro do Êxodo 20.
1- Não terás outros deuses além de mim.
2- Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor,o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos.
3- Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão.
4- Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor,o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou.
5- Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor,o teu Deus, te dá.
6- Não matarás.
7- Não adulterarás.
8- Não furtarás.
9- Não darás falso testemunho contra o teu próximo.
10-Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.
É fácil notar que se tratam de espécies diferentes em um mesmo elenco. Assim, a razão de não haver hierarquia entre elas.
Muitos já mataram em nome de “Deus”. Deve ser por este tipo de interpretação que coloca o primeiro mandamento acima dos demais.
Desta forma, o direito à vida através da sua negação “Não Matarás”, é inferior ao primeiro mandamento???
Priscila, os 10 mandamentos são a base da legislação do povo do Antigo Israel e a base moral da religião judaica e posteriormente do Cristianismo. Os católicos unem o segundo com o terceiro mandamento, tornando-o apenas um, e separam o 10º mandamento em dois: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” e “Não cobiçarás nada do que pertença a teu próximo – coisas alheias”. Além disso, o dia santo dos católicos e da maioria dos protestantes/evangélicos é o domingo, não o sábado.
Os três primeiros mandamentos dizem respeito à relação com o transcendente, cuja crença norteia as relações sociais (não apenas dos judeus, mas de todos os povos em todas as épocas, frise-se). A partir da crença no transcendente, estabelece-se o conceito de justiça, daí ser a justiça algo objetivo para este povo, e para os povos que o seguiram. Deus, portanto, está acima de todas as coisas.
Os outros mandamentos dizem respeito à relação com o “próximo” – ou o “outro”, como costumamos dizer hoje. Em primeiro lugar, o quarto mandamento frisa a importância da família: ele proíbe que os pais sejam abandonados. Para o povo judeu, abandonar os pais era mais grave até que o homicídio, proibido pelo quinto mandamento. Os outros mandamentos frisam a importância da família e do respeito à propriedade, estando todos interligados e hierarquizados: em primeiro lugar, a obrigação de amar a Deus; em segundo lugar, a obrigação de respeitar a vida do próximo; em terceiro lugar, a obrigação de respeitar os laços familiares, a propriedade e a integridade moral do próximo.
Para a crença do povo judeu, a vida de uma pessoa está sujeita a Deus, e sua família é mais importante do que ele próprio. Daí, ser mais grave AINDA abandonar os pais que cometer um homicídio. Ainda assim, estamos tratando da vida humana, certo?
Estando o homem submisso a Deus, sua vida está submetida a Ele. Por isso, Amar a Deus é uma obrigação primordial mas necessita do seu complemento: amar ao próximo. Essa é a mensagem cristã. As duas coisas são indissociáveis, mas o amor a Deus vem primeiro e está acima de todas as coisas e pessoas, pois devemos tudo (inclusive as pessoas que amamos) à graça de Deus.
O que a Igreja Católica tem a dizer sobre os mandamentos está resumido aqui e você poderá consultar para se esclarecer melhor:
http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html#OS%20DEZ%20MANDAMENTOS
Estou aberto a mais esclarecimentos, caso se interesse, mas trata-se de outro tópico, bastante diverso do assunto deste post, em particular.
Olha, sinceramente, eu li e reli o texto.
Onde raios alguém leu que o Matheus chamou TODOS os assistentes sociais de rebeldes ou que TODOS eles precisam se tratar?
Ahhhh… no título… está no plural… que nem 500 milhões de outros títulos que colocam no plural pra ficar mais legal :p
Satisfeita com suas explicações e posição.
Desta vez percebo um nível mais elevado da discussão.
O que realmente importa é o respeito mútuo. As posições podem ser divergentes e isto é salutar para o ser humano.
Ninguém é dono da verdade e do conhecimento. Reitero que neste momento percebo um tratamento mais respeitoso. Pena não podermos debater pessoalmente – penso que seria muito promissor para mim e ti.
Abraços!!!
Priscila, é muito simples: quando uma pessoa vem com agressividade ou com provocações, eu respondo na mesma moeda, porque não tenho sangue de barata e não faço concessões. Entretanto, quando uma pessoa vem conversar comigo, eu SEMPRE respondo e tento explicar meu ponto de vista, não necessariamente convencendo-a de que estou certo, mas tentando-a fazer refletir o posicionamento que defendo. Essa sempre foi minha proposta aqui.
Estou sempre aberto a conversas civilizadas. Um abraço e escreva sempre.
Matheus Cajaíba / Belo Horizonte.
Priscila, em adição ao que lhe escreveu o Matheus, lembro que o próprio Jesus esclareceu a hierarquia dos mandamentos, ao ressaltar que o mais importante é amar a Deus sobre todas as coisas e, depois, amar ao próximo como a si.
Saindo da esfera religiosa: você afirmou que toda pessoa que estuda direito sabe que não existe direito superior a outro. De onde você tirou isso!!!???
Ora, sequer é preciso ser estudante de direito para se conhecer que o direito se distribui hierarquicamente. Primeiro, de forma exógena, na ordem decrescente dos códigos – a Constituição de um país é superior às leis ordinárias, por exemplo. E, de forma endógena – dentro da própria Constituição existem as cláusulas pétreas que condensam os direitos MAIORES, o da vida em primeiríssimo lugar.
Agora, sobre a postagem. Imitei a Karina e reli (mais uma vez) o texto do Matheus, não notando nele uma vírgula que insinue uma crítica generalizada à categoria das assistentes sociais. E o bom é que o pessoal que vem comentar aqui cheio de indignação não apontou o(s) trecho(s) que fariam essa discriminação negativa. Você foi a única que reportou uma passagem – a do título, após a expressão entre aspas.
Contudo, que o Matheus também não faz nenhuma generalização nessa passagem. Ele delimita bem o alvo de suas palavras. Confira a diferença:
1) “Terapia do Espelho” para assistentes sociais
2) “Terapia do Espelho” para assistentes sociais REBELDES (destaque meu)
Note que o título 1) pode ser lido como uma generalização, mas é impossível extrair essa interpretação do título 2) E além disso, mesmo já delimitando o grupo-alvo (assistentes sociais REBELDES), ainda há que se observar o que o Matheus subentende pela palavra “rebeldes” neste contexto. É aí que entra … O texto! E no texto, sabemos que na verdade está se tratando de UMA pessoa em específico, daí o termo “rebeldes” sem dúvida passa a significar, neste contexto, outras pessoas que pensem e ajam como a missivista que ensejou esta postagem. Então, finalmente, onde estaria o desrespeito com toda a classe de assistentes sociais, que comentaristas inflamados acorreram para acusar o autor?
A impressão que tenho, sinceramente, é de que – à exceção de você – o pessoal já vem predeterminado a atacar o dono do site, talvez por ele ser zeloso com os princípios do Cristianismo e, como deve ser todo verdadeiro cristão, manifesta-se energicamente contra os itens defendidos por uma certa agenda esquerdista notoriamente anticristã, caso do aborto, por exemplo.